PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Junho 13



HISTÓRIAS DE VIDA-JUNHO 13

A façanha de Judite

O livro bíblico de Judite narra a história dessa mulher, que é admirável. O fato aconteceu pelo ano 200 A/C.

Nobucodonosor, rei da Assíria, e seu general Holofernes, levados pela ambição, decidem invadir Israel, que era um país pequeno e fraco.

O rei de Israel, ao ver a chegada daquele exército desproporcionalmente mais forte que o seu, resolveu, em vez de enfrentá-lo, refugiar-se numa cidade bem fortificada, chamada Betúlia.

O exército assírio cercou Betúlia e cortou o fornecimento de água para a cidade.

Nesta situação terrível, Judite, que era uma mulher muito bonita, teve a seguinte ideia: Vestiu-se com suas roupas mais belas e sensuais, perfumou-se e saiu da cidade, à noite, fingindo ser uma desertora.

Encontrou um soldado assírio e lhe disse que queria dar informações ao general. Foi levada à tenda de Holofernes. Este logo se encantou com a moça.

Antes de ouvi-la, improvisou para ela uma festa com muitas bebidas. O general bebeu tanto que dormiu. Judite, que estava sozinha com ele em sua tenda, pegou a própria espada dele e lhe cortou a cabeça. Pôs a cabeça numa sacola e saiu. Nessa hora, as nuvens cobriram as estrelas e a lua, formando um escuro total. Assim, Judite entrou em Betúlia sem que nenhum soldado inimigo a visse.

Vendo o prodígio, o exército de Israel criou coragem e, em plena noite, deu o grito de guerra. Os assírios, ao verem que seu general estava morto, entraram em pânico e fugiram, abandonando o projeto de apossar-se de Israel. Na fuga, à noite, apavorados, os soldados matavam seus próprios colegas pensando que eram israelitas.

Após a fuga do exército assírio, os israelitas, cheios de alegria, fizeram uma festa, na qual cantaram para Judite o seguinte cântico: “Tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel e a honra do nosso povo!” (Jt 15,9).

A liturgia atribui essa frase a Maria Santíssima, que também enfrentou com coragem o inimigo, a serpente infernal (Cf Gn 3,15).

Jerusalém representa o mundo criado por Deus. Maria é a sua glória, porque é a mais bela flor que o universo produziu.

Israel representa a humanidade. Maria é a alegria da humanidade, porque é imaculada.

A expressão “nosso povo” simboliza a Igreja. Maria é a honra da Igreja, por ser o seu membro mais santo e a primeira redimida a entrar no Céu em corpo e alma.


As pedras preciosas na montanha

Certa vez, alguns homens descobriram que em uma montanha bem afastada havia muito ouro, prata e pedras preciosas. Resolveram ir lá pegar para si essas preciosidades.

Mas, como no pé da montanha havia um vilarejo, e o único jeito de subir era passar dentro do vilarejo, decidiram ir bem tarde da noite, para ninguém os ver. Assim fizeram.

Quando o dia amanheceu, eles estavam em cima da montanha. E viram, maravilhados, as pedras preciosas brilharem em toda parte. Era uma riqueza incalculável. Encheram suas sacolas e mochila e ficaram no local até o anoitecer.

Quando ficou escuro, desceram. Ao atravessar a vila, quando estavam bem no meio, as luzes se acenderam e todo o povo veio ao encontro deles, cada um trazendo um punhado de pedras preciosas. Davam a eles e diziam: “Vocês não são daqui. Por isso levem de presente essas pedras”.

Dá para imaginar a vergonha com que aqueles homens ficaram.

Na verdade, as pedras mais preciosas daquele lugar não estavam na montanha, e sim na vila. Era o povo.

Não vamos colocar coisas materiais acima das pessoas.

E Jesus é a pedra mais preciosa do mundo, o maior tesouro, nos presenteado pelo próprio Deus Pai. Nós o encontramos, em todo o seu brilho, na Igreja una, santa, católica e apostólica, especialmente na Eucaristia.

Que Maria Santíssima, a Rosa de Ouro, nos ensine a sermos ricos da graça de Deus.


A força da liberdade

Numa aldeia de índios, um rapaz e uma moça decidiram casar-se. Ela era muito linda, a indiazinha mais bonita da aldeia. E ele, um jovem elegante, esbelto, corajoso, trabalhador e esperto. Os dois jovens eram a honra da aldeia.

Eles queriam um casamento que durasse a vida toda. Por isso, procuraram o pajé para pedir um conselho. Disseram: “Nós nos amamos e queremos nos casar. O que fazer para que o nosso amor não acabe?”

O pajé, em vez de aconselhá-los logo, deu a cada um uma tarefa. Disse para ele: “Suba esta montanha ao norte, levando uma rede, e pegue um falcão bem vigoroso. Depois traga-o aqui com vida. Deverá trazê-lo depois de amanhã cedo.

E você, menina, deve escalar esta montanha ao sul, também com uma rede, e pegar uma águia. Traga-a para mim, viva”.

Os jovens se retiraram e partiram para cumprir a tarefa.

No dia marcado, lá estavam eles, na frente da tenda do pajé, cada um com a sua ave dentro de um saco. O velho apareceu, agradeceu o cumprimento da tarefa, e pediu que amarrassem as aves uma na outra pelas patas, com uma fita de couro.

“Quando as tiverem amarrado, soltem-nas para que voem livremente”, disse o pajé. Os noivos fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros.

A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritados por não conseguir voar, arremessaram-se um contra o outro, até se machucarem.
O ancião disse: “Jamais se esqueçam do que estão vendo. Este é o meu conselho: Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, não só viverão se arrastando pela vida, como também logo começarão a brigar e a machucar-se mutuamente. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas livremente. Jamais se amarrem”

A lição vale tanto para o amor matrimonial como para o amor a Deus, que é a fonte e o modelo de todo amor. O amor, quando é livre e espontâneo, torna-se forte.

O amor de Maria Santíssima a Deus partiu do fundo do seu coração. Foi um amor livre e dedicado. Rainha de todos os santos, rogai por nós.


Ser sândalo, não machado

O sândalo é uma árvore aromática e medicinal, originária da Índia. Ela perfuma o machado que a fere. À medida que o machado a corta, ela vai exalando mais e mais seu aroma, perfumando até mesmo a ferramenta que a cortou.

Por isso, o sândalo é metáfora do ser cristão, que paga o mal com o bem. Os mártires nos deram esse belíssimo exemplo. Basta ver Santa Maria Goretti.

Você é como o sândalo ou como o machado? É da essência do sândalo perfumar, assim como é da essência do machado ferir. Muitos são também assim: Perfumam sem perceber, ou machucam, até quem os perfuma, sem se culpar.

O pecado nos leva a ferir, mas a graça nos impele a perfumar, fazendo o bem até a quem nos faz o mal.

“Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem!” (Mt 5,44).

Mãe do belo amor, rogai por nós.


Aprendendo a voar

As águias constroem seus ninhos na copa das árvores mais altas.

Quando os filhotes crescem e criam asas, a mãe empurra-os para a beira do ninho. Seus coraçõezinhos se aceleram. Tentam resistir, mas não adianta. A mãe é implacável. Com o bico, ela empurra os bichinhos para fora do ninho.

Primeiro, eles dão cambalhotas no ar. Mas, como é alto, antes de chegar ao chão batem as asinhas e saem voando.

É assim que os filhotes de águia aprendem a voar. Na marra. Na base do empurrão. Um empurrão às vezes é o melhor presente. Claro que, na hora, os filhotes tentam agarrar-se no ninho. Mas não adianta, a mãe os joga nos ares.

A emoção de voar começa com a vitória sobre o medo de cair. A mãe só os empurra na hora certa, quando suas asinhas estão desenvolvidas.

Deus não nos deixa levar vida misturada, vinho novo em odres velhos. Quando estamos preparados, ele nos coloca em situações nas quais só temos duas saídas: Ou cair e nos esburrachar, abandonando a fé católica, ou dar um passo à frente.

Com os mártires, aconteceu isso. Nenhum deles procurou o martírio. De repente, encontraram-se numa situação de escolha. E escolheram certo. Jogaram-se no abismo e conseguiram voar. Tanto que hoje são lembrados entre nós como irmãos e irmãs vivos, pois realmente são.

Em situações e circunstâncias diferentes, esse desafio acontece com todos nós. Deus não deixa ninguém eternamente levando vida mansa, ou misturada.

Que Maria Santíssima nos ajude a imitá-la, jogando-nos na vontade de Deus, do jeito que ela fez.


Abacaxi, banana, melão e laranja

Havia, certa vez, um homem chamado Isac, que trabalhava numa grande empresa. Ele era um empregado sério, dedicado e cumpridor das obrigações. Por isso que já estava com vinte anos de casa.

Um dia, ele procurou o patrão para reclamar. Disse: “Dr., eu estou me sentindo injustiçado. O Juca, que está conosco apenas há três anos, foi promovido e passou a ganhar mais que eu”.

O patrão fingiu que não ouviu e lhe disse: “Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver, e você poderia fazê-lo. Estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa após o almoço de hoje. Aqui na esquina existe uma barraca de frutas. Por favor, vá até lá e verifique se eles têm abacaxi”.

Isac saiu imediatamente da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos estava de volta. Disse ao patrão: “Eles têm abacaxi”.
- “E quanto custa?”
- “Isto eu não perguntei.”
- “Têm outras frutas que eu possa substituir o abacaxi?”
- “Também não sei.”
- “Muito bem, Isac”, concluiu o patrão. “Sente-se aqui na poltrona e me aguarde um pouco”.

O patrão pegou o telefone e chamou o Juca. Quando este entrou na sala, o patrão foi logo dizendo: “Juca, estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa após o almoço de hoje. Aqui na esquina existe uma barraca de frutas. Vá até lá e verifique se eles têm abacaxi”.

Oito minutos depois, o Juca estava de volta. Disse ao patrão: “Eles têm abacaxi sim. Têm em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal. E, se o senhor quiser, eles têm também laranja e banana”.
-“E o preço?”
- “Bem, o abacaxi é vendido a três Reais o quilo. A banana a dois e a laranja a vinte Reais o cento, já descascada. Mas como eu disse que a quantidade era grande, eles me concederam um desconto de quinze por cento. Deixei reservado o abacaxi. Caso o senhor resolva, eu confirmo”.

O patrão agradeceu ao Juca as informações e o dispensou. Voltando-se para o Isac, que estava na poltrona, perguntou: “Você falou alguma coisa quando entrou aqui. O que era mesmo?”
- “Nada sério”, respondeu o Isac, despedindo-se.

Jesus é esse patrão, e o seu pedido é bem maior: “Ide fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19-20).

Não podemos ser minimistas, só cumprindo o que nos foi pedido, mas ser criativos, pois “o amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14) a fazer sempre algo mais, descobrindo novas possiblidades e abrindo caminhos novos.

Apesar das limitações que por acaso tenhamos, de saúde, falta de tempo..., nós somos convocados por Cristo a ser Jucas da História, e nunca Isacs. É possível mudar este mundo, a começar por nossa casa. Temos a faca e o queijo na mão, que são a presença constante do Espírito Santo, a quem até o vento e o mar obedecem.

Maria Santíssima foi a mulher forte e corajosa, que venceu todos os obstáculos no cumprimento de sua sublime vocação. Santa Maria, rogai por nós.


Ociosidade, mãe de todos os vícios

Havia, certa vez, um adolescente que, após ter sido castigado por seus pais várias vezes, chegou à conclusão de que não conseguiria corrigir-se.

Procurou o diretor da escola, do qual era amigo e admirador, e expôs o problema, pedindo ajuda.

O diretor deu para ele um copo bem cheinho de água e disse: “Você vai percorrer toda a escola, segurando este copo, sem derramar uma gota”.

O rapazinho saiu, preocupado. Subiu escadas, entrou na biblioteca, foi ao pátio, andou por toda a escola. E voltou à sala do diretor.

Este perguntou-lhe: “Você viu as garotas?” “Não”, disse ele. “Viu seus amigos?” “Também não. Eu estava preocupado com a água”.

O diretor explicou: “O que falta a você é trabalho, ocupação que preencha o seu tempo. Para isso, você precisa ter um ideal, isto é, uma meta, um sonho a realizar na vida”.

De fato, o trabalho é uma fonte de virtudes. Já a ociosidade é a mãe de todos os vícios.

Que Maria Santíssima nos ajude a amar o trabalho, pois assim cresceremos na fé e em todas as virtudes.


Sempre a caminho

Certa vez, um professor quis fazer uma experiência com seus alunos. Arrumou um balde transparente. Ao entrar na classe, colocou-o em cima da mesa e perguntou: “Este balde está vazio ou cheio?” Todos responderam: “Vazio”.

Ele pegou, de dentro de uma caixa que havia levado, várias pedras grandes e encheu o balde até a boca. Perguntou: “Agora está vazio ou cheio?” Os alunos responderam: “Cheio!”

O professor pegou pedrinhas menores e despejou no balde. Elas entraram pelos vãos das pedras grandes, e coube uma boa quantidade de pedrinhas.

Perguntou novamente: “E agora, o balde está vazio ou cheio?” Os alunos já ficaram meio desconfiados, mas alguns responderam: “Agora está cheio”.

O professor pegou um vaso com areia e despejou. Coube muita areia entre as pedras. Perguntou de novo. “Agora sim”, disseram os alunos, “o balde está cheio”.

O professor pegou uma jarra com água e despejou. Coube toda a água da jarra no balde.

A nossa vida é como aquele balde. Sempre cabe mais. As pedras grandes foram os sacramentos que recebemos: O batismo, a crisma, a primeira comunhão... Mas nem por isso já estamos “cheios”. Precisamos dar ainda muitos passos à frente. Somos caminheiros da esperança, a nossa vida é caminhar.

O povo hebreu, quando saiu do Egito, começou a caminhar pelo deserto rumo à terra prometida. A caminhada durou trinta anos. Cada dia, ao anoitecer, eles armavam suas tendas. No outro dia cedo, as desarmavam, punham nas costas e continuavam a caminhada.

A morte será a nossa “terra prometida”, isto é, o nosso ponto de chegada deste longo caminho pelo deserto da vida.

Que ninguém de nós fique parado, pensando que já chegou ao cume da montanha da perfeição e da santidade.

Queremos ser como Maria Santíssima. Olhar para Deus, abrir os braços e dizer: “Eis aqui a escrava, o escravo do Senhor. Estou pronto. Falai, Senhor, que vosso servo escuta. Ainda há lugares vazios dentro de mim, onde quero que despejes a Água Viva da vossa graça”.


Quem é mais forte?

Certa vez, uma pedra disse: “Eu sou forte”. Ouvindo isso, o ferro falou: “Eu sou mais forte que você”. Houve um duelo, até que a pedra se tornou pó.

O ferro disse: “Eu sou forte”. Ao ouvi-lo, o fogo falou: “Eu sou mais forte que você”. Houve novo duelo e o fogo derreteu o ferro.

O fogo disse: “Eu sou forte”. A água ouviu e comentou: “Eu sou mais forte que você”. Nova disputa e a água apagou o fogo.

Orgulhosa, a água gritou: “Eu sou forte”. A nuvem ouviu, veio, transformou-a em vapor e a levou para os ares.

A nuvem disse: “Eu sou forte”. O vento ouviu, veio, soprou e desfez a nuvem. “Eu sou mais forte que você”, disse ele.

Altivo, o vento falou: “Eu sou forte”. Veio a montanha e o segurou, dizendo: “Eu sou mais forte que você”.

A montanha estufou o peito e gritou: “Eu é que sou forte”. Veio o homem e, com sua inteligência e seus tratores, destruiu a montanha. O homem levantou o nariz e falou: “Eu é que sou forte”. Veio a morte e o homem foi derrotado por ela.

A morte julgou-se dona do pedaço. “Eu sou forte”, disse ela. Veio Jesus Cristo e, através da ressurreição, destruiu a morte.

Agora sim, chegou o forte, definitivamente forte. E Jesus passou para nós a sua força: “Se tiverdes fé... podereis dizer a esta montanha: ‘Arranca-te daí e joga-te no mar’, e isso acontecerá. Tudo o que, na oração, pedirdes com fé, vós o recebereis” (Mt 21,21-22).

Não queremos nem precisamos de outro deus. Nosso Deus é Jesus Cristo, e ponto final.

Hoje, encontramos Jesus Cristo em seu Corpo Místico, que é a Igreja una, santa, católica e apostólica.

Maria Santíssima é a Rainha do universo, porque é a Mãe do Rei. Nós lhe pedimos: “Rogai por nós pecadores”.


A catequista sem tempo de rezar

Certa vez, um líder de uma Comunidade grande da periferia estava falando para as catequistas sobre a oração. Ele dizia: “Nunca deixem de rezar antes de preparar a sua aula”.

Uma catequista disse: “Eu trabalho e estudo; às vezes, tenho apenas cinco minutos para preparar a minha aula. Como que vou rezar?”

Ele respondeu: “Muito bem. Que bom que você tem cinco minutos. Reze durante três minutos e prepare a aula em dois. Pode estar certa de que sua aula sairá muito melhor do que se usasse todos os cinco minutos na preparação, sem rezar”.

Tempo é questão de preferência. Sempre encontramos tempo para fazer o que amamos.

Quem reza, recebe a luz de Deus, e com ela tudo se torna fácil. Afinal, Deus é o Senhor do Céu e da terra.

Apesar de tantos trabalhos que Jesus realizava, ele sempre encontrava tempo para bater um papo com Deus Pai, que ele tanto amava.

Maria Santíssima, Mãe de Cristo e nossa, foi uma mulher súper dinâmica. A exemplo do Filho, ela passou pela vida fazendo o bem. Mesmo assim, vivia em constante contato com Deus. Santa Maria, rogai por nós.


Um passeio corajoso

S. João Bosco era padre e viveu no Séc. XIX, em Turim, na Itália. Ele gostava de visitar o presídio, e conhecia todos os presos pelo nome.

Um dia, pediu ao diretor da cadeia uma licença audaciosa: Fazer um passeio com todos os detentos.

O diretor estranhou o pedido, achando aquilo um absurdo. Consultou seus superiores. Devido à admiração que tinham pelo padre, permitiram. No seu medo, o diretor mandou que um grupo de soldados, a paisana, os acompanhasse de longe sem que eles percebessem.

Fizeram o passeio. Não fugiu um só. Os próprios presos se encarregavam de vigiar, para que os colegas não fugissem.

Iniciativa semelhante aconteceu aqui no Brasil, na década de 1970, na cidade de S. José dos Campos SP. Um delegado, chamado João Otoboni, criou o sistema chamado “Prisão albergue”. A experiência foi apoiada por lei e praticada com sucesso em várias regiões do Brasil.

Como é bom ver, no próximo que errou, o seu “fundo bom”, criado por Deus!

Maria Santíssima é chamada, na Salve Rainha, Mãe de misericórdia. Que ela nos ensine a ser humildes e não julgar ninguém. “Não julgueis, e não sereis julgados” (Mt 7,1).


Homem escolhe Jesus como seu Rei

Certa vez, um homem falou para Jesus: “Quero que o Senhor seja o meu rei”. Jesus respondeu: “É? Então me entregue todo o seu dinheiro”. O homem falou: “Mas Jesus, é tão caro assim?! Está bem. Tome aqui todo meu dinheiro. Pode reinar sobre ele”.

E Jesus continuou: “E passe-me a escritura de sua casa”. O homem disse: “Credo! Também a minha casa!? Está bem”. E passou a escritura para Jesus.

Jesus não parou aí. Falou: “Eu quero o seu emprego”. O homem protestou: “Mas Jesus, eu preciso deste emprego para sustentar a minha família!” Jesus respondeu: “Não tem conversa. Entregue-me seu emprego”. O homem entregou.

Jesus continuou: “Quero agora a sua família. Sua esposa e seus filhos. Passe-os para mim”. O homem chamou sua família e a entregou a Jesus.

Jesus perguntou: “Tem mais alguma coisa?” “Resta o meu trabalho na Comunidade”. disse o homem. “Entregue-me”, falou Jesus.

“Agora acabou”, disse o homem. “Acabou nada”, respondeu Jesus. “Entregue-me você mesmo. Seu corpo, seu espírito, sua alma... Entregue-se totalmente a mim”.

O homem levantou-se, ergueu os braços e disse: “Sim, Jesus. Eu me entrego totalmente ao Senhor”.

Jesus então lhe falou: “Pois bem, meu querido irmão. Agora eu encarrego você de cuidar de tudo o que me deu. Ficam com você. Mas é meu administrador. Lembre-se sempre disso”.

O homem recebeu tudo de volta, sabendo que agora não é dono de nada. É um simples empregado de Deus. “Não podeis servir a dois senhores” (Lc 16,13).

Que Maria Santíssima nos ajude a doar tudo, até a nossa vida a Deus, do jeito que ela fez: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra” (Lc 1,38).


O milagre das flores

Santa Isabel da Hungria viveu no Séc. XIII. Naquele tempo, havia o costume de os pais escolherem o esposo para as filhas. Isabel teve de se casar com Luís Hesse, e foi morar junto com a família dele.

Logo nos primeiros dias, a família já começou a implicar com Isabel, devido ao amor dela pelos pobres. Eles achavam que ela estava excedendo na ajuda aos necessitados, e comentavam isso com Luís. Se ela continuar assim, diziam, vai acabar com os nossos bens.

Um dia, Luís chegou em casa e alguém fofocou: “Você quer uma prova de que Isabel está esbanjando tudo o que temos? Vá lá fora ver. Ela está saindo de casa com uma cesta cheia de mantimentos que pegou na nossa dispensa”.

O marido saiu, alcançou a esposa na estrada e perguntou: “O que você está levando nessa cesta?” Ela disse: “São flores”. Ele levantou o pano que cobria, e de fato a cesta estava cheia de lindas e perfumadas rosas. Isto em pleno inverno, tempo em que na Hungria não existem flores.

Deus zela pelos seus filhos e filhas queridos. Não precisamos preocupar-nos com a nossa defesa.

Vamos confiar em Deus e praticar as virtudes com humildade e transparência, sem querer criar uma auto imagem superior à que somos.

Maria Santíssima vivia na simplicidade e transparência, sem querer aparecer mais do que era. Que ela nos ajude a evitar todo tipo de hipocrisia.


Qual dos dois vale mais?

Certa vez, um senhor idoso morava sozinho e estava passando por sérias necessidades. Já não conseguia mais cozinhar nem cuidar da casa.

Os filhos eram todos casados e ninguém se importava com ele.

Um dia, o velho teve uma ideia. Ele tinha um amigo que trabalhava em uma firma de seguros, que tinha barras de ouro em seus cofres. Através do amigo, conseguiu da firma uma barra de ouro emprestada, apenas por dois dias, e assinou o termo de responsabilidade.

Quando a barra chegou à sua casa, ele a pegou, colocou numa sacola, foi à casa de um dos filhos e lhe disse: “Ontem eu estava andando na beira do asfalto e achei isto aqui. Não mostrei ainda para ninguém”.

O filho a examinou e disse: “Isto é ouro puro, pai! Tem altíssimo valor. A sua casa não é segura para guardá-lo. Vamos fazer o seguinte: Aqui na minha casa há dois quartos vazios, eu convido o senhor para vir morar aqui. Eu vou comprar um cofre e embuti-lo na parede do quarto. Assim, o ouro ficará seguro”.

O pai concordou. No mesmo dia, o filho comprou o cofre, chumbou na parede e colocou dentro a barra de ouro. Logo que o filho se retirou, o pai tirou a barra de ouro e devolveu.

No cofre ele colocou uma pedra de paralelepípedo e, ao lado, um belo cartão com as seguintes frases bíblicas: “Meu filho, ampare seu pai na velhice!” (Eclo 3,12). “Quem honra seu pai, alcança o perdão dos pecados, e será ouvido por Deus na oração” (Eclo 3,3-4).

O que aquele vovô quis ensinar ao filho foi que a pessoa humana vale mais que o ouro.

Assim, o velho pai viveu mais dignamente os seus últimos anos.

Quando morreu, o filho foi logo abrir o cofre. Mas, para surpresa sua, em vez de ouro, encontrou a pedra sem valor, e a mensagem.

Esta mesma esperteza foi usada por Jesus quando lhe perguntaram se deviam ou não pagar o imposto a César (Cf Mt 22,15-21), quando lhe perguntaram com que autoridade ele fazia aquelas coisas (Cf Mc 11,27-33), e por S. Paulo, quando conseguiu dividir o tribunal e assim ser libertado (Cf At 34,6-7).

Que Maria Santíssima nos ajude a usar o dinheiro corruptível para ganhar os bens eternos.


O milho premiado

Havia, certa vez, um agricultor de milho que, ano após ano, ganhava um troféu da cooperativa, chamado “Milho gigante”. Isso porque o seu milho era cada ano melhor que no ano anterior.

Numa dessas festas de premiação, logo após ele ter recebido o troféu e a faixa, um repórter lhe perguntou como que ele fazia, qual era o seu segredo para produzir um milho de tão alta qualidade.

Entre outros motivos apresentados, ele disse: “Eu, todos os anos, compartilho a semente do meu melhor milho com os meus vizinhos agricultores”.

O repórter ficou surpreso e disse: “Mas eu vejo aqui que seus vizinhos estão competindo com o senhor. Por que o senhor faz isso?”

O sitiante respondeu: “Você não sabe que o vento apanha o pólen do milho maduro e o leva de campo em campo? Se meus vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização degradará o meu também. Portanto, se eu quero cultivar milho bom, tenho de ajudar meus vizinhos a também cultivarem milho bom”.

Nós, líderes cristãos, queremos trabalhar em conjunto com os outros líderes da sociedade. Não queremos estar por cima de ninguém, e sim caminhar juntos.

Se queremos ficar livres de roubos, é só tratar bem os nossos vizinhos e ajudar os necessitados. Assim, todos progrediremos juntos, como as lavouras de milho.

Maria Santíssima foi também uma operária da vinha do Senhor; e trabalhou tão bem que foi premiada por Deus na Assunção, e depois coroada Rainha do Céu e da terra. Que ela nos ajude a sermos bons vinhateiros. Que trabalhemos com dedicação e desapego, sem querer ficar com a parte do dono da vinha, que é Deus.


O velho que plantava jabuticabeiras

Certa vez, um senhor idoso estava plantando jabuticabeiras. Um jovem viu e disse: “O senhor sabia que a jabuticabeira demora vinte anos para produzir? Quando ela começar a dar jabuticabas, o senhor já não estará mais vivo!”

O homem respondeu: “E nós não estamos hoje colhendo frutos das árvores que as gerações passadas plantaram?”

Vamos pedir a Maria Santíssima que nos ajude a crescer no amor solidário e a aprofundar a nossa formação humana e cristã.


A pesquisa vocacional

Certa vez, foi feita uma pesquisa entre os jovens universitários de uma cidade, para saber por que houve uma inversão. Antigamente, a maior procura era pela medicina, e hoje a maior procura é pela odontologia.

As razões apresentadas foram: Os honorários do médico são geralmente tabelados, enquanto os do dentista são livres. O dentista é mais livre, podendo, por exemplo, viajar no fim de semana, enquanto o médico é mais preso aos seus pacientes, encontrando dificuldade até para fazer férias, às vezes.

Como vemos, pelo menos naquela cidade, os jovens se mostraram bastante egoístas, pois, na escolha da profissão, pensaram mais em si mesmos do que nos destinatários.

Será que não está aí um motivo por que faltam operários na messe do Senhor? Mas esses jovens entrevistados estão enganados. Jesus prometeu cem vezes mais a quem renunciar aos bens da terra para colocar-se a serviço dele e do seu Reino.


Maria Santíssima é modelo de disponibilidade a Deus. Quando o anjo perguntou se ela topava ser a Mãe do Messias, ela abriu os braços e disse: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”. Em outras palavras: Estou inteiramente à disposição do Senhor, para o que ele quiser. Mãe das vocações, rogai por nós.


Beethoven e o luar

Conta-se que certa vez Beethoven, um dos maiores músicos de todos os tempos, estava viajando à noite, e veio uma tremenda tempestade. Ele se abrigou na casa de uma família. A tempestade passou, o céu ficou limpo e apareceu a lua, em toda a sua beleza.

Enquanto todos admiravam a lua, uma senhora, que era cega de nascença, disse: “Que pena! Eu nunca vi o luar, e nunca vou sentir a sua beleza!”

Como a família tinha um piano, Beethoven lhe disse: “Eu posso lhe mostrar como é o luar”. Sentou-se ao piano, compôs e tocou a famosa música “Sonata ao Luar”.

Depois de ouvir a música, a senhora exclamou, chorando de alegre emoção: “Que maravilha! Agora eu sei o que é o luar!”

Isso se chama ver com o coração. Que pena que nós vivemos sempre numa correria tão grande que não temos tempo nem para contemplar a lua! Há o perigo de passar pela vida e não viver.

Toda pessoa é extremamente rica em qualidades e tem também defeitos. Quem olha as pessoas com o coração, destaca nelas, não os defeitos, mas as suas riquezas. Assim, vai amá-las mais.

A mãe vê com o coração os seus filhos. Que a nossa Mãe, Maria Santíssima, nos ajude a ver com o coração as pessoas ao nosso redor.


A canoa furada

Havia, certa vez, uma família que tinha um sítio na beira de um rio. Eram o casal e três filhos, o mais velho adolescente. Eles tinham uma canoa.

Um dia, o homem contratou um pintor para pintar a canoa. Pagou adiantado e viajou com a esposa, ficando em casa os filhos.

Na volta, não encontraram nem os filhos nem a canoa. Ficaram muito preocupados, porque a canoa tinha uma tábua solta que precisava ser pregada, o que ele ia fazer naquele dia.

Concluíram que as crianças tinham saído com a canoa, ela se afundou e os três morreram afogados. Gritaram pelos filhos, procuram na redondeza, mas não encontraram.

Em meio ao desespero, de repente viram as crianças apontando com a canoa na curva do rio. Chegaram alegres, trazendo peixes e outros objetos que encontraram.

Ao chegarem, disseram aos pais: “O que aconteceu? Parece que choraram!” O pai viu que o pintor havia, não só pintado a canoa, mas feito o serviço de vedação, inclusive repregando a tábua.

O casal procurou o pintor e lhe deu um abraço emocionado, dizendo: “Você salvou a vida dos nossos filhos”.

O cristão, quando é operário, trabalha com dedicação e honestidade, visando não só o pagamento pelo serviço prestado, mas o bem do próximo.

“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, a fim de que fôssemos adotados como filhos de Deus” (Ef 4,4-5). Essa foi a grande vocação de Maria Santíssima, que ela cumpriu com muito amor. Que ela nos ajude a cumprirmos bem a nossa missão.


Réu engole papel do sorteio

Certa vez, na antiguidade, um senhor muito rico cometeu um crime bárbaro de homicídio. Mediante alta soma de dinheiro, ele “comprou” o juiz, para que condenasse pelo crime um pai de família, que nada tinha a ver com o caso.

E pagou umas pessoas para denunciarem esse pobre homem.

Na hora do julgamento, o réu disse com sinceridade: “Sou inocente de tudo isso que disseram a meu respeito”.

O juiz disse: “Bom, como o réu diz ser inocente, e essas pessoas afirmam que ele é culpado, vamos fazer um sorteio. Colocaremos dois papeizinhos em uma sacola. Em um estará escrito: “Inocente”. E no outro: “Culpado”. O próprio réu vai retirar um, e o que ali estiver escrito será a sua sentença”.

Enquanto o juiz preparava o sorteio, o réu orava dizendo: “Senhor, tenho esposa e filhos para tratar. Ajude-me!” Na sua casa, toda a família fazia o mesmo.

Na hora, ele pensou na possibilidade de escreverem “Culpado” nos dois papeizinhos. Por isso, teve uma ideia original: Quando o juiz lhe apresentou a sacola, ele pegou um dos papeizinhos e, mais que depressa, o engoliu.

Foi aquele murmúrio geral. Mas o réu pediu a palavra e disse: “É muito simples. É só abrirem o outro papelzinho que os senhores saberão qual dos dois eu engoli”.

Foi aberto o papelzinho, no qual estava escrito: “Culpado”. Assim, o juiz foi obrigado a absolvê-lo.

Felizmente a trama não deu certo. Mas quantas tramas semelhantes dão certo, condenando inocentes e absolvendo culpados!

Que Maria Santíssima interceda por nós, a fim de que Deus nos proteja das maldades do mundo.


O monge e sua esteira

Antigamente, os monges dormiam em esteiras, para fazer penitência. Havia em um mosteiro um jovem monge que sofria muitas tentações, especialmente quando estava deitado.

Ele se abriu com o abade, o superior do mosteiro. Este lhe disse: “Filho, você precisa fazer outra esteira para dormir”.

O jovem foi para o mato cortar o vime e as varas necessárias, e fabricou outra esteira. Mas continuou com tentações. Procurou novamente o abade, e este lhe pediu que fizesse nova esteira, com outro material.

E lá se foi o jovem andar pelo mato, à procura de outro material para fazer a sua cama.

Entretanto, também esta não adiantou. E cada vez que ele voltava ao abade, este lhe pedia para fabricar uma nova esteira.

Com o tempo, sumiram as tentações. O monge então procurou o abade, feliz, para contar que as tentações haviam desaparecido.

“Sabe por que desapareceram?” disse o abade, “foi porque você trabalhou. O trabalho afasta as tentações. Já a ociosidade é a mãe de todos os vícios.”

Dá para imaginar a correria daquela jovem monge, fabricando uma esteira atrás da outra, apesar das oito horas diárias de oração em comum, que os monges fazem. No fim do dia, ele se deitava tão cansado que dormia logo e nem tinha tempo de ter tentações.

Quem sabe também nós, além do trabalho diário, possamos dedicar algumas horas da semana à Comunidade ou aos pobres. Sairemos ganhando, e os outros também.

Jesus sempre trabalhou. São José era carpinteiro. E Maria Santíssima era dona de casa, com todas as limitações da sua época, e ainda os três encontravam tempo para ajudar os necessitados. Que eles nos ajudem a amar o trabalho.


Mãos limpas

Certa vez, um homem morreu e chegou à porta do Céu, querendo entrar. S. Pedro olhou a ficha dele e disse: “Meu caro, você não pode entrar aqui. O seu lugar é o inferno”.

O homem protestou. Mostrou as duas mãos para S. Pedro e disse: “Olhe minhas mãos, estão limpas!” S. Pedro respondeu: “É verdade. Mas o problema é que elas estão vazias”.

Certamente aquele homem era desses que falam: “Não quero envolver-me em trabalhos sociais, nem em política, para não me sujar. Prefiro cuidar da minha alma, para que ela permaneça limpa”. E, com essa atitude, dançou!

Quem está parado, dificilmente cai. Quem está sentado, mais difícil ainda. Quem está deitado, aí é impossível cair. Mas o que adianta? Só está com Jesus quem está caminhando! É preferível caminhar, ou até correr, com Jesus, porque, se cairmos, ele estará junto para nos dar a mão.

Que Maria Santíssima nos ajude a nunca perder um minuto de tempo, aproveitando a nossa vida na terra para fazer o bem.


A Irmã idosa e a Casa da periferia

Havia, certa vez, uma Irmã idosa que tinha dificuldade em andar. Um dia, a sua congregação estava reunida em assembleia, e estudava a proposta do bispo de fundar uma Comunidade na periferia.

A madre provincial perguntou quem topava o desafio, fazendo parte da nova Comunidade.

Aquela Irmã idosa levantou a mão e disse: “Eu tenho dificuldade em andar. Mas posso ficar na portaria, atendendo o telefone e as pessoas que chegam”.

Maria Santíssima gostava de trabalhar. Ela não se prendia aos tabus da época que queriam a mulher só dentro de casa. Pelo contrário, Maria fazia longas caminhadas e exercia o profetismo. Que ela nos ajude a fazer tudo o que podemos pelo Reino de Deus.


Eu não consigo falar enrolado!

Certa vez, em uma prelazia do Norte do Brasil, uma irmã missionária disse para um menino: “Você não quer ser padre?” Ele abaixou a cabeça e respondeu triste: “Eu não consigo falar enrolado!”

Isso porque o único padre que ele conhecia era estrangeiro e falava português com muita dificuldade.

Quantos adolescentes e jovens não sentem o desejo de ser padre, ou Irmã religiosa, porque não conhecem essas vocações, ou têm ideias erradas a respeito delas!

“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade. Ao ver as multidões, encheu-se de compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos discípulos: ‘A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9,35-38; Lc 10,2).

O padre ou a religiosa de amanha, hoje mora na sua casa.

Que Maria Santíssima, a Mãe da Igreja, interceda por nós, a fim de passarmos para a geração mais nova informações corretas sobre as vocações de especial consagração.


Alguns são cometas, outros são estrelas

Existe o amigo cometa e o amigo estrela. O cometa brilha e enfeita o céu, ficando apenas um risco entre as nuvens. O amigo cometa também é assim. Ele vai embora, deixando apenas a lembrança.

Já a estrela brilha, e fica no céu, permanece brilhando e iluminando até o dia amanhecer. Que bom ter um amigo ou amiga assim. “Estou com você e não abro”.

O cometa tem cauda. A cauda é a sua fachada. Tudo ilusão ótica, porque minutos depois a cauda também se apaga.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por quem ama” (Jo 15,15).

Jesus veio à terra e a estrela brilhou para os pastores. Brilhou para nunca mais se apagar. Ficou aqui para sempre. Nós a vemos na Eucaristia e na Comunidade cristã. Que sejamos portadores desta estrela, enfeitando o céu das pessoas.

Maria Santíssima é chamada Estrela da Manhã, pois anunciou para nós a chegada do Sol Nascente que nos veio visitar. Que ela nos ajude a fazer o mesmo.


Carla, a mãe heroína

Certa vez, uma jovem mãe, chamada Carla, estava viajando de avião, com seu bebê de três meses no colo.

Aconteceu um problema no avião e este começou a perder altitude. Carla apertava o filhinho contra o peito.

Por fim, o avião caiu. A criança chorava em seus braços e Carla, apesar de muito ferida, fazia um esforço enorme para não perder a consciência.

Cinco dias depois, conseguiram localizar o avião. Carla tinha fraturas em todo o corpo, inclusive na cabeça. Suas pernas estavam congeladas e os pés pretos. A criança, com saúde perfeita. Todos os outros que estavam no avião morreram.

O médico informou: As lesões que causaram a morte dos outros foram idênticas às de Carla. O que a salvou foi o amor ao filhinho, porque, se ela morresse, o bebê também morreria.

Nós nos lembramos daquelas lindas palavras de Deus: “Alguns dizem: ‘O Senhor se esqueceu de mim’. Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguém se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei. Vê que escrevi teu nome na palma de minha mão” (Is 49,14-16).

Foi esse amor de Deus por nós que Jesus nos mostrou na redenção e perpetuou na Eucaristia.

Quando Maria Santíssima ouvia, ao participar da santa Missa, estas palavras do seu Filho: “Tomai todos e comei: Isto é o meu corpo que será entregue por vós”, certamente ela pensava: Este corpo foi gerado no meu útero.

E quando ela comungava, era quase que uma nova encarnação. Aquele coração que antes batia em seu ventre, volta agora ao seu corpo, para sustentá-la na caminhada.

Claro que Maria se lembrava também dos maus tratos que Jesus recebeu e continuava recebendo dos homens. Era a espada que novamente transpassava o seu coração.

Por isso lhe pedimos: Ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.


Ancião pessimista recebe beijo

Havia, certa vez, um senhor idoso que era muito pessimista. Vivia sério e triste. Do seu rosto nunca saía um sorriso. Ele passava o dia na porta da sua casa, sentado, olhando para baixo.

Naquela região, era costume pedir conselhos aos mais velhos.

Um rapaz se aproximou dele e perguntou: “O que devo fazer para ter alegria?” O homem respondeu: “Alegria? Isso não existe!”

Veio um senhor e perguntou: “O que devo fazer para ajudar os outros?” Ele disse: “Quem se sacrifica pela humanidade é um bobo”.

Vieram alguns poetas e perguntaram: “Como fazer para expressar em versos os sentimentos que trazemos no coração?” O idoso falou: “Seria melhor que vocês ficassem calados”.

Uma mãe lhe pediu: “Como educar bem os meus filhos?” Ele reagiu assim: “Os filhos são como serpentes. Deles não se pode esperar senão picadas venenosas”.

E assim por diante. Na verdade, quem estava espalhando veneno era ele. As pessoas que entravam na sua casa sentiam no ar a melancolia. Até os passarinhos nas árvores estavam mudos e tristes.

Um dia, uma menina de nove anos, vizinha, teve uma ideia: Vou dar um abraço naquele velhinho. Aproximou-se dele e, com um sorriso, foi logo colocando seus bracinhos no pescoço do ancião. Em seguida, cheia de ternura, deu-lhe um beijo no rosto.

Os olhos do homem brilharam. Pela primeira vez, ele deu um belo sorriso. A garotinha gostou de ver a força do seu carinho, sentou-se ao lado dele e os dois conversaram um pouquinho.

Daí para frente, as conversas do ancião mudaram de tom. E, com elas, o bairro todo ficando mais alegre.

Vamos imitar aquela menina, distribuindo alegria, carinho, esperança e amor.

Que Maria Santíssima, a Mãe do Belo Amor, abra os nossos corações e nos faça distribuidores de alegria e de paz.


Transformar obstáculos em trampolim

Certa vez, uma jovem não se saiu bem na prova. Coincidiu que naquele dia o namorado a deixou, e ela ficou sabendo que a sua melhor amiga ia mudar-se para longe.

A moça chegou em casa arrasada. Contou tudo para a mãe e refugiou-se no quarto, com a porta fechada.

Minutos depois, a mãe, sem abrir a porta, perguntou: “Você quer um pedaço de bolo?” Ela: “Claro, mãe”. A jovem adorava os bolos que a mãe fazia.

A mãe abriu porta, segurando uma bandeja, onde havia um pouco de farinha, três ovos e uma xícara com óleo, e colocou diante dela. A filha lhe disse espantada: “Mas isso não é bolo!”

A mãe explicou com carinho: “A vida não nos dá a felicidade pronta, mas os ingredientes, que nem sempre são gostosos. O que aconteceu com você hoje são esses ingredientes”.

O Reino de Deus é a realidade mais bela do mundo, mas Cristo não o deixou pronto. Nós é que temos de construí-lo. Que perseveremos na vida em Comunidade.


As três árvores e seus sonhos

Havia, certa vez, em cima de um morro, três jovens árvores. Eram madeiras de lei e as três eram bonitas.

Elas começaram a conversar. Uma disse: “Eu, quando crescer, quero ser um baú e conter um grande tesouro”.

A outra falou: “Já o meu sonho é transformar-me em um navio, para transportar o rei”.

E a terceira contou: “O meu desejo é transformar-me em uma cama para o rei”.

O tempo passou. Um dia, veio um pastor, cortou a primeira árvore e fez dela um coxo para suas ovelhas comerem. Passado um tempo, numa noite cheia de luz e de estrelas, uma jovem mãe colocou o seu bebê recém nascido justamente nesse coxo. Ali estava o Verbo encarnado, o maior tesouro do mundo.

Anos depois, alguns pescadores cortaram a segunda árvore e fizeram dela um barco de pesca. Foi neste barco que Jesus estava quando dormia, veio a tempestade e ele acalmou o mar. Na verdade, este barco transportou o rei do mundo.

Mais tarde, os soldados romanos cortaram a terceira árvore e fizeram dela uma cruz, na qual Jesus foi crucificado. Foi a cama em que o Rei do Universo morreu.

Deus, de um jeito ou de outro, realiza os nossos sonhos. As árvores tiveram sonhos, mas a realidade foi muito além do que desejavam.

Feliz de quem tem um ideal, uma vocação, uma meta de o futuro! É assim que nos tornamos protagonistas do Reino de Deus e seremos felizes.

Maria Santíssima tinha um grande desejo na vida: Fazer a vontade de Deus. Na Anunciação, Deus lhe manifestou a sua vontade, e ela acolheu com alegria. Mãe das vocações, rogai por nós.


Professor antecipa perguntas da prova

Certa vez, um professor percebeu, durante a aula, que seus alunos estavam muito preocupados com o que ia cair na prova, marcada para o dia seguinte.

O que ele fez: Simplesmente foi à lousa, escreveu cinco frases e disse: “Estas são as perguntas que vou fazer amanhã na prova”. E continuou dando a sua aula, sem se referir mais ao assunto.

Após a aula, conversando entre si, alguns alunos manifestaram medo de aquilo ser uma “pegadinha”. Outros discordaram, dizendo que esse não era o estilo daquele professor.

O certo é que, no outro dia, as perguntas foram exatamente aquelas. Os que acreditaram tiveram a nota máxima, sem muito esforço de estudar.

Após a prova, o professor explicou por que fez aquilo: “Vocês devem estudar para a vida, não para a nota”.

Em Mt 25,31-46, Jesus teve uma atitude parecida. Adiantou para nós o que irá cobrar no dia do Juízo Final. Isso para que ninguém tenha dúvidas sobre o que vai cair na grande prova que todos teremos de fazer: “Eu vive fome e me deste de comer?...”

Maria Santíssima, como todas as mães, preocupa-se com a alimentação e com as demais necessidades básicas de todos os seus filhos e filhas. Que ela nos ajude a nos dedicarmos também ao amor ao próximo.


A compaixão pelo suposto andarilho

Santa Teresinha do Menino Jesus conta, em seu livro Histórias de uma Alma, que, quando era criança, um dia sentiu um grande desejo de fazer alguma coisa para agradar ao seu amigo, o Menino Jesus.

Quando ia para a escola, viu um homem sentado na beira da estrada, com roupa suja e cabeça baixa. Pensou que era um andarilho. Aproximou-se dele e disse: “O senhor quer comer alguma coisa? Eu tenho aqui”. E lhe ofereceu o seu lanche.

O homem olhou para a menina, sorriu e disse: “Filha, eu tenho o que comer. Muito obrigado pela gentileza, mas pode levar o seu lanche, e bons estudos”.

Teresinha pediu desculpas e foi para a escola. O homem não era andarilho nada. Era um operário que estava ali esperando alguém. Ela se enganou redondamente.

O amor exige, às vezes, renúncias da nossa parte, como Teresinha que decidiu passar a manhã toda na escola sem comer, só para ajudar um suposto faminto. Mesmo que aconteça de cometermos algum engano, nunca deixemos de fazer o bem.

O Profeta Simeão disse para Maria Santíssima: “Uma espada de dor transpassará o teu coração”. Ela não procurou essa espada, mas também não correu dela. Subiu o Calvário para apoiar o Filho que morria injustamente. Que ela nos ajude a assumir com amor as cruzes que nos aparecerem, em decorrência do nosso seguimento de Cristo.


A chave do Céu

Certa vez, um monge estava doente na cama, muito mal. Ele pediu: “Por favor, tragam para mim a chave do Céu”.

Os colegas não sabiam o que ele estava querendo, e trouxeram a chave do sacrário. Ele disse: “Não! Tragam-me a chave do Céu!”

Trouxeram uma Bíblia. Ele olhou e disse: “Não! Eu quero a chave do Céu!”

E assim foram trazendo várias coisas, mas ele sempre dizia que não.

A certa hora, um monge se lembrou. Foi à alfaiataria, pegou uma agulha, colocou a linha e a levou para ele.

O doente pegou a agulha, fechou-a cuidadosamente na mão, apertou a mão contra o peito e morreu.

Aquele monge era alfaiate. Durante quarenta anos trabalhou na alfaiataria, fazendo roupas para os colegas e para os pobres. A agulha era a sua ferramenta de trabalho.

Para o agricultor, a chave do Céu é a enxada. Para o motorista, é o veículo. Para a cozinheira, é a panela. Para o estudante, é o livro...

Descubra a felicidade de servir.

Maria Santíssima passou a vida servindo. Dona de casa, esposa, mãe, e ajudava o próximo em tantas outras situações que conhecemos. Que ela nos ajude a servir, especialmente através do trabalho, porque assim teremos a chave do Céu.


A reação em cadeia

Certa vez, numa empresa, um chefe gritou para um funcionário, dando-lhe uma enorme bronca imerecida. O funcionário ficou queimado, mas engoliu seco. Afinal, podia perder o emprego.

Entretanto, quando chegou em casa, sem perceber, descarregou tudo na esposa, dando-lhe uma grande bronca, por nada. Ela estranhou a atitude injusta do marido, ficou magoada e foi para o quarto.

O filho veio sorridente, mas foi só entrar no quarto levou a maior repreensão, sem motivo. O menino preferiu ficar quieto.

Mas, lá fora, encontrou o irmão mais novo e lhe deu um tapa, por nada. O garotinho não quis reagir, pois o outro era mais forte.

Entretanto, quando viu o cachorro que chegou perto dele querendo carinho, deu-lhe um chute. O coitadinho do cão saiu latindo de dor.

Encontrou o gato e foi em cima. O pobre animalzinho levou a maior surra.

Este, não tendo em quem descarregar sua raiva, deitou-se no fundo do quintal, abaixou a cabecinha e ali ficou.

Aquele chefe nem ficou sabendo, mas a sua atitude foi a origem de toda essa reação em cadeia.

O mesmo acontece do outro lado, do lado positivo.

As nossas ações, boas ou más, são como uma pedra jogada no meio de um lago com a água parada. As ondas, em círculo, vão se alargando, até atingir todo o lago. Só param nas bordas. O lago é o ambiente em que vivemos, e a pedra é a nossa atitude frente ao próximo.

Quem se eleva, eleva o mundo. Quem decai, rebaixa o mundo.

A santidade de Maria repercutiu e ainda repercute no mundo todo. Que ela nos ajude a nos convertermos cada vez mais, rumo à santidade e ao testemunho do seu Filho.


A Terra da Justiça

Havia, certa vez, um rapaz que vivia preocupado com as injustiças do mundo. Um dia, ele foi informado de que havia um reino chamado Terra da Justiça, e que ali não havia injustiças.

Mas ninguém sabia informar-lhe onde ficava esse reino. O jovem saiu pelo mundo à procura da Terra da Justiça. Depois de muito viajar e de perguntar a centenas de pessoas, já estava desanimado e pensou em desistir da procura e voltar para casa.

Certo dia, andando numa rua ao cair da tarde, viu um grupo de jovens rezando em um salão. Pensou: Quem sabe essa turma me dá uma dica para eu encontrar a Terra da Justiça.

Entrou no local e, no final da oração, perguntou a um deles: “Por favor, você sabe me informar onde fica a Terra da Justiça?” O rapaz respondeu: “Boa pergunta, porque nós também estamos procurando”.

O moço se uniu àquele grupo, na procura da Terra de Justiça. Um dia, lendo a Bíblia, eles encontraram a seguinte frase: “O Reino de Deus está no meio de vós” (Lc 17,21).

A Terra da Justiça deve ser esse Reino, pensaram. E, seguindo as orientações do Evangelho, dedicaram-se a transformar o mundo em Reino de Deus.

De fato, o Reino de Deus é a Terra da Justiça, pois, como diz o Prefácio da festa de Cristo Rei, é “um Reino eterno e universal. Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz”.

Maria Santíssima é a Rainha do Reino de Deus. Que ela nos ajude a amar esse Reino e consolidá-lo no mundo.


Homem pessimista é nomeado delegado

Monteiro Lobato tem uma história interessante. Havia, numa pequena cidade do interior, um homem que era súper pessimista.

Na sua cidade, ninguém prestava. O prefeito, o juiz, o delegado, o vigário... Ele passava o dia falando mal de todo mundo. Falava que a cidade só ia para trás.

Antigamente, dizia, havia três médicos aqui. Agora, só sobrou um, e este não vale nada. Nem circo vem mais para cá. As pessoas que prestavam mudaram-se todas daqui...

Um dia, bem cedo, esse homem colocou a sua mudança numa carroça e estava indo embora da cidade.

Alguém viu e perguntou: “Por que você está se mudando daqui?” Ele respondeu: “Porque ontem fui nomeado delegado desta cidade. Imagine, é o fim. Uma cidade que chega a nomear a mim para delegado, é sinal que não presta mesmo”.

Na concepção daquele homem, ninguém da cidade prestava, a começar com ele mesmo, que era o pior de todos.

Nós cristãos somos otimistas. Em Cristo, o bem venceu o mal, e continua vencendo todos os dias.

Maria Santíssima dançou exatamente a música que Deus tocou para ela. Se fizermos também assim, com certeza seremos felizes e receberemos de Deus um grande prêmio.


O cristão no mundo secular

Certa vez, um grupo de cristãos de uma paróquia quis fundar um SOS. SOS significa Serviço de Obras Sociais. É uma entidade de assistência e promoção dos mais pobres e necessitados. Lotaram uma van e viajaram 200 Km, até uma cidade onde havia um SOS, o qual era famosa pela sua eficiência e organização. Queriam conhecê-lo e copiar a experiência.

Ao chegar, o grupo foi recebido pela Presidente do SOS, uma senhora bonita e simpática.

Ela percorreu com o grupo as dependências da obra, explicando tudo com elegância e competência. Falava das reuniões que tinha com autoridades públicas, municipais, estaduais e até em Brasília.

Um dos visitantes comentou: “A senhora parece que gosta de viajar”.

Ela respondeu: “De modo nenhum. Sou caseira. Tenho marido e filhos. Meu gosto seria ficar em casa. Eu nem era muito conhecida na cidade. Mas um dia fui convidada para colaborar nesta entidade. Depois me elegeram Presidente...”

Aquelas palavras emocionaram a equipe visitante, e foi o momento mais frutuoso da visita. O grupo viu naquela senhora um exemplo de cristão. Ser cristão é fazer, não apenas o que gosta, mas aquilo que Deus pede, através das mais variadas mediações que ele usa.

O nosso "sim" a Deus, que se renova cada dia e recebe vários nomes, inclusive o de conversão, traz uma felicidade indescritível, um novo brilho nos olhos.

“Coragem, levanta-te! O Senhor te chama!” (Mc 10,49).


O tesouro na ponta do pinheiro

Havia, certa vez, um pinheiro bem alto e pontudo. Dele começou a sair uma voz que dizia: “Na minha ponta, às quatro da tarde, existe um tesouro”.

As pessoas que passavam ouviam a voz, olhavam para a ponta da árvore e, como não viam tesouro nenhum, iam embora.

Um dia, um homem, ao ouvir a voz, parou, sentou-se ao pé do pinheiro e, naquele silêncio, começou a meditar. Até que teve uma ideia: Se é às quatro da tarde, deve ser na sombra do pinheiro que está o tesouro. Foi a sua casa, pegou um enxadão e, às dezesseis horas, começou a cavar bem na pontinha da sombra do pinheiro.

Quando o buraco tinha um metro, o enxadão bateu em um objeto de metal. Era uma caixa de bronze, que estava cheia de ouro.

Certamente algum homem rico do passado havia enterrado a sua fortuna ali e depois morrido repentinamente, sem ter tido tempo de contar para ninguém, ficando o tesouro perdido.

Os nossos templos, igrejas e capelas, estão nos chamando: Venha aqui e você encontrará um tesouro mais precioso que o ouro.

Mas antes, pare um pouco, sente-se no banco e aproveite o silêncio para orar e meditar. Senão você não descobrirá o tesouro.

“Se Cristo nasceu em Belém, e não no teu coração, estás perdido no além, e Cristo nasceu em vão” (Leonardo Boff).

Maria Santíssima é chamada Templo de Deus, porque nela Deus Filho morou durante nove meses. Que ela nos ajude a visitar mais assiduamente a nossa igreja.

“A minha casa será chamada casa de oração” (Lc 19,46).


Quem deu o presente?

Havia, certa vez, um casal que tinha uma filha de cinco aninhos, paralítica. A casa era um sobrado.

No dia do aniversário da mãe, o pai chegou em casa para o almoço, a esposa estava no andar de cima e a menina embaixo.

Ele entregou à criança um presente, pegou-a nos braços e subiu com ela a escada. Lá em cima, a menina deu o presente à mãe, junto com um abraço e um beijo, tudo sem sair dos braços do pai. A mãe ficou muito feliz, e a garotinha mais ainda.

Na verdade, foi a menina que deu o presente. Mas quem a levou a isso foi o pai. Assim acontece conosco na oração. Quem reza somos nós, mas nos braços de Deus.

Quem toma a iniciativa da oração é sempre Deus. Ele que percebe as nossas necessidades e nos inspira, nos move a pedir, agradecer, louvar, ou pedir perdão.

Ele faz isso sem interferir na nossa liberdade. Se nos fecharmos e não atendermos aos seus convites, seríamos como aquela menina, se ficasse no andar de baixo e não quisesse subir com o pai. Se não quisermos rezar, Deus fica ao nosso lado, com pena, mas o que fazer? Afinal, somos livres.

Quando aceitamos o convite de Deus e rezamos, a oração age em nós como limpa-brisa de carro. Pois a nossa vida vai continuamente sujando e embaçando. As nossas falhas vão se somando, e isso obscurece a inteligência, enfraquece a vontade, descontrola os sentimentos... É hora de ligar o limpa-brisa. Imediatamente a oração limpa tudo e nos traz a paz.


Divulgar o bem, não o mal

Certa vez, numa Comunidade cristã rural, um líder estava tentando convencer um criador de porcos a participar da Igreja. Mas estava difícil, porque o homem sempre apontava para os hipócritas e os maus cristãos.

Um dia, o líder foi à casa dele e lhe disse: "Eu gostaria de comprar um de seus porcos". "Pois não”, disse o homem, “vou mostrar-lhe os melhores porcos que eu tenho".

"Não”, retrucou o líder, “eu quero o pior porco que o senhor tiver". "Mas por que deseja o pior, se eu tenho excelentes porcos?" indagou o homem.

O líder respondeu: "É porque eu pretendo levar esse porco a todos os compradores de porcos da cidade e mostrar-lhes o tipo de porco que o senhor cria".

Claro que o líder não ia fazer isso. Foi só para chamar a atenção. Mas há cristãos bons e menos bons. Há os que dão bom exemplo e os que dão mau exemplo. Precisamos destacar os bons, apresentando-os como modelos da nossa Comunidade. Com essa atitude, iremos na direção contrária dos grandes meios de comunicação, que destacam os criminosos e os que agem errado.

E a Santa Igreja tem uma estrela: Maria Santíssima. Ela é “a glória de Jerusalém, a alegria de Israel e a honra do Povo de Deus”. Que Maria Santíssima nos ajude a ser bons membros da nossa Comunidade.


Café da manhã com a esposa

Certa vez, um senhor se feriu e foi bem cedo a um hospital. Enquanto a enfermeira fazia o curativo, ele contou que estava preocupado com o horário, pois dali mesmo ia ao abrigo de idosos tomar o café da manhã junto com a sua esposa, que ali vivia. Contou que fazia isso todos os dias e que ela sofria o mal de alzeimer, já em estado avançado.

"Ela ficaria preocupada com o atraso do senhor?" perguntou a enfermeira. Ele respondeu: "Não. Ela já não sabe quem eu sou. Faz cinco anos que não me reconhece mais". A enfermeira estranhou a pressa do homem e lhe perguntou: “Se ela já não sabe quem é o senhor, por que então esta necessidade de estar com ela todas as manhãs?”

Ele sorriu e disse: “Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem quem ela é".

A enfermeira teve de se esforçar para conter as lágrimas, enquanto o senhor, já com o curativo pronto, se despedia carinhosamente dela. Este é o tipo de amor que quero para a minha vida, pensou ela.

Faz parte do amor, fazer gratuitamente as coisas para quem ama. Quem ama de verdade alguém, encontra a recompensa no próprio ato de amar, ultrapassando o reconhecimento ou a recompensa do outro.


A professora na aldeia de índios

Havia, certa vez, uma professora que dava aulas numa aldeia de índios. Numa sexta-feira, ela deu uma tarefa para os alunos e disse: “Na próxima aula vocês me entreguem os trabalhos. Aquele aluno ou aluna que tiver feito o melhor trabalho ganhará um prêmio”.

Terminada a aula, ela voltou para a cidade. Os alunos conversaram entre si e decidiram fazer juntos um trabalho só. Nenhum deles queria fazer um trabalho melhor que o outro, para não se colocar acima dos colegas.

Aquelas crianças não tinham sido formadas na cultura da competição, fruto do capitalismo, pois na aldeia tudo era comunitário. A professora é que estava acostumada com isso, pois vivia na cidade, onde cada um quer ser mais que o outro, ou até explorar o outro.

Há pessoas que matam muita gente, amontoam os cadáveres e sobem em cima, só para aparecer e dizer sorrindo: “Olhem aqui! Sou eu!” Mas impedem que olhem embaixo dos seus pés.

Aqueles alunos indígenas, apesar de crianças, deram uma grande lição à professora. Ensinaram que a competição pode destruir a fraternidade.

É assim que a sociedade atual passa para a geração mais nova a ideologia capitalista, competitiva e selvagem. É uma ideologia funesta. Ela "fabrica ricos cada vez mais ricos, às custas de pobres cada vez mais pobres" (Papa João Paulo II).

Felizmente o escândalo que aquela professora ia dar não “pegou”.

Maria Santíssima nunca fez pecado, muito menos escândalo. Peçamos a ela que nos ajude a por em prática o Evangelho do seu Filho.


A poça d’água no quarto

Certa vez, uma senhora entrou de manhã em um quarto de sua casa e viu uma poça d’água. Pegou logo um pano e um balde e enxugou a água.

No dia seguinte, lá estava novamente a poça d'água. Trouxe outra vez o pano e o balde e enxugou. Assim aconteceu durante vários dias.

Até que ela pensou: Vou procurar descobrir de onde está vindo esta água. Percebeu que saía de debaixo do guarda-roupa. Arrastou o guarda-roupa e viu um filetinho de água descendo a parede. Foi seguindo e descobriu uma rachadura na parede, de onde saía a água.

Chamou um encanador, este furou a parece e descobriu a causa. Era um cano de água que passava ali e estava furado. Foi só consertar o cano, não precisou mais enxugar água no quarto.

A poça d’água são os problemas sociais: Violência, injustiças, fome, miséria... Muitos olham para esses males e se esquecem de procurar as causas. A causa principal está na própria sociedade como um todo, da qual fazemos parte, e que é egoísta, exploradora e discriminatória.

Nós jogamos as pessoas no buraco, depois ficamos dizendo, lá de cima: “Está vendo onde você foi cair?” Sem nos lembrarmos que temos parte de culpa.

“Haverá no Céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15,7).


Príncipe cego escolhe esposa

Havia, na antiguidade, um rei que tinha dois filhos homens. Quando ficou idoso, chamou o filho mais velho e disse: “Eu quero passar a coroa para você. Por isso, procure uma moça que tenha as qualidades necessárias para ser uma boa rainha, e case-se”.

O moço começou a procurar no reino uma jovem com as qualidades desejadas pelo pai.

Depois de muito observar, ficou em dúvida entre duas garotas, igualmente magníficas. Elas eram belas, prendadas, educadas... Enfim, as duas preenchiam todas as suas expectativas. Mas o tempo foi passando e o príncipe não conseguia sair da dúvida.

Convidou-as então para morar no palácio. Quem sabe, pensava ele, numa convivência maior, seria mais fácil decidir. As duas toparam e foram morar no palácio.

Um dia, esse príncipe fez uma longa viagem e, na estrada, sofreu um acidente. Caiu do cavalo, bateu a cabeça numa raiz de árvore e ficou cego dos dois olhos. Que tragédia para um jovem tão distinto e com um futuro tão brilhante!

Voltando ao palácio, fez questão de renunciar seu direito à coroa, em favor do irmão mais novo, pois achava que um rei cego não poderia servir tão bem aos cidadãos.

Aos poucos, os seus amigos o foram abandonando e se aproximando do seu irmão.

O irmão mais novo promoveu um baile, no qual escolheria a sua esposa, a futura rainha. As duas moças foram também convidadas.

Uma delas, entretanto, não aceitou o convite. Ela disse que continuava disposta a casar-se com o príncipe mais velho, mesmo cego.

Quando o salão estava lotado, repleto de lindas garotas, o príncipe cego entrou, subiu no palco, enxergando perfeitamente, e disse a todos: “Eu tinha de tomar uma decisão muito difícil, pois duas jovens me encantavam. Fingi então a cegueira, a fim de testá-las. Agora decidi: Vou casar-me com a jovem que não está aqui. Ela será a futura rainha”.

A cruz não interrompe o amor verdadeiro. Pelo contrário, ela faz parte do amor.

A firmeza de Maria Santíssima, cujo coração foi transpassado pela espada de dor, seja exemplo para nós. E que ela nos ajude a seguir o seu Filho, para onde quer que ele vá (Cf Lc 9,57).


O papagaio que tossia sem parar

Certa vez, um papagaio começou a tossir. Tossia o dia todo. Como era um animal de estimação, o dono o levou ao veterinário. Este o examinou e disse para o seu dono, que estava fumando, e tossindo de vez em quando: “Não se preocupe com o papagaio. Ele está com a saúde perfeita”. “Então por que ele tosse tanto?" protestou o homem. O veterinário respondeu: “É porque ele está imitando o senhor”.

É assim. Nós temos facilidade em descobrir problemas nos outros, mas dificilmente percebemos a nossa participação nesses problemas. O pecado, especialmente o vício, perturba o nosso raciocínio e nos impede de admitir que erramos.

Maria Santíssima é imaculada, nunca caiu nessas tentações. Que ela nos ajude, especialmente a não caímos em vícios.


O ovo ao caixa do banco

Há muitos anos, um funcionário de um banco, que trabalhava no caixa, teve uma surpresa. Todo começo de mês, ele entregava o benefício da aposentadoria para uma senhora bem idosa. Sentia dó da vovozinha, pois a quantia era irrisória.

Entretanto, os dois não se conheciam e o seu relacionamento mensal com ela era sem palavras, apenas mecânico.

Um dia, ele teve uma surpresa. Depois que lhe entregou o dinheiro, ela introduziu sua mão enrugada no buraco do guichê e lhe deu um pequeno embrulho. “Moço, é um presentinho que trouxe para você”, disse ela. O funcionário agradeceu e ela foi-se embora.

Terminada a fila, ele desembrulhou o presente e teve uma surpresa: Era um ovo de galinha! O rapaz pensou, emocionado: Certamente, junto com o dinheiro, eu passei para ela um pouco de amor, senão este presente não teria passado de volta, pelo mesmo buraco do guichê.

É possível amar o próximo em qualquer situação, mesmo que os dois estejam separados por um vidro de caixa de banco.

A Bíblia nos trouxe poucas palavras ditas por Maria. Entretanto, elas são suficientes para nos mostrar que ela entendia muito das coisas de Deus, e também da vida humana, especialmente dos mais pequenos.


A casa mal construída

Havia, certa vez, um pedreiro que trabalhava numa firma construtora de casas. Já fazia muitos anos que trabalhava nessa firma. Era um ótimo pedreiro e construiu muitas e muitas casas, todas bem feitas.

Um dia, já idoso, ele chegou para o patrão e disse: “Eu peço as contas. Estou cansado. Vou parar de construir casas”.

O patrão, que gostava muito dele, disse: “Eu compreendo e aceito o seu pedido de demissão. Só lhe peço um favor: Construa apenas mais uma casa. Vou viajar, mas aviso a loja de material de construção para lhe fornecer todo o material necessário”.

O empregado concordou. Mas, como era a última casa que construía, resolveu “matar” o serviço. Fez pouco alicerce, as paredes ficaram tortas e a massa do reboco era quase só areia. A cobertura ficou pouco segura para chuvas e ele não fez as calçadas em volta. Resumindo, ficou uma casa mal construída.

Quando o patrão chegou da viagem, ele lhe entregou a chave. Mas o patrão lhe disse: “Meu amigo, eu quis fazer-lhe uma surpresa. Sei que você não tem casa e vive de aluguel. Agora tem. Esta casa é sua”. E lhe devolveu a chave.

Claro que o pedreiro arrependeu-se mil vezes de ter construído tão mal a sua própria casa.

Que não tenhamos um arrependimento semelhante quando Cristo vier ao nosso encontro para lhe prestarmos as contas.

“Ficai preparados, porque na hora em menos pensais, virá o Filho do Homem” (Mt 24,44).


Conversa de crianças converte pai

Certa vez, dois irmãozinhos, um menino e uma menina, estavam conversando na varanda da casa. O pai, que fora tirar uma soneca depois do almoço, acordou e ouviu a conversa.

A menina dizia: “Eu, quando crescer, vou ser como a mamãe: Serei leitora na Missa”. O menino falou: “Eu não. Quando ficar grande, vou ser como papai: Nem à Missa eu irei mais”.

Depois de ouvir a conversa, o pai não conseguia mais dormir. Virava para cá, virava para lá, nada. Daí para frente, ele mudou de vida e se tornou um católico praticante.

As crianças imitam os pais. No futuro, a menina quer ser igual a mãe e o menino igual o pai. Os pais ensinam mais com o exemplo do que com as palavras.


O sofrimento é 90% subjetivo

Certa vez, um homem foi internado em um hospital para ser operado das amígdalas. Ele estava triste, preocupado, nervoso e deprimido, devido ao medo da cirurgia.

Ao chegar ao quarto, com a sua mala, viu, na cama ao lado, outro homem internado. Este percebeu logo o nervosismo do colega e começou a animá-lo, dizendo palavras bonitas de alegria e de esperança.

A certa altura, o recém-chegado perguntou: “E você, por que está aqui?” Ele respondeu: “Amanhã serei operado do coração”.

Vemos, por aí, que o sofrimento e a preocupação são em grande parte subjetivos.

A Eucaristia é um alimento mais forte do que nós que a comemos. Ao contrário dos outros alimentos, ela é que nos transforma, tornando-nos outros Cristos. Quem comunga é capaz de enfrentar com serenidade os maiores problemas, sofrimentos e perigos, como fazia Jesus e também os santos mártires.

Maria Santíssima enfrentou de cabeça erguida os maiores obstáculos. Mãe da Dores, rogai por nós.


Frei Antônio de Montesinos

Frei Antônio de Montesinos era um padre da ordem religiosa dos dominicanos. Era espanhol e foi enviado para a República Dominicana em 1511.

Logo ao chegar, Frei Antônio ficou indignado com a maneira como os seus compatriotas tratavam os índios. Um dia, numa Missa de domingo, na qual estavam presentes as principais autoridades espanholas na ilha, ele disse:

“Todos aqueles que escravizam índios, ou que concordam com essa prática, cometem pecado mortal. Digam-me: Com que direito os senhores mantêm cativas essas criaturas inocentes? Não são pessoas humana e filhas de Deus?”

Ao ouvir essas palavras, os ouvintes ficaram atônitos. A homilia provocou um reboliço na ilha.

Logo após a Missa, foram ao convento dos dominicanos e pediram ao superior que mandasse de volta para a Espanha aquele frade revolucionário. O superior disse: “Vamos estudar o caso em Comunidade, a fim de resolvermos o que fazer”.

No domingo seguinte, a igreja estava lotada, com todas as autoridades espanholas, civis e militares, presentes.

O presidente da celebração foi o mesmo Frei Antônio. Mas, desta vez, todos os confrades dominicanos estavam ao seu lado. Na homilia, ele repetiu o que havia dito, e acrescentou: “Nós, os religiosos dominicanos aqui presentes, decidimos não dar a absolvição a qualquer espanhol que tem escravos”. E continuou a Missa.

Foi outro reboliço. Dias depois, chegaram ao rei da Espanha cartas pedindo a expulsão dos frades dominicanos da República Dominicana. A corte se dividiu, mas um ano depois, em 1512, o rei convocou a Junta de Burgos, e reconheceu o direito dos índios à liberdade. A decisão foi logo esquecida.

Entretanto, a homilia do Frei Antônio produziu outro efeito: Os índios ficaram sabendo e tomaram consciência da sua dignidade. Dali para frente, já não foi mais tão fácil escravizá-los.

Que bom se houvesse hoje profetas como o Frei Antônio de Montesinos! Certamente teríamos menos injustiças sociais e menos exploração dos pobres.


O boi de piranha

Antigamente, o gado era deslocado de um local para outro a pé. Grandes rebanhos caminhavam durante vários dias, conduzidos pelos “peões de boiada”, até o destino.

Os grandes rios não tinham pontes, e o gado atravessava nadando.

Vários rios tinham piranhas. Nesses casos, os peões jogavam antes um boi no rio. Todo o cardume de piranhas se reunia para devorar aquele boi, e enquanto isso a boiada atravessava sem ser atacada. Daí surgiu a expressão “ser boi de piranha”.

É uma pessoa que se sacrifica, ou é sacrificada, pelo bem dos outros. O cristão, muitas vezes, se torna boi de piranha, pois se sacrifica para que outros sejam salvos.


“Vós não entendeis nada! Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” (Jo 11,49-50).

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