HISTÓRIAS DE VIDA-SETEMBRO
Não
pesa, é meu irmão
Certa vez, uma
menina, de nove aninhos, que morava na roça, chegou à escola carregando o seu irmão.
Ele, apesar de ser mais novo que ela, era bem pesado.
Ao ver a cena,
a professora disse para a menina: “Pesado esse menino, hein?” Ela respondeu:
“Não, não pesa. Ele é meu irmão!”
O amor é assim.
Ele torna leve o que é pesado, fácil o que é difícil, alegre o que é triste,
bonito o que é feio...
“O amor tudo
desculpa, tudo compreende, tudo suporta. O amor não acaba nunca” (1Cor 13).
“O amor é
forte, é como a morte. Suas chamas são chamas de fogo, faíscas de Deus no
mundo. As águas da torrente jamais poderão apagar o amor, nem os rios afogá-lo”
(Ct 8,6-7).
Para quem ama
a Deus, todas as cruzes decorrentes desse amor são leves, e doces como o mel.
O amor é uma
das palavras mais deturpadas no mundo pecador. Que Maria Santíssima, a mãe do
belo amor, nos ensine o que é amar.
Príncipe
escolhe moça para se casar
Havia, certa vez, um príncipe
que tinha tudo o que uma moça sonha em um futuro marido: Elegância,
inteligência, educação, amor, honestidade, não tinha vícios...
Ele quis se casar, e gostaria
de ter uma esposa bastante sincera e honesta. Para esta escolha, consultou um
sábio.
O príncipe publicou, no reino,
a notícia de que desejava se casar, e que as moças candidatas fossem ao palácio
dia tal.
No dia marcado, o auditório do
palácio ficou repleto de lindas garotas.
Então o príncipe deu a cada uma
um punhadinho de sementes de flores e disse: “Peço a vocês que plantem essas
sementes e, dia tal, voltem aqui, trazendo as flores. Aquela que trouxer a flor
mais bonita será minha futura esposa”.
No dia marcado, o auditório
ficou novamente cheio e belíssimo. As jovens trouxeram flores, cada uma mais
bonita que a outra. Havia rosas, crisântemos, cravos, copos de leite, violetas,
palmas, orquídeas...
No meio das jovens estava a
filha de uma empregada doméstica. Ela estava triste, porque não havia trazido
nenhuma flor.
O príncipe cumprimentou uma por
uma. Quando se aproximou desta menina, ela disse, quase chorando: “Desculpe,
príncipe. Eu plantei, reguei, mas as sementes não nasceram!”
No fim, o príncipe anunciou a
todas que aquela jovem ia ser a sua esposa. E contou: Todas as sementes eram
estéreis. Portanto, aquela foi a única moça que disse a verdade.
Como é importante, no casamento,
os dois serem verdadeiros e sinceros um com o outro!
Rei
testa filhos para escolher sucessor
Havia, na
antiguidade, um rei que era sábio. Ele tinha três filhos, e resolveu fazer um
teste para ver a qual deles passaria a coroa.
Chamou-os, deu
a cada um uma boa soma de dinheiro, a mesma quantia para os três, e disse: “Quero
que vocês saiam pelo mundo afora; aquele que realizar a obra mais bela será o
meu sucessor.” Eles saíram.
O mais velho
encontrou um pobre e deu a ele a metade do dinheiro que trazia. Voltou e contou
ao pai. Este lhe disse: “Você fez uma boa obra, filho, mas o dinheiro é exterior
a nós mesmos”.
O segundo
chegou dias depois e disse: “Pai, caminhando à beira-mar, vi um homem se
afogando. Atirei-me no mar e o salvei. Arrisquei-me e quase morri afogado”. O
pai respondeu: “Você fez bem, filho; arriscou a sua vida pelo próximo”.
Dias depois,
chegou o mais novo. Emocionado, ele disse ao pai: “Pai, não quero a coroa. Pode
dá-la a um dos meus irmãos. Porque eu já obtive a felicidade”. “O que você fez,
filho?” perguntou o pai. Ele disse: “Eu estava atravessando uma ponte e
encontrei um inimigo meu pendurado nela. A correnteza era muito forte e ele ia
morrer. Eu o salvei”.
O pai também
ficou emocionado. Chamou os outros dois e disse: “O mais velho será o ministro
das finanças. O do meio será o ministro do governo. E o mais novo receberá a
coroa, porque a virtude principal de um governante é saber perdoar os inimigos
e tratar a todos com igualdade”.
De fato, a
primeira qualidade do chefe é zelar pelo bem de todos, especialmente dos seus
inimigos e dos excluídos. Assim, os próprios súditos, unidos e valorizados,
construirão o progresso e a felicidade de todos.
Uma
luz no coração do idoso
Havia, certa vez,
um velho que morava sozinho. Ele era bastante idoso. Seus parentes mais próximos
haviam falecido, e os mais distantes o abandonaram. Sua casa era desarrumada e
suja.
Uma senhora,
líder da Comunidade local, de vez em quando o visitava.
Um dia, ela lhe
pediu: “Posso limpar a sua casa?” “Estou bem assim”, respondeu o homem. Ela
falou: “Pois vai ficar ainda melhor”. Ele concordou.
A líder lavou
os talheres e panelas que estavam na pia, alguns há semanas ali, sujos. Depois
varreu a casa.
Debaixo das
roupas sujas, ela encontrou uma lamparina inteiramente coberta de poeira. Pelo
jeito, já fazia anos que não era acendida, apesar de ter ainda um pouco de
querosene.
“O senhor
acende esta lamparina?” perguntou a senhora. “Eu não preciso de luz”, foi a resposta.
“O senhor a acenderia todas as noites, se eu vier aqui visitá-lo?” “Naturalmente”,
respondeu ele.
Daquele dia em
diante, a líder todas as noites o visitava, e ele acendia a lamparina. Dois
anos se passaram. Um dia a líder teve de viajar, e ficou vários dias fora.
Na volta,
encontrou o seguinte bilhete do velho: “Contem para a minha amiga que a luz que
ela acendeu na minha vida continua brilhando”.
Quando
mostramos amor a uma pessoa idosa, acendemos uma luz no seu coração. Uma luz de
esperança, de alegria e de gosto de viver.
“Cuida do teu
pai na velhice e não o abandones. Mesmo que ele fique caduco, sê compreensivo e
não o desprezes, pois a caridade feita ao pai não será esquecida, e valerá como
reparação pelos pecados que tiveres cometido” (Eclo 3,12-14).
Espantando
elefantes
Certa vez, um
homem estava, com sua espingarda, dando tiros para cima.
Veio um guarda
e lhe perguntou: “O que você está fazendo aí, dando tiros para cima?” Ele
respondeu: “Estou espantando elefantes”.
O guarda olhou
em volta e disse: “Mas eu não estou vendo nenhum elefante!”. “É sinal que eu já
espantei todos”, disse o homem.
Nós vivemos na
cultura do medo. Vemos inimigos e perigos até na sombra.
“Eu corro, não
como às tontas. Eu luto, não como quem golpeia o ar” (1Cor 9,26).
O livro Dom
Quixote, do escritor espanhol Cervantes, apresenta Dom Quixote como um soldado cavaleiro
muito valente. Como não encontrava um inimigo mais valente que ele, um dia,
fabricou um boneco e o pendurou numa árvore, bem no meio do mato. Desse sim,
ele tinha medo. Ao ver aquele “inimigo”, fugia a galope.
Menino
chora com idoso
Havia, certa
vez, um menino que tinha um vizinho bem idoso e que era seu amigo.
O garoto
gostava de ir à casa deste senhor. Os dois se sentavam juntos, num banquinho na
frente da casa, e o velho contava histórias do “seu tempo”. Eram os dois
extremos da vida que se tocavam.
Um dia, o
menino demorou para voltar para casa, e a mãe se inquietou, mas foi logo à casa
do senhor idoso.
Ao se
aproximar, viu que os dois estavam sentados no banquinho, chorando. A mãe ficou
preocupada e, na volta para casa, perguntou por que ele chorava. O menino
disse:
“Morreu uma
irmã dele e, devido à distância, ele não pôde ir ao enterro. Por isso ele
chorava. E eu estava ajudando-o a chorar”.
Que Maria
Santíssima, a Consoladora dos Aflitos, e que estava de pé junto à cruz do seu
Filho, nos console em nossas tristezas, e interceda junto de Deus por nós, a
fim de que ajudemos os nossos irmãos e irmãs a chorar. Afinal, “consolar os
aflitos” é a quarta obra de misericórdia, que aprendemos no catecismo.
Cornélia,
mãe dos gracos
Certa vez, na
Roma antiga, houve uma festa de gala. Dessas em que todo mundo aparece com as
suas melhores roupas, e as mulheres com as suas joias mais preciosas.
Naquela festa,
caiu na vista de todos a Cornélia. Ela chegou vestida com extrema simplicidade,
trazendo seus dois filhos. Sentou-se à mesa, colocou o menor no colo e abraçou
o outro, que estava recostado em seu coração.
Uma das
madames presentes disse a ela: "Cornélia, você esqueceu as suas joias?"
Ela respondeu: "Não me esqueci. Eu as trouxe. São estes meus filhos".
E os abraçou.
Cornélia era
uma das mulheres mais belas de Roma. Seu esposo chamava-se Graco. Os dois
filhos ficaram conhecidos como “Os Gracos”. Eles se tornaram cidadãos notáveis
em Roma, e o povo sabia que era devido à sua mãe, a Cornélia.
Mais tarde,
foi erguida, numa praça de Roma, uma estátua de Cornélia com os dois filhos e
os dizeres: “Cornélia, mãe dos Gracos". A frase já dizia tudo: Os gracos
foram o que foram, graças à mãe.
O nosso grande
poeta Tobias Barreto chamou a Pátria Brasileira de “Cornélia, mãe de cem
Gracos”. Com isso, ele quis aludir aos muitos heróis que a nossa Pátria gerou.
Maria
Santíssima é outra mãe que viu nos filhos as suas joias. O primeiro deles é de
valor infinito, pois é Deus encarnado. Que ela interceda pelas mães brasileiras.
“Não ajunteis
tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões
assaltam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no Céu” (Mt 6,19-20).
O
homem que perdeu seus documentos
Certa vez, um
célebre pintor estava viajando no exterior, e perdeu todos os seus documentos:
Passaporte, CPF, Identidade, Título de Eleitor... Tudo.
No aeroporto,
foi barrado. Explicou o caso para a polícia. Ao explicar o que aconteceu, ele
disse: “Sou pintor profissional”.
O Comissário, para
comprovar se suas declarações eram verdadeiras, usou de uma estratégia:
Providenciou uma tela, cavalete, tintas e pincéis, e pediu a ele que pintasse
ali, na hora, o que via pela janela. O homem aproximou a tela da janela e
começou o serviço.
Uma hora
depois, surgiu um lindo quadro com duas mulheres vendendo frutas em suas bancas
e as flores do jardim.
A autoridade
assinou embaixo do quadro, carimbou-o e entregou a ele, dizendo: “Este é, aqui em
nosso País, o seu documento de identidade. Pode viajar tranquilo, que tem todas
as portas abertas”.
“Nisto todos
conhecerão que sois os meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo
13,35). A nossa identidade de cristãos católicos é o amor. Portanto, ela não é
comprovada através de nenhum papel, mas da nossa vida prática.
O
rei preocupado com a segurança
Havia, na
antiguidade, um reino cujo povo estava sofrendo muito por causa da violência.
Havia constantes assaltos, roubos, assassinatos, brigas...
O rei mandou
um emissário viajar pelo mundo, a procura de um reino onde o povo vivesse em
paz, e copiar a estratégia deles.
Depois de
muito viajar, o emissário foi informado de um reino onde não havia roubos, nem
assaltos, nem assassinatos, nem qualquer outro tipo de violência. Ele viajou
até esse reino e lá permaneceu durante alguns dias. Viu que a informação era correta.
Conseguiu,
então, uma audiência com o próprio rei, a fim de saber a tática usada. Depois
voltou para o seu país.
Ao chegar, seu
rei foi logo perguntando:
- “Então, você
encontrou?”
- “Sim”.
- “Qual é a
altura das muralhas das cidades?”
- “As cidades
não têm muralhas”.
- “Como é o
treinamento da polícia?”
- “Eles não têm
polícia”.
- “Os cães,
como que são adestrados?”
- “Lá não vi
nenhum cão feroz”.
- “As grades
que cercam as casas, qual a altura delas?”
- “As casas
não têm grades nem muros”.
- “Como são as
fechaduras das portas das residências?”
- “As portas
não têm chaves”.
- “Como que é
possível isso? Você descobriu a razão?”
- “Sim, Majestade.
Lá eles decidiram viver como irmãos”.
Este foi o
sonho de Jesus, e é o nosso sonho. Uma sociedade transformada a partir do
coração das pessoas. Chamamos esse reino de Reino de Deus.
“Deixo-vos a
paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14,27).
Rainha da Paz,
rogai por nós.
Monge
faz malabarismo para Jesus
Certa vez,
Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, desceu à terra para visitar um
mosteiro. Os monges ficaram muito felizes com a visita.
Organizaram uma
fila e, um a um, ao se aproximar, prestava a sua homenagem. Um recitava uma poesia
feita por ele, outro mostrava uma pintura, outro cantava uma música de sua
autoria, houve um que recitou de cor a lista dos livros da Bíblia etc.
No final da
fila, estava um monge muito simples e humilde, que ainda não tivera chance nem
de aprender a ler. Os colegas ficaram preocupados, com medo de ele dar fora,
comprometendo a imagem do mosteiro. Quiseram até convencê-lo a sair da fila.
Mas ele fez questão de prestar sua homenagem ao Menino Jesus e à sua mãe.
Quando chegou
a sua vez, ele não disse nada. Apenas pegou cinco laranjas que trazia nos bolsos
e começou a jogá-las para cima e pegá-las todas, sem deixar nem uma cair no
chão. Isso em meio a belos gestos de malabarismo.
Aquele monge
havia trabalhado em um circo antes de entrar no convento, e foi lá que
aprendera essas coisas.
E sabe o que
aconteceu? O Menino Jesus riu e bateu palmas, coisa que não fizera em nenhuma
das apresentações anteriores.
No final,
Maria Santíssima estendeu os braços e ofereceu o Filho para ele pegar um pouquinho,
coisa que não havia feito com nenhum dos outros monges.
A ciência e os
conhecimentos são importantes, mas muito mais importantes são as nossas ações e
os nossos gestos de amor, mesmo que esses gestos sejam feitos unicamente para
divertir o nosso próximo, fazendo-o rir.
A Encarnação
aconteceu graças à obediência de duas pessoas: Do Filho eterno do Pai, que
disse: “Eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa vontade (Sl 39,8). E da sua
Mãe, que disse: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim conforme a tua palavra”
(Lc 1,38).
A
senhora que vivia na eternidade
Havia, certa
vez, uma senhora idosa que era muito prestativa.
Um dia, ela
estava fazendo almoço, apareceu-lhe um anjo e disse: “Chegou a sua hora. Vim
buscá-la para a eternidade”. Ela respondeu: “Por favor, sr. anjo, espere um
pouco. Preciso antes terminar este almoço, senão muitas pessoas vão ficar sem comer!”
O anjo concordou. Deu um sorriso e foi embora.
Meses depois,
ela estava no jardim, plantando flores, e lá vem o anjo outra vez: “Vim buscar
a senhora”, disse ele. Ela respondeu: “Tudo bem, mas daria para o senhor
esperar uns dias, até eu deixar este jardim bem bonito?” O anjo concordou, deu
um sorriso e se afastou.
Depois de um
bom tempo, o marido dela ficou doente, de cama, e precisava dela para tudo. De
novo lhe aparece o anjo e lhe fala: “Está pronta agora?” Ela ficou sem jeito,
mas disse: “Querido anjo, agora não. Veja meu esposo como está. Ele iria sofrer
muito”. O anjo deu-lhe um belo sorriso e retirou-se.
Passaram-se
dez anos. O marida já havia morrido. Ela, velhinha, andava apoiada em uma
bengala. E sempre pensando: “Se aquele anjo aparecer, agora eu aceito”. Mas
nada de anjo. Então, um dia, ela rezou: “Anjo amigo, por que não vem me buscar
para a eternidade? Não vê que agora não tenho mais nada a fazer?”
Na mesma hora,
o anjo lhe apareceu e disse: “Querida, não se preocupe. Desde a primeira vez
que a visitei, a senhora já estava na eternidade”.
Poucos dias
depois, aquela admirável senhora fechou calmamente os olhos e passou para a
outra vida.
De fato, o
amor nos realiza, nos plenifica, nos preenche. Quem ama de verdade é puro, já
está com Deus, mesmo antes de morrer, porque Deus é amor.
O
saco de moedas
Certa vez, um
homem perdeu um saco de moedas. Ele ficou desesperado, e percorreu a vizinhança
dizendo: “Se alguém achar um saco de moedas, é meu”.
Horas depois,
um rapaz o procurou com o saco de moedas nas mãos. O homem olhou e viu logo: É
esse mesmo. E ele sabia quantas moedas havia dentro do saco: Quatrocentas
moedas.
Mas o homem pensou
consigo: Vou dizer que havia quinhentas, assim fico livre de dar uma gorjeta
para este moço.
Pegou o saco e
disse: “Muito obrigado. Você encontrou o meu saco de moedas. Vou contar para
ver se estão todas aqui. Havia quinhentas moedas neste saco”.
Contou e só
encontrou quatrocentas. Então disse ao rapaz: “Não há problema. O importante é
que você achou. Muito obrigado”.
O rapaz saiu
dali, mas logo pensou: Passei por ladrão. O meu nome é limpo aqui no bairro, e
logo todo mundo vai ficar sabendo disso, e pensar que fiquei com cem moedas. Então
foi ao juiz e expôs o caso.
O juiz mandou
chamar o homem que ficou com o saco de moedas, e mandou que as trouxesse. O
homem veio e o juiz lhe perguntou:
“Quantas
moedas havia no saco que o senhor perdeu? Ele respondeu: “Quinhentas”. “E
quantas estavam neste saco que o rapaz lhe entregou?” perguntou o juiz. Ele
respondeu: “Quatrocentas”. “Então não é o seu”, disse o juiz. “Pode devolver ao
moço o saco de moedas. Quando aparecer o dono, ele o entregará”.
Jesus é a
verdade, e quem quer segui-lo deve também dizer sempre a verdade. O mentiroso
acaba se dando mal, porque mentira tem perna curta. “A verdade vos libertará”
(Jo 8,32). O melhor é administrar bem as nossas moedas aqui da terra, para, com
elas, ganhar a grande moeda que é o Céu.
Líder
vale mais que um Real
Certa vez, um
líder de uma Comunidade entrou em um ônibus urbano. O ônibus não tinha cobrador.
Quem recebia as passagens era o motorista.
Quando ele
estava já sentado, foi conferir o troco e viu que havia um Real a mais. Veio a
tentação de ficar com aquele dinheiro. Mas, após uma pequena oração, decidiu: Vou
devolver. Quando o ônibus parou no ponto seguinte, ele foi lá na frente e
devolveu ao motorista a moeda de um Real.
O motorista a
pegou e lhe disse, sorrindo: “Foi de propósito que dei para o sr. este dinheiro
a mais. Eu estou pensando em voltar a participar da Comunidade e, como o sr. é
um dos líderes lá, eu resolvi fazer este teste para ver como que é a sua consciência.
Mas valeu. Muito obrigado. Pode me aguardar no próximo domingo”.
Depois que o
líder desceu do ônibus, rezou emocionado: “Ó Senhor, por pouco eu não vendi o
seu Filho por um Real!”
“Vós sois o
sal da terra. Ora, se o sal perde seu sabor, com que se salgará?” (Mt 5,13).
“Aos anciãos
entre vós, exorto eu, ancião como eles: ...Sede modelos do rebanho” (1Pd
5,1-3).
Bispo
desafia paróquia sem padre
Certa vez, uma
paróquia ficou sem padre. Eram os padres das paróquias vizinhas que iam lá presidir
às Missas principais, e nas outras faziam o Culto Dominical.
A paróquia era
grande, cheia de movimentos e de pastorais, mas, apesar disso, ficou sem padre.
A diocese não tinha um padre para assumir aquela paróquia.
E o pior é que
no seminário diocesano não havia nenhum seminarista daquela paróquia. Ela tinha
até faculdades, mas ser padre ninguém queria.
Um dia, o
próprio Bispo teve de ir lá, a fim de presidir à principal Missa do domingo, às
19 horas. A igreja estava, como sempre, lotada.
Terminada a Missa,
o Bispo falou: “No dia em que vocês colocarem um filho desta paróquia no seminário,
eu mandarei um padre para cá”.
Aquilo chocou
o povo, que estava como que dormindo e não havia percebido isso, que no seminário
não havia nenhum seminarista de lá.
E começaram a
se preocupar. Nos Cultos Dominicais, colocavam uma estola sobre o Altar e
rezavam, pedindo que Deus suscitasse nas famílias dali, vocações sacerdotais.
Nos Terços rezados nas casas, as famílias pediam: “Chama, Senhor, mesmo que
seja alguém da nossa família!”
Resultado: Em
pouco tempo começaram a surgir rapazes e adolescentes querendo fazer a
experiência no seminário.
O padre de
amanhã, hoje mora na sua casa.
“Deixe uma
cidade sem padre e, em pouco tempo, aquele povo vai adorar animais” (S. João
Vianei).
Filho
entra no mau caminho
Certa vez, uma
mãe procurou o padre e disse, chorando: “Meu filho entrou no mau caminho!” E
contou coisas tristes que ela descobriu.
O padre
perguntou:
- “Seu filho
participa da Missa?”
- “Não!”
- “Ele reza em
casa com a família?”
- “Também
não!”
- “Então tudo
normal”.
- “Como
normal? O sr. acha normal tudo isso que meu filho está aprontando?”
- “Não é isso
que é normal. O normal é que um jovem que não reza e não participa da
Comunidade caia no mau caminho”.
Após esse
diálogo, o padre orientou e deu conforto para aquela pobre mãe.
Jesus nos
alertou sobre isso: A ovelha que se separa do rebanho, o lobo pega (Cf Jo 10).
“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá
fruto em mim, meu Pai corta” (Jo 15,1-2). E se um galho é cortado da árvore,
naturalmente vai secar e irá para o fogo.
O que seria de
se estranhar é se aquele jovem participasse da Missa e rezasse, e, no entanto,
começasse, por exemplo, a usar drogas. Estaria desmentindo Jesus, que disse que
é o bom Pastor e defende as ovelhas que estão no seu rebanho.
Como seria de
se estranhar, se alguém não fosse à Missa nem rezasse, e o lobo não pegasse,
isto é, não se desviasse do caminho da verdadeira felicidade. Também estaria
desmentindo Jesus que disse que a ovelha que se separa do rebanho, o lobo pega.
O
raio da bicicleta
Certa vez, um
raio de uma bicicleta resolveu abandonar o seu trabalho. Ele pensou: São tantos
raios ao meu lado, todos presos no eixo e segurando a roda, um a menos não vai
fazer falta. E foi embora.
Mas aquele
raio estava enganado. O dono da bicicleta colocou a sua filha na garupa e foi
levá-la à escola. A estrada era esburacada e cheia de pedras. No caminho, a
roda entortou, os dois caíram e se machucaram.
Todas as
funções na Comunidade são importantes. Ela é como um time de futebol. É o time
de Cristo. Não há ninguém que não tenha recebido uma função específica.
Maria
das dores visita sua colega
Havia, certa
vez, uma senhora que se chamava Maria. Ela era casada e tinha três filhos.
O marido aprofundou-se
na bebida e, com isso, perdeu o emprego. Ele passava o dia no bar, esquecendo-se
da família. Assim, a Maria e os filhos começaram a passar necessidade.
Um dia, ela
não tinha nada em casa para as crianças comerem. Então foi até uma igreja de N.
Senhora das Dores, e disse a Maria Santíssima: “N. Senhora das Dores, eu sei
que a senhora me entende, porque eu também sou Maria das dores. Vim pedir a sua
ajuda...” E começou a chorar.
Uma senhora,
que estava na igreja, viu que ela estava chorando e aproximou-se para ajudá-la.
Sentou-se ao lado da Maria, pôs a mão no seu ombro e perguntou qual era o
problema. A Maria explicou a sua situação.
A mulher lhe
disse: “Nós temos, aqui na Paróquia, assistência social!” A partir daí, ela
começou a receber, todo mês, uma cesta básica, roupas, visitas da equipe de
assistência social etc. O mundo se abriu para a Maria, graças à sua visita a N.
Senhora das Dores.
N. Senhora das
Dores entende e está ao lado de todas as pessoas que sofrem dores, porque ela
também sofreu. “Uma espada de dor te transpassará a alma” (Lc 2,35).
“Bendita
sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores”.
Os
dois pretendentes à linda moça
Havia, certa
vez, em um bairro, uma moça bonita, mas bonita mesmo. Ela tinha dois pretendentes.
Estava confusa sobre qual dos dois escolher.
Um deles
falava a respeito dela para seus amigos e para todos que encontrava. Elogiava
seus olhos, seus cabelos, seu sorriso, seu corpo lindo, sua voz, suas ideias...
Enfim, tudo. Em todos os ambientes sociais que ele frequentava, elogiava a garota.
Um dia, ele
recebeu um convite para a festa de noivado dela com o outro pretendente. Ficou
chocado e triste.
Quando seus
amigos lhe perguntavam por que isso aconteceu, ele dizia: “Enquanto eu falava a
respeito dela para os outros, ele falava com ela!”
O mesmo vale
em nosso relacionamento amoroso com Deus. Além de falar para os outros de suas
qualidades maravilhosas, vamos falar diretamente com ele, senão o perderemos.
Vamos nos aproximar de Deus, conversar, gastar tempo com este nosso maior amigo.
“A vós, ó Deus,
louvamos, a vós, Senhor, cantamos. A vós, eterno Pai, adora toda a terra!”
(Hino Te Deum)
Como
vender diamantes
Certa vez, um
famoso negociante de diamantes ficou sabendo que um magnata europeu,
colecionador de diamantes, estava interessado em certa espécie de diamante para
acrescentar à sua coleção.
O negociante
telefonou a ele, dizendo que acreditava ter aquela pedra perfeita, e convidou-o
a vir até a sua loja, no Brasil.
O colecionador
tomou o avião e veio imediatamente. O negociante contratou um vendedor
especializado em pedras preciosas, para lhe mostrar o diamante.
Quando o
vendedor mostrou a preciosa pedra ao colecionador, destacou todas as suas
excelentes características técnicas.
O colecionador
escutou-o, elogiou a pedra, mas recusou-se dizendo: “É uma pedra maravilhosa,
mas não é exatamente aquilo que procuro”.
O dono da
loja, que estava observando à distância a apresentação, deteve o colecionador a
caminho da porta e perguntou: “Importa-se se eu lhe mostrar aquele diamante mais
uma vez?” O colecionador concordou, e o comerciante mostrou-lhe a pedra.
Contudo, em
vez de falar das características técnicas, falou espontaneamente a respeito da
sua admiração pelo diamante e de sua rara beleza. Inesperadamente, o europeu
mudou de ideia e comprou o diamante.
Enquanto
esperava que o diamante fosse embalado e entregue, o colecionador voltou-se para
o dono da loja e perguntou: “Por que comprei de você, quando não tive nenhuma
dificuldade para dizer não ao seu vendedor?”
O lojista
respondeu: “Aquele vendedor é um dos melhores no mercado e conhece bem mais do que
eu a respeito de diamantes. Mas eu lhe pagaria o dobro se incutisse nele algo que
tenho e ele não tem. Ele conhece diamantes, eu sou apaixonado por eles”.
O mesmo vale
em nosso testemunho cristão. Podemos saber a Bíblia de cor, e conhecer toda a
cristologia, mas se não amarmos a Palavra de Deus e a Jesus Cristo, não
convenceremos ninguém.
O
homem que rezava durante a enchente
Certa vez,
houve uma enchente numa cidade, e uma casa, construída numa baixada, começou a
ser inundada. Nela havia apenas um homem.
Este senhor
começou a rezar para a chuva parar. Mas a chuva não parava. E ele rezava
pedindo a Deus que parasse a chuva. Entretanto, a água foi subindo... até
chegar à sua cintura.
Apareceu uma
canoa. O canoeiro gritou: “Ei! Entre aqui!” Ele disse: “Não! Estou rezando e o
Senhor vai me ajudar”. E a água subindo.
Logo ele teve
de subir no guarda-roupa. Apareceu um barco a motor. Chamaram-no, mas ele deu a
mesma resposta.
Minutos
depois, o homem teve de subir em cima do telhado. E a chuva não parava, nem ele
parava de pedir para Deus parar a chuva.
Com a água já
nos joelhos, apareceu um helicóptero. Desceram uma cadeirinha até ele numa
corda. Mas ele deu sinal que não ia, porque estava rezando para a chuva parar.
Aconteceu que
a chuva aumentou, o homem foi levado pela correnteza, não sabia nadar e morreu
afogado.
Logo que
chegou ao Céu, já foi brigando com o primeiro que encontrou, que foi S. Pedro:
“Deus não atendeu à minha oração!” disse ele. S. Pedro respondeu: “Como não
atendeu, filho, se Deus lhe mandou a canoa, o barco a motor e até o helicóptero?”
“Pedi e vos
será dado. Procurai e achareis. Batei e a porta vos será aberta. Pois todo
aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será
aberta” (Mt 7,7-12). Mas Deus nos atende, não diretamente, e sim através das
pessoas e dos recursos que ele deixou na terra, como essa canoa, esse barco a
motor e esse helicóptero.
Outro aspecto
da oração é que Deus dá o melhor para nós, que nem sempre é aquilo que pedimos.
A inteligência dele é maior que a nossa, e ele conhece o futuro. Por isso, a
hora melhor de recebermos uma graça pode ser não agora, mas daqui a vinte anos,
por exemplo.
Maria
Santíssima sabia rezar. Ela pedia a graça de fazer a vontade de Deus, não de
Deus fazer a vontade dela: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim
conforme a tua palavra” (Lc 1,38). Em outras palavras: Sou a tua escrava. Pode
fazer de mim o que o Senhor quiser e quando quiser.
“Ensina teu
povo a rezar, Maria Mãe de Jesus”.
O
cientista e a pinguela
Havia, certa
vez, um cientista que era um dos homens mais cultos do seu país. Ele era
conhecido mundialmente, devido aos seus livros e publicações científicas.
Um dia, este
senhor foi visitar um parente pobre, que morava em uma região rural bem
afastada da cidade.
A família
ficou muito feliz em receber o ilustre parente, e foram, a pé, visitar um
vizinho.
Tiveram de atravessar
um córrego largo, onde havia uma pinguela. O córrego não dava pé e a correnteza
era forte. As crianças passaram com facilidade, as mulheres e até pessoas
idosas. Mas o cientista ficou inseguro, porque nunca havia passado em uma
pinguela daquele tamanho. Entretanto, disfarçou seu medo e começou a
atravessar.
Mas,
infelizmente, bem no meio do córrego ele desequilibrou-se, caiu na água e
morreu.
Aquele senhor
entendia das altas ciências, mas não sabia passar numa pinguela!
Que Maria
Santíssima nos dê a mão, na travessia mais importante da nossa vida, que é para
a eternidade.
Bichos
elegem seu chefe
Certa vez,
numa floresta, a bicharada se reuniu para eleger o seu chefe. O leão é, por
natureza, o rei dos animais. Mas havia três leões. Qual deles seria eleito o
rei?
Os leões
comentaram entre si e disseram: “É verdade. Uma floresta não pode ter três
reis. Precisamos decidir qual de nós será o rei”.
Mas como fazer
isso? Essa era a grande questão. Lutar entre si eles não queriam, pois eram
muito amigos.
A bicharada se
reuniu e decidiram: A solução está na montanha difícil. Os três deverão escalar
a montanha. Aquele que atingir o pico primeiro, será o nosso rei. A montanha
era a mais alta entre todas naquela floresta. O desafio foi aceito.
No dia
combinado, milhares de animais cercaram a montanha para assistir à grande
escalada.
O primeiro
tentou, não conseguiu. O segundo tentou, não conseguiu. O terceiro tentou, não
conseguiu.
Os animais
estavam curiosos e impacientes. Afinal, qual dos três leões será o nosso rei,
já que os três foram derrotados?
Foi nessa hora
que uma águia idosa e de grande sabedoria, pediu a palavra e disse: “Eu sei
quem deve ser o rei. Eu voava sobre eles e escutei o que disseram para a
montanha, ao serem derrotados por ela.
O primeiro
disse: ‘Montanha, você me venceu’. O segundo falou: ‘Montanha, você me venceu’.
O terceiro reagiu diferente. Ele disse: ‘Montanha, você me venceu, por enquanto’.
A diferença”,
continuou a águia. “É que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da
derrota. E quem pensa assim é maior que seu problema. É rei de si mesmo,
portanto está preparado para ser o rei dos outros”.
Os animais
aplaudiram entusiasticamente o terceiro leão, e ele foi coroado rei da
floresta.
As montanhas
difíceis sempre estarão em nosso caminho e sempre nos parecerão
intransponíveis. Uma atitude positiva diante das dificuldades é que faz a diferença.
Um problema só vencerá você, se você deixar. Com Deus, nós somos maiores que
todas as montanhas.
“Em tudo isso
somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou” (Rm 8,37).
Os
rastos do leão
Certa vez, um
rapaz universitário perdeu-se numa floresta. Depois de muito andar, encontrou a
casa de uma família, que o acolheu com muito carinho.
Antes de
dormirem, numa conversa, ele contou que era ateu, que não acreditava na
existência de Deus. Ninguém comentou nada sobre isso.
No outro dia
cedo, o dono da casa arrreou dois cavalos e foi levá-lo até a estrada onde
passava o ônibus.
No caminho, o
senhor disse ao jovem: “Tome cuidado, existe um leão aqui perto”. O rapaz
perguntou assustado: Como que o senhor sabe? “Olhe os rastos dele aí no chão”,
disse o homem.
Depois falou
para o rapaz, num tom sério: “Agora, olhe para cima. Você está vendo este céu
azul? São os rastos de Deus. Ele também está por perto. Tome cuidado!”
“São
insensatas todas as pessoas que não conhecem a Deus. Partindo dos bens
visíveis, não são capazes de conhecer aquele que é, nem tampouco, pela
consideração das obras, chegaram a conhecer o artífice” (Sb 13,1).
A
bailarina persistente
Havia, certa
vez, uma jovem que tinha um sonho: ser bailarina. Os rapazes até já haviam se
retirado da vida dela, pois percebiam que a paixão daquela garota era somente
ser bailarina. Até sonhava, vendo-se dançando em um palco.
Um dia, ela
teve a sua grande chance: Apareceu a inscrição para uma companhia de balé, de
fama internacional. Ela se preparou ao máximo para o dia do teste.
Entretanto,
terminada a apresentação, o diretor da companhia lhe disse que ela não estava
selecionada. A menina caiu em prantos. Foi o fim do seu maior sonho na terra.
Esforçou-se ao máximo, expressando tudo o que sabia e toda a sua capacidade
artística, mas nada. Foi como se sua vida inteira desabasse.
Na longa
viagem de volta para casa, em meio às lágrimas, ressoava sempre em seus ouvidos
aquele ‘não’ do diretor.
Meses se
passaram, até que ela recuperasse as forças de calçar novamente as sapatilhas e
fazer seus alongamentos em frente a um espelho.
Vários anos mais
tarde, a jovem, já uma estimada professora de balé, criou coragem de procurar
novamente aquele diretor e pedir nova chance.
Após o
concerto, aproximou-se dele e perguntou qual a sua nota. Ele disse: Você foi
aprovada para ser a nova bailarina da nossa companhia.
Ela perguntou
por que a recusara no primeiro teste, anos atrás. Ele respondeu: “Perdoe-me,
minha filha. Eu faço isso com todas as candidatas. Você não poderia ter sido grande
o suficiente, se não fosse capaz de continuar o sonho, sem se deixar abater
pela opinião de uma pessoa”.
Quando a vida
lhe apresentar mil razões para chorar, mostre-lhe que você tem mil e uma razões
para sorrir.
Santo
Antônio e o cavalo que se ajoelhou
Certa vez,
numa procissão de Corpus Christi, Santo Antônio estava levando o Santíssimo. As
ruas estavam enfeitadas e o povo cantando, com grande alegria, em louvor a
Jesus eucarístico.
Numa esquina,
apareceu um homem a cavalo, de chapéu na cabeça, e bravo, porque não conseguia
atravessar a rua.
Quando o
Santíssimo foi chegando, para espanto do cavaleiro e alegria do povo, o cavalo
se ajoelhou.
Imagine a
cena: O homem, bravo, de chapéu na cabeça, e o cavalo de cabeça baixa,
ajoelhado.
Com certeza, o
que estava em cima era mais cavalo do que o animal que o carregava.
Jesus é o Rei
de todo o universo, inclusive dos animais. Deus Pai entregou tudo em suas mãos.
Em Belém,
aconteceu algo semelhante: Os animais em volta do Menino Jesus, e o povo da
cidade recusando até um lugarzinho para a mãe dar à luz.
E hoje não é
muito diferente. Quanta gente, por exemplo no Natal, nem liga para o Menino
Jesus, e até se aproveita da festa de aniversário dele para se enriquecer ou outros
interesses.
A
lebre e o caçador
Havia, certa
vez, num campo, uma lebre. Ela era bonita e vivia feliz, saltitando no
descampado. Um dia, ela viu um caçador com uma arma de fogo. Sentiu medo,
correu o quanto pôde e se escondeu atrás de uma moita de capim. O caçador
procurou, procurou... não a viu e foi-se embora.
Mas a lebre
resolveu comer aquela moita de capim.
No dia
seguinte, lá estava novamente o caçador. Como não havia mais moita de capim para
ela se esconder, o caçador a viu, deu um tiro e ela morreu.
A natureza nos
protege. Não podemos aproveitar-nos dela de modo imprudente, pois assim ela para
de nos proteger, e a nossa vida correrá perigo.
Mas, se Deus
quiser, um dia conseguiremos reflorestar os nossos descampados, purificar as
nossas águas e ver novamente as borboletas enfeitando os nossos riachos. Não
vamos devorar as moitas que são a nossa proteção.
A lebre não
conseguiu dominar o seu desejo de comer o capim. Nós, seres racionais e
cristãos católicos, não podemos cometer o mesmo erro.
Rainha do
universo, rogai por nós.
A
flor rara e frágil
Havia, certa
vez, uma jovem esposa que tinha tudo: Um marido maravilhoso, filhos perfeitos,
um emprego que lhe rendia um bom salário e uma família unida.
O problema era
que ela não conseguia conciliar as coisas. Se o trabalho lhe consumia tempo
demais, ela tirava dos filhos. Se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o
marido... E assim, as pessoas que ela mais amava eram deixadas para depois.
Até que um
dia, seu pai, um homem sábio, lhe deu um presente: Uma flor muito rara, da qual
só havia um exemplar. O pai lhe entregou o vaso e disse:
"Filha,
esta flor vai lhe ajudar muito mais do que você imagina. Você terá apenas de
regá-la. Se assim fizer, ela enfeitará sua casa e lhe dará em troca esse
perfume maravilhoso".
A jovem ficou
emocionada. Afinal, a flor era de uma beleza sem igual.
Mas, o tempo
foi passando, os problemas surgiram, o trabalho consumia todo o seu tempo, e
sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava à
sua casa e a flor ainda estava lá, sem mostrar sinais de fraqueza ou morte,
apenas estava lá, linda, perfumada. Então ela passava direto.
Até que um
dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ao chegar à sua casa, a jovem esposa
levou um susto, e chorou. Contou ao pai o que havia acontecido. Seu pai então
lhe disse:
"Eu já
imaginava que isso aconteceria e, infelizmente, não posso lhe dar outra flor,
porque não existe outra igual a essa. Ela era única, assim como seu marido e seus
filhos. Eles são presentes que o Senhor lhe deu, mas você tem de aprender a
regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois, assim como a flor, os
sentimentos também morrem. Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre
viçosa, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela”.
Por fim, o
pai, amoroso e sábio, concluiu: "Filha, cuide das pessoas que você
ama!"
Além da
família, vamos cuidar de outra flor que temos, que é a graça de Deus recebida
no nosso Batismo. Esta flor é belíssima, mas á também frágil. Ainda que o
Senhor demore a chegar, não o abandonaremos.
Maria
Santíssima é a mais bela flor criada por Deus. Rosa Mística, rogai por nós!.
O
beija-flor e o incêndio
Houve, certa
vez, um incêndio numa floresta. Eram chamas enormes, destruindo tudo.
Um beija-flor
ia até o córrego, enchia o biquinho de água, vinha voando bem alto e jogava a
água em cima do fogo, para apagá-lo. E continuava nesse trabalho.
Um elefante
viu a cena e zombou do beija-flor: “Você acha que, com esse pouquinho de água,
vai conseguir apagar este fogo?” “Eu estou fazendo a minha parte”, respondeu o
beija-flor. “Se cada um aqui fizer a sua, tenho certeza que apagaremos este
incêndio”.
Diante dos
grandes problemas do mundo, as pessoas costumam tomar três atitudes distintas.
A primeira é acomodar-se. Eu não dou conta mesmo, por isso nem vou começar.
Esta foi a atitude do elefante que, com a sua enorme tromba, poderia jogar
muita água no incêndio.
A segunda atitude
é revoltar-se. A pessoa fica triste e desiludida diante de tantos e tão grandes
problemas, que são maiores do que ela. Alguns até se vingam em si mesmos, por
exemplo, usando drogas.
E a terceira é
dar o primeiro passo, por pequeno que seja, na esperança de que Deus entrará no
meio, abençoará e maravilhas acontecerão. Esta foi a atitude do beija-flor. Não
nos esqueçamos dos cinco pãezinhos que o Apóstolo André apresentou a Jesus,
para alimentar cinco mil pessoas (Cf Jo 6,9).
Ao ouvir as
palavras do anjo, Maria disse: “‘Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim
segundo a tua palavra’. E o anjo retirou-se” (Lc 1,38). Essa foi a melhor
resposta vocacional de todos os tempos. Maria, mãe das vocações, rogai por nós.
Índio
ouve o canto do grilo
Certa vez,
dois rapazes, um índio e um branco, estavam passeando numa cidade grande. Era
de tardezinha, depois de uma chuva, e eles estavam numa avenida central, com
jardim no meio. O movimento, tanto de veículos como de pessoas que voltavam do
trabalho, era enorme.
De repente, o
índio falou: “Eu estou ouvindo um grilo cantar”. “Impossível!” disse o branco.
“Como que, neste barulho todo, você vai ouvir o canto de um grilo?” Mas o índio
insistiu que ouvia.
Para provar, depois
que o farol fechou, ele levou o amigo até o canteiro central da avenida, afastou
as folhas e apontou para o animalzinho.
Continuaram
andando na calçada, no meio da multidão. Disfarçadamente, o índio deixou cair
no chão umas moedas que tinha no bolso. Várias pessoas ouviram o barulhinho
delas e olharam na direção.
“Está vendo?”
disse o índio. “Eu escutei o grilo porque estou acostumado com o seu canto.
Essas pessoas escutaram as moedas caírem, porque estão acostumadas com o
barulho de moedas. Nós ouvimos aquilo que amamos”.
“Ninguém pode
servir a dois senhores, pois vai odiar a um e amar o outro... Não podeis servir
a Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13).
O
Ir. Bruno e o coaxar da rã
Certa vez, o
Ir. Bruno estava em oração e sentiu-se perturbado pelo coaxar de uma rã. Vendo
que todos os seus esforços no sentido de ignorar aquele ruído se tornavam
inúteis, ele abriu a janela e gritou: “Silêncio! Eu estou rezando!” Sua ordem
foi imediatamente obedecida. Todos os seres vivos calaram suas vozes, a fim de
criar um silêncio que pudesse favorecer a oração do Ir. Bruno.
Mas eis que
outro som inesperado veio perturbar o Ir Bruno. Era uma voz interior que lhe
dizia: “Deus gosta tanto do coaxar da rã como da tua prece”. E aquela voz
interior continuou falando: “Por que razão achas que Deus inventou a voz dos
animais para perturbar?”
Então o Ir.
Bruno abriu novamente a janela e gritou: “Canta!” E o coaxar rítmico da rã
retornou a encher os ares, acompanhado por todas as rãs daquele lugar, pelos
pássaros e todos os animais. E quando o Ir. Bruno prestou atenção naqueles sons,
eles já não o irritavam, e sim ajudavam a rezar.
Então o coração
do Ir. Bruno começou a sentir-se em harmonia com o universo.
A natureza é
bela e bem feita. É o pecado que nos leva a estragá-la.
Não vamos
silenciar nem apagar a natureza ao nosso redor (Cf Sl 8).
São
Francisco das Chagas
S. Francisco
de Assis, quando já era idoso, vivia angustiado com a seguinte pergunta: “Será
que Deus está contente comigo, com o que eu fiz?”
Em suas
orações, ele pedia todos os dias a Deus: “Senhor, dê-me um sinal, mostrando se
tudo o que eu fiz foi ou não do seu agrado!” De fato, o único desejo de Francisco
era agradar a Deus.
Numa noite,
quando ele acordou, percebeu que estava com as chagas. Eram ferimentos nas
mãos, nos pés e no peito, como os de Jesus. Daí para frente, parou a angústia
de Francisco. Ria até as orelhas. Porque ele viu, nas chagas, um sinal do amor
de Deus por ele, unindo-o com o seu Filho amado, Jesus Cristo. Portanto, viu-as
como uma resposta de Deus à sua pergunta.
E foram cinco
feridas dolorosas. Elas deram trabalho para Francisco. Ele teve de fazer
curativos e um longo tratamento. Inclusive, elas limitaram um pouco as suas
atividades.
Que paradoxo,
não? Ver como presente de Deus, e como sinal do seu amor, cinco dolorosas
feridas! Encontrar a felicidade em chagas, isto é, na dor!
E isso que
Deus fez com Francisco, faz também conosco. Nós não procuramos a cruz, como
Jesus não a procurou. Mas quando ela vem, justamente pelo fato de estarmos
seguindo a Jesus, nós a vemos como uma bênção de Deus.
“Felizes os
que choram, porque serão consolados” (Mt 5,4).
A festa de S.
Francisco das Chagas é dia 17 de setembro.
O
desespero no enterro
Certa vez, um
homem morreu. A esposa chorou muito durante o velório.
Na hora do enterro,
quando os coveiros começaram a jogar terra na cova, ela subiu em cima do monte
de terra, olhou para o caixão lá embaixo, e começou a chorar alto e dizer:
“Fulano, me leve com você! Eu não quero viver mais neste mundo sem você!
Leve-me, por favor!...”
Nisto, ela se
escorregou na terra e caiu dentro da cova. Imediatamente, gritou para os
coveiros: “Tirem-me daqui! Tirem-me daqui depressa!” Sinal que não queria
morrer coisa nenhuma.
Duas falhas
ela cometeu. Primeira: Pedir a morte. Nós não somos donos da nossa vida. A vida
pertence a Deus. Não escolhemos o dia de nascer, não vamos escolher também o
dia de morrer.
Segunda falha:
O desespero diante da morte de uma pessoa querida. Nós choramos sim, mas o
nosso choro é cheio de esperança e de paz, pois acreditamos que um dia nos
reencontraremos na outra vida.
“A vida não é
tirada, mas transformada” (Prefácio da Missa de defuntos).
Jesus disse,
quando ressuscitou a menina Talita: “Por que essa agitação, por que chorais? A
menina não morreu, ela dorme” (Mc 5,39).
A nossa melhor
atitude, quando morre uma pessoa querida, é: 1) Rezar por ela. 2) Recordar uma
virtude dela, para imitar, continuando o seu testemunho na terra. 3) Esquecer a
pessoa e cuidar da própria missão, pois a dela já terminou, a nossa não.
Monge
não conseguia rezar o Pai Nosso
Havia,
certa vez, um jovem monge que não conseguia mais rezar o Pai Nosso. Era só
começar, ele parava na primeira palavra: Pai. Ficou preocupado e foi falar com
o abade, que é o chefe do mosteiro.
Este lhe
perguntou o motivo por que parava. O monge disse: “Quando eu falo a palavra
Pai, começo a pensar: Que maravilha! Somos filhos de Deus! Pertencemos à
família dele!... E assim, quando vejo, já acabou o tempo da nossa oração, e eu
não rezei nem o Pai Nosso”.
O padre
superior falou: “Está bem, filho, pode continuar assim”.
“Quando se
completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a
dignidade de filhos. E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos
corações o Espírito do seu Filho, que clama: “Abbá” = Pai. Portanto, já não és mais
escravo, mas filho. E, se és filho, és também herdeiro. Tudo isso por graça de
Deus” (Gl 4,4-6).
O
sapo e a rosa
Havia, certa
vez, uma rosa muito bonita. Todos a observavam e admiravam.
Um dia, ela
percebeu que ao seu lado havia um sapo. Indignada, mandou o sapo ir embora.
Dias depois, o
sapo voltou e viu que a rosa estava feia, sem as pétalas. Perguntou a ela o que
aconteceu. Ela respondeu: Desde que você foi embora, as formigas me comeram,
dia a dia, e me deixaram deste jeito. E agora nunca mais voltarei ao que eu
era.
O sapo disse: “Quando
eu estava aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de você. Por isso que
você era tão bonita”.
Toda
a natureza foi feita por Deus para nós, para o nosso bem.
E existe o
ecossistema, isto é, os vários seres criados por Deus estão interligados, e um
depende do outro. Assim como a rosa depende do sapo, nós dependemos do oxigênio
produzido pelas plantas.
Cimento é para
construir casa, não para cimentar o terreiro da nossa casa, acabando com o
verde em volta. Se cimentarmos o terreiro, nós mesmos é que vamos pagar, perdendo
as pétalas.
Folha
de plástico salva doente
Certa vez, na
Europa, um senhor estava muito doente, de cama. Ele estava desanimado, e dizia
continuamente: “Eu vou morrer!”
A filha, que o
acompanhava, animava-o dizendo: ”Não, pai, o senhor vai sarar”. Mas não
adiantava. O velho estava pessimista mesmo.
Ele observava,
pela janela, uma árvore que perdia as folhas dia por dia, devido à chegada do
inverno, e dizia para a filha: “Quando esta árvore perder a última folha, terá
chegado o meu fim”.
Sabe o que a
moça fez? Providenciou uma folha de plástico, igualzinho às da árvore, e,
quando o pai estava dormindo, subiu na árvore e a prendeu em um galho.
Poucos dias
depois, o frio aumentou e caíram todas as folhas, menos aquela. Quando o pai
olhava para a árvore, dizia: “Está vendo, filha, só falta uma folha para cair.
Quando isso acontecer, eu também partirei desta vida”.
Numa noite,
veio a neve e pintou toda a árvore de branco, como de algodão.
Meses depois,
surgiu a primavera, e a árvore se encheu de folhas e flores. A natureza toda
ficou bonita, e o velho também se reanimou.
Essa moça
cuidava do pai doente, não só fisicamente, mas também afetiva e
psicologicamente.
Que sejamos
semeadores de esperança.
Maria
Santíssima tem um cuidado especial pelos seus filhos e filhas enfermos. Basta
visitar Aparecida, Guadalupe, Fátima, Lourdes e outros santuários marianos,
para comprovar isso. Mãe dos doentes, rogai por nós!
O
verdadeiro motivo das dúvidas de fé
Certa vez, um
senhor procurou o padre, dizendo que estava com dúvidas de fé. Os dois foram
conversar numa sala, cuja janela era de vidros transparentes, mas estes estavam
embaçados, devido ao frio úmido lá fora.
A certa
altura, o padre pediu ao homem: “Por favor, vá até a janela e olhe para fora”.
Ele foi e olhou. O padre perguntou: “O que você está vendo?” “Estou vendo
pessoas passando na rua”, disse o homem. “Mas vejo mal, nem dá para distingui-las,
porque o vidro está embaçado”.
Então o padre
foi lá, abriu a janela e perguntou: “E agora?” Ele disse: “Agora sim, vejo tudo
nitidamente, não só as pessoas, mas as casas e até as belas flores”.
Os dois se
sentaram novamente e o padre explicou: “Uma vida cristã medíocre embaça os nossos
olhos e começamos a ter dúvidas de fé”. Obedeça aos mandamentos e você verá que
as dúvidas de fé desaparecerão.
“A lâmpada do
corpo é o olho. Se teu olho for transparente, ficarás todo cheio de luz. Mas se
teu olho for ruim, ficarás todo em trevas” (Mt 6,22-23).
O
padre amassa-barro
Certa vez, um
missionário estava pregando as santas missões numa Comunidade rural. Chegou o
dia da visita aos doentes. Aconteceu que naquele dia estava chovendo muito.
Mesmo assim, o padre foi, junto com um guia. Foram a pé.
Na estrada,
encontraram um homem que não estava participando da missão. O guia disse a ele:
“Eu não estou vendo você participar da missão!”
O homem
respondeu: “Esses padres são todos almofadinhas. O dia que eu ver um padre
amassando barro como nós aqui, aí eu vou à igreja”. O guia lhe disse na hora:
“Pois este aqui é o padre, o nosso missionário”.
O homem não
sabia onde por a cara. O padre riu, tirou da sacola a estola e lhe mostrou. Aquele
senhor desmontou-se. Ficou amarelo, azul, verde... de todas as cores. Naquela
mesma noite, lá estava ele, participando da missão.
Quando nós
fraquejamos na fé, Deus nos manda convites e advertências das mais diversas
formas. Às vezes, até humilhações, para dobrarmos o pescoço diante do absoluto
que é Deus. Isso porque ele nos ama e nos quer todos junto dele.
Maria
Santíssima sempre viveu a fé com empenho e perseverança. Como disse Isabel, ela
ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática. Mãe das Comunidades, rogai por nós.
O
pecado nos desfigura
Leonardo Da
Vinci foi um grande pintor italiano do Séc. XV. A sua obra prima é o quadro A Última
Ceia. Ele demorou quase um ano para pintar esse quadro tão bonito.
A primeira
pessoa que ele pintou foi o Cristo. Vários meses depois, faltava apenas um
Apóstolo: Judas Iscariotes, o traidor.
Da Vinci saiu
pelas ruas de Roma, à procura de alguém parecido com Judas, para que pudesse
copiá-lo na tela. Encontrou um rapaz e o contratou.
Após o serviço,
o jovem começou a chorar. Da Vinci perguntou-lhe por quê. Ele respondeu: “O
Cristo que está aí na tela sou eu também! O senhor não está me reconhecendo,
porque naquela época eu havia acabado de mudar-me do interior aqui para Roma, e
a minha vida era correta. Mas infelizmente eu caí...”
O rapaz
abaixou a cabeça e continuou chorando. Da Vinci abraçou-o e o convidou a mudar
de vida, voltando ao que era.
O pecado nos
desfigura. Ele é capaz de, em apenas um ano, transformar um bom cristão católico
em um Judas
Iscariotes.
Mas Jesus é
maravilhoso. Ele deixou-nos meios para nos levantarmos e readquirirmos a
inocência perdida.
Maria
Santíssima nunca foi desfigurada pelo pecado. E ela é, depois de Jesus, a maior
agente de transfiguração que existe. Que ela nos ajude a nos transfigurarmos e
a sermos agentes de transfiguração.
Os
pequenos, quando unidos, são fortes
Certa vez, o
povo de um lugar ficou sem água. Houve uma seca muito grande na região. Os
córregos secaram, também os açudes, os poços, tudo.
Um senhor resolveu
tirar proveito da situação. Construiu um grande reservatório e vendia água para
a população a dois Reais o balde.
Mas era o
próprio povo do lugar que ia buscar a água para o reservatório, num rio bem
distante.
O homem pagava
um Real por balde, para este serviço. Com isso, naturalmente, o povo foi
ficando sem dinheiro para comprar água.
Alguns
transportadores tiveram uma ideia: Em vez de vender a água para o dono do
reservatório, vendê-la direto para o povo, a um Real o balde.
Quando o homem
percebeu que seus fregueses estavam diminuindo, ficou furioso. Primeiro, apelou
para leis, dizendo que aquela venda paralela era ilegal.
Ao mesmo tempo,
investiu na propaganda. Eram garotas lindas que apareciam na televisão, bebendo
a água do seu reservatório.
Mas os
transportadores, que iam de casa em casa entregar a água, diziam que era a
mesma do reservatório, pois eram eles que traziam também.
Assim, o povo
saiu ganhando. Os jovens ficaram felizes, cheios de ideal, porque viram a força
da união, a força do povo.
O profeta tem
o dom de perceber as situações de exploração e de pecado, e tem também o dom de
alertar os pequenos. Todos recebemos, no batismo, a missão profética.
Maria
Santíssima previu que os poderosos iam ser derrubados de seus tronos, e os humildes
iam ser elevados. Rainha dos profetas, rogai por nós.
O
aluno que pediu uma folha em branco
Certa vez, um
professor estava aplicando uma prova aos seus alunos, os quais, em silêncio,
tentavam responder as perguntas com certa ansiedade.
Faltavam
quinze minutos para o encerramento, quando um aluno levantou o braço e disse ao
professor, que estava sentado à sua mesa: “Professor, pode me dar uma folha em
branco?”
O professor
levou a folha até a sua carteira e perguntou por que mais uma folha em branco.
Ele respondeu: “Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão
e quero começar outra vez”.
Apesar do
pouco tempo que faltava, o professor confiou no rapaz e lhe deu a folha em
branco, torcendo para o aluno.
Nós, pela vida
afora, vamos corrigindo aqui, apagando ali... Mas pode acontecer que, em
determinado momento, precisemos começar uma vida nova, mudando radicalmente os
nossos hábitos. Isso, apesar, talvez, do pouco tempo que nos resta de vida.
O professor,
que é Cristo, confia em nós e torce para acertarmos e passarmos na prova.
Há momentos na
vida em que a única saída para seguir a Cristo e pedir uma folha em branco. Como disse
Jesus a Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino de
Deus” (Jo 3,3).
Os nossos atos
têm suas raízes. Eles são manifestações do nosso mundo interior. Os nossos atos
são como iceberg, isto é, pequenas manifestações da parte maior e mais
profunda, que são as nossas atitudes. Se os nossos atos errados são frequentes,
será que não é hora de pedir uma folha em branco?
Maria
Santíssima tinha o coração todo voltado para seu Filho e para a Igreja. Afinal,
ela é Mãe dos dois. Nós pedimos a ela que interceda por nós, a fim de revermos
com coragem a nossa vida, pedindo, se necessário, outra folha.
O
cego e a maçã
Certa vez,
alguém perguntou a um cego: “Que fruta é esta que eu tenho aqui na minha mão?” O
cego respondeu na hora: “É uma maçã”. A pessoa então disse: “Como você sabe, se
é cego?” O cego respondeu: “Eu perdi a visão, não o olfato”.
Ter fé é ver
além do que os nossos olhos da carne veem. É ver o mundo com os olhos de Deus.
Por exemplo,
se olharmos a Igreja com os olhos da carne, ela é cheia de defeitos. Mas se a
olharmos com os olhos da fé, ela é o Corpo Vivo de Cristo na terra.
E o seu chefe
terreno, o Papa, visto com os olhos da fé, é o representante de Cristo entre
nós. As suas orientações são seguras, porque ele tem o dom da infalibilidade.
Nós amamos o Papa, confiamos nele e o defendemos.
Que Maria
Santíssima, a Mãe da Igreja, faça com que nunca nos afastemos do rebanho do Bom
Pastor.
Três
moças, três atitudes
Certa vez, uma
moça estava andando numa estrada e viu uma rosa. Apanhou-a e a levou para casa.
Dias depois, outra
moça estava andando naquela estrada e viu outra rosa. Achou-a muito bonita.
Contemplou-a e a deixou ali, para que outros a vissem. Aconteceu que o sol era
muito quente e aquela rosa, sem água, murchou.
Uma terceira
moça passava dias depois por aquela estrada e viu outra rosa. Ficou encantada.
Buscou água e a regou.
Estão aí os
três tipos de pessoas que existem no mundo:
- As egoístas
que não pensam nos outros e destroem o que faz outras pessoas felizes.
- As que não
destroem, mas também não constroem.
- E as que
constroem, melhoram o mundo, tornando-o mais bonito.
Que sejamos
como a terceira moça.
Maria
Santíssima é chamada a Flor de Jessé (Cf Is 11,1). “De Jessé nasceu a vara, da
vara nasceu a flor, e da flor nasceu Maria, de Maria o Salvador”.
A
mãe que amarrava o filho no pé da mesa
Certa vez, uma
família escutou um choro de criança numa casa vizinha, que estava fechada.
Telefonaram para a polícia. Esta veio, arrombou a casa e descobriu: Um garotinho
de dois anos estava amarrado no pé de uma mesa.
A polícia
procurou a mãe e esta explicou: É mãe solteira, empregada doméstica, e a patroa
não aceitava a criança junto com ela no serviço. Ela não tinha nenhum parente
na cidade e a sua família morava muito longe.
A moça falou
tudo isso chorando muito. Ela era a primeira a não querer aquilo para o seu
querido filhinho.
Se você fosse
a polícia, quem você incriminaria:
1) O pai da criança
que, após engravidar a moça, a abandonou?
2) A mãe? Mas
a criança precisava comer, e não havia outro jeito de providenciar alimentos.
3) A família
da mãe?
4) A
prefeitura que não construiu uma creche naquele bairro?
5) Os
vizinhos, que foram bons para telefonar à polícia, mas nem conheciam a vizinha,
que morava sozinha com seu filhinho? Naquela rua, ninguém conhecia ninguém. A
única preocupação dos moradores é trancar bem as suas casas. Se os vizinhos
tivessem coração, certamente alguém se aproximaria dessa moça e pensaria o
problema junto com ela, encontrando uma saída melhor.
Que
coisa triste! O choro dessa criança se une aos milhares de outros choros,
provocados pela sociedade injusta e cruel. “Não choreis por mim! Chorai por vós
mesmas e por vossos filhos!” (Mt 23,28.
A
águia que virou galinha
Certa vez, um rapaz
estava caminhando numa floresta e encontrou no chão um filhote de águia bem
novinho. A aguiazinha havia caído do ninho. Mas a árvore era muito alta e o
jovem não conseguia recolocá-la no ninho.
Levou-a para a
sua casa e a pôs junto com os pintinhos de uma galinha. Tanto a galinha como os
pintinhos aceitaram a nova companheira.
A aguiazinha
foi crescendo e aprendendo a ser uma galinha. Ciscava o chão como os seus
colegas franguinhos. Mas seu corpo era diferente, as asas, as pernas, o bico...
Com o passar
do tempo, ela se tornou uma águia grande, e não voava. O rapaz a pegou, subiu
no telhado da casa e jogou a águia para baixo. Ela tentou voar, mas não
conseguiu e se esburrachou no chão.
No dia
seguinte, ele a pegou novamente, subiu numa árvore bem alta e jogou. Outra vez,
a ave acabou caindo. E continuava com as galinhas.
Um dia, o moço
pegou aquela águia e a levou a uma montanha bem alta. De lá, jogou-a para
baixo. Ela logo movimentou as suas asas, e voou bonito, indo juntar-se às
outras águias.
Somos águias
de Deus e as tentações querem fazer de nós galinhas. O pecado original nos fez
cair do ninho. Precisamos ter coragem, porque o mundo e a natureza estão
pedindo socorro.
Pelo Batismo,
fomos acolhidos por um jovem, Cristo, e levados para a Santa Igreja. Na Crisma,
fomos jogados da montanha, e o Espírito Santo está conosco para nos ajudar a
voar, como filhos e filhas de Deus.
Maria Santíssima
subiu tanto na vida que se tornou estrela. É a bendita entre as mulheres, que
viveu as dimensões mais sublimes da vida humana. Santa Mãe de Deus, rogai por
nós.
A
rolinha de patinhas para cima
Certa vez, uma
pessoa estava andando numa região rural e viu, na beira da estrada, uma rolinha
deitada de costas e de patinhas para cima.
A pessoa
perguntou: "O que você está fazendo aí, rolinha, desse jeito, com as patinhas
para cima?"
Ela respondeu:
"Eu ouvi dizer que o mundo vai tombar, e eu não vou deixar. Vou
segurar".
A pessoa deu
risada e disse: "Onde já se viu, rolinha, você, com essas perninhas tão
fininhas, vai conseguir segurar o mundo?"
Ela respondeu:
"Sozinha, eu não dou conta. Mas estou fazendo a minha parte. Se todos
fizerem como eu, o mundo não vai virar".
Esta é a nossa
missão. Fazer a nossa parte, o que está ao nosso alcance, mesmo que pouquinho.
Começar pela nossa família e pela nossa Comunidade.
O
casal descontente
Havia, certa
vez, um casal que vivia sempre descontente com o lugar onde morava. Por isso,
mudava frequentemente de residência. Nunca chegavam a morar dois anos na mesma
casa. Hora era um vizinho que não lhes agradava, hora era a casa que não era
boa etc.
Um dia, o
marido chegou em casa com um recorte de jornal que trazia o endereço de uma
ótima casa para alugar. A esposa olhou e disse: “Bem, nós já moramos nesta casa
a cinco anos atrás! Você não se lembra?” Sinal que o problema estava dentro
deles, não nas residências ou nos vizinhos.
Este casal é parecido
com aquela mulher samaritana, antes de encontrar-se com Jesus. “Jesus disse a
ela: Vai chamar teu marido e volta aqui! Eu não tenho marido, respondeu a
mulher. Ao que Jesus retrucou: Disseste bem que não tens marido. De fato,
tiveste cinco maridos, e o que tens agora não é teu marido” (Jo 4,16-18).
“O coração
humano permanece sempre inquieto, enquanto não se repousar em Deus” (Santo
Agostinho).
Qual
é o seu ideal?
Certa vez, um
mestre passeava em um campo de trigo, quando um discípulo se aproximou e lhe
expôs o seguinte problema pessoal:
“Mestre, eu
não sei distinguir qual é o meu verdadeiro ideal”. O mestre lhe perguntou: “O
que significa este anel no seu dedo?” “Meu pai me deu antes de morrer”,
respondeu o jovem.
O mestre
pediu: “Pois me entregue”. O discípulo tirou o anel e lhe deu. Na hora, o mestre
atirou o anel no meio do trigal.
“E agora?”
gritou o jovem. “Terei de parar tudo o que estou fazendo para procurar o anel,
pois ele é muito importante para mim!”
O mestre
concluiu: “Quando achá-lo, lembre-se: Você mesmo respondeu a sua pergunta.
Ideal é aquilo que você coloca em primeiro lugar na vida, e pelo qual sacrifica
tudo o mais”.
Feliz de quem
tem um ideal na vida. E mais feliz ainda é quem escolhe como ideal expandir o
Reino de Deus na terra.
Joãozinho
e o pão de água e sal
Havia, certa
vez, um menino que se chamava Joãozinho. Ele estava na escola e, naquele tempo,
as escolas não serviam merenda. Cada criança levava o seu lanche.
Todos os dias,
a mãe do Joãozinho preparava o lanche para ele: Um gostoso pão, untado com
manteiga e mel.
Um dia,
Joãozinho percebeu que um coleguinha muito pobre, chamado Sebastião, comia, na
hora do lanche, somente um pão seco, feito apenas com água e sal.
Joãozinho
falou para ele: “Eu não gosto deste lanche que minha mãe faz! Você não quer
trocar comigo?” Sebastião, muito feliz, aceitou a troca.
Dali para
frente, todos os dias o Sebastião comia pão untado com manteiga e mel, e o
Joãozinho comia o pão seco.
Esse Joãozinho
ficou padre e, depois, santo. É S. João Bosco.
Peçamos a
Maria Santíssima e a S. João Bosco que nos ajudem a reproduzir em nós a imagem
de Cristo, que se despojou de si mesmo, para o nosso bem.
Sou
trigo de Deus
Santo Inácio de
Antioquia nasceu pelo ano 30. Portanto, antes de Jesus morrer. Ele foi o segundo
bispo de Antioquia, depois de S. Pedro.
Nós sabemos que
S. Pedro, depois da Ascensão de Jesus, ficou alguns anos coordenando a Comunidade
de Jerusalém, depois foi bispo de Antioquia durante sete anos. Em seguida, foi
para Roma, onde morreu mártir.
Como bispo de
Antioquia, Dom Inácio era muito estimado pelo povo, especialmente devido à sua
santidade. Chamavam-no de Teóforo, palavra grega que significa Portador de Deus.
Antioquia
fazia parte do império romano, cujo imperador era Trajano, cruel perseguidor
dos cristãos. Como Inácio era um influente chefe do cristianismo, foi logo
condenado à morte.
Trajano
ordenou aos juízes de todo o império que não executassem os cristãos no próprio
local, mas os enviassem a Roma, a fim de serem devorados pelas feras no
Coliseu, divertindo a plateia.
Dom Inácio foi
então conduzido para Roma. Ele viajou com as mãos acorrentadas, uma parte de
navio e outra a pé.
Durante o
longo percurso, o bispo aproveitou para escrever cartas às Comunidades cristãs
por onde passava. É nessas cartas que aparece, pela primeira vez, a expressão
“Igreja Católica”.
Nessas cartas,
Inácio expressa a sua alegria por ser digno do martírio, e exorta os cristãos à
firmeza na fé.
Uma delas foi
enviada à Comunidade de Roma. Como ele sabia que esta Comunidade tinha pessoas
influentes, até na corte imperial, pediu insistentemente que não intercedessem
em favor dele, privando-o do martírio. Veja um trechinho da carta:
“Eu suplico a
vocês: Não mostrem comigo uma caridade inoportuna. Permitam-me ser pasto das
feras, pelas quais me será possível alcançar a Deus. Antes, excitem os leões,
para que se convertam em meu sepulcro. Assim serei um verdadeiro discípulo de
Cristo. Sou trigo de Deus. Quero ser triturado e moído pelos dentes das feras,
a fim de me converter em pão puro de Cristo”.
O seu pedido
foi atendido e, no mesmo dia em que chegou a Roma, foi, à noite, levado para o
Coliseu e devorado pelos leões.
Maria Santíssima
é a mulher forte que se tornou trigo de Deus, para o nosso bem. Que ela e Santo
Inácio nos ajudem a ser também trigo de Deus, para que nossos povos tenham mais
vida.
Médico
recusa fazer aborto
Certa vez, uma
mulher foi ao médico, levando sua filhinha de quatro anos, muito linda.
Longe da
menina, ela disse ao médico: “Vim pedir ao senhor para interromper a minha
gravidez. Sou pobre, já tenho esta filha, e não tenho condições de criar duas
crianças”.
O médico lhe falou:
“Vamos então fazer o seguinte: Nós matamos esta menina, e você deixa nascer a
criança que você tem em seu ventre. Porque esta menina já viu a luz do dia e já
teve a chance de nascer e viver um pouco na terra”.
A moça recusou
na hora.
“Veio a mim a
palavra do Senhor: Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já contava contigo.
Antes de saíres do ventre, eu te consagrei” (Jr 1,4-5).
”Foste tu
que formaste todo o meu ser; formaste-me no ventre de minha mãe... Conheces
intimamente o meu ser. Quando os meus ossos estavam se formando, sem que
ninguém pudesse ver; quando eu me desenvolvia em segredo, nada disso te
escapava. Tu viste-me antes de eu estar formado. Tudo isso estava escrito no
teu livro; tinhas assinalado todos os dias da minha vida, antes de qualquer
deles existir”
(Sl 139,13-16).
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