PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Maio 13



HISTÓRIAS DE VIDA-MAIO 13

O exemplo do pelicano

É comum encontrar nas pinturas das igrejas, ou até na frente do sacrário, a representação de um pelicano. A ave simboliza a Eucaristia.

Segundo uma lenda, na falta de alimento, o pelicano bica o próprio peito para alimentar, com seu sangue, os filhotes.

É o Cristo alimentando-nos com o seu corpo.

Há muitas formas de mostrar amor a alguém: Carta, e-mail, telefone, visita, morar junto, ser uma só carne no casamento... Mas ninguém nos ama mais que Cristo, que nos alimenta com o próprio Corpo e Sangue.

Uma das músicas mais bonitas em honra da Eucaristia chama-se, em latim: “Adoro te devote, latens deitas”: Eu te adoro, Deus escondido. A sexta estrofe diz assim:

“Amoroso Pelicano, Jesus, Senhor e Deus, purifica-me, a mim pecador, com o teu precioso sangue, do qual apenas uma gota pode salvar a mundo inteiro.”

Após instituir a Eucaristia, Jesus explicou em um discurso: “Ninguém tem amor maior que aquele que dá a vida por quem ama” (Jo 15,13).


De hoje em diante, este é o seu Pai

S. Clemente Maria Hofbauer era um padre redentorista que viveu no Séc. XIX, na Áustria.

Quando tinha sete anos, o pai faleceu. A mãe o levou até a igreja, apontou para a imagem do Divino Pai Eterno e disse: “Filho, de hoje em diante este é o seu Pai”.

Clemente dizia que nunca se esqueceu dessa frase da mãe, e que ela o confortou em muitas difículdades da vida.

De fato, nosso pai carnal é apenas um representante do nosso verdadeiro Pai, que é Deus. E quando o pai de uma criança morre, Deus entra em ação e providencia outro representante seu para cuidar dela e lhe dar a segurança necessária para o seu amadurecimento.

Assim, nenhuma criança fica abandonada da parte de Deus. Se fica, é devido ao nosso pecado.


A carruagem de ouro

Certa vez, um mendigo estava andando numa estrada, com seu saco de bugigangas nas costas. De repente, percebeu que vinha ao seu encontro uma carruagem de ouro.

Ficou vislumbrado. Ele pensou: Agora estou feito. Vou pedir para ele e receberei uma boa soma.

Para surpresa sua, quando a carruagem foi se aproximando, diminuiu a velocidade e parou. É agora, pensou ele, nem precisei pedir e já ficarei rico.

Um príncipe desceu da carruagem, vestido com roupas douradas. Aproximou-se dele, estendeu a mão e disse: “O senhor pode dar-me alguma coisa?”

O mendigo ficou tão surpreso que nem respondeu nada. Retirou de seu saco três grãos de arroz e deu para o príncipe.

Quando a carruagem foi embora, ele foi olhar a mochila e encontrou três grãozinhos de ouro, exatamente do tamanho dos grãos de arroz que havia dado!

E aquele mendigo ficou lamentando: Por que não dei todo o arroz que eu tinha! Assim, eu agora estaria rico e não precisaria mais pedir esmolas.

Vamos ser generosos com Deus. Assim, ele também será generoso conosco e ficaremos ricos, ricos como Maria Santíssima que é cheia de graça.


A camisa do homem feliz

Havia, certa vez, um homem muito rico que não era feliz. Ele não tinha alegria.

Expôs o problema a um sábio e este lhe disse: “A solução é fácil. O dia em que o senhor encontrar um homem feliz, vista a camisa dele, que será feliz também”.

O rico agradeceu e saiu pelas cidades e campos, à procura de um homem feliz, a fim de lhe pedir a camisa.

A todos que encontrava e via que estava alegre, perguntava se era feliz, mas sempre colocavam alguma restrição. Ele já estava desanimado.

De volta para casa, viu, perto da estrada, um homem que estava sem camisa, trabalhando na lavoura. Percebeu que ele estava com um semblante alegre.

Foi até ele, cumprimentou-o e perguntou: ”Você é feliz?” “Graças a Deus”, respondeu o lavrador. “Tenho uma boa esposa e três filhos maravilhosos”.

E os dois começaram a conversar. Por fim, o rico lhe disse: “Por favor, você vai estranhar o meu pedido, mas eu quero comprar ou emprestar uma camisa sua”. O outro respondeu: “Eu não tenho camisa”.

Aquele trabalhador rural era tão pobre que nem camisa tinha. Mas possuía o principal para alguém ser feliz: A paz, que é fruto da união com Deus e com o próximo, dentro da própria vocação.


As carroças atoladas

No tempo em que Jesus estava na terra, um dia ele caminhava, com os Apóstolos, em uma estrada, após vários dias de chuva. Havia muito barro.

Numa baixada, encontraram uma carroça atolada. O carroceiro estava deitado dentro da carroça, dormindo.

Pedro disse: “Senhor, vamos nos ajuntar e desatolar essa carroça?” Jesus respondeu: “Não, Pedro. Vamos embora”.

Mais na frente, outra carroça atolada. Mas nesta, o carroceiro fazia o que podia: Punha capim debaixo das rodas, empurrava com toda força, ajudando o cavalo...

Jesus disse aos Apóstolos: “Vamos lá, turma. Ajuntemo-nos e tiremos esta carroça”. Num instante, a carroça saiu do atoleiro.

Continuando a caminhada, Pedro perguntou a Jesus: “Por que, lá atrás, o senhor não quis que ajudássemos, e aqui quis?” Jesus respondeu: “Aquele homem não estava fazendo a parte dele, e este fazia”.

“Faça a sua parte, que da minha ajudarei.” “Quem madruga, Deus ajuda.” O nosso Salvador nos trouxe um grande presente, mas não o colocou pronto nas nossas mãos. Precisamos ir buscá-lo.

Se fizermos a nossa parte, mesmo que seja tão pequena como apresentar cinco pãezinhos para alimentar cinco mil homens, Deus os abençoará e todos ficarão alimentados.


O presente especial

Certa vez, numa escola dentro de uma aldeia de índios, um aluno de oito anos trouxe para a professora um caracol.

Ela achou bonito o presente e perguntou onde ele o havia encontrado. Ele contou: Foi buscá-lo em um lugar bem distante.

A professora perguntou: “Por que você foi tão longe, se aqui em volta da escola há tantos caracóis?”

O garotinho explicou: “É porque eu queria dar para a senhora um presente especial”.

O sacrifício para conseguir um presente torna-o mais valioso.

Vamos também dar um presente especial a Deus. Especial não só pelo presente em si, mas pelo nosso esforço em consegui-lo.

Quando Jesus, na cruz, deu-nos a sua Mãe para ser a nossa Mãe, quis dar-nos um presente muito especial. Nós lhe agradecemos, recorrendo sempre a Maria.


A coordenadora que foi humilhada

Certa vez, uma coordenadora de Comunidade foi muito humilhada numa reunião. Coisa que ela não devia nem merecia. Foram pessoas invejosas que fizeram isso.

Terminada a reunião, uma amiga lhe disse: “Admiro a sua calma. Se fosse eu, não teria suportado aquilo”. A coordenadora respondeu: “Iii, fulana! Por mais que as pessoas me rebaixem, ainda me deixam muito acima do que mereço. Eu tenho muito mais defeitos que não foram citados”.

De fato, nós, o novo Povo de Deus, ao qual ele confiou a sua vinha, continuamos sendo humilhados, rejeitados e até mortos pelos vinhateiros homicidas (Cf Lc 20,9-19).

Carregamos a cruz de Jesus. Se ele, o próprio Filho de Deus, suportou tudo com firmeza, por que não nós pecadores?

Maria Santíssima é a nova Vinha do Senhor, que produziu para nós o melhor fruto: o seu Filho Jesus. Que ela nos ajude a produzir frutos agradáveis a Deus.


O carro quebrado no deserto

Certa vez, um senhor estava atravessando o deserto, de carro. Bem no meio, o carro quebrou. Ele rezou dizendo: “Ó meu Deus, mande-me outro carro para que eu possa sair daqui!”

De repente, apareceu um camelo. Ele disse a Deus: “Meu Deus! Pedi um carro e o Senhor me manda um camelo?”

Mal sabia ele que no deserto a melhor condução é camelo, não carro.

Deus atende nossas orações, fazendo o melhor para nós, que nem sempre é o que pedimos.

Dizem os santos que uma das grandes e alegres surpresas nossas na outra vida será saber que o que nós pedíamos e não recebemos, não era o melhor para nós.

“Seja feita a vossa vontade”. “Algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?” (Lc 11,11-12).

Havia, naquela região, um tipo de escorpião que, quando enroladinho, parecia um ovo. Também um tipo de cobra venenosa que parecia peixe. Uma criança podia facilmente se enganar, e até revoltar-se contra o pai, por não lhe atender o pedido.

“Ensina teu povo a rezar, Maria, Mãe de Jesus”.


O empregado que pediu aumento

Certa vez, um empregado chegou para o patrão e disse: “Eu quero um aumento no salário, porque há várias empresas atrás de mim”.

O patrão ficou assustado e perguntou: “Quais são essas empresas?” Ele disse: “De água, de luz, de telefone, de cobranças...”

Esse patrão foi convidado a olhar também o lado das necessidades do seu empregado, não apenas a produtividade dele.

Maria Santíssima era uma mulher trabalhadora. Nas Bodas de Caná, tudo indica que ela, apesar de simples convidada, estava ajudando a servir. Que ela nos ajude a agir corretamente no vasto mundo do trabalho humano, tanto como patrão como sendo empregado.


A fila para comprar carne

Certa vez, um pequeno País resolveu por em prática aquelas palavras que Maria disse, no seu hino Magnificat: “A minha alma engrandece o Senhor... Ele derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes; encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias...”

Para atingirem essa meta, usaram todos os recursos legais e democráticos. Por exemplo, estabelecendo impostos altos aos ricos e direcionando os recursos aos mais pobres, e outras estratégias.

Aconteceu que um dia, na frente de uma casa de carnes, formou-se uma fila, de manhã.

Um senhor idoso, muito rico, disse, em tom de revolta: “Eu nunca entrei numa fila para comprar carne!” Uma senhora velhinha, que estava um pouco atrás, disse também: “Eu nunca entrei numa fila para comprar carne!”

A frase é a mesma, mas os sentidos são opostos. Para o rico, aquilo era uma humilhação. Já para a mulher, a frase foi uma expressão de alegria, pois antes ela não tinha condições de comer carne, e agora tem.

A política é a ferramenta mais poderosa de transformação social (Papa Paulo VI). Todo cristão precisa articular-se politicamente, a fim de usar essa ferramenta para a construção do Reino de Deus. Como bom cidadão, o cristão deve assumir um partido político. Mas, se ele tem um cargo de liderança na Comunidade, ali ele deve envolver-se apenas na política em geral, não partidária.


A estátua cujos pés eram de barro

Dn 2,31ss narra a história de uma estátua bem grande, cuja cabeça era de ouro, o corpo de prata, as pernas de bronze, e os pés de barro.

Havia um morro perto, e desse morro rolou uma pedra na direção da estátua. A pedra bateu nos seus pés que, como eram de barro, quebraram-se. Assim, toda a estátua caiu e se espatifou.

A nossa cultura é parecida com essa estátua. Ela tem uma aparência bonita, mas, em muitos pontos, falta fundamento sólido, isto é, tem os pés de barro.

Nós queremos ser firmes e fortes por inteiro. Senão uma simples pedra pode nos destruir.

O nosso fundamento está na Palavra de Deus. Mesmo que tenhamos uma cara bonita, de ouro, um coração de prata e pernas do bronze, se não conhecemos nem amamos a Palavra de Deus, os nossos pés são de barro. Um simples obstáculo pode nos derrubar.


Como a prata é purificada

A Bíblia nos compara com a prata, e o Messias com o profissional que a purifica: “Vejam: O Messias será como o fogo do fundidor. Será como a água sanitária das lavadeiras. Ele vai sentar-se como aquele que refina a prata. Vai purificar os filhos de Levi, como a prata, para que possam apresentar a Deus uma oferenda que seja de acordo com a justiça” (Ml 3,2-3).

O purificador de prata coloca-a no cadinho, depois se senta e fica olhando a prata derretida, em altíssima temperatura. Ele fica olhando para que ela não passe do ponto. E o ponto é quando o purificador vê o seu rosto refletido na prata. Este é o sinal de que ela está pura, e pode ser retirada do fogo.

Nós somos a prata, Deus é o nosso fundidor, o nosso purificador.  Quando ele nos olha e vê o seu rosto refletido em nós, aí sim, estamos “prontos”, tornando-nos imagens dele.

Jesus também passou por esse processo de purificação, para nos dar o exemplo.

Por isso que Jesus fala: “Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33). Não pode, quer dizer, não consegue.


Palestrante tímida converte grupo

Certa vez, estava havendo um encontro de jovens de três dias. Eram aproximadamente cinquenta participantes, uma turma difícil.

Logo no início, eles já começaram a fazer críticas aos palestrantes, dizendo que eram profissionais da palavra e que não viviam o que diziam.

Já estava no segundo dia à tarde, com três padres à disposição para atender as confissões, mas ninguém os tinha procurado.

Chegou a vez de uma menina de 17 anos fazer uma palestra sobre fé. Era a primeira vez que ela ia falar em público, e estava súper nervosa. Mas criou coragem e foi.

Entretanto, ao chegar à frente da turma e ver aquelas caras fechadas, tremeu. Não conseguia falar.

Após um breve tempo, ela disse: “Vocês me desculpem. Eu nunca falei em público. Esta é a primeira vez”.

E começou a falar. Após fazer a introdução, dizendo que ia falar sobre fé, a voz sumiu novamente. Ela começou a chorar, e foi sentar-se numa cadeira lá atrás.

Foi só choro em toda a sala. Daí para frente, todos queriam confessar-se e mudar de vida. Os padres tiveram muito trabalho.

Aquela menina, sem dizer quase nenhuma palavra, fez a melhor palestra do encontro, porque mostrou que não era profissional da palavra. Mostrou também que não estava ali por nenhum outro interesse, a não ser buscar o bem daqueles jovens.

O Espírito Santo acompanha os profetas e os que trabalham nos diversos ministérios da Comunidade.

Que Maria Santíssima, a esposa do Espírito Santo, nos ajude a cumprir a nossa missão de profetas.


O amor se fez carne

Era uma vez o amor. Ele morava numa casa assoalhada de estrelas. Não havia luz, porque a luz é o próprio amor.

Um dia, ele quis uma casa mais bonita para si. E fez a terra. Na terra, fez a carne. E, na carne, soprou a vida, criando o homem.

Dentro do peito do homem construiu sua casa. Pequenina, mas palpitante, irrequieta, insatisfeita como o próprio amor. E o amor foi morar no coração do homem.

Mas o homem ficou com inveja do amor e o expulsou de dentro de si. Ele queria só para si a felicidade do amor.

E o homem começou a encher seu coração com todos os amores da terra. Buscou prazeres, riquezas, honras... Entretanto, ainda continuava vazio. Triste, ele derramava suor para ganhar o pão, pois sempre tinha fome.

Inconformado, o amor vestiu-se de carne, e veio morar junto com o homem. Mas o homem não o reconheceu, e o pregou numa cruz.

E continuou a derramar o suor, para ganhar comida. O amor, então, teve uma ideia: Vestiu-se de comida. Disfarçou-se em pão, e ficou quietinho. Quando o homem, faminto, ingeriu a Comida, o amor voltou à sua casa. E o coração do homem encheu-se de felicidade.

É um resumo da história da salvação. De fato, a razão de tudo é o amor de Deus por nós.

“De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).


A montanha mágica

Dois amigos ouviram falar de uma montanha mágica, que transformava quem conseguisse alcançar o seu topo em um grande homem. E lá foram os dois em busca desse ideal.

A princípio, a escalada foi fácil. Mas logo ficaram cansados.

Um deles, frente às dificuldades, desistiu e voltou para casa. O outro, mesmo sozinho, seguiu em frente.

Atravessou rios, matas, abismos... Passou frio, fome, venceu o medo, a insegurança, o desânimo.

Às vezes, quando ouvia lobos tão próximos, pensava em voltar. Mas logo dava mais um passo.

Cruzou cavernas escuras, escalou rochas, abriu caminho em despenhadeiros... Até que, finalmente, chegou ao topo, onde as nuvens descansam.

É tão perto do céu, pensou ele, que esta é mesmo uma montanha mágica.

Para alcançar o cume, o jovem experimentou os limites de suas forças, e testou sua determinação. Conseguiu afastar o desânimo, disciplinar a vontade e exercer a persistência.

Agora, ele era um vencedor, um grande homem, que havia vencido a si mesmo.

Ideal é o objetivo que damos para a nossa vida, a razão pela qual vivemos. É uma meta, um sonho. O objetivo torna-se uma luz que brilha na nossa frente e nos impulsiona a caminhar e a vencer todos os obstáculos. Resumindo, ideal é o sentido que damos para a nossa vida.

As flores são belas. Mas não existem apenas para isso. O seu “ideal” é dar cada uma o seu fruto. Assim somos nós.



A visita de Jesus a um jovem

Havia, certa vez, um rapaz que andava cheio de problemas e sempre, em suas orações, pedia a Jesus que viesse visitá-lo.

Um dia, Jesus bateu à sua porta. Ele, maravilhado, convidou-o a entrar. O visitante sentou-se no sofá da sala. Na mesinha, havia uma Bíblia aberta, e nas paredes quadros de santos e um crucifixo.

Ele disse: “Jesus, muito obrigado por vir à minha casa. É uma honra para mim. Como o Senhor sabe, estou passando por umas dificuldades e preciso da sua ajuda...”

Jesus o interrompeu dizendo: “Filho, antes de conversarmos, eu gostaria de conhecer a sua casa”.

O jovem o levou para dentro da casa. Ao passar em frente ao seu quarto, Jesus ia entrar, mas ele o interrompeu dizendo: “Desculpe, Jesus, meu quarto não está arrumado”. Na verdade, o seu quarto estava cheio de fotos de mulheres nuas, e sobre a mesa havia uma revista pornográfica. E continuaram.

À cozinha também ele não levou Jesus, dizendo que não tinha nada para lhe oferecer. Mas o motivo é porque havia na cozinha coisas das quais Jesus não ia gostar.

Voltaram para a sala, e o moço continuou: “Como eu estava dizendo...” Neste instante, um barulho forte interrompeu a conversa. Eram batidas na porta da cozinha. Assustado, o jovem foi ver.

Ao abrir a porta, deu-se de frente com o diabo. “Sai da frente que eu quero entrar!” gritou o tentador. “De jeito nenhum”, respondeu o rapaz. E começou a briga. Com muita dificuldade, conseguiu empurrar o diabo e fechar a porta.

Cansado, o moço voltou para a sala e continuou a conversa: “Desculpe, Jesus! O que eu quero lhe dizer é que estou precisando da sua ajuda...”

Outro barulho forte o interrompeu, vindo da janela do seu quarto. O rapaz correu para ver quem era e, ao abri-la, deparou-se novamente com o diabo. “Agora eu vou entrar”, disse o inimigo. Houve nova luta e o jovem conseguiu fechar a janela.

Ao voltar, contrariado, disse a Jesus: “Eu não entendo. O Senhor está na minha casa e por que o diabo fica insistindo em entrar?” “Sabe por quê, meu filho?” explicou Jesus. “É que na sua casa você só me deu a sala”.

O moço, humilhado, entendeu a lição e imediatamente fez uma faxina na casa, para entregá-la toda a Jesus.

Neste instante, o diabo bateu novamente à porta. Jesus disse: “Deixe que eu atendo”. Quando o diabo viu Jesus, saiu correndo para trás, ficando apenas o cheiro de enxofre.

Muitas vezes, é assim que acontece com o nosso coração. Entregamos a Jesus só uma parte, ficando a outra para o pecado. Claro que temos de lutar constantemente, e nem sempre vencemos, porque a tentação volta. Volta porque nós mesmos a convidamos através dos objetos “sujos” que carregamos, seja na casa, seja na nossa cabeça.

A exemplo de Zaqueu, vamos convidar Jesus para entrar na nossa casa (Cf Lc 19,1-10), mas que ele se sinta bem em todos os cômodos.

Maria Santíssima é chamada, na Ladainha, de Casa de Ouro. Nós não conseguiremos chegar a tanto, mas que sejamos pelo menos uma casa de prata, bem purificada, para que Jesus posas visitar e sentir-se bem.


Fátima escreve ao avô falecido

Certa vez, faleceu o avô de uma menina de nove anos. Ela gostava muito dele, e o pior, não teve tempo de vê-lo antes de morrer. A garotinha chorou durante uma semana, inconsolada.

Um dia, em uma festa de aniversário, ela ganhou um balão vermelho, e voltou para casa com uma ideia: Escrever uma carta para o vovô e enviá-la para o Céu, em seu balão.

A mãe não teve coragem de dizer não. Apenas observou, com lágrimas, o frágil balão subir por entre as árvores, e desaparecendo no céu.

Dois meses depois, a menina recebe uma carta, que veio pelo correio, com carimbo de uma cidade a 900 quilômetros de distância.

A carta dizia: “Querida Fátima, vovô Geraldo recebeu o sua carta. Ele a adorou. Por favor, entenda que coisas materiais não podem ficar no Céu, por isso tiveram de mandar o balão para a terra. Lá só ficam as almas, o amor e coisas próprias do Céu. Fátima, sempre que você pensar no vovô Geraldo, ele saberá e estará muito perto, com um amor enorme por você. Um abraço do Francisco, também um vovô”.

O sr. Francisco consolou a Fátima, falando a verdade, não mentindo, como muitos fazem com as crianças. E aproveitou para lhe dar uma boa aula de catecismo.

O exemplo de Maria Santíssima é maravilhoso. Ela ouviu o apelo de Deus, entendeu-o direitinho e o cumpriu com generosidade. Enfrentou com realismo a morte da pessoa mais querida, o Filho. Que ela nos ajude a enfrentar de cabeça erguida os sofrimentos, especialmente a morte de uma pessoa querida.


Elefante suja água para não se ver

Certa vez, um elefante ficou com sede e saiu à procura de água. Encontrou um poço com água limpinha e parada. Quando se aproximou, ele viu a si mesmo refletido na água. Assustou-se e foi embora.

Mais tarde, a sede aumentou. Ele chegou perto do poço e, antes de se ver, enfiou a tromba até o fundo do poço e sujou toda a água. Assim não viu mais a si mesmo, e bebeu aquela água suja.

O mundo criado por Deus é como um poço de água limpa. Ele é belo, saudável e reflete a nossa verdadeira imagem, de filhos e filhas de Deus.

Muitos, à semelhança de Adão e Eva, preferem poluir o mundo, a fim de não ver nele a própria imagem e a imagem de Deus. Mas a vida suja e poluída nos faz mal.

Há pessoas que não suportam viver em um ambiente de paz e harmonia. Por isso criam conflitos. Principalmente quem tem complexo de culpa, que é um remorso inconsciente e doentio, quer pagar o seu “erro” do passado, sofrendo. A pessoa acha que não é digna de ser feliz. Se não há motivo para sofrer, ela cria, e passa a vida sujando a água onde vive, fazendo, assim, outros também sofrerem.

Que Maria Santíssima nos ajude a obedecer aos mandamentos de Deus, a fim de ouvir as inspirações do Espirito Santo.


O menino e seu barquinho

Certa vez, um garoto, que morava na periferia de uma cidade, fez um barquinho. Colocou vela nele e tudo. Caprichou.

Após uma chuva forte, ele foi brincar com o barquinho na água da chuva. Mas a enxurrada o levou. Ele ficou triste por ter perdido o seu querido barquinho.

Um dia, andando no centro da cidade, viu, na feira, numa banca de brinquedos, o seu barquinho!

Disse ao vendedor: “Este barquinho é meu. O senhor pode fazer o favor de me devolver?” O vendedor respondeu: “Você só pode levar o barquinho se comprá-lo”. O menino voltou para casa, conseguiu o dinheiro e comprou o barquinho.

Olhou para o seu estimado barquinho e disse: “Você agora é meu duas vezes: Porque o fiz e porque o comprei”.

Nós somos de Deus duas vezes: Porque ele nos fez e porque nos comprou por um alto preço, que foi o sangue do seu Filho Amado.

Que não sejamos levados novamente pela enxurrada! Pelo contrário, que saiamos por aí comprando barquinhos e levando-os para o seu verdadeiro dono, que é Deus.


A prece pelos flagelados da enchente

Certa vez, um homem estava dirigindo o seu carro, levando uma senhora que era líder da sua Comunidade. Eles atravessavam um bairro de uma cidade grande e desconhecida.

Veio uma chuva muito forte, e logo as ruas ficaram alagadas. O motorista parou em um lugar seguro. A chuva continuava forte, e a água começou a invadir as casas.

A líder disse: “Certamente há muita gente sofrendo aqui, com a água entrando em suas casas. Vamos rezar por eles?” E rezaram. O motorista nem tinha se lembrado de rezar!

Jesus sentia compaixão. Nós, incorporados em Cristo pelo batismo, também sentimos compaixão, pois os seus sentimentos são também nossos. Fazemos o que podemos pelo próximo em dificuldade, e rezamos por aqueles que não podemos ajudar.

A oração tem uma força enorme. “Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria” (Lc 17,6). Sabemos que a oração tem um poder infinito, porque Deus é infinito.

Quantas vezes vemos nossos irmãos e irmãs sofrerem, e nos esquecemos de rezar por eles!


A palavra convence, o exemplo arrasta

Certa vez, uma senhora saiu na rua, num domingo à tarde. Uma conhecida encontrou-se com ela, na hora pôs a mão na cabeça e disse: “Ô, fulana! Foi só ver você me lembrei da Missa. Eu estava me esquecendo de ir à Missa!”

A simples presença de um cristão já é um convite a fazer o bem, pois é um testemunho daquilo que ele é e faz.

Quando um cristão sai na rua, sem perceber, convida todos para se aproximarem de Deus e para participar da Igreja. Por isso que ele é, às vezes, atacado.

E nós, quando as pessoas nos veem na rua, de que se lembram? Que a nossa vida seja um testemunho dos valores que ultrapassam esta vida terrena.


Pequenos gestos vencem grandes conflitos

Havia, certa vez, uma garota adolescente que vivia brigando com a avó, que morava em sua casa. A avó não aceitava o seu modo de agir, e as broncas eram frequentes. A menina até chorava escondido, por não encontrar saída.

Um dia, alguém lhe deu uma sugestão: “Procure dar o primeiro passo em alguma coisa”.

Ela seguiu o conselho e começou a arrumar sua cama de manhã. Bastou esse gesto para a avó tornar-se uma de suas melhores amigas.

Um problema enorme, resolvido de forma tão simples! A garota não percebeu, mas sua mudança não ficou só na arrumação da cama.

E a avó, por sua vez, não pretendia ver a neta santa de uma hora para outra. Esperava apenas ver nela um gesto de boa vontade, um sinal de que queria melhorar, a fim de ser alguém na vida.

Ficar esperando que o outro tome a iniciativa torna-se como carro em atoleiro. Patina e não sai do lugar.


O javali afia suas presas fora do perigo

Certa vez, um javali estava afiando suas presas numa pedra. Uma raposa, que passava por ali, perguntou-lhe o motivo de estar afiando suas presas, se não havia nenhum caçador, cão de caça, ou qualquer outra ameaça rondando o local.

O javali respondeu: “Eu faço isto periodicamente para não ser forçado a afiar minhas armas no exato momento em que tiver de usá-las”.

Que sigamos o exemplo do javali e vivamos sempre preparados, já que não sabemos o dia nem a hora em que o Senhor virá ao nosso encontro. “Ficai preparados, pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem” (Mt 24,44).

Maria Santíssima, a nossa Mãe, está pronta a nos ajudar. Peçamos a intercessão dela. “Maria, ó Mãe cheia de graça, protege os filhos teus! Nós queremos contigo estar no Céu!”


Quem muito quer nada tem

Havia, certa vez, uma senhora que tinha uma galinha que lhe dava um ovo todos os dias.

Ela pensou consigo como fazer a galinha botar dois ovos por dia. E resolveu dar-lhe o dobro da ração.

Com isso, a galinha engordou, ficou preguiçosa e não botava mais ovo nenhum.

A ganância é assim. No afã do lucro, nós destruímos a natureza, e quem sai perdendo somos nós mesmos.


Qual dos dois vencerá?

Havia, certa vez, um rapaz que estava levando vida errada. O pai lhe dava conselhos, mas pouco adiantava.

Um dia, o pai conseguiu convencê-lo a ir conversar com o avô, que era um homem sensato, carregado de experiência e sabedoria, e muito respeitado pelo neto. O moço concordou e foi.

O pai telefonou ao seu pai, pedindo que desse uns conselhos para o neto.

Quando ele chegou, os avós o receberam muito bem. Depois, o avô o chamou à parte e disse:

“Todos nós temos dentro de nós dois lobos, que estão sempre lutando entre si. Um deles é mau, agressivo, violento e bravo. Vive ameaçando e mostrando os dentes. O outro é bom, calmo, pacífico, dócil e amigo.”

O neto perguntou: “E qual deles vai vencer a luta?” O velho respondeu: “Vai vencer aquele ao qual você der mais ração. Porque assim ele fica mais forte e vence o outro. Portanto, depende de você”.

“Decidi. Vou dar mais ração para o lobo bom”, concluiu o neto.

Em seguida, o avô falou sobre os diversos alimentos, intelectuais, morais e religiosos.


O ideal de ser santo

Certa vez, em um grande seminário, o padre diretor disse aos seminaristas, durante uma Missa:

“Entre vocês existem excelentes escritores, poetas, pintores, atletas, cantores e oradores. São ideais que vocês conquistaram. Eu gostaria de ver também jovens que lutem pelo ideal de ser santo! Rapazes que dão o máximo de si na luta para conquistar a santidade”.

De fato, tornar-se santo é o melhor ideal que existe. “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).


O brilhante e a gota d’água

Havia, certa vez, uma pedra de brilhante que estava abandonada no meio do mato. Perto dela, sobre uma folha verde, havia uma gota de orvalho que também brilhava, refletindo os raios do sol que acabava de nascer.

Um beija-flor, ao vê-los, aproximou-se primeiro do brilhante. Chegou bem perto, batendo as asinhas, mas não o quis. Em seguida, aproximou-se da gota d’água, observou-a e a bebeu. E lá ficou o brilhante, solitário e inútil.

Às vezes, passamos o nosso tempo correndo atrás de ouro e brilhantes, e com isso sujamos a água, até do pior veneno para os seres vivos, que é o chumbo. E nos esquecemos de contemplar a beleza da água cristalina, que pula e canta em nossas fontes.

Jesus chamou a graça de Deus de Água Viva. Vamos proteger os nossos rios e fontes de água.


A galinha de ovos de ouro

Havia, certa vez, uma galinha que começou a botar ovos de ouro. Um por semana. O dono ficou louco de alegria. Toda semana esperava ansioso mais um ovo de ouro.

Um dia, ele pensou: Vou matar esta galinha. Lá dentro deve haver muitos ovos de ouro. E matou. Dentro da galinha só havia tripas!

E o homem, frustrado, lamentou o resto da vida ter matado a galinha.

Fazemos o mesmo com a natureza.

O mundo é um retrato de Deus, o seu criador. A natureza destruída é um retrato do homem pecador. Criando o homem à sua imagem, Deus lhe deu a inteligência, para aproveitar-se da natureza, sem destruí-la.


A liquidação das tentações

Certa vez, o diabo quis adaptar-se aos novos tempos, e fez uma liquidação das tentações. Expôs suas tentações em prateleiras e colocou anúncio nos jornais.

Era um estoque enorme: Pedras para os virtuosos tropeçarem, espelhos que aumentavam a própria importância, óculos que diminuíam a importância dos outros...

Alguns objetos chamavam a atenção: Um punhal de lâmina curva para ser usado nas costas de alguém, gravadores que só registravam fofocas e mentiras...

“Não se preocupem com o preço”, gritava satã. “Levem hoje e paguem quando puderem”.

Um dos visitantes encontrou, jogada em um canto, uma ferramenta que parecia muito usada e que pouco chamava a atenção. Entretanto, era caríssima. Curioso, quis saber a razão. Satanás explicou:

“Ela está gasta porque é a que eu mais uso. Se chamasse muito a atenção, as pessoas saberiam como se proteger. No entanto, ela vale o preço que estou pedindo. É a dúvida. Todas as outras tentações podem falhar, mas esta sempre funciona”.

“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.” A dúvida, palavra derivada do latim “dubitare”, é uma condição psicológica ou sentimento caracterizado pela ausência de decisão ou de convicção. Ela se opõe à fé.


O espaço aéreo é parecido com a nossa vida

Certa vez, um avião levantou voo em São Paulo, com destino a Nova Iorque. Ele ia pela radial 240. O espaço aéreo é todo dividido em radiais, como as estradas da terra. O nome daquele avião era Delta.

Quando ele já estava no espaço aéreo americano, veio um aviso da torre do aeroporto de Nova Iorque: “Controle Nova Iorque chamando Delta”. O piloto respondeu: “Delta na escuta”.

A torre disse: “Tome a radial 106, porque, na radial 240, está indo um Boeing da American Air Lines”.

O piloto obedeceu na hora. Os passageiros, alguns dormindo, acordaram assustados com a manobra. E, um minuto depois, viram pelas janelas o Boeing da American Air Lines passar, numa distância bem segura.

Jesus veio à terra e criou para nós uma radial que nos leva ao Céu. É o seu Evangelho. Se alguém muda de rota, certamente vai colidir com outros grupos e cairá por terra.

“Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática é como um homem sensato, que construiu sua casa sobre a rocha... Por outro lado, quem ouve as minhas palavras e não as pratica é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e a casa desabou” (Mt 7,24-27).


Abraão e os três peregrinos

O livro do Gênesis, no capítulo dezoito, conta que um dia Abraão estava sentado à entrada de sua tenda e viu três rapazes passando na estrada.

Percebeu que estavam cansados. Abraão levantou-se, foi até eles e os convidou a entrarem na sua tenda. Eles aceitaram.

Abraão e Sara fizeram o que puderam pelos desconhecidos. Ofereceram água para lavarem os pés, vinho, e um lugar apropriado para descansarem, enquanto os dois assavam pães e carne.

Na despedida, os três moços agradeceram e lhes disseram: “No ano que vem, por esta época, Sara já terá um filho”. E desapareceram.

Foi assim que nasceu Isac, o pai do Povo de Deus. Eram três anjos que Deus havia mandado, a fim de testar a caridade e o acolhimento do casal.

“Eu era peregrino e me recebestes em casa” (Mt 25,35).


Os jovens incendiários

Certa vez, um grupo de jovens de uma paróquia resolveu incendiar um bairro. Espalharam-se pelas várias ruas, cada um com uma tocha e, na hora combinada, começaram a atear fogo.

Logo os habitantes telefonaram para o corpo de bombeiros. Mas eram tantos telefonemas ao mesmo tempo, e os bombeiros não davam conta de atender a todas as chamadas e apagar todos os focos de incêndio. Enquanto apagavam em uma rua, o fogo já estava se alastrando em outra rua. Assim, não houve jeito. O bairro todo foi incendiado.

Esse fogo não era o natural, mas o fogo do amor de Deus. Existem os apagadores deste fogo. Eles querem espalhar outro fogo, o das paixões, da ganância, da violência, da incredulidade... Entretanto, se nós estivermos unidos, como estavam aqueles jovens, os apagadores não darão conta. Você está convidado a fazer parte desse grupo.

Antes de batizar Jesus, João Batista falou, referindo-se a ele: “Eu vos batizo com água. Mas ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). “Eu vim lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12,49).

Quando Jesus morreu, seus inimigos pensaram: Agora apagamos. Mas nada! O fogo estava aceso no coração dos discípulos.

No batismo, Deus colocou dentro de nós o dom do amor, que é como uma tocha. E nós começamos a espalhá-lo.

Esse fogo é muito especial. Quando tentam apagá-lo, sempre fica uma brasa e, através dela, o fogo reacende e mais forte ainda.

Os antigos perseguidores dos cristãos perceberam isso. Quando matavam um cristão, surgiam mais dois. Por isso mudaram de tática. Hoje, ninguém ataca Jesus Cristo. O caminho hoje é criar seitas que torcem o Evangelho, para satisfazer as paixões.

Um detalhe: Ninguém consegue acender um fogo, apenas falando de fogo. Você pode pegar um punhado de palha seca, coloca-lo no sol quente, jogar gasolina e fazer o mais inflamado discurso sobre fogo, não adianta. Agora, se você acende um fósforo e joga, aí sim.

Os primeiros cristãos eram expulsos de seus países, e esse foi um dos grandes motivos por que o cristianismo se espalhou pelo mundo. Onde chegavam, criavam Comunidades (Cf At 11,19).

“Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. E a ti, uma espada transpassará tua alma! Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2,34-35).

Maria carregava em seu coração o fogo trazido por seu Filho. Esposa do Espírito Santo, rogai por nós!


A menina e o passarinho

Certa vez, uma rainha deu à luz uma menina. O rei ficou vislumbrado com o bebezinho. Resolveu fechar o palácio, para que a filha não fosse contaminada pelos males lá de fora.

Quando a garotinha cresceu, ele criou uma escola especial para ela, dentro do palácio. Tudo era feito dentro do palácio.

Mas a menina começou a ficar triste e a sentir solidão. O rei pediu a um funcionário que fosse à floresta e pegasse para a filha o passarinho mais bonito que encontrasse. O funcionário trouxe. O pássaro era lindo e cantava muito bonito. Ela o colocou numa gaiola, dentro do seu quarto.

Mas, com o tempo, a ave já cantava pouco, ficava triste e foi perdendo as suas cores lindas. Ele falou para a garota, que já era adolescente: “Eu me sinto muito só! Lá na floresta, eu era livre!” A menina lhe disse: “Está bem. Uma vez por dia você pode sair por esta janela. Mas volte na hora que eu marcar”.

Assim ele começou a fazer. Cada dia, o pássaro trazia para a amiga uma muda de flor, e ela a plantava no jardim do palácio. Com o tempo, o jardim ficou muito bonito, todo florido.

Mas o pássarinho começou novamente a ficar triste. E pediu à menina: “Eu quero voltar para a vida que eu tinha, ser livre lá na floresta”. Ela atendeu ao pedido do amiguinho, e o soltou.

Dias depois, a garota começou novamente a ficar triste, e nem comia direito. O rei ficou preocupado e lhe perguntou pelo pássaro, que ele não via mais no palácio. Ela explicou o que havia acontecido e mostrou-lhe o jardim bonito, devido às mudas de flores que seu amiguinho trazia da floresta.

“Eu quero também ser livre”, disse ela ao pai. “Quero conhecer o que há de bom lá fora”. No mesmo instante, o pai mandou abrir o palácio e deu mais liberdade à sua querida.

O mundo não tem só coisas ruins. Tem muitas flores. E as crianças têm também asas, querem voar. O importante não é fechá-las em casa, mas ser amigo, amiga, estando sempre próximos delas e dialogando. Os pais precisam acompanhar os filhos, sabendo tudo o que se passa com eles lá fora


Cristo olha para mim

Certa vez, uma mulher resolveu mudar de vida, por um motivo muito simples. Ela estava vivendo em pecado, e começou a perceber que o Cristo do crucifixo do seu quarto olhava para ela com um olhar de repreensão.

Parecia-lhe ele dizendo: “Veja, eu fiz tudo isso por você, e não adiantou!” A senhora não suportou ver aquilo todos os dias, confessou-se e mudou de vida.

O pecado se apresenta a nós como coisa normal. Mas Deus, em sua bondade, entra na nossa vida, mesmo que seja através do rosto ensanguentado de um crucifixo, e tira aquela normalidade.

“Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa Nova de Deus e dizendo: ‘Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho”.


A morte vista com fé

Certa vez, uma senhora idosa estava doente, de cama, e muito mal. Ela morava sozinha. Uma amiga veio visitá-la. Ao vê-la daquele jeito, disse: “Eu vou pousar aqui com você hoje”.

A doente respondeu: “Não, fulana! Pode ir para a sua casa cuidar do seu marido e de seus filhos. Se eu morrer, ficarei apenas alguns minutos sem respirar, depois acordarei na eternidade”.

É uma visão realista da morte, porque ela não disse que acordará no Céu. Quem sabe isso é Deus. Nós temos esperança de ir para o Céu. Para nós, o Céu é como uma meta pela qual lutamos todos os dias, numa alegre confiança em Deus que é nosso Pai. Mas confiança não é certeza.

Muitos, em velórios, dizem: “Ele (ela) está agora no Céu!” Só temos certeza que uma pessoa está no Céu, quando foi beatificada pela Igreja. Quanto a nós, temos esperança. E nessa esperança somos felizes e temos paz. A paz filial de quem sabe que Deus é um Pai amoroso e vai nos acolher.

Após a Assunção, Maria Santíssima não depôs a sua missão de intercessora, porque quer todos os seus filhos e filhas lá. Rainha do Céu, ajudai-nos.


É pequenino que se torce o pepino

Havia, certa vez, uma família que tinha um garoto de nove anos. Ele sempre saía de casa e a mãe não lhe perguntava onde ia.

Um dia, ele chegou com uma agulha. A mãe começou a usar a agulha.

Tempo depois, ele chegou com uma bicicleta. A mãe não questionou como ele tinha conseguido a bicicleta.

Passado um bom tempo, ele já era adolescente, e um dia chegou em casa com uma moto. A mãe disse: “Que moto bonita!”

O tempo passou e, um dia, a mãe recebeu um telefonema da delegacia. O delegado lhe disse: “O seu filho estava roubando um carro e foi preso”.

A mãe foi correndo à cadeia. Ao chegar, viu o filho atrás das grades.

O moço lhe disse: “Mãe, encoste o rosto aqui na grade, para que eu possa beijá-la”. A mãe encostou o rosto e o jovem, em vez de beijar, deu uma mordida no rosto dela. E disse: “Mãe, isso é para a senhora sempre se lembrar que devia ter me repreendido quando eu cheguei em casa com aquela agulha”.

Os pais devem estar atentos aos seus filhos, procurando sempre saber onde andam e o que fazem.

“É pequenino que se torce o pepino.” Se o filho ou filha comete um erro, os pais devem corrigir. Se volta a fazer o mesmo erro, o castigo deve ser mais forte, porque a recaída leva a pessoa a acostumar-se com o erro.


O homem que estava construindo uma casa

Certa vez, um homem estava construindo uma casa. Passou alguém e lhe perguntou: “Por que você está construindo essa casa?” “Para eu morar!” respondeu ele.

“E para que você vive?” disse o outro, na hora. O homem pensou, pensou e disse: “Desculpe, mas não sei. Nunca pensei nisso”.

Nós sabemos para que fazemos as coisas, e aprendemos como fazê-las bem. Mas não pensamos no principal: Para que vivemos.

Deus nos criou para conhecê-lo, amá-lo e servi-lo na terra, e gozar com ele no Céu. Na outra vida, colheremos os frutos das nossas boas obras feitas aqui. A diferença entre a religião verdadeira e a seita é: A religião verdadeira vê o homem a serviço de Deus; a seita vê Deus a serviço do homem.

Não vamos querer inverter as coisas: Praticar a religião para receber benefícios de Deus aqui na terra.

A Santa Igreja tem três fazes: A militante (esta vida terrena), a padecente (o purgatório, se precisarmos passar por ele) e a triunfante (o Céu).


O castigo para a aluna indisciplinada

Havia, certa vez, em um colégio de Irmãs, uma aluna adolescente que era indisciplinada. Vivia fazendo bagunça, desobedecendo aos professores e levando os colegas a fazerem o mesmo.

Um dia, por causa de uma travessura maior, a diretora deu-lhe um castigo: Enquanto a classe ia fazer um passeio, ela devia ficar na sala, escrevendo cinquenta vezes a seguinte frase:

“O maior mandamento é este: Amar a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a si mesmo.” Uma professora ficou na sala, fazendo seus trabalhos pessoais.

A menina sentou-se e escreveu a primeira vez. Depois parou e ficou meditando sobre frase.

Pediu licença à professora, foi até uma imagem de Nossa Senhora e rezou uma Ave Maria, pedindo ajuda à Mãezinha do Céu.

Mais que depressa, voltou para a sala e escreveu as quarenta e nove vezes que faltavam. Quando as colegas chegaram do passeio, ela estava deslumbrada.

No dia seguinte, a própria diretora pegou seu carro e repetiu com ela todo o trajeto do passeio.

Às vezes, as crianças erram porque não conhecem os mandamentos de Deus. “Como as pessoas poderão invocar a Deus, se não acreditam nele? E como poderão acreditar, se não ouviram falar dele? E como poderão ouvir, se não houver quem anuncie? Como são belos os pés dos que anunciam a Boa Nova!” (Rm 10,14-15).

Entre tantos títulos de Maria Santíssima, podíamos chamá-la também de Mãe Educadora.


Quem é você?

Certa vez, um homem ficou gravemente enfermo. A febre era tão alta que ele começou a delirar. Sonhou que havia morrido e estava diante de Jesus Cristo para o julgamento.

Jesus lhe perguntou: “Quem é você?” Ele respondeu: “Eu sou fulano de tal, casado, esposo de fulana...” Jesus interrompeu: “Não é isso que eu quero saber. Quem é você?”

Ele disse: “Eu sou pai de três filhos”. Novamente Jesus disse: “Não é isso que eu quero saber. Quem é você?”

Ele respondeu: “Sou psicólogo e atendo clientes no meu consultório...” Jesus interrompeu: “Não é isso que eu quero saber. Quem é você?”

O homem pensou, pensou, e se lembrou: “Ah! Sou católico, batizado, crismado. Vou à Missa aos domingos”. Jesus disse: “Agora você está chegando ao que eu quero saber. Mas ainda não chegou. Quem é você?”

O homem lembrou-se e disse: “Jesus, há um problema: Eu sigo o seu Evangelho, mas não integralmente. Alguns pontos eu deixo de lado”.

Jesus ficou triste e, nesse momento, o homem acordou. Acordou duas vezes: Do sonho e da sua mediocridade.

Precisamos olhar-nos de forma realista, não vendo apenas as nossas virtudes.


O acendedor de lampiões

Antes de chegar a luz elétrica, havia, nas cidades, o acendedor de lampiões. Ele percorria as ruas ao escurecer, acendendo os lampiões e, de madrugada, os apagava.

Numa cidade, havia um senhor que durante quarenta anos fez esse trabalho, numa admirável pontualidade.

Quando veio a luz elétrica, e a cidade não precisava mais do seu serviço, ele ficou doente da cabeça. Na hora costumeira, ele passava pelas ruas com a sua vara de acender os lampiões, apesar de não haver mais lampiões nos postes. O mesmo fazia ao amanhecer.

Só cresce quem aceita a renovação, quem é criativo, tem coragem de adaptar-se e de dar um passo a frente, mudando seus hábitos. “Avança para águas mais profundas” (Lc 5,1-11).


A moradora de rua recuperada

Certa vez, um casal estava voltando para casa, após a Missa no Domingo à noite e, passando perto da rodoviária, viram uma mulher com trajes muito pobres, sentada na calçada, com a cabeça baixa. Ficaram com dó.

A esposa aproximou-se dela e perguntou se havia jantado. Ela disse que não. O casal telefonou para casa avisando do atraso e foi com ela para um restaurante.

Durante a refeição, ela contou a sua história. História triste, cheia de incompreensões e intolerâncias.

O casal resolveu ajudar aquela mulher. Levaram-na para o albergue, onde ela tomou banho, recebeu roupas novas e passou a noite.

Na manhã seguinte, lá estava a esposa, disposta a ajudá-la. Acabou integrando-a nos assistidos da Conferência Vicentina, da qual o casal fazia porte.

Hoje, aquela ex-moradora de rua tem um emprego, tem amigos e é feliz.

Deus sempre abre caminhos para as mulheres que caem na vida, sem precisar que elas cometam o pecado do aborto.

Maria Santíssima também ajudou uma mulher necessitada: A sua prima Isabel. Mãe dos excluídos, rogai por nós.


Dom Bartolomeu de Las Casas

Bartolomeu De Las Casas era espanhol e veio para o México em 1502. Sua intenção era “fazer a América”, como diziam os europeus. Quer dizer: Explorar as riquezas naturais, os índios, e depois voltar para a Espanha.

Logo que chegou, Las Casas conseguiu uma grande área de terra. Tinha muitos escravos índios. Como era católico, participava da Santa Missa aos domingos.

Doze anos depois, ele leu um texto da Bíblia que mudou sua vida: Eclo 34,22-27: “Oferecer sacrifícios de bens injustamente adquiridos é fazer zombaria de Deus. O pão dos indigentes é a vida deles, e quem lhes tira é assassino. Mata o próximo quem lhe tira seus meios de vida, e derrama sangue quem priva o operário de seu salário. O que agrada ao Senhor é afastar-se do mal. Deus atende a súplica do oprimido, e não despreza a prece do órfão, nem da viúva”.

Ao ler essa passagem, Las Casas viu claramente que escravizar uma pessoa é ato injusto, tirânico, cruel e condenado por Deus.

Imediatamente, libertou todos os seus escravos e dividiu sua fazenda entre eles. Não só, mas tornou-se um grande lutador pelos direitos dos índios.

Seis anos depois, foi ordenado padre. Mais tarde, foi sagrado bispo. Como bispo, a primeira coisa que Dom Bartolomeu fez foi promulgar a seguinte lei na diocese, em favor dos índios: “Todo aquele que possui escravo está automaticamente excomungado”.

Ele faleceu com noventa e dois anos de idade.

Deus nos chama, quando lemos a sua Palavra com o coração aberto.

Que a “Mãe do Céu morena, Senhora da América Latina”, interceda por nós, para que sejamos também coerentes com a Palavra de Deus que lemos.


O filé mignon

Imagine que você tem um cachorro de estimação, e o vê roendo um osso. Você fica indignado e tenta tirar o osso da boca do cão. Mas não consegue, porque ele ameaça morder você, pois é a única coisa que tem para comer.

Você tem uma ideia: Vai à cozinha, pega um filé mignon bem gostoso e joga perto do cachorro. Claro que imediatamente ele larga o osso e abocanha a carne. E o faz abanando o rabo para você, em agradecimento. Você pega o osso e joga no lixo.

Muita gente, que não conhece a Igreja que Jesus fundou, vive roendo ossos por aí: Envolvendo-se em drogas, sexo livre, farras, alcoolismo... Em vez de lhes tirar esses ossos, o que dificilmente conseguimos, vamos oferecer-lhes filé mignon, trazendo-os para a Comunidade cristã.

Existem dois modtos de educar crianças e adolescentes. O primeiro é arrancar deles, à força, os erros que fazem. Poderão revoltar-se contra nós. O segundo é levá-los para a Comunidade cristã. Cantando e batendo palmas, eles vão mudar de vida, e ainda nos agradecer.


Doente quer ir à capela

Conta-se que Santo Afonso Maria de Ligório, o fundos dos missionários redentoristas, no final de sua vida ficou acamado durante um bom tempo.

Um dia, ele pediu ao Irmão que o acompanhava para levá-lo à capela do convento. O Irmão lhe disse: “Não precisa! Jesus está em toda parte, e está também aqui neste quarto!”

O santo ancião não aceitou o argumento e respondeu: “Sim, ele está aqui. Mas lá na capela ele está presente fisicamente”. Não houve jeito. O Irmão teve de colocá-lo na cadeira de rodas e levá-lo à capela.

Jesus, no Sacrário, é o nosso Amigo que nos espera dia e noite. Quando o visitamos, saímos transformados, como Moisés, quando desceu do Monte Sinai, onde falara com Deus. O seu rosto brilhava tanto que teve de cobri-lo com um véu, senão ninguém conseguia olhar para ele (Cf Êx 34,27-35).


Ser velho é ser bonito

Um dia, uma menina de cinco anos perguntou para a avó: “Vovó, o que é ser velho?” A avó mostrou-lhe seus braços fraquinhos, apontou para o rosto enrugado e disse: “Está vendo, filha? Ser velho é isso”.

A garotinha observou e disse sorrindo: “Ah! Já sei. Ser velho é ser bonito”. Aquela criança gostava muito da avó, por isso a achava bonita.

Deus fez tudo bem feito e bonito. Suas criaturas são belas em todas as fases da sua existência, principalmente o ser humano. Coisa triste é ver um velho pessimista.

O amor transforma o feio em bonito, o ruim em bom, o amargo em doce, o chato em agradável... O amor vence tudo, ultrapassa tudo, ele jamais acabará (Cf 1Cor 13,1-8).


Diógenes e sua candeia

Diógenes foi um grande filósofo que viveu em Atenas, na Grécia, no Séc. IV A/C. Ele tinha fama de doido, mas no bom sentido. Doido porque sempre estava fazendo coisas exóticas, a fim de transmitir um ensinamento.

Um dia, ele saiu na cidade, na rua mais movimentada, ao meio dia e com o sol quente, com uma candeia acesa na mão. As pessoas lhe perguntavam por que aquilo, e ele respondia: “Estou procurando um amigo”.

Amigo verdadeiro é difícil de encontrar. Mas não para nós cristãos, pois temos um grande amigo ao nosso lado, nas vinte e quatro horas do dia. Amigo fiel, que não nos abandona nas horas de aperto. Esse amigo é Deus.

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15).

“Amigo fiel é poderosa proteção. Quem o encontrou, encontrou um tesouro” (Eclo 6,14-17).


Gansos voam em “V”

Quando muda a estação climática, os gansos migram em bandos, formando um grande “V” no céu.

Eles fazem isso porque cada um, ao bater as asas, move o ar para cima, o que ajuda aquele que vem atrás. A economia de força chega a ser de 71% em relação a uma ave voando sozinha.

Quando o da frente se cansa, ele troca de posição. Vem para o meio e vai outro para o seu lugar.

E os de trás gritam, para encorajar o da frente. Por isso que os ouvimos grasnar forte, quando passam no céu em cima de nós.

Se um ganso fica doente, ou se machuca, dois outros saem com ele, para ajudá-lo e protegê-lo.

A lição é clara. Se pessoas que têm o mesmo ideal se unem em equipe, podem atingir seus objetivos de forma mais rápida e fácil, pois se beneficiam do impulso mútuo.

Quando um ganso sai do bando, sente subitamente a necessidade de redobrar as energias, por isso volta. Para nós vale o provérbio: “É preferível o bom em equipe, ao ótimo sozinho”.

Se tivermos o mesmo sentido dos gansos, formaremos um “V”, tendo à frente o nosso líder.


Deus lhe pague

Certa vez, uma senhora pobre e viúva foi ao açougue do seu bairro e disse ao açougueiro: “Vim pedir-lhe um pedaço de carne para fazer uma sopa para o meu filho que está doente. Não posso pagar, por isso, desde já, Deus lhe pague”.

O açougueiro irritou-se com a expressão “Deus lhe pague”. Onde já se viu, pensou ele, pagar carne em um açougue com “Deus lhe pague”? Ele conhecia aquela mulher e sabia que ela era da Igreja, daquelas que ele chamava de “beatas”.

Resolveu brincar com ela e disse: “Está bom. Vou escrever em um papel: “Deus lhe pague”, por em um dos pratos da balança, e colocarei no outro prato a carne correspondente ao peso”. Era daquelas balanças de dois pratos.

Imediatamente escreveu e pôs na balança. A mulher ficou apreensiva, achando que não levaria nada, e que o homem estava zombando do Deus.

Mas, por sorte, a balança travou e, por mais que ele colocava carne do outro lado, o prato não descia e a balança ficava caída para o lado do papelzinho.

O homem levou um susto. Pediu desculpas a ela e lhe deu um bom pedaço de carne de primeira.

Com Deus não se brinca, e ele está sempre do lado dos pobres e pequenos.

“Não maltrateis o estrangeiro nem o pobre que está no meio de vós. Não façais mal à viúva nem ao órfão” (Dt 15,11). “Comece um novo dia, julgando honestamente, livrando o explorado da mão do explorador” (Jr 21,12). “Pai dos órfãos e defensor das viúvas, assim é Deus na sua santa morada. Aos desprezados ele dá uma casa para morar, e faz sair com alegria os prisioneiros” (Sl 68,6-7).

“Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40). “Jesus, apesar de sua condição divina, humilhou-se... assumindo a condição de escravo” (Fl 2,6). “Bem aventurados os pobres...”

“O Senhor me consagrou para anunciar a Boa Notícia aos pobres, libertar os cativos, dar vista aos cegos, e proclamar a libertação dos oprimidos” (Lc 4,16ss).


O homem de asa

Certa vez, um homem teve um sonho. Sonhou que estava observando Deus criar a humanidade. Ele colocava apenas uma asa em cada pessoa.

O homem perguntou a um anjo: “Por que Deus não coloca duas asas nas pessoas humanas, como fez com vocês anjos?” O anjo respondeu: “É porque as pessoas só podem voar, segurando uma na outra”.

Segurando um no outro, nós ficamos com duas asas, uma de cada lado, e assim podemos voar.

Fomos criados para viver em Comunidade. Ninguém consegue ser feliz sozinho. Também os bens da terra, Deus os criou para todos os seus filhos e filhas. Quantas vezes nós quebramos a asa do outro, em vez de lhe dar a mão!


Eloi Ferreira da Silva

Eloi era um homem casado, que morava na zona rural, no Município de S. Francisco, Norte de Minas Gerais. Ele pertencia à Comunidade católica do bairro.

A Comunidade o escolheu para fazer parte do sindicato rural do Município. Devido à sua inteligência e capacidade, logo foi eleito presidente do sindicato.

Na época, aquela região sofria com a ação dos grileiros. Grileiros são pessoas ricas que moram longe e compram, nos cartórios, títulos de propriedade de grandes áreas rurais. Eles contratam jagunços para tirar os moradores daquelas terras, famílias que, desde imemorável data, moram no local.

Eloi lutava para conseguir as escrituras dos sítios das famílias da Comunidade. Devido a isso, sofria ataques dos capangas. Um dia, apareceu um caixão perto da sua casa. Dias depois, apareceu uma cruz fincada no chão, dessas que as famílias rurais costumam por em cima das sepulturas. Entretanto, Eloi não se intimidava.

Em novembro de 1984, Eloi participou, em Belo Horizonte, de um congresso da CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura). Nessa reunião, ele disse: “Nós vamos conseguir a posse das nossas terras. A reforma agrária é a única solução para o nosso Brasil. Somos nós, os trabalhadores rurais, que sustentamos este nosso País”.

Um mês depois, dia 16/12/1984, Eloi estava ajudando um vizinho a consertar uma cerca, cujos arames tinham sido cortados, à noite, por jagunços. O colega foi à sua casa e, quando voltou, encontrou Eloi morto com vários tiros.

Logo depois, o sindicato se reuniu e elegeu Presidente o filho do Eloi: Paulo Gomes Ferreira.

Nem a família de Eloi, nem o sindicato buscaram vingança. Mas também não ficaram com medo nem desistiram da luta pelo Reino de Deus, que é um Reino de verdade, de justiça, de amor e de paz.


Maria Santíssima é a Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil. Que ela interceda pelos nossos trabalhadores rurais, e por todos nós, a fim de que tenhamos a mesma fé e coragem de Eloi Ferreira da Silva.

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