HISTÓRIAS DE VIDA-JUNHO 13
A façanha de Judite
O
livro bíblico de Judite narra a história dessa mulher, que é admirável. O fato aconteceu
pelo ano 200 A/C.
Nobucodonosor,
rei da Assíria, e seu general Holofernes, levados pela ambição, decidem invadir
Israel, que era um país pequeno e fraco.
O
rei de Israel, ao ver a chegada daquele exército desproporcionalmente mais
forte que o seu, resolveu, em vez de enfrentá-lo, refugiar-se numa cidade bem
fortificada, chamada Betúlia.
O
exército assírio cercou Betúlia e cortou o fornecimento de água para a cidade.
Nesta
situação terrível, Judite, que era uma mulher muito bonita, teve a seguinte
ideia: Vestiu-se com suas roupas mais belas e sensuais, perfumou-se e saiu da cidade,
à noite, fingindo ser uma desertora.
Encontrou
um soldado assírio e lhe disse que queria dar informações ao general. Foi
levada à tenda de Holofernes. Este logo se encantou com a moça.
Antes
de ouvi-la, improvisou para ela uma festa com muitas bebidas. O general bebeu
tanto que dormiu. Judite, que estava sozinha com ele em sua tenda, pegou a
própria espada dele e lhe cortou a cabeça. Pôs a cabeça numa sacola e saiu.
Nessa hora, as nuvens cobriram as estrelas e a lua, formando um escuro total.
Assim, Judite entrou em Betúlia sem que nenhum soldado inimigo a visse.
Vendo
o prodígio, o exército de Israel criou coragem e, em plena noite, deu o grito
de guerra. Os assírios, ao verem que seu general estava morto, entraram em pânico
e fugiram, abandonando o projeto de apossar-se de Israel. Na fuga, à noite, apavorados,
os soldados matavam seus próprios colegas pensando que eram israelitas.
Após
a fuga do exército assírio, os israelitas, cheios de alegria, fizeram uma
festa, na qual cantaram para Judite o seguinte cântico: “Tu és a glória de
Jerusalém, a alegria de Israel e a honra do nosso povo!” (Jt 15,9).
A
liturgia atribui essa frase a Maria Santíssima, que também enfrentou com coragem
o inimigo, a serpente infernal (Cf Gn 3,15).
Jerusalém
representa o mundo criado por Deus. Maria é a sua glória, porque é a mais bela
flor que o universo produziu.
Israel
representa a humanidade. Maria é a alegria da humanidade, porque é imaculada.
A
expressão “nosso povo” simboliza a Igreja. Maria é a honra da Igreja, por ser o
seu membro mais santo e a primeira redimida a entrar no Céu em corpo e alma.
As pedras preciosas na montanha
Certa
vez, alguns homens descobriram que em uma montanha bem afastada havia muito ouro,
prata e pedras preciosas. Resolveram ir lá pegar para si essas preciosidades.
Mas,
como no pé da montanha havia um vilarejo, e o único jeito de subir era passar
dentro do vilarejo, decidiram ir bem tarde da noite, para ninguém os ver. Assim
fizeram.
Quando
o dia amanheceu, eles estavam em cima da montanha. E viram, maravilhados, as pedras
preciosas brilharem em toda parte. Era uma riqueza incalculável. Encheram suas
sacolas e mochila e ficaram no local até o anoitecer.
Quando
ficou escuro, desceram. Ao atravessar a vila, quando estavam bem no meio, as luzes
se acenderam e todo o povo veio ao encontro deles, cada um trazendo um punhado
de pedras preciosas. Davam a eles e diziam: “Vocês não são daqui. Por isso
levem de presente essas pedras”.
Dá
para imaginar a vergonha com que aqueles homens ficaram.
Na
verdade, as pedras mais preciosas daquele lugar não estavam na montanha, e sim
na vila. Era o povo.
Não
vamos colocar coisas materiais acima das pessoas.
E
Jesus é a pedra mais preciosa do mundo, o maior tesouro, nos presenteado pelo
próprio Deus Pai. Nós o encontramos, em todo o seu brilho, na Igreja una,
santa, católica e apostólica, especialmente na Eucaristia.
Que
Maria Santíssima, a Rosa de Ouro, nos ensine a sermos ricos da graça de Deus.
A força da liberdade
Numa
aldeia de índios, um rapaz e uma moça decidiram casar-se. Ela era muito linda,
a indiazinha mais bonita da aldeia. E ele, um jovem elegante, esbelto,
corajoso, trabalhador e esperto. Os dois jovens eram a honra da aldeia.
Eles
queriam um casamento que durasse a vida toda. Por isso, procuraram o pajé para
pedir um conselho. Disseram: “Nós nos amamos e queremos nos casar. O que fazer
para que o nosso amor não acabe?”
O
pajé, em vez de aconselhá-los logo, deu a cada um uma tarefa. Disse para ele:
“Suba esta montanha ao norte, levando uma rede, e pegue um falcão bem vigoroso.
Depois traga-o aqui com vida. Deverá trazê-lo depois de amanhã cedo.
E
você, menina, deve escalar esta montanha ao sul, também com uma rede, e pegar
uma águia. Traga-a para mim, viva”.
Os
jovens se retiraram e partiram para cumprir a tarefa.
No
dia marcado, lá estavam eles, na frente da tenda do pajé, cada um com a sua ave
dentro de um saco. O velho apareceu, agradeceu o cumprimento da tarefa, e pediu
que amarrassem as aves uma na outra pelas patas, com uma fita de couro.
“Quando
as tiverem amarrado, soltem-nas para que voem livremente”, disse o pajé. Os noivos
fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros.
A
águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos
depois, irritados por não conseguir voar, arremessaram-se um contra o outro,
até se machucarem.
O
ancião disse: “Jamais se esqueçam do que estão vendo. Este é o meu conselho: Vocês
são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, não só viverão
se arrastando pela vida, como também logo começarão a brigar e a machucar-se mutuamente.
Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas livremente. Jamais
se amarrem”
A
lição vale tanto para o amor matrimonial como para o amor a Deus, que é a fonte
e o modelo de todo amor. O amor, quando é livre e espontâneo, torna-se forte.
O
amor de Maria Santíssima a Deus partiu do fundo do seu coração. Foi um amor
livre e dedicado. Rainha de todos os santos, rogai por nós.
Ser sândalo, não machado
O
sândalo é uma árvore aromática e medicinal, originária da Índia. Ela perfuma o
machado que a fere. À medida que o machado a corta, ela vai exalando mais e
mais seu aroma, perfumando até mesmo a ferramenta que a cortou.
Por
isso, o sândalo é metáfora do ser cristão, que paga o mal com o bem. Os mártires
nos deram esse belíssimo exemplo. Basta ver Santa Maria Goretti.
Você
é como o sândalo ou como o machado? É da essência do sândalo perfumar, assim como
é da essência do machado ferir. Muitos são também assim: Perfumam sem perceber,
ou machucam, até quem os perfuma, sem se culpar.
O
pecado nos leva a ferir, mas a graça nos impele a perfumar, fazendo o bem até a
quem nos faz o mal.
“Amai
os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem!” (Mt 5,44).
Mãe
do belo amor, rogai por nós.
Aprendendo a voar
As
águias constroem seus ninhos na copa das árvores mais altas.
Quando
os filhotes crescem e criam asas, a mãe empurra-os para a beira do ninho. Seus
coraçõezinhos se aceleram. Tentam resistir, mas não adianta. A mãe é implacável.
Com o bico, ela empurra os bichinhos para fora do ninho.
Primeiro,
eles dão cambalhotas no ar. Mas, como é alto, antes de chegar ao chão batem as
asinhas e saem voando.
É
assim que os filhotes de águia aprendem a voar. Na marra. Na base do empurrão.
Um empurrão às vezes é o melhor presente. Claro que, na hora, os filhotes
tentam agarrar-se no ninho. Mas não adianta, a mãe os joga nos ares.
A
emoção de voar começa com a vitória sobre o medo de cair. A mãe só os empurra
na hora certa, quando suas asinhas estão desenvolvidas.
Deus
não nos deixa levar vida misturada, vinho novo em odres velhos. Quando estamos
preparados, ele nos coloca em situações nas quais só temos duas saídas: Ou cair
e nos esburrachar, abandonando a fé católica, ou dar um passo à frente.
Com
os mártires, aconteceu isso. Nenhum deles procurou o martírio. De repente, encontraram-se
numa situação de escolha. E escolheram certo. Jogaram-se no abismo e conseguiram
voar. Tanto que hoje são lembrados entre nós como irmãos e irmãs vivos, pois
realmente são.
Em
situações e circunstâncias diferentes, esse desafio acontece com todos nós.
Deus não deixa ninguém eternamente levando vida mansa, ou misturada.
Que
Maria Santíssima nos ajude a imitá-la, jogando-nos na vontade de Deus, do jeito
que ela fez.
Abacaxi, banana, melão e laranja
Havia,
certa vez, um homem chamado Isac, que trabalhava numa grande empresa. Ele era
um empregado sério, dedicado e cumpridor das obrigações. Por isso que já estava
com vinte anos de casa.
Um
dia, ele procurou o patrão para reclamar. Disse: “Dr., eu estou me sentindo injustiçado.
O Juca, que está conosco apenas há três anos, foi promovido e passou a ganhar
mais que eu”.
O
patrão fingiu que não ouviu e lhe disse: “Foi bom você vir aqui. Tenho um problema
para resolver, e você poderia fazê-lo. Estou querendo dar ao nosso pessoal uma
sobremesa após o almoço de hoje. Aqui na esquina existe uma barraca de frutas.
Por favor, vá até lá e verifique se eles têm abacaxi”.
Isac
saiu imediatamente da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos estava de
volta. Disse ao patrão: “Eles têm abacaxi”.
-
“E quanto custa?”
-
“Isto eu não perguntei.”
-
“Têm outras frutas que eu possa substituir o abacaxi?”
-
“Também não sei.”
-
“Muito bem, Isac”, concluiu o patrão. “Sente-se aqui na poltrona e me aguarde
um pouco”.
O
patrão pegou o telefone e chamou o Juca. Quando este entrou na sala, o patrão
foi logo dizendo: “Juca, estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa após
o almoço de hoje. Aqui na esquina existe uma barraca de frutas. Vá até lá e verifique
se eles têm abacaxi”.
Oito
minutos depois, o Juca estava de volta. Disse ao patrão: “Eles têm abacaxi sim.
Têm em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal. E, se o senhor quiser,
eles têm também laranja e banana”.
-“E
o preço?”
-
“Bem, o abacaxi é vendido a três Reais o quilo. A banana a dois e a laranja a
vinte Reais o cento, já descascada. Mas como eu disse que a quantidade era
grande, eles me concederam um desconto de quinze por cento. Deixei reservado o
abacaxi. Caso o senhor resolva, eu confirmo”.
O
patrão agradeceu ao Juca as informações e o dispensou. Voltando-se para o Isac,
que estava na poltrona, perguntou: “Você falou alguma coisa quando entrou aqui.
O que era mesmo?”
-
“Nada sério”, respondeu o Isac, despedindo-se.
Jesus
é esse patrão, e o seu pedido é bem maior: “Ide fazer discípulos entre todas as
nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes
a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias,
até o fim dos tempos” (Mt 28,19-20).
Não
podemos ser minimistas, só cumprindo o que nos foi pedido, mas ser criativos,
pois “o amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14) a fazer sempre algo mais, descobrindo
novas possiblidades e abrindo caminhos novos.
Apesar
das limitações que por acaso tenhamos, de saúde, falta de tempo..., nós somos
convocados por Cristo a ser Jucas da História, e nunca Isacs. É possível mudar
este mundo, a começar por nossa casa. Temos a faca e o queijo na mão, que são a
presença constante do Espírito Santo, a quem até o vento e o mar obedecem.
Maria
Santíssima foi a mulher forte e corajosa, que venceu todos os obstáculos no
cumprimento de sua sublime vocação. Santa Maria, rogai por nós.
Ociosidade, mãe de todos os vícios
Havia,
certa vez, um adolescente que, após ter sido castigado por seus pais várias
vezes, chegou à conclusão de que não conseguiria corrigir-se.
Procurou
o diretor da escola, do qual era amigo e admirador, e expôs o problema, pedindo
ajuda.
O
diretor deu para ele um copo bem cheinho de água e disse: “Você vai percorrer
toda a escola, segurando este copo, sem derramar uma gota”.
O
rapazinho saiu, preocupado. Subiu escadas, entrou na biblioteca, foi ao pátio,
andou por toda a escola. E voltou à sala do diretor.
Este
perguntou-lhe: “Você viu as garotas?” “Não”, disse ele. “Viu seus amigos?”
“Também não. Eu estava preocupado com a água”.
O
diretor explicou: “O que falta a você é trabalho, ocupação que preencha o seu
tempo. Para isso, você precisa ter um ideal, isto é, uma meta, um sonho a
realizar na vida”.
De
fato, o trabalho é uma fonte de virtudes. Já a ociosidade é a mãe de todos os
vícios.
Que
Maria Santíssima nos ajude a amar o trabalho, pois assim cresceremos na fé e em
todas as virtudes.
Sempre a caminho
Certa
vez, um professor quis fazer uma experiência com seus alunos. Arrumou um balde
transparente. Ao entrar na classe, colocou-o em cima da mesa e perguntou: “Este
balde está vazio ou cheio?” Todos responderam: “Vazio”.
Ele
pegou, de dentro de uma caixa que havia levado, várias pedras grandes e encheu
o balde até a boca. Perguntou: “Agora está vazio ou cheio?” Os alunos responderam:
“Cheio!”
O
professor pegou pedrinhas menores e despejou no balde. Elas entraram pelos vãos
das pedras grandes, e coube uma boa quantidade de pedrinhas.
Perguntou
novamente: “E agora, o balde está vazio ou cheio?” Os alunos já ficaram meio desconfiados,
mas alguns responderam: “Agora está cheio”.
O
professor pegou um vaso com areia e despejou. Coube muita areia entre as pedras.
Perguntou de novo. “Agora sim”, disseram os alunos, “o balde está cheio”.
O
professor pegou uma jarra com água e despejou. Coube toda a água da jarra no balde.
A
nossa vida é como aquele balde. Sempre cabe mais. As pedras grandes foram os
sacramentos que recebemos: O batismo, a crisma, a primeira comunhão... Mas nem
por isso já estamos “cheios”. Precisamos dar ainda muitos passos à frente.
Somos caminheiros da esperança, a nossa vida é caminhar.
O
povo hebreu, quando saiu do Egito, começou a caminhar pelo deserto rumo à terra
prometida. A caminhada durou trinta anos. Cada dia, ao anoitecer, eles armavam suas
tendas. No outro dia cedo, as desarmavam, punham nas costas e continuavam a
caminhada.
A
morte será a nossa “terra prometida”, isto é, o nosso ponto de chegada deste
longo caminho pelo deserto da vida.
Que
ninguém de nós fique parado, pensando que já chegou ao cume da montanha da
perfeição e da santidade.
Queremos
ser como Maria Santíssima. Olhar para Deus, abrir os braços e dizer: “Eis aqui a
escrava, o escravo do Senhor. Estou pronto. Falai, Senhor, que vosso servo
escuta. Ainda há lugares vazios dentro de mim, onde quero que despejes a Água Viva
da vossa graça”.
Quem é mais forte?
Certa
vez, uma pedra disse: “Eu sou forte”. Ouvindo isso, o ferro falou: “Eu sou mais
forte que você”. Houve um duelo, até que a pedra se tornou pó.
O
ferro disse: “Eu sou forte”. Ao ouvi-lo, o fogo falou: “Eu sou mais forte que você”.
Houve novo duelo e o fogo derreteu o ferro.
O
fogo disse: “Eu sou forte”. A água ouviu e comentou: “Eu sou mais forte que você”.
Nova disputa e a água apagou o fogo.
Orgulhosa,
a água gritou: “Eu sou forte”. A nuvem ouviu, veio, transformou-a em vapor e a
levou para os ares.
A
nuvem disse: “Eu sou forte”. O vento ouviu, veio, soprou e desfez a nuvem. “Eu
sou mais forte que você”, disse ele.
Altivo,
o vento falou: “Eu sou forte”. Veio a montanha e o segurou, dizendo: “Eu sou
mais forte que você”.
A
montanha estufou o peito e gritou: “Eu é que sou forte”. Veio o homem e, com
sua inteligência e seus tratores, destruiu a montanha. O homem levantou o nariz
e falou: “Eu é que sou forte”. Veio a morte e o homem foi derrotado por ela.
A
morte julgou-se dona do pedaço. “Eu sou forte”, disse ela. Veio Jesus Cristo e,
através da ressurreição, destruiu a morte.
Agora
sim, chegou o forte, definitivamente forte. E Jesus passou para nós a sua
força: “Se tiverdes fé... podereis dizer a esta montanha: ‘Arranca-te daí e
joga-te no mar’, e isso acontecerá. Tudo o que, na oração, pedirdes com fé, vós
o recebereis” (Mt 21,21-22).
Não
queremos nem precisamos de outro deus. Nosso Deus é Jesus Cristo, e ponto
final.
Hoje,
encontramos Jesus Cristo em seu Corpo Místico, que é a Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Maria
Santíssima é a Rainha do universo, porque é a Mãe do Rei. Nós lhe pedimos: “Rogai
por nós pecadores”.
A catequista sem tempo de rezar
Certa
vez, um líder de uma Comunidade grande da periferia estava falando para as
catequistas sobre a oração. Ele dizia: “Nunca deixem de rezar antes de preparar
a sua aula”.
Uma
catequista disse: “Eu trabalho e estudo; às vezes, tenho apenas cinco minutos
para preparar a minha aula. Como que vou rezar?”
Ele
respondeu: “Muito bem. Que bom que você tem cinco minutos. Reze durante três
minutos e prepare a aula em
dois. Pode estar certa de que sua aula sairá muito melhor do
que se usasse todos os cinco minutos na preparação, sem rezar”.
Tempo
é questão de preferência. Sempre encontramos tempo para fazer o que amamos.
Quem
reza, recebe a luz de Deus, e com ela tudo se torna fácil. Afinal, Deus é o Senhor
do Céu e da terra.
Apesar
de tantos trabalhos que Jesus realizava, ele sempre encontrava tempo para bater
um papo com Deus Pai, que ele tanto amava.
Maria
Santíssima, Mãe de Cristo e nossa, foi uma mulher súper dinâmica. A exemplo do
Filho, ela passou pela vida fazendo o bem. Mesmo assim, vivia em constante contato
com Deus. Santa Maria, rogai por nós.
Um passeio corajoso
S.
João Bosco era padre e viveu no Séc. XIX, em Turim, na Itália. Ele gostava de visitar
o presídio, e conhecia todos os presos pelo nome.
Um
dia, pediu ao diretor da cadeia uma licença audaciosa: Fazer um passeio com
todos os detentos.
O
diretor estranhou o pedido, achando aquilo um absurdo. Consultou seus superiores.
Devido à admiração que tinham pelo padre, permitiram. No seu medo, o diretor
mandou que um grupo de soldados, a paisana, os acompanhasse de longe sem que
eles percebessem.
Fizeram
o passeio. Não fugiu um só. Os próprios presos se encarregavam de vigiar, para
que os colegas não fugissem.
Iniciativa
semelhante aconteceu aqui no Brasil, na década de 1970, na cidade de S. José
dos Campos SP. Um delegado, chamado João Otoboni, criou o sistema chamado “Prisão
albergue”. A experiência foi apoiada por lei e praticada com sucesso em várias
regiões do Brasil.
Como
é bom ver, no próximo que errou, o seu “fundo bom”, criado por Deus!
Maria
Santíssima é chamada, na Salve Rainha, Mãe de misericórdia. Que ela nos ensine
a ser humildes e não julgar ninguém. “Não julgueis, e não sereis julgados” (Mt
7,1).
Homem escolhe Jesus como seu Rei
Certa
vez, um homem falou para Jesus: “Quero que o Senhor seja o meu rei”. Jesus
respondeu: “É? Então me entregue todo o seu dinheiro”. O homem falou: “Mas
Jesus, é tão caro assim?! Está bem. Tome aqui todo meu dinheiro. Pode reinar sobre
ele”.
E
Jesus continuou: “E passe-me a escritura de sua casa”. O homem disse: “Credo!
Também a minha casa!? Está bem”. E passou a escritura para Jesus.
Jesus
não parou aí. Falou: “Eu quero o seu emprego”. O homem protestou: “Mas Jesus,
eu preciso deste emprego para sustentar a minha família!” Jesus respondeu: “Não
tem conversa. Entregue-me seu emprego”. O homem entregou.
Jesus
continuou: “Quero agora a sua família. Sua esposa e seus filhos. Passe-os para
mim”. O homem chamou sua família e a entregou a Jesus.
Jesus
perguntou: “Tem mais alguma coisa?” “Resta o meu trabalho na Comunidade”. disse
o homem. “Entregue-me”, falou Jesus.
“Agora
acabou”, disse o homem. “Acabou nada”, respondeu Jesus. “Entregue-me você mesmo.
Seu corpo, seu espírito, sua alma... Entregue-se totalmente a mim”.
O
homem levantou-se, ergueu os braços e disse: “Sim, Jesus. Eu me entrego totalmente
ao Senhor”.
Jesus
então lhe falou: “Pois bem, meu querido irmão. Agora eu encarrego você de cuidar
de tudo o que me deu. Ficam com você. Mas é meu administrador. Lembre-se sempre
disso”.
O
homem recebeu tudo de volta, sabendo que agora não é dono de nada. É um simples
empregado de Deus. “Não podeis servir a dois senhores” (Lc 16,13).
Que
Maria Santíssima nos ajude a doar tudo, até a nossa vida a Deus, do jeito que
ela fez: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”
(Lc 1,38).
O milagre das flores
Santa
Isabel da Hungria viveu no Séc. XIII. Naquele tempo, havia o costume de os pais
escolherem o esposo para as filhas. Isabel teve de se casar com Luís Hesse, e
foi morar junto com a família dele.
Logo
nos primeiros dias, a família já começou a implicar com Isabel, devido ao amor
dela pelos pobres. Eles achavam que ela estava excedendo na ajuda aos necessitados,
e comentavam isso com Luís. Se ela continuar assim, diziam, vai acabar com os
nossos bens.
Um
dia, Luís chegou em casa e alguém fofocou: “Você quer uma prova de que Isabel
está esbanjando tudo o que temos? Vá lá fora ver. Ela está saindo de casa com
uma cesta cheia de mantimentos que pegou na nossa dispensa”.
O
marido saiu, alcançou a esposa na estrada e perguntou: “O que você está levando
nessa cesta?” Ela disse: “São flores”. Ele levantou o pano que cobria, e de
fato a cesta estava cheia de lindas e perfumadas rosas. Isto em pleno inverno,
tempo em que na Hungria não existem flores.
Deus
zela pelos seus filhos e filhas queridos. Não precisamos preocupar-nos com a
nossa defesa.
Vamos
confiar em Deus e praticar as virtudes com humildade e transparência, sem querer
criar uma auto imagem superior à que somos.
Maria
Santíssima vivia na simplicidade e transparência, sem querer aparecer mais do
que era. Que ela nos ajude a evitar todo tipo de hipocrisia.
Qual dos dois vale mais?
Certa
vez, um senhor idoso morava sozinho e estava passando por sérias necessidades.
Já não conseguia mais cozinhar nem cuidar da casa.
Os
filhos eram todos casados e ninguém se importava com ele.
Um
dia, o velho teve uma ideia. Ele tinha um amigo que trabalhava em uma firma de
seguros, que tinha barras de ouro em seus cofres. Através do amigo, conseguiu
da firma uma barra de ouro emprestada, apenas por dois dias, e assinou o termo
de responsabilidade.
Quando
a barra chegou à sua casa, ele a pegou, colocou numa sacola, foi à casa de um
dos filhos e lhe disse: “Ontem eu estava andando na beira do asfalto e achei
isto aqui. Não mostrei ainda para ninguém”.
O
filho a examinou e disse: “Isto é ouro puro, pai! Tem altíssimo valor. A sua
casa não é segura para guardá-lo. Vamos fazer o seguinte: Aqui na minha casa há
dois quartos vazios, eu convido o senhor para vir morar aqui. Eu vou comprar um
cofre e embuti-lo na parede do quarto. Assim, o ouro ficará seguro”.
O
pai concordou. No mesmo dia, o filho comprou o cofre, chumbou na parede e colocou
dentro a barra de ouro. Logo que o filho se retirou, o pai tirou a barra de
ouro e devolveu.
No
cofre ele colocou uma pedra de paralelepípedo e, ao lado, um belo cartão com as
seguintes frases bíblicas: “Meu filho, ampare seu pai na velhice!” (Eclo 3,12).
“Quem honra seu pai, alcança o perdão dos pecados, e será ouvido por Deus na oração”
(Eclo 3,3-4).
O
que aquele vovô quis ensinar ao filho foi que a pessoa humana vale mais que o
ouro.
Assim,
o velho pai viveu mais dignamente os seus últimos anos.
Quando
morreu, o filho foi logo abrir o cofre. Mas, para surpresa sua, em vez de ouro,
encontrou a pedra sem valor, e a mensagem.
Esta
mesma esperteza foi usada por Jesus quando lhe perguntaram se deviam ou não pagar
o imposto a César (Cf Mt 22,15-21), quando lhe perguntaram com que autoridade
ele fazia aquelas coisas (Cf Mc 11,27-33), e por S. Paulo, quando conseguiu
dividir o tribunal e assim ser libertado (Cf At 34,6-7).
Que
Maria Santíssima nos ajude a usar o dinheiro corruptível para ganhar os bens
eternos.
O milho premiado
Havia,
certa vez, um agricultor de milho que, ano após ano, ganhava um troféu da
cooperativa, chamado “Milho gigante”. Isso porque o seu milho era cada ano melhor
que no ano anterior.
Numa
dessas festas de premiação, logo após ele ter recebido o troféu e a faixa, um repórter
lhe perguntou como que ele fazia, qual era o seu segredo para produzir um milho
de tão alta qualidade.
Entre
outros motivos apresentados, ele disse: “Eu, todos os anos, compartilho a semente
do meu melhor milho com os meus vizinhos agricultores”.
O
repórter ficou surpreso e disse: “Mas eu vejo aqui que seus vizinhos estão competindo
com o senhor. Por que o senhor faz isso?”
O
sitiante respondeu: “Você não sabe que o vento apanha o pólen do milho maduro e
o leva de campo em campo? Se meus vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização
degradará o meu também. Portanto, se eu quero cultivar milho bom, tenho de
ajudar meus vizinhos a também cultivarem milho bom”.
Nós,
líderes cristãos, queremos trabalhar em conjunto com os outros líderes da
sociedade. Não queremos estar por cima de ninguém, e sim caminhar juntos.
Se
queremos ficar livres de roubos, é só tratar bem os nossos vizinhos e ajudar os
necessitados. Assim, todos progrediremos juntos, como as lavouras de milho.
Maria
Santíssima foi também uma operária da vinha do Senhor; e trabalhou tão bem que
foi premiada por Deus na Assunção, e depois coroada Rainha do Céu e da terra.
Que ela nos ajude a sermos bons vinhateiros. Que trabalhemos com dedicação e
desapego, sem querer ficar com a parte do dono da vinha, que é Deus.
O velho que plantava jabuticabeiras
Certa
vez, um senhor idoso estava plantando jabuticabeiras. Um jovem viu e disse: “O
senhor sabia que a jabuticabeira demora vinte anos para produzir? Quando ela
começar a dar jabuticabas, o senhor já não estará mais vivo!”
O
homem respondeu: “E nós não estamos hoje colhendo frutos das árvores que as gerações
passadas plantaram?”
Vamos
pedir a Maria Santíssima que nos ajude a crescer no amor solidário e a aprofundar
a nossa formação humana e cristã.
A pesquisa vocacional
Certa
vez, foi feita uma pesquisa entre os jovens universitários de uma cidade, para
saber por que houve uma inversão. Antigamente, a maior procura era pela medicina,
e hoje a maior procura é pela odontologia.
As
razões apresentadas foram: Os honorários do médico são geralmente tabelados,
enquanto os do dentista são livres. O dentista é mais livre, podendo, por exemplo,
viajar no fim de semana, enquanto o médico é mais preso aos seus pacientes,
encontrando dificuldade até para fazer férias, às vezes.
Como
vemos, pelo menos naquela cidade, os jovens se mostraram bastante egoístas,
pois, na escolha da profissão, pensaram mais em si mesmos do que nos destinatários.
Será
que não está aí um motivo por que faltam operários na messe do Senhor? Mas
esses jovens entrevistados estão enganados. Jesus prometeu cem vezes mais a
quem renunciar aos bens da terra para colocar-se a serviço dele e do seu Reino.
Maria
Santíssima é modelo de disponibilidade a Deus. Quando o anjo perguntou se ela
topava ser a Mãe do Messias, ela abriu os braços e disse: “Eis aqui a escrava
do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”. Em outras palavras: Estou
inteiramente à disposição do Senhor, para o que ele quiser. Mãe das vocações, rogai
por nós.
Beethoven e o luar
Conta-se
que certa vez Beethoven, um dos maiores músicos de todos os tempos, estava viajando
à noite, e veio uma tremenda tempestade. Ele se abrigou na casa de uma família.
A tempestade passou, o céu ficou limpo e apareceu a lua, em toda a sua beleza.
Enquanto
todos admiravam a lua, uma senhora, que era cega de nascença, disse: “Que pena!
Eu nunca vi o luar, e nunca vou sentir a sua beleza!”
Como
a família tinha um piano, Beethoven lhe disse: “Eu posso lhe mostrar como é o
luar”. Sentou-se ao piano, compôs e tocou a famosa música “Sonata ao Luar”.
Depois
de ouvir a música, a senhora exclamou, chorando de alegre emoção: “Que maravilha!
Agora eu sei o que é o luar!”
Isso
se chama ver com o coração. Que pena
que nós vivemos sempre numa correria tão grande que não temos tempo nem para
contemplar a lua! Há o perigo de passar pela vida e não viver.
Toda
pessoa é extremamente rica em qualidades e tem também defeitos. Quem olha as pessoas
com o coração, destaca nelas, não os defeitos, mas as suas riquezas. Assim, vai
amá-las mais.
A
mãe vê com o coração os seus filhos. Que a nossa Mãe, Maria Santíssima, nos
ajude a ver com o coração as pessoas ao nosso redor.
A canoa furada
Havia,
certa vez, uma família que tinha um sítio na beira de um rio. Eram o casal e
três filhos, o mais velho adolescente. Eles tinham uma canoa.
Um
dia, o homem contratou um pintor para pintar a canoa. Pagou adiantado e viajou
com a esposa, ficando em casa os filhos.
Na
volta, não encontraram nem os filhos nem a canoa. Ficaram muito preocupados,
porque a canoa tinha uma tábua solta que precisava ser pregada, o que ele ia
fazer naquele dia.
Concluíram
que as crianças tinham saído com a canoa, ela se afundou e os três morreram afogados.
Gritaram pelos filhos, procuram na redondeza, mas não encontraram.
Em
meio ao desespero, de repente viram as crianças apontando com a canoa na curva
do rio. Chegaram alegres, trazendo peixes e outros objetos que encontraram.
Ao
chegarem, disseram aos pais: “O que aconteceu? Parece que choraram!” O pai viu
que o pintor havia, não só pintado a canoa, mas feito o serviço de vedação, inclusive
repregando a tábua.
O
casal procurou o pintor e lhe deu um abraço emocionado, dizendo: “Você salvou a
vida dos nossos filhos”.
O
cristão, quando é operário, trabalha com dedicação e honestidade, visando não
só o pagamento pelo serviço prestado, mas o bem do próximo.
“Quando
chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, a
fim de que fôssemos adotados como filhos de Deus” (Ef 4,4-5). Essa foi a grande
vocação de Maria Santíssima, que ela cumpriu com muito amor. Que ela nos ajude
a cumprirmos bem a nossa missão.
Réu engole papel do sorteio
Certa
vez, na antiguidade, um senhor muito rico cometeu um crime bárbaro de homicídio.
Mediante alta soma de dinheiro, ele “comprou” o juiz, para que condenasse pelo
crime um pai de família, que nada tinha a ver com o caso.
E
pagou umas pessoas para denunciarem esse pobre homem.
Na
hora do julgamento, o réu disse com sinceridade: “Sou inocente de tudo isso que
disseram a meu respeito”.
O
juiz disse: “Bom, como o réu diz ser inocente, e essas pessoas afirmam que ele
é culpado, vamos fazer um sorteio. Colocaremos dois papeizinhos em uma sacola.
Em um estará escrito: “Inocente”. E no outro: “Culpado”. O próprio réu vai
retirar um, e o que ali estiver escrito será a sua sentença”.
Enquanto
o juiz preparava o sorteio, o réu orava dizendo: “Senhor, tenho esposa e filhos
para tratar. Ajude-me!” Na sua casa, toda a família fazia o mesmo.
Na
hora, ele pensou na possibilidade de escreverem “Culpado” nos dois papeizinhos.
Por isso, teve uma ideia original: Quando o juiz lhe apresentou a sacola, ele
pegou um dos papeizinhos e, mais que depressa, o engoliu.
Foi
aquele murmúrio geral. Mas o réu pediu a palavra e disse: “É muito simples. É
só abrirem o outro papelzinho que os senhores saberão qual dos dois eu engoli”.
Foi
aberto o papelzinho, no qual estava escrito: “Culpado”. Assim, o juiz foi obrigado
a absolvê-lo.
Felizmente
a trama não deu certo. Mas quantas tramas semelhantes dão certo, condenando
inocentes e absolvendo culpados!
Que
Maria Santíssima interceda por nós, a fim de que Deus nos proteja das maldades do
mundo.
O monge e sua esteira
Antigamente,
os monges dormiam em esteiras, para fazer penitência. Havia em um mosteiro um jovem
monge que sofria muitas tentações, especialmente quando estava deitado.
Ele
se abriu com o abade, o superior do mosteiro. Este lhe disse: “Filho, você precisa
fazer outra esteira para dormir”.
O
jovem foi para o mato cortar o vime e as varas necessárias, e fabricou outra esteira.
Mas continuou com tentações. Procurou novamente o abade, e este lhe pediu que
fizesse nova esteira, com outro material.
E
lá se foi o jovem andar pelo mato, à procura de outro material para fazer a sua
cama.
Entretanto,
também esta não adiantou. E cada vez que ele voltava ao abade, este lhe pedia
para fabricar uma nova esteira.
Com
o tempo, sumiram as tentações. O monge então procurou o abade, feliz, para contar
que as tentações haviam desaparecido.
“Sabe
por que desapareceram?” disse o abade, “foi porque você trabalhou. O trabalho
afasta as tentações. Já a ociosidade é a mãe de todos os vícios.”
Dá
para imaginar a correria daquela jovem monge, fabricando uma esteira atrás da
outra, apesar das oito horas diárias de oração em comum, que os monges fazem.
No fim do dia, ele se deitava tão cansado que dormia logo e nem tinha tempo de
ter tentações.
Quem
sabe também nós, além do trabalho diário, possamos dedicar algumas horas da semana
à Comunidade ou aos pobres. Sairemos ganhando, e os outros também.
Jesus
sempre trabalhou. São José era carpinteiro. E Maria Santíssima era dona de
casa, com todas as limitações da sua época, e ainda os três encontravam tempo
para ajudar os necessitados. Que eles nos ajudem a amar o trabalho.
Mãos limpas
Certa
vez, um homem morreu e chegou à porta do Céu, querendo entrar. S. Pedro olhou a
ficha dele e disse: “Meu caro, você não pode entrar aqui. O seu lugar é o inferno”.
O
homem protestou. Mostrou as duas mãos para S. Pedro e disse: “Olhe minhas mãos,
estão limpas!” S. Pedro respondeu: “É verdade. Mas o problema é que elas estão
vazias”.
Certamente
aquele homem era desses que falam: “Não quero envolver-me em trabalhos sociais,
nem em política, para não me sujar. Prefiro cuidar da minha alma, para que ela
permaneça limpa”. E, com essa atitude, dançou!
Quem
está parado, dificilmente cai. Quem está sentado, mais difícil ainda. Quem está
deitado, aí é impossível cair. Mas o que adianta? Só está com Jesus quem está
caminhando! É preferível caminhar, ou até correr, com Jesus, porque, se cairmos,
ele estará junto para nos dar a mão.
Que
Maria Santíssima nos ajude a nunca perder um minuto de tempo, aproveitando a
nossa vida na terra para fazer o bem.
A Irmã idosa e a Casa da periferia
Havia,
certa vez, uma Irmã idosa que tinha dificuldade em andar. Um dia, a sua congregação
estava reunida em assembleia, e estudava a proposta do bispo de fundar uma
Comunidade na periferia.
A
madre provincial perguntou quem topava o desafio, fazendo parte da nova Comunidade.
Aquela
Irmã idosa levantou a mão e disse: “Eu tenho dificuldade em andar. Mas posso
ficar na portaria, atendendo o telefone e as pessoas que chegam”.
Maria
Santíssima gostava de trabalhar. Ela não se prendia aos tabus da época que
queriam a mulher só dentro de casa. Pelo contrário, Maria fazia longas
caminhadas e exercia o profetismo. Que ela nos ajude a fazer tudo o que podemos
pelo Reino de Deus.
Eu não consigo falar enrolado!
Certa
vez, em uma prelazia do Norte do Brasil, uma irmã missionária disse para um
menino: “Você não quer ser padre?” Ele abaixou a cabeça e respondeu triste: “Eu
não consigo falar enrolado!”
Isso
porque o único padre que ele conhecia era estrangeiro e falava português com
muita dificuldade.
Quantos
adolescentes e jovens não sentem o desejo de ser padre, ou Irmã religiosa,
porque não conhecem essas vocações, ou têm ideias erradas a respeito delas!
“Jesus
percorria todas as cidades e povoados, ensinando a Boa Nova do Reino e curando
todo tipo de doença e enfermidade. Ao ver as multidões, encheu-se de compaixão,
porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos
discípulos: ‘A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor
da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9,35-38; Lc 10,2).
O
padre ou a religiosa de amanha, hoje mora na sua casa.
Que
Maria Santíssima, a Mãe da Igreja, interceda por nós, a fim de passarmos para a
geração mais nova informações corretas sobre as vocações de especial consagração.
Alguns são cometas, outros são estrelas
Existe
o amigo cometa e o amigo estrela. O cometa brilha e enfeita o céu, ficando
apenas um risco entre as nuvens. O amigo cometa também é assim. Ele vai embora,
deixando apenas a lembrança.
Já
a estrela brilha, e fica no céu, permanece brilhando e iluminando até o dia amanhecer.
Que bom ter um amigo ou amiga assim. “Estou com você e não abro”.
O
cometa tem cauda. A cauda é a sua fachada. Tudo ilusão ótica, porque minutos
depois a cauda também se apaga.
“Ninguém
tem maior amor do que aquele que dá a vida por quem ama” (Jo 15,15).
Jesus
veio à terra e a estrela brilhou para os pastores. Brilhou para nunca mais se
apagar. Ficou aqui para sempre. Nós a vemos na Eucaristia e na Comunidade cristã.
Que sejamos portadores desta estrela, enfeitando o céu das pessoas.
Maria
Santíssima é chamada Estrela da Manhã, pois anunciou para nós a chegada do Sol
Nascente que nos veio visitar. Que ela nos ajude a fazer o mesmo.
Carla, a mãe heroína
Certa
vez, uma jovem mãe, chamada Carla, estava viajando de avião, com seu bebê de
três meses no colo.
Aconteceu
um problema no avião e este começou a perder altitude. Carla apertava o
filhinho contra o peito.
Por
fim, o avião caiu. A criança chorava em seus braços e Carla, apesar de muito
ferida, fazia um esforço enorme para não perder a consciência.
Cinco
dias depois, conseguiram localizar o avião. Carla tinha fraturas em todo o
corpo, inclusive na cabeça. Suas pernas estavam congeladas e os pés pretos. A
criança, com saúde perfeita. Todos os outros que estavam no avião morreram.
O
médico informou: As lesões que causaram a morte dos outros foram idênticas às
de Carla. O que a salvou foi o amor ao filhinho, porque, se ela morresse, o
bebê também morreria.
Nós
nos lembramos daquelas lindas palavras de Deus: “Alguns dizem: ‘O Senhor se
esqueceu de mim’. Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de
suas entranhas? Mesmo que alguém se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei. Vê
que escrevi teu nome na palma de minha mão” (Is 49,14-16).
Foi
esse amor de Deus por nós que Jesus nos mostrou na redenção e perpetuou na Eucaristia.
Quando
Maria Santíssima ouvia, ao participar da santa Missa, estas palavras do seu
Filho: “Tomai todos e comei: Isto é o meu corpo que será entregue por vós”,
certamente ela pensava: Este corpo foi gerado no meu útero.
E
quando ela comungava, era quase que uma nova encarnação. Aquele coração que antes
batia em seu ventre, volta agora ao seu corpo, para sustentá-la na caminhada.
Claro
que Maria se lembrava também dos maus tratos que Jesus recebeu e continuava recebendo
dos homens. Era a espada que novamente transpassava o seu coração.
Por
isso lhe pedimos: Ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.
Ancião pessimista recebe beijo
Havia,
certa vez, um senhor idoso que era muito pessimista. Vivia sério e triste. Do
seu rosto nunca saía um sorriso. Ele passava o dia na porta da sua casa, sentado,
olhando para baixo.
Naquela
região, era costume pedir conselhos aos mais velhos.
Um
rapaz se aproximou dele e perguntou: “O que devo fazer para ter alegria?” O homem
respondeu: “Alegria? Isso não existe!”
Veio
um senhor e perguntou: “O que devo fazer para ajudar os outros?” Ele disse:
“Quem se sacrifica pela humanidade é um bobo”.
Vieram
alguns poetas e perguntaram: “Como fazer para expressar em versos os sentimentos
que trazemos no coração?” O idoso falou: “Seria melhor que vocês ficassem calados”.
Uma
mãe lhe pediu: “Como educar bem os meus filhos?” Ele reagiu assim: “Os filhos
são como serpentes. Deles não se pode esperar senão picadas venenosas”.
E
assim por diante. Na verdade, quem estava espalhando veneno era ele. As pessoas
que entravam na sua casa sentiam no ar a melancolia. Até os passarinhos nas
árvores estavam mudos e tristes.
Um
dia, uma menina de nove anos, vizinha, teve uma ideia: Vou dar um abraço naquele
velhinho. Aproximou-se dele e, com um sorriso, foi logo colocando seus bracinhos
no pescoço do ancião. Em seguida, cheia de ternura, deu-lhe um beijo no rosto.
Os
olhos do homem brilharam. Pela primeira vez, ele deu um belo sorriso. A garotinha
gostou de ver a força do seu carinho, sentou-se ao lado dele e os dois conversaram
um pouquinho.
Daí
para frente, as conversas do ancião mudaram de tom. E, com elas, o bairro todo
ficando mais alegre.
Vamos
imitar aquela menina, distribuindo alegria, carinho, esperança e amor.
Que
Maria Santíssima, a Mãe do Belo Amor, abra os nossos corações e nos faça
distribuidores de alegria e de paz.
Transformar obstáculos em trampolim
Certa
vez, uma jovem não se saiu bem na prova. Coincidiu que naquele dia o namorado a
deixou, e ela ficou sabendo que a sua melhor amiga ia mudar-se para longe.
A
moça chegou em casa arrasada. Contou tudo para a mãe e refugiou-se no quarto,
com a porta fechada.
Minutos
depois, a mãe, sem abrir a porta, perguntou: “Você quer um pedaço de bolo?”
Ela: “Claro, mãe”. A jovem adorava os bolos que a mãe fazia.
A
mãe abriu porta, segurando uma bandeja, onde havia um pouco de farinha, três
ovos e uma xícara com óleo, e colocou diante dela. A filha lhe disse espantada:
“Mas isso não é bolo!”
A
mãe explicou com carinho: “A vida não nos dá a felicidade pronta, mas os ingredientes,
que nem sempre são gostosos. O que aconteceu com você hoje são esses ingredientes”.
O
Reino de Deus é a realidade mais bela do mundo, mas Cristo não o deixou pronto.
Nós é que temos de construí-lo. Que perseveremos na vida em Comunidade.
As três árvores e seus sonhos
Havia,
certa vez, em cima de um morro, três jovens árvores. Eram madeiras de lei e as
três eram bonitas.
Elas
começaram a conversar. Uma disse: “Eu, quando crescer, quero ser um baú e conter
um grande tesouro”.
A
outra falou: “Já o meu sonho é transformar-me em um navio, para transportar o
rei”.
E
a terceira contou: “O meu desejo é transformar-me em uma cama para o rei”.
O
tempo passou. Um dia, veio um pastor, cortou a primeira árvore e fez dela um
coxo para suas ovelhas comerem. Passado um tempo, numa noite cheia de luz e de
estrelas, uma jovem mãe colocou o seu bebê recém nascido justamente nesse coxo.
Ali estava o Verbo encarnado, o maior tesouro do mundo.
Anos
depois, alguns pescadores cortaram a segunda árvore e fizeram dela um barco de
pesca. Foi neste barco que Jesus estava quando dormia, veio a tempestade e ele
acalmou o mar. Na verdade, este barco transportou o rei do mundo.
Mais
tarde, os soldados romanos cortaram a terceira árvore e fizeram dela uma cruz,
na qual Jesus foi crucificado. Foi a cama em que o Rei do Universo morreu.
Deus,
de um jeito ou de outro, realiza os nossos sonhos. As árvores tiveram sonhos,
mas a realidade foi muito além do que desejavam.
Feliz
de quem tem um ideal, uma vocação, uma meta de o futuro! É assim que nos tornamos
protagonistas do Reino de Deus e seremos felizes.
Maria
Santíssima tinha um grande desejo na vida: Fazer a vontade de Deus. Na Anunciação,
Deus lhe manifestou a sua vontade, e ela acolheu com alegria. Mãe das vocações,
rogai por nós.
Professor antecipa perguntas da prova
Certa
vez, um professor percebeu, durante a aula, que seus alunos estavam muito
preocupados com o que ia cair na prova, marcada para o dia seguinte.
O
que ele fez: Simplesmente foi à lousa, escreveu cinco frases e disse: “Estas
são as perguntas que vou fazer amanhã na prova”. E continuou dando a sua aula,
sem se referir mais ao assunto.
Após
a aula, conversando entre si, alguns alunos manifestaram medo de aquilo ser uma
“pegadinha”. Outros discordaram, dizendo que esse não era o estilo daquele
professor.
O
certo é que, no outro dia, as perguntas foram exatamente aquelas. Os que acreditaram
tiveram a nota máxima, sem muito esforço de estudar.
Após
a prova, o professor explicou por que fez aquilo: “Vocês devem estudar para a
vida, não para a nota”.
Em
Mt 25,31-46, Jesus teve uma atitude parecida. Adiantou para nós o que irá cobrar
no dia do Juízo Final. Isso para que ninguém tenha dúvidas sobre o que vai cair
na grande prova que todos teremos de fazer: “Eu vive fome e me deste de comer?...”
Maria
Santíssima, como todas as mães, preocupa-se com a alimentação e com as demais necessidades
básicas de todos os seus filhos e filhas. Que ela nos ajude a nos dedicarmos também
ao amor ao próximo.
A compaixão pelo suposto andarilho
Santa
Teresinha do Menino Jesus conta, em seu livro Histórias de uma Alma, que,
quando era criança, um dia sentiu um grande desejo de fazer alguma coisa para
agradar ao seu amigo, o Menino Jesus.
Quando
ia para a escola, viu um homem sentado na beira da estrada, com roupa suja e
cabeça baixa. Pensou que era um andarilho. Aproximou-se dele e disse: “O senhor
quer comer alguma coisa? Eu tenho aqui”. E lhe ofereceu o seu lanche.
O
homem olhou para a menina, sorriu e disse: “Filha, eu tenho o que comer. Muito
obrigado pela gentileza, mas pode levar o seu lanche, e bons estudos”.
Teresinha
pediu desculpas e foi para a escola. O homem não era andarilho nada. Era um operário
que estava ali esperando alguém. Ela se enganou redondamente.
O
amor exige, às vezes, renúncias da nossa parte, como Teresinha que decidiu
passar a manhã toda na escola sem comer, só para ajudar um suposto faminto.
Mesmo que aconteça de cometermos algum engano, nunca deixemos de fazer o bem.
O
Profeta Simeão disse para Maria Santíssima: “Uma espada de dor transpassará o
teu coração”. Ela não procurou essa espada, mas também não correu dela. Subiu o
Calvário para apoiar o Filho que morria injustamente. Que ela nos ajude a
assumir com amor as cruzes que nos aparecerem, em decorrência do nosso
seguimento de Cristo.
A chave do Céu
Certa
vez, um monge estava doente na cama, muito mal. Ele pediu: “Por favor, tragam para
mim a chave do Céu”.
Os
colegas não sabiam o que ele estava querendo, e trouxeram a chave do sacrário.
Ele disse: “Não! Tragam-me a chave do Céu!”
Trouxeram
uma Bíblia. Ele olhou e disse: “Não! Eu quero a chave do Céu!”
E
assim foram trazendo várias coisas, mas ele sempre dizia que não.
A
certa hora, um monge se lembrou. Foi à alfaiataria, pegou uma agulha, colocou a
linha e a levou para ele.
O
doente pegou a agulha, fechou-a cuidadosamente na mão, apertou a mão contra o
peito e morreu.
Aquele
monge era alfaiate. Durante quarenta anos trabalhou na alfaiataria, fazendo
roupas para os colegas e para os pobres. A agulha era a sua ferramenta de trabalho.
Para
o agricultor, a chave do Céu é a enxada. Para o motorista, é o veículo. Para a cozinheira,
é a panela. Para o estudante, é o livro...
Descubra
a felicidade de servir.
Maria
Santíssima passou a vida servindo. Dona de casa, esposa, mãe, e ajudava o
próximo em tantas outras situações que conhecemos. Que ela nos ajude a servir,
especialmente através do trabalho, porque assim teremos a chave do Céu.
A reação em cadeia
Certa
vez, numa empresa, um chefe gritou para um funcionário, dando-lhe uma enorme bronca
imerecida. O funcionário ficou queimado, mas engoliu seco. Afinal, podia perder
o emprego.
Entretanto,
quando chegou em casa, sem perceber, descarregou tudo na esposa, dando-lhe uma grande
bronca, por nada. Ela estranhou a atitude injusta do marido, ficou magoada e
foi para o quarto.
O
filho veio sorridente, mas foi só entrar no quarto levou a maior repreensão,
sem motivo. O menino preferiu ficar quieto.
Mas,
lá fora, encontrou o irmão mais novo e lhe deu um tapa, por nada. O garotinho
não quis reagir, pois o outro era mais forte.
Entretanto,
quando viu o cachorro que chegou perto dele querendo carinho, deu-lhe um chute.
O coitadinho do cão saiu latindo de dor.
Encontrou
o gato e foi em cima. O pobre animalzinho levou a maior surra.
Este,
não tendo em quem descarregar sua raiva, deitou-se no fundo do quintal, abaixou
a cabecinha e ali ficou.
Aquele
chefe nem ficou sabendo, mas a sua atitude foi a origem de toda essa reação em
cadeia.
O
mesmo acontece do outro lado, do lado positivo.
As
nossas ações, boas ou más, são como uma pedra jogada no meio de um lago com a
água parada. As ondas, em círculo, vão se alargando, até atingir todo o lago.
Só param nas bordas. O lago é o ambiente em que vivemos, e a pedra é a nossa
atitude frente ao próximo.
Quem
se eleva, eleva o mundo. Quem decai, rebaixa o mundo.
A
santidade de Maria repercutiu e ainda repercute no mundo todo. Que ela nos ajude
a nos convertermos cada vez mais, rumo à santidade e ao testemunho do seu Filho.
A Terra da Justiça
Havia,
certa vez, um rapaz que vivia preocupado com as injustiças do mundo. Um dia,
ele foi informado de que havia um reino chamado Terra da Justiça, e que ali não
havia injustiças.
Mas
ninguém sabia informar-lhe onde ficava esse reino. O jovem saiu pelo mundo à
procura da Terra da Justiça. Depois de muito viajar e de perguntar a centenas
de pessoas, já estava desanimado e pensou em desistir da procura e voltar para
casa.
Certo
dia, andando numa rua ao cair da tarde, viu um grupo de jovens rezando em um salão.
Pensou: Quem sabe essa turma me dá uma dica para eu encontrar a Terra da Justiça.
Entrou
no local e, no final da oração, perguntou a um deles: “Por favor, você sabe me
informar onde fica a Terra da Justiça?” O rapaz respondeu: “Boa pergunta,
porque nós também estamos procurando”.
O
moço se uniu àquele grupo, na procura da Terra de Justiça. Um dia, lendo a Bíblia,
eles encontraram a seguinte frase: “O Reino de Deus está no meio de vós” (Lc
17,21).
A
Terra da Justiça deve ser esse Reino, pensaram. E, seguindo as orientações do
Evangelho, dedicaram-se a transformar o mundo em Reino de Deus.
De
fato, o Reino de Deus é a Terra da Justiça, pois, como diz o Prefácio da festa
de Cristo Rei, é “um Reino eterno e universal. Reino da verdade e da vida, Reino
da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz”.
Maria
Santíssima é a Rainha do Reino de Deus. Que ela nos ajude a amar esse Reino e
consolidá-lo no mundo.
Homem pessimista é nomeado delegado
Monteiro
Lobato tem uma história interessante. Havia, numa pequena cidade do interior,
um homem que era súper pessimista.
Na
sua cidade, ninguém prestava. O prefeito, o juiz, o delegado, o vigário... Ele
passava o dia falando mal de todo mundo. Falava que a cidade só ia para trás.
Antigamente,
dizia, havia três médicos aqui. Agora, só sobrou um, e este não vale nada. Nem
circo vem mais para cá. As pessoas que prestavam mudaram-se todas daqui...
Um
dia, bem cedo, esse homem colocou a sua mudança numa carroça e estava indo embora
da cidade.
Alguém
viu e perguntou: “Por que você está se mudando daqui?” Ele respondeu: “Porque ontem
fui nomeado delegado desta cidade. Imagine, é o fim. Uma cidade que chega a nomear
a mim para delegado, é sinal que não presta mesmo”.
Na
concepção daquele homem, ninguém da cidade prestava, a começar com ele mesmo,
que era o pior de todos.
Nós
cristãos somos otimistas. Em Cristo, o bem venceu o mal, e continua vencendo
todos os dias.
Maria
Santíssima dançou exatamente a música que Deus tocou para ela. Se fizermos também
assim, com certeza seremos felizes e receberemos de Deus um grande prêmio.
O cristão no mundo secular
Certa
vez, um grupo de cristãos de uma paróquia quis fundar um SOS. SOS significa
Serviço de Obras Sociais. É uma entidade de assistência e promoção dos mais
pobres e necessitados. Lotaram uma van e viajaram 200 Km, até uma cidade onde
havia um SOS, o qual era famosa pela sua eficiência e organização. Queriam conhecê-lo
e copiar a experiência.
Ao
chegar, o grupo foi recebido pela Presidente do SOS, uma senhora bonita e simpática.
Ela
percorreu com o grupo as dependências da obra, explicando tudo com elegância e
competência. Falava das reuniões que tinha com autoridades públicas, municipais,
estaduais e até em Brasília.
Um
dos visitantes comentou: “A senhora parece que gosta de viajar”.
Ela
respondeu: “De modo nenhum. Sou caseira. Tenho marido e filhos. Meu gosto seria
ficar em casa. Eu
nem era muito conhecida na cidade. Mas um dia fui convidada para colaborar nesta
entidade. Depois me elegeram Presidente...”
Aquelas
palavras emocionaram a equipe visitante, e foi o momento mais frutuoso da
visita. O grupo viu naquela senhora um exemplo de cristão. Ser cristão é fazer,
não apenas o que gosta, mas aquilo que Deus pede, através das mais variadas mediações
que ele usa.
O
nosso "sim" a Deus, que se renova cada dia e recebe vários nomes,
inclusive o de conversão, traz uma felicidade indescritível, um novo brilho nos
olhos.
“Coragem,
levanta-te! O Senhor te chama!” (Mc 10,49).
O tesouro na ponta do pinheiro
Havia,
certa vez, um pinheiro bem alto e pontudo. Dele começou a sair uma voz que
dizia: “Na minha ponta, às quatro da tarde, existe um tesouro”.
As
pessoas que passavam ouviam a voz, olhavam para a ponta da árvore e, como não viam
tesouro nenhum, iam embora.
Um
dia, um homem, ao ouvir a voz, parou, sentou-se ao pé do pinheiro e, naquele silêncio,
começou a meditar. Até que teve uma ideia: Se é às quatro da tarde, deve ser na
sombra do pinheiro que está o tesouro. Foi a sua casa, pegou um enxadão e, às
dezesseis horas, começou a cavar bem na pontinha da sombra do pinheiro.
Quando
o buraco tinha um metro, o enxadão bateu em um objeto de metal. Era uma caixa
de bronze, que estava cheia de ouro.
Certamente
algum homem rico do passado havia enterrado a sua fortuna ali e depois morrido
repentinamente, sem ter tido tempo de contar para ninguém, ficando o tesouro perdido.
Os
nossos templos, igrejas e capelas, estão nos chamando: Venha aqui e você encontrará
um tesouro mais precioso que o ouro.
Mas
antes, pare um pouco, sente-se no banco e aproveite o silêncio para orar e
meditar. Senão você não descobrirá o tesouro.
“Se
Cristo nasceu em Belém, e não no teu coração, estás perdido no além, e Cristo
nasceu em vão” (Leonardo Boff).
Maria
Santíssima é chamada Templo de Deus, porque nela Deus Filho morou durante nove
meses. Que ela nos ajude a visitar mais assiduamente a nossa igreja.
“A
minha casa será chamada casa de oração” (Lc 19,46).
Quem deu o presente?
Havia,
certa vez, um casal que tinha uma filha de cinco aninhos, paralítica. A casa
era um sobrado.
No
dia do aniversário da mãe, o pai chegou em casa para o almoço, a esposa estava
no andar de cima e a menina embaixo.
Ele
entregou à criança um presente, pegou-a nos braços e subiu com ela a escada. Lá
em cima, a menina deu o presente à mãe, junto com um abraço e um beijo, tudo
sem sair dos braços do pai. A mãe ficou muito feliz, e a garotinha mais ainda.
Na
verdade, foi a menina que deu o presente. Mas quem a levou a isso foi o pai.
Assim acontece conosco na oração. Quem reza somos nós, mas nos braços de Deus.
Quem
toma a iniciativa da oração é sempre Deus. Ele que percebe as nossas necessidades
e nos inspira, nos move a pedir, agradecer, louvar, ou pedir perdão.
Ele
faz isso sem interferir na nossa liberdade. Se nos fecharmos e não atendermos
aos seus convites, seríamos como aquela menina, se ficasse no andar de baixo e
não quisesse subir com o pai. Se não quisermos rezar, Deus fica ao nosso lado,
com pena, mas o que fazer? Afinal, somos livres.
Quando
aceitamos o convite de Deus e rezamos, a oração age em nós como limpa-brisa de
carro. Pois a nossa vida vai continuamente sujando e embaçando. As nossas
falhas vão se somando, e isso obscurece a inteligência, enfraquece a vontade, descontrola
os sentimentos... É hora de ligar o limpa-brisa. Imediatamente a oração limpa
tudo e nos traz a paz.
Divulgar o bem, não o mal
Certa
vez, numa Comunidade cristã rural, um líder estava tentando convencer um criador
de porcos a participar da Igreja. Mas estava difícil, porque o homem sempre
apontava para os hipócritas e os maus cristãos.
Um
dia, o líder foi à casa dele e lhe disse: "Eu gostaria de comprar um de
seus porcos". "Pois não”, disse o homem, “vou mostrar-lhe os melhores
porcos que eu tenho".
"Não”,
retrucou o líder, “eu quero o pior porco que o senhor tiver". "Mas
por que deseja o pior, se eu tenho excelentes porcos?" indagou o homem.
O
líder respondeu: "É porque eu pretendo levar esse porco a todos os compradores
de porcos da cidade e mostrar-lhes o tipo de porco que o senhor cria".
Claro
que o líder não ia fazer isso. Foi só para chamar a atenção. Mas há cristãos
bons e menos bons. Há os que dão bom exemplo e os que dão mau exemplo. Precisamos
destacar os bons, apresentando-os como modelos da nossa Comunidade. Com essa
atitude, iremos na direção contrária dos grandes meios de comunicação, que
destacam os criminosos e os que agem errado.
E
a Santa Igreja tem uma estrela: Maria Santíssima. Ela é “a glória de Jerusalém,
a alegria de Israel e a honra do Povo de Deus”. Que Maria Santíssima nos ajude
a ser bons membros da nossa Comunidade.
Café da manhã com a esposa
Certa
vez, um senhor se feriu e foi bem cedo a um hospital. Enquanto a enfermeira
fazia o curativo, ele contou que estava preocupado com o horário, pois dali
mesmo ia ao abrigo de idosos tomar o café da manhã junto com a sua esposa, que
ali vivia. Contou que fazia isso todos os dias e que ela sofria o mal de
alzeimer, já em estado avançado.
"Ela
ficaria preocupada com o atraso do senhor?" perguntou a enfermeira. Ele respondeu:
"Não. Ela já não sabe quem eu sou. Faz cinco anos que não me reconhece
mais". A enfermeira estranhou a pressa do homem e lhe perguntou: “Se ela
já não sabe quem é o senhor, por que então esta necessidade de estar com ela
todas as manhãs?”
Ele
sorriu e disse: “Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem quem ela
é".
A
enfermeira teve de se esforçar para conter as lágrimas, enquanto o senhor, já
com o curativo pronto, se despedia carinhosamente dela. Este é o tipo de amor
que quero para a minha vida, pensou ela.
Faz
parte do amor, fazer gratuitamente as coisas para quem ama. Quem ama de verdade
alguém, encontra a recompensa no próprio ato de amar, ultrapassando o
reconhecimento ou a recompensa do outro.
A professora na aldeia de índios
Havia,
certa vez, uma professora que dava aulas numa aldeia de índios. Numa sexta-feira,
ela deu uma tarefa para os alunos e disse: “Na próxima aula vocês me entreguem
os trabalhos. Aquele aluno ou aluna que tiver feito o melhor trabalho ganhará
um prêmio”.
Terminada
a aula, ela voltou para a cidade. Os alunos conversaram entre si e decidiram fazer
juntos um trabalho só. Nenhum deles queria fazer um trabalho melhor que o outro,
para não se colocar acima dos colegas.
Aquelas
crianças não tinham sido formadas na cultura da competição, fruto do capitalismo,
pois na aldeia tudo era comunitário. A professora é que estava acostumada com
isso, pois vivia na cidade, onde cada um quer ser mais que o outro, ou até
explorar o outro.
Há
pessoas que matam muita gente, amontoam os cadáveres e sobem em cima, só para
aparecer e dizer sorrindo: “Olhem aqui! Sou eu!” Mas impedem que olhem embaixo
dos seus pés.
Aqueles
alunos indígenas, apesar de crianças, deram uma grande lição à professora.
Ensinaram que a competição pode destruir a fraternidade.
É
assim que a sociedade atual passa para a geração mais nova a ideologia capitalista,
competitiva e selvagem. É uma ideologia funesta. Ela "fabrica ricos cada
vez mais ricos, às custas de pobres cada vez mais pobres" (Papa João Paulo
II).
Felizmente
o escândalo que aquela professora ia dar não “pegou”.
Maria
Santíssima nunca fez pecado, muito menos escândalo. Peçamos a ela que nos ajude
a por em prática o Evangelho do seu Filho.
A poça d’água no quarto
Certa
vez, uma senhora entrou de manhã em um quarto de sua casa e viu uma poça
d’água. Pegou logo um pano e um balde e enxugou a água.
No
dia seguinte, lá estava novamente a poça d'água. Trouxe outra vez o pano e o
balde e enxugou. Assim aconteceu durante vários dias.
Até
que ela pensou: Vou procurar descobrir de onde está vindo esta água. Percebeu
que saía de debaixo do guarda-roupa. Arrastou o guarda-roupa e viu um filetinho
de água descendo a parede. Foi seguindo e descobriu uma rachadura na parede, de
onde saía a água.
Chamou
um encanador, este furou a parece e descobriu a causa. Era um cano de água que
passava ali e estava furado. Foi só consertar o cano, não precisou mais enxugar
água no quarto.
A
poça d’água são os problemas sociais: Violência, injustiças, fome, miséria...
Muitos olham para esses males e se esquecem de procurar as causas. A causa
principal está na própria sociedade como um todo, da qual fazemos parte, e que
é egoísta, exploradora e discriminatória.
Nós
jogamos as pessoas no buraco, depois ficamos dizendo, lá de cima: “Está vendo
onde você foi cair?” Sem nos lembrarmos que temos parte de culpa.
“Haverá
no Céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e
nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15,7).
Príncipe cego escolhe esposa
Havia,
na antiguidade, um rei que tinha dois filhos homens. Quando ficou idoso, chamou
o filho mais velho e disse: “Eu quero passar a coroa para você. Por isso,
procure uma moça que tenha as qualidades necessárias para ser uma boa rainha, e
case-se”.
O
moço começou a procurar no reino uma jovem com as qualidades desejadas pelo
pai.
Depois
de muito observar, ficou em dúvida entre duas garotas, igualmente magníficas.
Elas eram belas, prendadas, educadas... Enfim, as duas preenchiam todas as suas
expectativas. Mas o tempo foi passando e o príncipe não conseguia sair da
dúvida.
Convidou-as
então para morar no palácio. Quem sabe, pensava ele, numa convivência maior,
seria mais fácil decidir. As duas toparam e foram morar no palácio.
Um
dia, esse príncipe fez uma longa viagem e, na estrada, sofreu um acidente. Caiu
do cavalo, bateu a cabeça numa raiz de árvore e ficou cego dos dois olhos. Que
tragédia para um jovem tão distinto e com um futuro tão brilhante!
Voltando
ao palácio, fez questão de renunciar seu direito à coroa, em favor do irmão
mais novo, pois achava que um rei cego não poderia servir tão bem aos cidadãos.
Aos
poucos, os seus amigos o foram abandonando e se aproximando do seu irmão.
O
irmão mais novo promoveu um baile, no qual escolheria a sua esposa, a futura rainha.
As duas moças foram também convidadas.
Uma
delas, entretanto, não aceitou o convite. Ela disse que continuava disposta a casar-se
com o príncipe mais velho, mesmo cego.
Quando
o salão estava lotado, repleto de lindas garotas, o príncipe cego entrou, subiu
no palco, enxergando perfeitamente, e disse a todos: “Eu tinha de tomar uma decisão
muito difícil, pois duas jovens me encantavam. Fingi então a cegueira, a fim de
testá-las. Agora decidi: Vou casar-me com a jovem que não está aqui. Ela será a
futura rainha”.
A
cruz não interrompe o amor verdadeiro. Pelo contrário, ela faz parte do amor.
A
firmeza de Maria Santíssima, cujo coração foi transpassado pela espada de dor,
seja exemplo para nós. E que ela nos ajude a seguir o seu Filho, para onde quer
que ele vá (Cf Lc 9,57).
O papagaio que tossia sem parar
Certa
vez, um papagaio começou a tossir. Tossia o dia todo. Como era um animal de
estimação, o dono o levou ao veterinário. Este o examinou e disse para o seu
dono, que estava fumando, e tossindo de vez em quando: “Não se preocupe com o
papagaio. Ele está com a saúde perfeita”. “Então por que ele tosse tanto?"
protestou o homem. O veterinário respondeu: “É porque ele está imitando o senhor”.
É
assim. Nós temos facilidade em descobrir problemas nos outros, mas dificilmente
percebemos a nossa participação nesses problemas. O pecado, especialmente o
vício, perturba o nosso raciocínio e nos impede de admitir que erramos.
Maria
Santíssima é imaculada, nunca caiu nessas tentações. Que ela nos ajude,
especialmente a não caímos em vícios.
O ovo ao caixa do banco
Há
muitos anos, um funcionário de um banco, que trabalhava no caixa, teve uma
surpresa. Todo começo de mês, ele entregava o benefício da aposentadoria para
uma senhora bem idosa. Sentia dó da vovozinha, pois a quantia era irrisória.
Entretanto,
os dois não se conheciam e o seu relacionamento mensal com ela era sem palavras,
apenas mecânico.
Um
dia, ele teve uma surpresa. Depois que lhe entregou o dinheiro, ela introduziu
sua mão enrugada no buraco do guichê e lhe deu um pequeno embrulho. “Moço, é um
presentinho que trouxe para você”, disse ela. O funcionário agradeceu e ela
foi-se embora.
Terminada
a fila, ele desembrulhou o presente e teve uma surpresa: Era um ovo de galinha!
O rapaz pensou, emocionado: Certamente, junto com o dinheiro, eu passei para
ela um pouco de amor, senão este presente não teria passado de volta, pelo
mesmo buraco do guichê.
É
possível amar o próximo em qualquer situação, mesmo que os dois estejam separados
por um vidro de caixa de banco.
A
Bíblia nos trouxe poucas palavras ditas por Maria. Entretanto, elas são suficientes
para nos mostrar que ela entendia muito das coisas de Deus, e também da vida
humana, especialmente dos mais pequenos.
A casa mal construída
Havia,
certa vez, um pedreiro que trabalhava numa firma construtora de casas. Já fazia
muitos anos que trabalhava nessa firma. Era um ótimo pedreiro e construiu
muitas e muitas casas, todas bem feitas.
Um
dia, já idoso, ele chegou para o patrão e disse: “Eu peço as contas. Estou cansado.
Vou parar de construir casas”.
O
patrão, que gostava muito dele, disse: “Eu compreendo e aceito o seu pedido de
demissão. Só lhe peço um favor: Construa apenas mais uma casa. Vou viajar, mas
aviso a loja de material de construção para lhe fornecer todo o material necessário”.
O
empregado concordou. Mas, como era a última casa que construía, resolveu
“matar” o serviço. Fez pouco alicerce, as paredes ficaram tortas e a massa do reboco
era quase só areia. A cobertura ficou pouco segura para chuvas e ele não fez as
calçadas em volta. Resumindo, ficou uma casa mal construída.
Quando
o patrão chegou da viagem, ele lhe entregou a chave. Mas o patrão lhe disse: “Meu
amigo, eu quis fazer-lhe uma surpresa. Sei que você não tem casa e vive de aluguel.
Agora tem. Esta casa é sua”. E lhe devolveu a chave.
Claro
que o pedreiro arrependeu-se mil vezes de ter construído tão mal a sua própria
casa.
Que
não tenhamos um arrependimento semelhante quando Cristo vier ao nosso encontro
para lhe prestarmos as contas.
“Ficai
preparados, porque na hora em menos pensais, virá o Filho do Homem” (Mt 24,44).
Conversa de crianças converte pai
Certa
vez, dois irmãozinhos, um menino e uma menina, estavam conversando na varanda
da casa. O pai, que fora tirar uma soneca depois do almoço, acordou e ouviu a
conversa.
A
menina dizia: “Eu, quando crescer, vou ser como a mamãe: Serei leitora na Missa”.
O menino falou: “Eu não. Quando ficar grande, vou ser como papai: Nem à Missa
eu irei mais”.
Depois
de ouvir a conversa, o pai não conseguia mais dormir. Virava para cá, virava
para lá, nada. Daí para frente, ele mudou de vida e se tornou um católico praticante.
As
crianças imitam os pais. No futuro, a menina quer ser igual a mãe e o menino
igual o pai. Os pais ensinam mais com o exemplo do que com as palavras.
O sofrimento é 90% subjetivo
Certa
vez, um homem foi internado em um hospital para ser operado das amígdalas. Ele
estava triste, preocupado, nervoso e deprimido, devido ao medo da cirurgia.
Ao
chegar ao quarto, com a sua mala, viu, na cama ao lado, outro homem internado.
Este percebeu logo o nervosismo do colega e começou a animá-lo, dizendo palavras
bonitas de alegria e de esperança.
A
certa altura, o recém-chegado perguntou: “E você, por que está aqui?” Ele respondeu:
“Amanhã serei operado do coração”.
Vemos,
por aí, que o sofrimento e a preocupação são em grande parte subjetivos.
A
Eucaristia é um alimento mais forte do que nós que a comemos. Ao contrário dos
outros alimentos, ela é que nos transforma, tornando-nos outros Cristos. Quem
comunga é capaz de enfrentar com serenidade os maiores problemas, sofrimentos e
perigos, como fazia Jesus e também os santos mártires.
Maria
Santíssima enfrentou de cabeça erguida os maiores obstáculos. Mãe da Dores,
rogai por nós.
Frei Antônio de Montesinos
Frei
Antônio de Montesinos era um padre da ordem religiosa dos dominicanos. Era
espanhol e foi enviado para a República Dominicana em 1511.
Logo
ao chegar, Frei Antônio ficou indignado com a maneira como os seus compatriotas
tratavam os índios. Um dia, numa Missa de domingo, na qual estavam presentes as
principais autoridades espanholas na ilha, ele disse:
“Todos
aqueles que escravizam índios, ou que concordam com essa prática, cometem pecado
mortal. Digam-me: Com que direito os senhores mantêm cativas essas criaturas
inocentes? Não são pessoas humana e filhas de Deus?”
Ao
ouvir essas palavras, os ouvintes ficaram atônitos. A homilia provocou um reboliço
na ilha.
Logo
após a Missa, foram ao convento dos dominicanos e pediram ao superior que
mandasse de volta para a Espanha aquele frade revolucionário. O superior disse:
“Vamos estudar o caso em Comunidade, a fim de resolvermos o que fazer”.
No
domingo seguinte, a igreja estava lotada, com todas as autoridades espanholas,
civis e militares, presentes.
O
presidente da celebração foi o mesmo Frei Antônio. Mas, desta vez, todos os
confrades dominicanos estavam ao seu lado. Na homilia, ele repetiu o que havia
dito, e acrescentou: “Nós, os religiosos dominicanos aqui presentes, decidimos
não dar a absolvição a qualquer espanhol que tem escravos”. E continuou a
Missa.
Foi
outro reboliço. Dias depois, chegaram ao rei da Espanha cartas pedindo a expulsão
dos frades dominicanos da República Dominicana. A corte se dividiu, mas um ano
depois, em 1512, o rei convocou a Junta de Burgos, e reconheceu o direito dos
índios à liberdade. A decisão foi logo esquecida.
Entretanto,
a homilia do Frei Antônio produziu outro efeito: Os índios ficaram sabendo e
tomaram consciência da sua dignidade. Dali para frente, já não foi mais tão
fácil escravizá-los.
Que
bom se houvesse hoje profetas como o Frei Antônio de Montesinos! Certamente
teríamos menos injustiças sociais e menos exploração dos pobres.
O boi de piranha
Antigamente,
o gado era deslocado de um local para outro a pé. Grandes rebanhos caminhavam durante
vários dias, conduzidos pelos “peões de boiada”, até o destino.
Os
grandes rios não tinham pontes, e o gado atravessava nadando.
Vários
rios tinham piranhas. Nesses casos, os peões jogavam antes um boi no rio. Todo
o cardume de piranhas se reunia para devorar aquele boi, e enquanto isso a
boiada atravessava sem ser atacada. Daí surgiu a expressão “ser boi de piranha”.
É
uma pessoa que se sacrifica, ou é sacrificada, pelo bem dos outros. O cristão,
muitas vezes, se torna boi de piranha, pois se sacrifica para que outros sejam
salvos.
“Vós
não entendeis nada! Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que
perecer a nação inteira?” (Jo 11,49-50).
Gostei de todas, as historinhas nos traz bons exempro.
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