PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida - Julho

HISTÓRIAS DE VIDA - JULHO


O aniversário do primeiro beijo

Certa vez, um jovem marido chegou em casa para o almoço e viu, sobre a mesa, um bolo todo enfeitado. Sem saber o motivo, perguntou à esposa. Ela disse: “Querido, hoje é o aniversário do nosso primeiro beijo!”

Como é bom a família fazer festa! É uma oportunidade para dizermos aquelas palavras de reconhecimento e agradecimento que raramente encontramos espaço para expressar. A festa descontrai, alegra, renova o ânimo e recupera as forças para continuar a luta da vida.

Jesus gostava de participar de festas. Muitas de suas parábolas se referem a festas. “Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa” (Lc 2,41).

É próprio do ser humano festejar. A dinâmica da vida é: Ver > julgar > agir > celebrar. Até antes de terminar o empreendimento, é bom celebrar as pequenas vitórias no meio da caminhada.

“Celebrarás a festa do Senhor e te alegrarás na presença do Senhor teu Deus, com teus filhos e filhas, escravos e escravas, e também c o estrangeiro, o órfão e a viúva que moram em teu meio” (Dt 16,10-13).

A própria Missa é uma festa, a festa da Boa Nova que Jesus nos trouxe.

Maria Santíssima, nas Bodas de Caná, ajudou a abrilhantar a festa. Que nós também a imitemos.


A ferramenta mais eficaz do diabo

Certa vez, foi anunciado que o diabo deixaria o seu trabalho, e por isso queria vender suas ferramentas. A data e o local da venda foram anunciados.

Quando chegou o dia marcado, muita gente foi lá para ver que ferramentas o diabo usa para levar as pessoas para o inferno.

Logo que chegavam, viam as ferramentas expostas de uma maneira atraente, para despertar o interesse dos compradores. Estavam ali a malícia, o ódio, a luxúria, a inveja, o ciúme, a mentira, a fraude, a lisonja... Ali estavam todos os instrumentos do mal que o diabo usa. Cada ferramenta tinha o seu preço afixado.

Andando pela exposição, alguém encontrou, em um cantinho escuro, uma ferramenta. Ela tinha aparência inofensiva e apresentava sinais de ser bastante usada. O preço era altíssimo, o mais alto da exposição. E o nome da ferramenta: desânimo.

A pessoa procurou o diabo e perguntou por que aquela ferramenta era tão cara. Ele respondeu: “Porque ela me é muito útil. Os homens e as mulheres a aceitam facilmente, pensando que ela é inofensiva. Eles nem percebem que ela pertence a mim. E, depois que a acolhem, eu posso entrar dentro deles e agir à vontade, usando as outras ferramentas que eu tenho para colocá-las dentro do inferno.

Vamos então tomar cuidado com o desânimo, e nunca permitir que ele se instale em nós. Deus está ao nosso lado, querendo nos ajudar. Ele é um amigo de poder infinito. Recorrendo a ele, seremos “fortes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade”.

Que Maria Santíssima nos ajude, a fim de nunca cairmos na tentação do desânimo. Pelo contrário, que usemos as poderosas ferramentas de Deus, para chagarmos ao Céu e atrair outros para lá.


Os monges e a moça

Certa vez, dois monges, o mestre e um noviço, estavam viajando a pé. Chegaram à beira de um rio e viram ali uma linda jovem querendo atravessar mas não conseguia, porque houve uma grande enchente, as águas passavam por cima da pinguela, o rio não dava pé e ela não sabia nadar. A moça pediu a eles: “Por favor, me levem até o outro lado, eu preciso chegar em casa!”

O mestre a pegou, colocou-a nas suas costas e atravessou a nado o rio. O noviço também atravessou nadando. E os dois continuaram a viagem.

Três horas depois, o noviço criou coragem e disse ao mestre: “A nossa regra nos proíbe tocar em mulher. Como que o senhor fez aquilo, atravessando aquela moça nas costas?”

O mestre respondeu: “Eu deixei a moça lá na beira do rio. E você está trazendo-a consigo até agora!”

Aí aparece direitinho onde está a castidade. Ela está no nosso coração, não nos nossos atos externos simplesmente. Se nós fazemos as coisas com reta intenção e querendo agradar a Deus, ele nos protege e não fazemos pecado, mesmo que atravessemos um rio com uma linda moça nas costas. Por isso, não precisamos ter medo dos nossos irmãos ou irmãs do sexo oposto.

Maria Santíssima é toda pura e santa, por dentro e por fora. Isso transparecia em seus olhos, em seu coração, em tudo. Ela não se preocupava em aparecer, como os hipócritas; o que ela queria era amar e servir a Deus e ao próximo. Por isso foi escolhida por Deus para ser a Mãe do seu Filho e de todos nós. “Ó virgem santa, rogai por nós pecadores!”


A parte mais importante da Missa

Certa vez, numa sala de catequese, a catequista perguntou para as crianças: “Qual é a parte mais importante da Missa?” Um menino, que era bastante levado, respondeu: “É quando termina a Missa”.

Os colegas deram uma pequena vaia nele, como quem diz: “Você assiste à Missa doido para que ela termine logo, hein?” A catequista interveio e lhe perguntou por quê. Ele se levantou e explicou com firmeza: “A parte mais importante da Missa é quando ela termina, porque aí começa a nossa Missa”.

Esta foi a maior lição que os alunos receberam naquela aula de catecismo. De nada adianta participar da Missa, e depois não viver no dia a dia o que celebramos.

“Nem todo aquele que me diz: Senhor! Senhor! Entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). “Quem ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia” (Mt 7,26).


A menina que ficou careca

Certa vez, uma menina de nove anos teve de fazer quimioterapia, e perdeu seus lindos cabelos. Ficou carequinha. Ela não queria mais ir à a escola, de vergonha dos colegas.

As crianças da sala de aula dela tomaram uma atitude inédita: Pediram a seus pais e todas rasparam a cabeça. Depois contaram para a mãe da menina e pediram que a levasse à escola, que ela teria uma surpresa. Ao entrar na classe, a menina viu que todos os colegas estavam iguais a ela: Carequinhas também. A garotinha ficou muito feliz, ao ver a solidariedade dos meninos e meninas da sua classe.

Que nós, adultos, aprendamos com estas crianças a ser solidários com o nosso próximo, mesmo que para isso tenhamos de perder algo muito querido nosso, que são os nossos cabelos.

Maria Santíssima praticou essa virtude durante toda a sua vida. Foi solidária com a prima Isabel, com os noivos nas Bodas de Caná, com o Filho na cruz, com a Igreja nascente, e continua sendo solidária conosco. Que ela nos ajude a crescer nesta virtude tão querida de Deus.


O menino que corria para lá e para cá

Certa vez, um menino passou correndo na rua, na frente da igreja. O padre, que estava na porta, achou aquilo estranho e foi até a calçada observar. O garoto foi até lá na frente, virou para trás e voltou correndo do mesmo jeito.

Quando estava se aproximando, o padre, que era novo na paróquia, o chamou: “Menino, vem cá”. Mas nada. Ele não parou.

Chegando ao outro extremo da rua, virou para trás e veio correndo da mesma forma.

O padre pensou: eu vou segurar esse menino para ver por que ele está fazendo isso. Quando o garoto estava perto, o padre se pôs na frente dele, na rua, e o agarrou.

O menino ficou assustado, mas o padre o acalmou e lhe perguntou: “Filho, o que você está fazendo?” Ele respondeu: “Não sei!” “De onde você vem?” “Não sei!” “Para onde você vai?” “Não sei!” “Quem é você?” “Não sei!”...

Nesta hora, um senhor que morava em frente disse: “Iii padre, esse menino faz isso sempre!” O padre o largou e ele continuou correndo pela vida, para lá e para cá.

Que nós não sejamos também corredores sem destino pela vida. Afinal, nós sabemos muito bem  quem somos: filhos e filhas de Deus. De onde viemos: do Céu. Para onde vamos: para o Céu. O que estamos fazendo: servindo a Deus e ao próximo.

As poucas palavras de Maria Santíssima, que a Bíblia nos trás, nos mostram que ela sabia muito bem responder a essas quatro perguntas fundamentais da vida, que nos dão o sentido da nossa existência. Mãe amável, rogai por nós.


Birocas, bicicleta, carro e a vida

Certa vez, um menino estava brincando com bolinhas de gude, que em alguns lugares são chamadas de birocas.

Chegou um senhor e lhe disse: “Se eu quiser trocar com você estas birocas por uma bicicleta, você topa?” “Claro!” Respondeu o garoto.

O homem fez outra pergunta: “E se chegar outra pessoa e quiser trocar com você a bicicleta por um carro, você aceita?” “Na hora!” Disse o menino.

O senhor fez uma terceira pergunta: “E se, depois, chegar um assaltante armado e disser a você: ‘Ou o carro ou a vida’, o que você faz?” “Entrego-lhe o carro”, respondeu a criança.

A vida vale mais que mil carros. E quem nos deu esse presente foi Deus, através de nossos pais. Compensa cuidar bem da nossa vida e da vida das pessoas ao nosso redor.

Como é bom trabalhar pela vida, seja cuidando da saúde das pessoas, da alimentação, do transporte...

Além da vida natural, ganhamos de Deus outra vida muito mais importante, que é a sobrenatural. Compensa, e muito, cuidar dela também, tanto em nós como nos outros.

Maria Santíssima é chamada a Mãe da Vida, porque nos deu Jesus, que é a nossa Vida. Que ela nos ajude a amar a vida.


As três peneiras

Certa vez, um menino chegou para seu pai e começou a falar mal do seu irmão. O pai interrompeu a conversa e perguntou: “Você já passou isso que você está falando nas três peneiras?”

“Três peneiras? O que é isso?” perguntou o garoto. O pai explicou: “Antes de você falar mal de alguém, precisa passar o assunto nas em peneiras.

A primeira é a da verdade. O que você pretende falar é verdade?” O filho respondeu: “Bem... eu ouvi dizer”. “Pronto, já não passou na primeira peneira.

Se passasse, teria a segunda, que é a da bondade. Falar isso é bom, traz algum proveito para o seu irmão? Vai ajuda-lo a crescer como pessoa, e em sua reputação?” “Não pensei nisso” disse o menino.

“E a terceira peneira”, continuou o pai, “é a da necessidade. É necessário para o bem comum este comentário negativo sobre o seu irmão? Ajuda a Comunidade? Pode melhorar o mundo?” A criança respondeu: “Pai, para dizer a verdade, o que eu ia falar não passa em nenhuma dessas peneiras”.

Se algo negativo que nós falarmos de alguém, não passar numa dessas peneiras, é fofoca. Será mais uma fofoca envenenando o planeta Terra.


Agulha em vez de tesoura

Certa vez, um rei quis dar um presente ao seu alfaiate, como sinal de reconhecimento e admiração pelo seu excelente trabalho profissional.

Mandou fazer uma tesoura de ouro, com pedras de diamante, e pediu a um emissário que a levasse para o alfaiate. Este, ao ver o presente, mandou-o de volta ao rei, com o seguinte bilhete: “Majestade, a tesoura separa. Eu gostaria que Vossa Majestade me desse uma agulha, pois esta une”.

Muitas vezes, o nosso testemunho acarreta perdas materiais, como a desse alfaiate que recusou a tesoura de ouro com pedras de diamante e preferiu uma agulha, cujo valou real é quase nulo. Mas ganharemos um tesouro no Céu.


O serrote de S. José e o diabo

Sabemos que S. José era carpinteiro. Diz uma lenda que o diabo o odiava e sempre queria prejudicá-lo. Numa noite, ele foi à carpintaria de S. José, pegou o serrote e entortou todos os dentes, um para cada lado. Um para a direita e outro para a esquerda.

No outro dia, quando S. José foi trabalhar com o serrote, percebeu que ele serrava muito melhor, pois agora não se prendia mais na madeira.

É o que os carpinteiros chamam de “travar” o serrote.

"Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28). Se nós permanecermos fiéis a Cristo e ao seu Evangelho, com certeza o tentador não nos vencerá. Pelo contrário, todos os males que ele tentará nos fazer, Deus os transformará em bem para nós.

Isso vale também para os nossos inimigos, quando tentam nos prejudicar.


S. Martinho e seu manto

S. Martinho viveu na França, na cidade de Tours, no Séc. IV. Sua família era pagã e o pai era militar.

Quando rapaz, por curiosidade, frequentou uma igreja católica. Entusiasmou-se por Jesus Cristo e iniciou o catecumenato, que era o curso de preparação para o Batismo.

Antes de terminar o curso, o pai o inscreveu na carreira militar e ele foi escalado para trabalhar como guarda da cidade.

Numa noite muito fria, ele fazia ronda na cidade, e viu, na calçada, um mendigo, quase nu e tremendo de frio. Movido de compaixão, Martinho tirou o manto com o qual se agasalhava e, com sua espada, cortou-o no maio. Deu uma parte para o mendigo e ficou com a outra.

Terminado o seu plantão, Martinho foi dormir, e apareceu-lhe Jesus Cristo, vestido com aquela metade do manto que ele dera ao mendigo.

O fato lembra-nos aquela afirmação de Jesus: “Eu estava nu e me vestistes” (Mt 25,36). O amor não é uma teoria, ou um sentimento apenas. Não é também algo difícil de entender. Até um catecúmeno entende.

Dois anos após o Batismo, Martinho abandonou a carreira militar e decidiu servir unicamente a Cristo. Entrou em um mosteiro.

Quando faleceu o bispo de Tours, os cristãos pediram unanimemente ao Papa que sagrasse o monge Martinho como o seu novo bispo. Como bispo, Dom Martinho nunca perdeu a sua sensibilidade diante do irmão que sofre.


As árvores escolhem uma chefe

Jz 9,8-15 traz uma parábola tão clara que vou transcrevê-la literalmente:

“Certa vez, as árvores puseram-se a caminho a fim de ungir um rei para si, e disseram à oliveira: Reina sobre nós. Mas ela respondeu: Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?

Então as árvores disseram à figueira: Vem reinar sobre nós. E ela respondeu: Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das árvores?

As árvores disseram então à videira: Vem reinar sobre nós. E ela respondeu: Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?

Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu reinar sobre nós. E o espinheiro respondeu-lhes: Se, de verdade, quereis ungir-me como vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!”

Durante aquele mandato do espinheiro, as árvores só levaram espinhadas, pois era só isso que o espinheiro sabia fazer. Culpa delas mesmas, que não quiseram assumir um cargo político, não quiseram entrar em um partido nem se candidatar.

Quantas Comunidades nossas têm pessoas competentes que podiam assumir um cargo político, ou mesmo um cargo de coordenação na Comunidade, dedicando-se ao bem comum, e não o fazem por puro comodismo ou preconceito!

Se o mundo não está melhor, não é tanto por causa dos maus, mas dos bons, que se acomodam. Um cristão que nasceu e cresceu na vida de Igreja, tem muito a dar a seus irmãos e à sociedade. Não pode enterrar esses preciosos talentos.


O ovo, a cenoura e o pó de café

Certa vez, uma professora de ciências fez uma experiência com seus alunos. Colocou três panelas com água, no fogão, e deixou as três ferver.

Depois, colocou na primeira panela um ovo e na segunda uma cenoura. Minutos depois, os alunos perceberam que a reação foi contrária. O ovo endureceu e a cenoura ficou mole.

Então a professora pôs na terceira panela pó de café. Este rapidamente transformou a água em uma deliciosa bebida.

E ela explicou: A água fervendo é comparada com os obstáculos que aparecem na nossa vida, inclusive as perseguições. Muitas pessoas reagem como o ovo, tornando-se mais duras, mais fechadas e agressivas.

Outras se comportam como a cenoura: Ficam mais humildes e maleáveis. Elas crescem com os obstáculos e fazem deles trampolim.

E há aquelas que se comportam como o pó de café. É justamente nas dificuldades que crescem e realizam o seu ideal. O pó de café transformou a própria água fervendo, que o agredia.

Como Jesus, que transformou até aqueles que o mataram, pois o sangue dele foi redentor para eles também.

“Comparecereis diante de governadores e reis por minha causa, de modo que dareis testemunho diante deles” (Mc 13,9). O próprio obstáculo, que é sermos conduzidos ao tribunal, Deus o transformará em meio para darmos testemunho de Cristo.


S. João Bosco e Domingos Sávio

S. João Bosco era italiano e viveu no Séc. XIX. Ele tinha uma creche para crianças pobres.

Numa tarde, os meninos estavam jogando bola e ele na beira do campo assistindo. E o Pe. João resolveu fazer um teste com os garotos.

Chamou um, que passava perto dele, e perguntou: "Se você soubesse que daqui a meia hora você ia morrer, o que faria?” O menino levou um susto, pensou, e disse: "Eu ia para a capela rezar". “Está bom, pode continuar jogando", disse o padre.

Minutos depois chamou outro e fez a mesma pergunta. Este também ficou todo confuso e disse: “Eu ia me confessar”.

Chamou um terceiro, que disse. “Eu ia pedir perdão para a minha mãe”.

Chamou um quarto garoto e lhe fez a mesma pergunta: “Se você soubesse que daqui a meia hora você ia morrer, o que você faria?” Este respondeu com naturalidade: “Eu continuaria jogando!”

Este último chamava-se Domingos Sávio. Ele morreu criança, foi canonizado e é o padroeiro dos coroinhas.

O que Deus mais quer de nós é que façamos bem aquilo que devemos fazer a cada momento, por simples que seja. Este é o verdadeiro caminho da santidade. Não é fazendo coisas extraordinárias que ficamos santos, mas é fazendo extraordinariamente as coisas simples do dia a dia.

Que Jesus Menino, pela intercessão de S. Domingos Sávio, abençoe a todas as crianças.


O bobo da corte

Na antiguidade, os reis costumavam ter na corte, para divertir a família real e todos os cortesãos, o chamado “bobo da corte”. Era uma dessas pessoas engraçadas, palhaças por natureza, que basta abrir a boca e todo mundo já começa a rir. Na verdade, ele não era bobo coisa nenhuma, mas se fazia de bobo.

Um dia, um bobo da corte divertiu tanto o rei, que este lhe entregou o seu bastão de ouro, e disse: “O dia em que você encontrar alguém mais bobo que você, entregue-lhe este bastão”.

O tempo se passou, e aconteceu que um dia o rei ficou gravemente enfermo. Foi piorando cada vez mais, até que os médicos o desenganaram, dizendo que ele tinha poucos dias de vida.

Então o bobo foi visitá-lo e lhe perguntou: “Vossa Majestade já pensou nos seus bens, com quem irão ficar?” “Sim”, respondeu o rei. “Já acertei tudo. Passei-os para a minha esposa e meus filhos”.

“E no reino”, continuou o bobo, “o senhor já pensou?” “Também já está tudo combinado”, respondeu o rei. “Meu filho mais velho será o herdeiro do trono, e já passei para ele todas as informações e orientações necessárias”.

“E vossa Majestade já pensou na vida eterna?” perguntou o bobo. O rei surpreendeu-se com a pergunta e disse: “Ainda não pensei nesse detalhe”.

O bobo entregou-lhe o bastão de ouro e disse: “Vossa Majestade me disse que, no dia em que encontrasse alguém mais bobo do que eu, era para lhe entregar este bastão. Agora eu encontrei. É Vossa Majestade”.

Daí para frente, o bastão de ouro já passou por muitas e muitas mãos. Quem sabe ele não seja entregue um dia a você, a mim... Quantas pessoas se preocupam com tudo, menos com o principal, que é a vida eterna!

“Onde existe carniça, aí se reúnem os urubus” (Mt 24,28). Muita gente é como urubu, só procura sujeira e mau cheiro. “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” Mt 6,21). Que o nosso tesouro seja o amor a Deus e o Céu.

Maria Santíssima é modelo de discípula. Aquele bastão nunca passou nem perto dela, pois vivia preparada para a vida eterna. Tanto que foi elevada ou Céu em corpo e alma. N. Sra. da Glória, rogai por nós.


Um verdadeiro devoto de Maria não se perde

ESTA HIST FERE UM POUQUINHO A VERDADE DA MEDIAÇÃO UNIVERSAL DA SALVAÇÃO EM CRISTO.
Lá no céu, um dia S. Pedro percebeu que estava entrando muita gente que não passava por ele, que é o porteiro. Eram cachaceiros, baderneiros, mulheres de vida desviada... S. Pedro ficou encabulado com aquilo e começou a observar.

Um dia, ele escutou um barulho diferente em outra sala ali perto da portaria. Foi pé por pé para ver o que era.

Chegando, viu Maria Santíssima pendurando, em uma janela, um terço bem comprido, que vinha até a terra. Ela ficava segurando o terço e as almas subiam por ele e entravam no Céu pela janela.

S. Pedro procurou Jesus e contou o que estava acontecendo. E convidou: “Jesus, venha ver pessoalmente o fato”. Os dois foram pé por pé e viram a cena.

Jesus apenas advertiu Pedro, com o dedo cruzando os lábios: “Fale baixo, Pedro, senão ela escuta! Tudo o que minha mãe faz é bem feito”. E os dois foram embora.

De fato, Jesus, como mostrou nas Bodas de Cana, sempre atende aos pedidos e desejos de sua Mãe.


Santo Antônio e o milagre dos peixes

Diz a lenda que Santo Antônio de Pádua, em seu ardor missionário, um dia foi a uma pequena cidade anunciar o Evangelho. Mas o povo não quis saber de ouvi-lo. Por mais que ele insistisse, ninguém lhe dava ouvidos, e até viravam as costas para ele.

Santo Antônio não se deu por vencido. Como ao lado da cidade passava um rio, ele foi até a beira do rio e começou a pregar para os peixes: “Peixes, criaturas de Deus, vinde ouvir-me. Vós também fostes redimidos por Jesus Cristo...”

E aconteceu o milagre: Cardumes inteiros aproximaram-se do Santo e punham a cabeça fora da água, em atitude de escuta.

O povo ficou tão assustado com aquilo, que uma grande multidão se reuniu para ouvir Santo Antônio.

Se nós tivermos persistência, como teve Santo Antônio, Deus criará novos recursos para que o povo acolha a Palavra de Deus anunciada por nós.

Maria Santíssima não se fechou à Palavra de Deus. Foi tão acolhedora, que o Verbo eterno entrou nela e se encarnou. Maria do “Sim”, rogai por nós.


Até que a morte nos separe

Havia, certa vez, um casal que vivia em constante atrito. O problema maior estava no marido, que era muito temperamental. Mesmo assim, continuaram juntos, já que haviam feito um juramento no Altar, diante de Deus.

Quando já estavam bem idosos, um dia a esposa morreu. Ele ficou morrendo de saudades. Passados alguns anos, também ele veio a falecer.

Apesar dos defeitos, os dois conseguiu entrar no céu. Logo que ele entrou, começou a procurar a esposa. De repente, a viu lá na frente, sentada, junto com várias pessoas.

Ele acenou para ela e disse: “Hei! Estou aqui!” Ela fez sinal de não com o dedo e disse: “Querias! Até que a morte nos separe!”

Certamente aquele homem, quando estava na terra, sempre pensou que sua esposa era apaixonada por ele. Mas se enganou. Ela o suportava por causa do juramento que havia feito. O seu grande amor mesmo era a Deus.

E ela venceu. Cumpriu tão bem a sua missão de esposa, que o marido nem percebeu que o que falava mais alto nela era a fé e a obediência a Cristo.

Nós pedimos a Maria Santíssima, o modelo de esposa, e a S. José, o modelo de marido, que ajudem os casais a perseverarem, a fim de receberem a coroa da Vida.


Frei Galvão e a valiosa esmola

Frei Galvão distinguiu-se pela caridade. Quando ele tinha oito aninhos, um dia estava sozinho em casa e chegou uma senhora pedindo esmola. Ele deu para ela uma toalha.

Quando a mulher chegou em casa e abriu a toalha, viu que era toda bordada e de alto valor. Voltou a fim de devolvê-la para a mãe do menino.

Mas Dona Isabel, a mãe de Galvão, disse a ela: “Se o meu filho deu, está dada”.

“Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

“Se alguém possui bens neste e, vendo seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode estar nele o amor de Deus” (1Jo 3,17).

“A religião pura e sem mancha aos olhos de Deus é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas e conservar-se puro da corrupção deste mundo” (Tg 1,27).

São Frei Galvão, rogai por nós para que amemos mais o nosso próximo.


Olhar pela outra janela

Certa vez, uma menina de quatro aninhos estava de pé em cima de uma cadeira e debruçada na janela de sua casa, chorando, vendo o pai, no quintal, enterrando o seu gatinho de estimação que tinha morrido.

O avô aproximou-se dela, envolveu-a em um carinhoso abraço e lhe disse: “Triste a cena, não?” A netinha chorou mais ainda e as lágrimas corriam dos seus olhos.

O avô pegou sua mãozinha e a conduziu para outra janela, do outro lado da casa. Lá, mostrou-lhe o jardim florido. Apontou para uma roseira e disse: “Lembra-se quando você me ajudou a plantar aquela roseira?”

A menina enxugou as lágrimas, abriu um belo sorriso e disse para o avô, que tinha a vista fraca: “Observe bem que o senhor vai ver uma linda borboleta assentada na roseira”.

Aquele senhor usou uma excelente tática para recuperar a alegria: Olhar a vida pela outra janela.

Porque a nossa vida é como uma casa com várias janelas. Quando uma delas nos causa tristeza, devemos dirigir-nos à outra. Isso não é fuga, mas é ver a vida no seu conjunto. Por exemplo, quando morre alguém da família, não ficar com a mente voltada só para a pessoa falecida, mas procurar ver o conjunto da família.

O pessimista vê o lado escuro das pessoas, das coisas e situações, e não olha para o lado da luz.

Maria Santíssima, antes do Filho nascer, já cantou de alegria, ao prever a obra que ele iria fazer. N. Sra. da Esperança, rogai por nós.


A caridade e o livrão

Certa vez, um padre estava viajando de trem, rezando o breviário, que é um livro grande, de orações.

Um bêbado aproximou-se dele e disse: “Dá-me um dinheiro aí para eu comprar uma pinga”. O padre lhe fez sinal com o dedo, que não, e continuou lendo.

O bêbado insistiu: “Dá-me um dinheiro aí, para eu comprar uma pinga!” Novamente o gesto negativo com o dedo.

Nesta hora, o bêbado disse em voz alta para todos os que estavam perto escutarem: “O que adianta ficar lendo esse livrão aí, se não faz caridade?”

Nós também podemos fazer caridade de forma errada. Votar em alguém, só porque me pediu o voto, ou porque prometeu algum bem para mim, não é correto, porque política é a busca do bem comum, não apenas do bem individual.

Maria Santíssima, no seu hino Magnificat, mostrou-se uma mulher comprometida com o bem comum da sociedade. Rainha do Brasil, rogai por nós.


A articulação política dos cristãos

Existe uma cidade no Brasil, de porte médio, que tem um bairro bem grande na periferia. E neste bairro existe um Centro Comunitário, que é da Paróquia.

Ao se aproximarem as eleições municipais, numa reunião da diretoria do Centro Comunitário, resolveram colocar como candidato a vereador o ex-presidente do Centro Comunitário, que era um jovem casado, homem de fé e competente.

Escalaram um grupo para ir falar com ele. Quando deram a notícia, ele ficou surpreso e disse: “Gente, eu nunca pensei nisso!” “Não é você que pensou”, respondeu o grupo. “Fomos nós que pensamos.”

“Eu não tenho dinheiro nem tempo para fazer a campanha”, objetou o jovem senhor. “Você não precisa fazer campanha”, disse o grupo. “Nós, do Centro Comunitário, nos encarregamos de fazer a divulgação”.

O moço sentiu-se encurralado. Afastou-se um pouquinho com a esposa para conversarem, depois voltou e disse: “Sim, eu aceito”.

Dali para frente, fizeram uma campanha belíssima. Eram shows com cantores excelentes, distribuição de panfletinhos nas casas do bairro etc.

Resultado: A cidade inteira ficou sabendo e ele foi o vereador mais votado no município. Ficou Presidente da Câmara. E fez uma ótima gestão.

Que Maria Santíssima nos ajude a ser dignos discípulos do seu Filho, e cidadãos do seu Reino.


A viúva que servia cafezinho

Certa vez, uma Comunidade estava construindo a sua capela. Estava difícil, porque tinham de buscar pedras no rio, que era distante.

Na Missa de inauguração, o coordenador da Comunidade agradeceu a todos os que colaboraram na construção, mas pediu licença para destacar uma pessoa. Chamou para a frente uma senhora chamada Maria, que era viúva, pobre e bem idosa. Deu a ela um presente, porque ela se destacou entre todos os que ajudaram a construir a capela.

A mulher ficou surpresa e sem saber por que aquela homenagem. O coordenador explicou para todos: “Dona Maria servia cafezinho para nós quando passávamos na frente da sua casa, com os carrinhos de pedra. Assim, ela ajudou do jeito que podia”.

Dona Maria pegou o microfone e explicou: “Eu queria ajudar a construir a capela, mas não tenho condições financeiras nem forças. Então pensei: Vou pelo menos servir café aos trabalhadores”.

Para todos nós, há um jeito de colaborar na construção do Reino de Deus. Se não podemos carregar pedras, vamos servir cafezinho aos que as carregam. O importante é não ficarmos sentados à beira do caminho, vendo os outros passarem.

Nossa Senhora foi a mulher forte que fez tudo o que pôde pelo Reino do seu Filho. E continua fazendo o que pode, usando o seu poder de intercessão. Mãe da Igreja, rogai por nós.


A calça muito comprida

Um dia, um pai de família chegou em casa no final do dia, após o trabalho, com uma calça nova. Mas a calça era muito comprida e precisava ser cortada em quatro centímetros.

Havia três mulheres em casa, todas costureiras: A esposa, a nora e a filha.

Ele chegou para a esposa e falou: “Você pode tirar para mim quatro centímetros na barra desta calça? Eu gostaria de usá-la amanhã cedo”. A esposa respondeu: “Eu estou muito cansada agora. Amanhã use uma calça velha mesmo”.

Ele foi com a nora, que estava na televisão, e fez o mesmo pedido. Mas esta também se recusou: “Eu não posso perder este capítulo da novela”, disse ela. “Amanhã eu arrumo”.

O homem não desistiu e procurou a filha. Esta respondeu: “Não posso, pai, porque hoje eu tenho prova na escola, e preciso estudar”.

Tudo bem. O homem pendurou a calça no guarda-roupa, tomou banho, jantou e foi dormir.

Uma meia hora depois, a esposa pensou e mudou de ideia. Pegou a calça e tirou os quatro centímetros. Depois deitou-se e dormiu.

Mais tarde, terminada a novela, a nora ficou com dó do sogro, foi lá, pegou a calça e cortou mais quatro centímetros.

A filha chegou da escola tarde da noite e resolveu atender o pedido do pai. Pegou a calça, mesmo sonolenta, e cortou mais quatro centímetros.

Resultado: No outro dia, o homem foi vestir a calça, dava no meio da canela!

É isso que dá a falta de diálogo, de amor, a má vontade e o comodismo dentro de casa.


A rota vinda do céu

Certa vez, um avião estava atravessando o Oceano Atlântico, à noite, com muitos passageiros e numa grande altitude. O céu estava claro e estrelado.

De repente, os sistemas de comunicação e de rota pararam de funcionar. O piloto ficou desesperado. Tudo funcionando, mas sem rumo, no meio do oceano, à noite! Ele comunicou o fato ao comandante e este comunicou para a tripulação e para os passageiros.

Em meio ao desespero, um passageiro se apresentou e disse que era astrônomo e tinha condições de orientar o piloto através das estrelas. Ele foi levado até a cabine e ficou ao lado do piloto, olhando para o céu e indicando a rota.

Foi uma beleza. Na hora prevista, o avião estava aterrissando no aeroporto do seu destino, sem nenhum problema.

Assim devemos viver: Olhando para o céu, porque é lá que está a grande Estrela que nos orienta para o caminho certo da felicidade e da vida plena.


Santa Teresinha e a Irmã chata

No carmelo onde Santa Teresinha morava, na França, havia uma Irmã muito chata. Era chata mesmo. Na capela, ela ficava batendo o terço no banco, cujo barulho irritava as colegas.

Teresinha sentia dificuldade até em olhar para o rosto dessa Irmã, mas procurava disfarçar. Quando a via no corredor, sua vontade era de entrar numa sala, evitando o encontro. Mas se dominava, olhava para ela e sorria.

Na lavanderia, aquela Irmã era estabanada e espirrava água nas colegas que lavavam roupa ao seu lado. Teresinha não enxugava os pingos, para não mostrar descontentamento. Que sejam como água benta, pensava ela.

E assim, Teresinha foi invertendo os seus sentimentos em relação àquela Irmã. O barulhinho do terço na capela já lhe parecia uma música que a ajudava a rezar e a louvar a Deus.

Com o tempo, ela passou a gostar daquela Irmã. Um dia, para surpresa sua, a Irmã lhe disse: “Irmã Teresinha, por que é que você gosta tanto de mim?”

O amor de Deus, que foi derramado em nossos corações no batismo, nos impulsiona a amar o próximo sem distinção. "Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele" (1Jo 4,16).

"Sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos" (1Jo 3,14).

Vamos pedir a Maria Santíssima e a Santa Teresinha que nos ajudem a acolher com amor as pessoas chatas e a conviver bem com as pessoas que moram, trabalham ou estudam conosco e não nos são agradáveis.


O eco na montanha

Certa vez, um pai estava andando com o seu filho de nove anos numa montanha. De repente, o menino tropeçou numa pedra e foi logo dizendo um palavrão. O eco voltou da montanha e ele ouviu o que acabara de dizer.

O garoto gostou e gritou outra baixaria. A montanha a repetiu.

O pai interveio e disse: “Filho, não é assim que a gente faz. Você quer ver?” E gritou: “Meu filho”; a montanha repetiu. “Eu admiro você!” a montanha repetiu. “Você é um campeão”; a montanha sempre repetia. “Está vendo, filho?” concluiu o pai. “O mundo é como esta montanha. Ele lhe dá de volta tudo o que você diz ou faz”.

De fato, é assim mesmo. Quem semeia ventos colhe tempestades. Quem semeia paz colhe paz, e o mundo será mais pacífico. Assim como quem semeia tolerância colhe tolerância, quem semeia alegria colhe alegria, quem semeia amizade colhe amizade.

O mundo nos dá de volta o que lhe damos. Se formos sinceros e verdadeiros, o mundo aprenderá e com isso crescerá. Se vivermos no amor, o mundo nos devolverá amor, como aquele eco da montanha.

Agora, se vivermos na mentira, Jesus se afasta, porque ele é a verdade, e ficará conosco o pai da mentira, e assim o mundo se afundará ainda mais na mentira.

O mundo faz conosco como o eco na montanha: Devolve para nós o que lhe fazemos. E às vezes devolve multiplicado!

Maria Santíssima não semeou ventos, e sim paz e alegria, pois nos deu o melhor presente do mundo: O seu Filho Jesus. Graças vos damos, Senhora!


Malabarista desafia seu ajudante

Nos Estados Unidos, existe uma célebre cachoeira chamada Cataratas do Niágara. Fica no Rio Mississipi. Ela é uma das maravilhas do mundo, e importante ponto turístico do País.

Bem em cima da queda das águas, existe um cabo de aço que atravessa o rio. Nele, os malabaristas fazem apresentações para divertir os turistas. Alguns vão sobre o cabo de aço numa motocicleta, até o meio do rio e, bem em cima da cachoeira, fazem suas estrepolias.

Num domingo à tarde, um malabarista estava preparando a sua moto para o espetáculo, e perguntou ao seu ajudante: “Será que hoje vai dar certo, e eu não vou cair?” O moço respondeu com firmeza: “Tenho certeza que o senhor vai fazer um belíssimo espetáculo e não vai cair”. “Então você topa ir comigo na garupa da moto?” perguntou o malabarista. O rapaz reagiu na hora: “Não. Isso não”.

Sinal que ele falou aquelas palavras bonitas, mas ele mesmo não acreditava nelas. Falou da boca para fora, só para agradar ao seu patrão.

Ter fé é, não apenas dizer que acredita em Cristo, mas ir com ele na garupa da sua moto, que é a Igreja. É jogar-nos de corpo e alma no seguimento do seu Evangelho.

Maria Santíssima não só gerou Jesus, mas foi com ele na garupa de sua moto, para ajudá-lo a realizar o grande espetáculo, que foi a Redenção. Se nós também o fizermos, com toda a certeza, atravessaremos as águas turbulentas e chegaremos do outro lado, que é a casa de Deus, o Céu.


Paganini, artista e exemplo

Certa vez, um grande violinista ia dar um show. Como ele era famoso, o auditório ficou repleto. A primeira música foi um sucesso total. A plateia chegou quase ao delírio.

Entretanto, no meio da segunda peça, uma corda do violino arrebentou-se. Foi um estalo forte, que assustou a plateia. Todo mundo pensou que ele ia interromper o show.

Mas não. O artista continuou executando a música, com apenas três cordas. No final daquela música, foi aplaudido de pé. E ele continuou tocando assim mesmo, pois não tinha outra corda.

Na terceira música, outro estalo. Mais uma corda se arrebentava. Mas nem aí o músico parou de tocar. Com incrível talento e maleabilidade, conseguiu passar a arte musical, e emocionar a todos, com apenas duas cordas no seu violino. E ele continuou apresentando todas as músicas programadas, numa fantástica demonstração de habilidade e de capacidade de adaptar-se às limitações do instrumento musical.

No meio do show, houve-se mais um estalo. Era a terceira corda que se arrebentava, sobrando apenas uma. Agora não dá mais, pensaram os ouvintes. Ele vai parar, pedir desculpas, e interromper o show. Mas não. Por incrível que pareça, numa habilidade indescritível, o violinista continuou apresentando as peças musicais programadas, com uma corda só no violino. E isso numa beleza e perfeição indescritíveis.

O incidente acabou produzindo efeito contrário, empolgando ainda mais os espectadores. Assim, ninguém arredou o pé. No final do show, quase meia noite, o artista foi não só aplaudido, mas ovacionado.

Este fato aconteceu em Gênova, Itália, no início do Século XIX, e o violinista era o italiano Paganini.

A grande lição que Paganini nos deixou é que não importam as limitações que temos, ou os problemas que acontecem no percurso. O importante é descobrirmos as possibilidades que temos e explorá-las, olhando o lado positivo das realidades, e não apenas as sombras.

Deus nunca permite que entremos num “beco sem saída”. Sempre há pelo menos um raio de luz iluminando o fim do túnel.


O chocolate quente e as canecas

Certa vez, um grupo de jovens foi visitar um velho professor aposentado, que eles admiravam muito. Como fazia frio, o professor resolveu oferecer aos visitantes chocolate quente.

Após o chocolate ser preparado pela esposa, ele foi à cozinha e retornou com uma jarra cheia da bebida e com uma variedade de canecas. Algumas eram de porcelana, outras de vidro e outras bem simples, de alumínio. E convidou cada um a se servir.

Quando todos já estavam com o chocolate em mãos, o professor compartilhou seu pensamento: “Percebem que as canecas caras e bonitas foram as escolhidas, e que as mais simples e pobres foram deixadas na bandeja? No entanto, o chocolate é o mesmo em todas as canecas.

Esta é a razão de nossos problemas; valorizamos muito o exterior e pouco ligamos para o interior, para o que está dentro. A caneca na qual você está bebendo não acrescenta nada à qualidade da bebida.

A vida é o chocolate quente, a caneca é o dinheiro, as roupas, a posição social... Assim como as canecas, essas coisas não mudam a qualidade de vida de vocês”.

E nós também ficamos com a lição: Valorizar as coisas mais importante. Não só valorizar, mas dedicar-nos a elas.

Alguns levam uma vida periférica. São as pessoas chamadas “casquinhas”. Só se preocupam com o exterior, com a aparência. Outros vivem em profundidade, isto é, vão ao cerne das coisas.

É próprio de quem ama jogar-se inteiramente na união com a pessoa amada. Foi o que fez Maria Santíssima com Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim conforme a tua palavra”. Que ela nos ajude a nos jogarmos inteiramente no seguimento do seu Filho, pois isto é o mais importante, o cerne da nossa vida.


Você quer o sucesso, a fartura, ou o amor?

Certa vez, um senhor, que morava na roça, ao sair fora de sua casa, viu três pessoas passando na estrada. Eram dois homens e uma mulher. Como estavam com aparência de cansados, o homem foi até eles e disse: “Entrem na minha casa. Assim vocês poderão tomar uma água e descansar um pouco”.

Um deles respondeu: “Acontece que só pode entrar um de nós. Qual você convida?” O homem perguntou: “Quem são vocês?” A mulher disse: “Eu sou a fartura”. Um dos homens falou: “Eu sou o sucesso”. E o outro: “E eu sou o amor”.

O homem ficou em dúvida. Convidar a fartura seria ótimo. O sucesso também. E o amor, nem se fala. Pediu licença e entrou em casa para consultar a esposa.

Esta pensou, e disse: “Convide o amor”. O homem voltou e convidou o amor para entrar. Entretanto, olhando para trás, viu que os outros dois vinham também. Então perguntou: “Mas não era só um de vocês que vinha?” Um deles respondeu: “Se o senhor convidasse a fartura, só iria ela. O mesmo se convidasse o sucesso. Mas quando alguém convida o amor, vamos nós três”.

Isso é a pura verdade. Quanta gente vive correndo atrás do sucesso, ou da fartura, mas não encontra, porque não tem amor. Agora, quem ama tem tudo, porque tem Deus,e “Deus é amor” (IJo 4,8).


O pai que fingiu de palhaço

Certa vez, um pai não conseguia dialogar com seus filhos. Todas as tentativas eram fracassadas. Os filhos até evitavam ficar junto com ele. Chegou ao ponto de o pai se sentar para ver a televisão e os filhos irem saindo, um por um, até ele ficar sozinho.

O motivo eram as exigências do pai a respeito do bom comportamento. Diziam que ele era “quadrado”, que o mundo mudou e ele ficou para trás etc.

Entretanto, o pai era uma pessoa sensata e inteligente. Os filhos é que estavam errados e iam na onda do mundo pecador. O maior desejo do pai era ser amigo de seus filhos e ouvir a opinião deles, mesmo que contrária à sua, mas nem isso conseguia.

Aquele pai teve uma ideia. Como tinha acabado de chegar um circo à cidade, ele alugou uma roupa de palhaço e guardou escondida na firma onde trabalhava. Numa sexta-feira, avisou a família que ia fazer uma viagem a serviço da firma e só voltaria na segunda-feira.

No sábado à tarde, ele vestiu a roupa de palhaço, tomou um táxi e desceu a um quarteirão de sua casa. Chegou e apertou a campainha. Veio o filho mais velho. O pai falsificou a voz e se apresentou dizendo: “Eu sou o palhaço do circo. Vim convidá-los para a cessão de hoje à noite, e ao mesmo tempo fazer uma breve pesquisa com a família”. “Pois não”, disse o moço. “O senhor pode entrar e sentar-se”.

A família se reuniu, o palhaço pegou uma prancheta e começou a fazer as perguntas. Perguntou sobre a escola que cada um frequentava, sobre os amigos... O papo ia gostoso, até que a menininha mais nova disse espantada: “Mãe, o palhaço está chorando!” Era verdade. Nesta hora, ele não aguentou mais e tirou a máscara. Foi só choradeira.

Que na nossa casa os pais não precisem inventar uma estratégia como esta, para conversar e dialogar com os filhos. Se já houve falhas, pelo menos daqui para frente que não haja mais e os filhos acolham bem os pais. Que na família todos tenham espaço para se abrir e dialogar.

Maria Santíssima é a Rainha das famílias. Que ela interceda pelas nossas famílias, a fim de que estejamos sempre unidos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até a morte.


Estrelas do mar na praia

Certa vez, uma maré muito alta jogou na praia milhares de estrelas do mar. Estrela do mar, você sabe, é um animalzinho marinho redondo, que às vezes as ondas jogam nas praias. Sem a ajuda de alguém, elas não conseguem voltar ao mar, pois andam bem devagar, e o sol as queima. Aquelas milhares de estrelinhas iam morrer todas.

Um menino estava pegando, uma por uma, e levando até a água. Passou um senhor e disse a ele: “O que adianta você fazer isso, menino? São vários quilômetros de praia que estão cheias de estrelinhas. Que diferença faz esse pouquinho que você está recolocando na água?”

O garoto mostrou-lhe a estrelinha que tinha na mão e disse: “Para esta aqui faz diferença”. E continuou o seu trabalho. Aquele senhor pensou, pensou... e começou também a levar estrelinhas para o mar.

Cada um de nós, individualmente, não pode salvar o mundo, por exemplo, mudar uma eleição. Mas o importante é fazer a nossa parte, porque assim, pelo menos não teremos de acertar contas com Deus pela nossa omissão.

Maria Santíssima fez a sua parte, e muito bem.


A oração alienada do filho do rabino

Certa vez, o filho de um rabino estava rezando no quarto de sua casa. Na esquina próxima, havia uma criança chorando. O rabino entrou no quarto e disse: “Filho, você está ouvindo o choro da criança?” O jovem respondeu: “Não, pai, porque eu estou em oração”. O pai falou: “Quem reza corretamente, escuta até uma mosca voando em torno de si”.

A oração correta nos leva ao amor, leva-nos ao zelo e à defesa da vida humana. A oração abre os nossos ouvidos e os nossos olhos para vermos e ouvirmos os nossos irmãos em necessidade. Ela nos faz ouvir até o choro de uma criança que ainda não nasceu e está sendo ameaçada.

Maria Santíssima é a Mãe de vida, porque gerou Jesus, que é a Vida. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Que ela nos ajude a colocar a vida humana em primeiro lugar, especialmente quando estamos em oração.


O gesto que converteu um homem

Certa vez, um homem estava com crise de fé. Os amigos dele pediram: “Vá conversar com o padre”. Ele foi, apesar de ele e o padre não se conhecerem.

Chegando à casa do padre, viu que havia muitas pessoas esperando para conversar com ele. Na sala de espera, nem havia mais cadeira, por isso ele ficou em pé.

Entre um atendimento e outro, o padre veio à sala e, vendo que ele estava em pé, foi lá dentro, trouxe uma cadeira e lhe ofereceu, junto com um sorriso.

Foi o que faltava para a conversão daquele homem. Quando chegou a sua vez de conversar com o sacerdote, ele disse, súper feliz: “Vim dizer ao senhor que eu andava afastado da Igreja, mas agora quero participar plenamente. O que eu devo fazer?” O pároco respondeu: “Nós acolhemos você com alegria. Seja bem vindo. Que tal você receber agora o sacramento do perdão de Deus?” O senhor aceitou a proposta e se confessou.

Um simples gesto de acolhimento pode mudar uma pessoa, sendo como uma luz em sua vida. A conversão é uma graça que vem do alto, mas sempre através de alguma mediação humana.


As fitas brancas na árvore

Certa vez, uma moça da roça foi estudar na cidade, e lá, em um namoro errado, ficou grávida. Logo em seguida, a bela jovem caiu em si e recordou a boa formação que recebera. Mas era tarde. O maior medo dela era que a família não a aceitasse mais em casa.

Quando estavam se aproximando as férias de fim de ano, ela teve uma idéia. Escreveu para os pais, contou tudo, e pedindo um sinal para ela saber se a aceitavam ou não em casa.

Como na parada do ônibus havia uma linda seringueira, ela pediu que, se eles a aceitassem, que amarrassem uma fita branca na seringueira. Assim, se ela não visse a fita, nem descia do ônibus.

Para alegre da jovem, quando ela chegou ao ponto, viu a seringueira toda enfeitada, com dezenas de fitas brancas. Naquele momento, dissipou-se o medo e a alegria tomou conta do seu coração. Foi a mesma alegria que teve o filho pródigo, ao ser recebido pelo pai.

”Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria”.


O diamante calçando a porta

Certa vez, um senhor estava pescando em um rio, bem no meio da floresta. De repente, encontrou, na beira do rio, a casa de uma família. Ele aproximou-se da casa e foi muito bem recebido pela família.

Logo que entrou na casa, o pescador viu uma pedra calçando a porta, e a conheceu: Diamante de altíssimo valor. Pegou a pedra, examinou-a e confirmou. Era mesmo diamante, um tesouro valiosíssimo.

Então disse ao dono da casa: “Esta pedra é diamante puro. Ela vale muitos milhões de Reais. O dono da casa respondeu: “A gente não sabia! Encontramos esta pedra no rio, achamos bonita e trouxemos para calçar a porta.

A Bíblia, em muitas casas, infelizmente pode ser comparada com aquela pedra. Apesar do seu altíssimo valor, ela fica esquecida e desprezada, quase calçando uma porta.

Peçamos a Maria Santíssima que nos ensine a amar mais a Sagrada Escritura, e lê-la todos os dias. Pois, “o cristão verdadeiro lê a Bíblia todos os dias”.


Rato alerta bichos sobre ratoeira

Certa vez, numa fazenda, um rato viu o fazendeiro desembrulhando uma ratoeira que comprou na cidade, e ficou apavorado. Saiu logo para avisar a bicharada.

Encontrou-se com uma galinha e disse para ela: “Olhe, há uma ratoeira aqui nesta casa!” A galinha respondeu: “Que tenho eu a ver com isso? É problema de vocês ratos!” O rato saiu triste.

Viu um porco e lhe disse a mesma coisa: “Tem uma ratoeira aqui na fazenda!” O porco respondeu: “E eu com isso? Se vire!”

Mais na frente, o rato encontrou uma vaca e a avisou. A reação foi semelhante: “Vá resolver o seu problema, rato, e me deixe em paz”.

No meio da noite, a ratoeira desarmou. A dona da casa ouviu o barulho, levantou-se e foi ver o que era. Como estava escuro, ela foi picada por uma cobra venenosa, cujo rabo estava preso na ratoeira.

Foi aquela correria. O fazendeiro a levou imediatamente para o hospital. A mulher ficou uma semana lá. Quando voltou, ainda não estava totalmente restabelecida.

A primeira coisa que fizeram foi matar a galinha, para lhe servir uma sopa. Depois, mataram o porco. E, no fim de semana, como viriam vários parentes e amigos de longe para visitá-la, tiveram de matar a vaca.

Todos diziam que não tinham nada a ver com a ratoeira. E dançaram!

Nós somos como um corpo. “Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1Cor 12,26).

Os problemas da nossa Comunidade e do nosso País são problemas nossos também, e devemos ajudar a solucioná-los, inclusive pagando os impostos, se forem justos.


Henry Ford conserta carro

A vários anos atrás, no interior dos Estados Unidos, um homem estava dirigindo o seu carro e este parou de funcionar. Ele encostou o carro, abriu o capô e começou a procurar o defeito, mas não encontrava. Algumas pessoas que passavam pela rua davam palpites, mas nada. Até um mecânico que passava por ali, não conseguiu fazer o carro funcionar. O dono já estava desanimado.

Um senhor, que vinha de carro, viu a cena, parou e foi ver o que era. O dono, já desanimado, quis dispensá-lo, mas ele insistiu: “Posso ver o motor?” “Sim”, respondeu o dono. O senhor olhou e logo descobriu, lá no fundo do motor, um fiozinho solto. Encaixou-o no seu lugar e disse com segurança: “Pode ligar que agora funciona”.

Realmente, o carro funcionou com perfeição. O dono quis dar-lhe uma gorjeta, mas ele não aceitou e disse: “Eu sou Henry Ford, dono da fábrica Ford. Eu é que fiz este veículo, por isso o conheço bem”.

Jesus, como Deus, entende muito bem de nós, pois foi ele que nos fez. Vamos valorizar mais o seu Evangelho e o seu exemplo, e viver como bons servos de Deus.


O segredo do equilibrista

Havia, certa vez, um senhor, que há muitos anos se deixara encantar por um famoso equilibrista. Mesmo fazendo longas viagens, ele acompanhava todas as suas exibições. Prestava atenção em cada detalhe, cada vez mais admirado, e tentando descobrir por que ele não caía. Ele se perguntava: Como esse homem caminha a dezenas de metro de altura, em cima de um cabo de aço, sem proteção alguma?

Um dia, houve uma grande exibição do equilibrista. O homem foi o primeiro a chegar. Observava cada detalhe, a fim de descobri o segredo do equilíbrio.

Está nos pés, concluiu ele. Está na posição correta dos pés.

Após o espetáculo, ele teve oportunidade de conversar com o equilibrista. A primeira pergunta que lhe fez foi: “O senhor não tem medo de cair?” O equilibrista respondeu: “Não, porque eu conheço o segredo do equilíbrio”.

O homem então disse na hora: “Eu sei, está nos pés”. Mas o equilibrista respondeu: “Não está nos pés”. “Então já sei, o segredo do equilíbrio está nos braços. São eles que dão o equilíbrio”. “Também não”, disse o ginasta.

E o equilibrista explicou: “O segredo do equilíbrio está nos olhos. Consiste em manter os olhos fixos no poste que sustenta o cabo de aço, do outro lado”.

Daí para frente, aquele senhor observava e confirmou que realmente o seu amigo, nas apresentações, ficava de olhos fixos no poste.

Também para nós, o segredo está no poste. E este poste é a nossa meta final, a vida após a morte. Isto nos faz andar grudados em Jesus Cristo, na sua Igreja, e nunca cair. Mesmo que balancemos um pouco, nós não caímos.


Quem é culpado dos males que sofremos?

Havia, certa vez, na antiguidade, um casal que morava na roça e ambos eram lenhadores. Eles passavam o dia trabalhando com o machado, cortando lenha debaixo do sol quente.

Eles sempre diziam: “Isso é culpa de Adão e Eva!” Cada vez que o calor aumentava, eles repetiam: “Isso é culpa de Adão e Eva!”

Um dia, o rei passou por aquele lugar e ouviu o casal repetir sempre a mesma frase: “Isso é culpa de Adão e Eva!”

Então o rei falou para eles: “Eu vou fazer um teste com vocês. Convido-os a irem morar no palácio”. Os dois aceitaram com alegria.

No palácio, eles não precisavam fazer nada e tinham do bom e do melhor. Eram banquetes todos os dias, cada vez mais gostosos.

Um dia, o rei foi almoçar fora. Chamou os dois, depois que o almoço estava pronto na mesa, e lhes disse: “Eu vou almoçar com um amigo. Vocês podem comer de tudo o que está aí sobre a mesa. Só não mexam nesta sopeira”. Era uma sopeira bonita que estava no meio da mesa, tampada. O rei se retirou e os dois começaram a comer daqueles pratos deliciosos.

Durante a refeição, um disse para o outro: “Vamos ver o que há dentro desta sopeira?” O outro falou: “Mas o rei pediu para não mexer!” “É só ver”, disse o outro. “Não vamos comer não”. E levantaram a tampa da sopeira. Dentro dela havia um passarinho, que voou imediatamente e saiu pela janela.

Quando o rei chegou, viu que o passarinho não estava na sopeira e disse aos dois: “A culpa é de Adão e Eva? A culpa é de vocês mesmos, pois fizeram igualzinho Adão e Eva! Podem voltar a trabalhar como lenhadores, e parem de falar que a culpa é de Adão e Eva”.

Nós não podemos jogar a culpa apenas no pecado original pelas mazelas que sofremos, nem pelos pecados que cometemos. O melhor é sermos humildes e reconhecermos: Eu sou pecador.

“De Jessé nasceu a vara, da vara nasceu a flor. E da flor nasceu Maria, de Maria o Salvador”. A culpa não é também de Deus, pois fez e faz de tudo para que não nos desviemos dos seus mandamentos. Inclusive deu-nos uma Mãe.


A força da palavra

Certa vez, uma senhora, que era muito respeitada na cidade, foi reclamar junto ao subgerente de uma empresa, a respeito de algumas injustiças que a empresa estava praticando.

O subgerente, que era um jovem, ouviu com atenção e depois disse: “Eu concordo com a senhora, mas a minha palavra não tem força na empresa”.

A distinta mulher perguntou a ele: “Quantos quilos você pesa?” “Sessenta”, respondeu o moço com prontidão. “Por favor”, continuou ela, “vou lhe pedir uma coisa muito simples: Fique em pé”. Na hora, o jovem se pôs de pé. Ela então disse: “Está vendo como que a palavra tem força? Ela é capaz de levantar sessenta quilos em um segundo. A sua palavra também tem muita força junto à direção da empresa. É só saber usá-la”.

Se a palavra do homem tem força, imagine a Palavra de Deus. Com apenas uma palavrinha, “Faça-se” (Gn 1,3), ele criou todo o universo.

Vamos aproveitar a força da nossa palavra, usando-a para o bem, e principalmente vamos aproveitar a força da Palavra de Deus.


O garçom que ganhou o restaurante

Certa vez, o imperador Napoleão resolveu dar uma volta, a pé, na periferia de Paris, disfarçado em um homem comum. Apenas um segurança o acompanhou, também disfarçado.

Ao meio dia, eles entraram num restaurante para almoçar. Mas foi aí que descobriram que não haviam levado dinheiro. Cada um pensava que o outro estava levando.

O segurança conversou com o dono do restaurante, que estava no caixa, pedindo-lhe que anotasse e depois ele pagaria. Mas o dono, como não os conhecia, não concordou.

Entretanto, um garçom, que ouvia a conversa, ficou com dó deles e disse ao patrão: “Eu vou servir a eles e depois eu mesmo pagarei”. E os dois almoçaram do bom e do melhor.

Na mesma tarde, o segurança, ainda com roupa disfarçada, apareceu no restaurante e disse ao dono: “Se fosse para o senhor vender este restaurante, por quanto o venderia?” O dono, como não pensava em vender o estabelecimento, falou um preço absurdo, mais de duas vezes acima o valor real.

O homem disse: “É meu. Estou com o dinheiro aqui”. E mostrou-lhe o dinheiro.

Os dois foram ao cartório passar a escritura de compra e venda. Entretanto, antes de saírem, o comprador pediu ao garçom que fosse junto.

Lá no cartório, para surpresa do ex-dono, o homem pediu que a escritura fosse passado tendo o garçom como o novo proprietário.

Depois de pronta a documentação e ter feito o pagamento, o segurança se identificou e contou quem era o seu companheiro que havia almoçado lá. “Eu sou um simples empregado”, disse. “Quem me mandou fazer isso foi o imperador”.

Jesus é o próprio Deus encarnado. Ele é dono de tudo e está no meio de nós. Só que está disfarçado em um pobre, em um faminto, em uma viúva, uma criança abandonada etc. Se nós o acolhermos bem, ganharemos cem vezes mais na terra, e ainda o Céu.


O que faz a diferença entre o pobre e o rico

Certa vez, um homem rico da cidade disse ao filho adolescente: “Eu combinei com o fulano, sitiante pobre, de você passar as próximas férias lá na casa dele. Isso, para você ver como é difícil a vida na roça, e valorizar mais o que você tem aqui em casa”. O sitiante tinha também um filho, quase da mesma idade, chamado Edson.

Nas férias, o garoto foi.  Passadas as férias, ele voltou para casa e o pai lhe perguntou: “Então, você viu a diferença?” O filho disse: “Vi sim, pai. E como é diferente!

A casa lá é pequena, por isso vivem todos juntos; aqui vivemos isolados uns dos outros, cada um no seu quarto.

O Edson me deu a cama dele, e foi dormir no chão.

Lá, eles desligam a televisão à noite e ficam batendo papo; aqui nós não fazemos isso.

Lá, eles tomam refeição juntos e rezam antes, reunidos em torno da mesa; aqui isso não acontece.

Lá, todos são alegres e amigos; aqui existe muito mau humor.

Nós somos cercados de muros altos; lá é tudo aberto e a gente vê a beleza da natureza em volta da casa.

E o mais bonito, pai, é que lá, à noite, a família se reúne e reza o terço; eu também rezava e gostei muito. Aqui isso não acontece. A gente dorme como animal, sem rezar”.

O pai ficou envergonhado, pois o resultado foi bem o contrário do que ele esperava.

Não é o que temos que nos faz felizes, mas o que somos.


A festinha da catequese e os doces

Certa vez, um pai, de classe média, veio com o seu carro ao salão paroquial, a fim de pegar o seu filho de nove anos que frequentava a catequese. Ele ficou esperando na rua, dentro do carro.

Naquele dia, como estava perto do dia da criança, a catequista tinha feito uma festinha com as crianças. No final da festinha, cada criança ganhou um saquinho de doces.

De repente, o menino aparece no carro com os olhinhos brilhando de alegria. Mostrou para o pai o saquinho de doces e disse: “Pai, olhe aqui o que eu ganhei!” O pai conferiu o saquinho e viu algumas balas e doces dos mais baratos. Olhou para o filho e disse, decepcionado: "Lá em casa você tem doces muito melhores do que estes!”

Aquele homem não entendeu o real motivo da alegria do seu filho. Aquele presente tinha um sentido simbólico, que ia muito além do seu valor e do lado material. O saquinho de doces representava a alegria do garoto por estar na catequese, e receber um presente da própria Igreja. Representava o amor de Jesus, expresso no carinho da catequista por ele, amor que certamente ele não tinha em casa. O essencial é invisível aos olhos.

Quando nos reunimos como filhos de Deus e irmãos entre nós, sentimos uma alegria muito grande. É uma alegria inexplicável, porque é transcendente. “Como é bom, com é agradável os irmãos viverem juntos e se amarem!” (Sl 133).


A gaivota que voava mais alto

Havia, certa vez, um bando de gaivotas que morava num rochedo, perto do mar. A vida delas não variava: Todos os dias iam em bando até o mar, mergulhavam, cada uma pegava seu peixe e voltavam para o ninho.

Uma gaivota jovem achou aquela vida muito monótona, e quis algo mais. Ela se levantava mais cedo e fazia uns voos diferentes, treinando. Um dia, subiu tão alto que ultrapassou as nuvens.

Algumas colegas a criticavam, dizendo que ela estava quebrando a tradição do bando. Ela não ligava para as críticas. Com o tempo, ela aprendeu a planar no ar. Fechava um pouco as asas, e assim pegava uma velocidade incrível, sem se mexer. Depois abria as asas e o próprio impulso a jogava nas alturas novamente.

Mas, numa dessas experiências, ela se perdeu. Teve de voar à noite, com chuva, e acabou batendo-se contra uma rocha. Chegou em casa machucada.

As críticas foram maiores ainda. Ela, porém, respondia: “O mundo é mais belo que esta praia aqui. Vocês é que não conhecem. Para mim, não compensa viver só para comer”. E logo que sarou voltou aos seus treinos.

Um dia, ela estava voando a vários quilômetros de altura e viu no céu uma gaivota reluzente, que voava muito melhor que ela. Ficou encantada. Foi atrás e perguntou o seu nome. Ela respondeu: “Eu sou Filho da Grande Gaivota, o criador do mundo. Fique comigo, porque eu tenho uma missão para você”.

A jovem gaivota aceitou o convite, encontrando o seu ideal.

Todos os objetos, feitos por Deus ou pelo homem, têm uma finalidade. A abelha foi feita para produzir mel, a lâmpada para iluminar... Se alguém quer usar uma lâmpada para fincar um prego na parede, não vai conseguir e vai quebrar a lâmpada, pois ela não foi feita para isso. Para fincar prego existe o martelo. Também nós temos, cada um, uma finalidade, que chamamos de vocação.

Mas Deus só nos mostra a nossa vocação, quando somos audazes, como aquela jovem gaivota.


Saladino e a sua mortalha

Havia, na antiguidade, um rei muito rico, chamado Saladino. Ele viveu no Séc. XII. Era rei da Mesopotâmia. Conquistou a Síria, Damasco e finalmente o Egito.

Depois de ter extorquido riquezas, dominado povos e cometido muitas injustiças, Saladino adoeceu gravemente. Já às portas da morte, mandou afixar na ponta de uma vara a mortalha com a qual ia ser sepultado, e ordenou a um arauto que pegasse a vara e saísse pelas ruas da cidade, gritando: “Vejam. É só isto que Saladino vai levar deste mundo!”

"O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida?" (Mt 16,26).

Maria Santíssima era muito rica, mas da graça de Deus. O anjo a chamou “Cheia de graça”. Por isso foi elevada ao céu em corpo e alma. Peçamos a ela que nos ajude a cuidar não só desta vida, mas principalmente da outra.


O rapaz que caçava “nhanhã”

Certa vez, um rapaz estava numa esquina, olhando para cima e dando pulos. Ele pulava o mais alto que podia e tentava pegar algo no ar. Depois abria a mão cuidadosamente e, vendo que não havia nada, pulava de novo. As pessoas que passavam não viam nada no ar.

Por acaso, passou por ali um professor dele. Viu a estranha cena e continuou caminhando. Mas, um pouco na frente, parou, olhou para trás e perguntou: “O que você está fazendo?” “Caçando nhanha”, respondeu o jovem. E continuou pulando. O professor insistiu: “Mas, o que é nhanha?” O moço disse: “Eu também não sei, pois não peguei nem uma ainda”.

Muita gente vive por aí caçando nhanha, isto é, procurando algo que não sabe o que é, porque ainda não encontrou. Vive caminhando pela vida, sem saber para onde, porque ainda não chegou.

Maria Santíssima, conduzida pelo Espírito Santo, sabia muito bem o que estava procurando na vida. “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,35). Peçamos a ela que nos ajude a ter um ideal na vida, a fim de não vivermos caçando nhanha.


Moisés com o rosto brilhante

Quando o povo hebreu estava atravessando o deserto, um dia Moisés subiu o monte Sinai, e lá em cima falou com Deus. Quando voltou, o seu rosto estava resplandecente, tão reluzente que o povo nem conseguia olhar para o rosto dele. Então Moisés cobriu o rosto com um véu, para que todos pudessem olhar para ele (Cf Êx 34,27-35).

Nós também, quando falamos com Deus na oração, saímos transfigurados. Até o nosso rosto fica mais radiante. Adquirimos mais alegria, mais otimismo, mais fé, mais esperança, mais caridade..., tudo. Não só o rosto, mas o nosso corpo inteiro fica luminoso, porque é iluminado por Deus. É uma luz que, se depender de Deus, não se apagará nunca. Irá crescendo sempre mais até chegar ao brilho total com Deus no Céu. A oração tem uma força transformadora infinita.

Moisés sentia medo de Deus, o que não aconteceu com os Apóstolos que conviveram com Jesus. Isso por causa da Encarnação. Agradecemos a Maria Santíssima, ela ter sido o grande instrumento de Deus para que a Encarnação acontecesse.


Gesto não compreendido

Certa vez, durante uma Missa de domingo, com a igreja cheia, uma menininha de três aninhos saiu lá de trás e veio pelo corredor central.

Ela aproximava-se de cada pessoa que estava na ponta dos bancos e estendia a mãozinha aberta. Mas todos lhe faziam gesto de “não”, isto é, que não tinham dinheiro. Chegando à frente, ela passou para o outro lado e voltou, fazendo o mesmo gesto.

Uma moça abaixou-se e perguntou à garotinha o que ela queria. Ela disse: “Eu quero dar a paz!”

A criança precisa mais de amor do que de dinheiro ou de coisas materiais. Enquanto não colocarmos o amor na frente do dinheiro, não encontraremos nem construiremos a paz.


Nós pedimos a Jesus, pela intercessão de Maria Santíssima, que abençoe as nossas famílias, para que elas tratem seus filhos do jeito que ela tratou o Menino Jesus.

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