HISTÓRIAS DE VIDA-FEVEREIRO 13
Nasceram,
viveram, morreram
Certa vez, na
antiguidade, um rei quis saber a História do seu povo, desde o começo.
Chamou o
melhor historiador do reino e lhe deu uma grande tarefa: “Você será bem remunerado
se escrever toda a História do povo do reino, desde o início até hoje”.
O historiador
começou logo a trabalhar. Mas, como o reino era grande, e muito antigo, o trabalho
foi longo, demorou vinte anos.
Finalmente,
foi concluído. Eram dez grossos volumes. O historiador levou-os para o rei.
Mas este já
estava com a vista fraca. Por isso pediu ao historiador que resumisse tudo em
apenas um volume.
Depois de dois
anos, o trabalho estava pronto. Mas, agora, o rei já estava doente. Não conseguia
ler nem aquele volume. Pediu ao historiador que resumisse tudo numa apostila de
cinco páginas.
Quando
terminou o resumo, o rei já estava de cama, próximo da morte. Pediu ao historiador:
“Por favor, resuma tudo para mim em pouquíssimas palavras”.
O historiador
disse: “Nasceram, viveram, morreram”.
Esse resumo
não é só da história daquele povo, mas de todos os povos, de toda a humanidade.
“Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás tornar” (Gn 3,19). “O que adianta
a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida?” (Mt 16,26).
Mas temos
outro reino, no qual as pessoas não morrem. Que a nossa história seja escrita
com tintas de fé, amor e obediência a Deus. Assim, ela será também gravada com
estilete na rocha, e permanecerá para sempre.
Maria
Santíssima construiu tão bem a sua história terrena, que foi eleita Rainha do
céu e da terra. Ó Virgem pura e santa, rogai por nós.
Talvez
sim, talvez não
Certa vez, um
sitiante foi pedir ajuda a um sábio. Ele disse: “Está me acontecendo uma coisa
horrível. Meu boi morreu e eu não tenho outro boi para puxar o arado. Esta foi
a pior coisa que poderia me acontecer”. O sábio respondeu: “Talvez sim, talvez
não”.
O homem voltou
para casa e disse para os seus e para os vizinhos: “O sábio ficou caduco. Está
tão claro que isto foi a pior coisa que aconteceu comigo, e ele fala desse
jeito”.
No dia
seguinte, como não tinha o boi, ele teve a ideia de amarrar o seu cavalo no
arado. Foi muito melhor. Ele então comentou: “Que felicidade! Foi um mal que
veio para o bem”.
Mas, um tempo
depois, aconteceu outra tragédia, e ele voltou ao sábio. “Agora”, disse ele; “o
senhor há de concordar que foi a pior coisa que me aconteceu: Meu filho estava
andando a cavalo, caiu e quebrou a perna. Assim ele não pode mais me ajudar”. O
sábio respondeu: “Talvez sim, talvez não”.
O sitiante
ficou decepcionado e disse, depois, para a família: “Coitado desse sábio, caducou
mesmo. Não sabe mais aconselhar. Claro que esta foi a pior coisa que me poderia
ter acontecido!”
Passados
alguns dias, chegaram tropas no vilarejo para levar todos os rapazes para uma
guerra que tinha estourado. O filho do sitiante foi dispensado porque estava
com a perna quebrada. O sitiante então, mais uma vez, entendeu que nem sempre o
que ele pensa ser o pior, é realmente.
De fato, é
assim. Quando menos esperamos, os fatos mudam de percurso. Nós não sabemos
direito o que é melhor e o que é pior; de repente as coisas se invertem e o que
considerávamos ruim se torna bom e vice-versa.
Ninguém
conhece o futuro. Mas Deus o conhece, e é poderoso, tem condições de nos proteger,
transformando o mal em bem.
“Se alguém
guardar a minha palavra, jamais verá a morte” (Jo 8,51). Guardar a Palavra de
Jesus, na prática, é obedecer aos mandamentos, tanto de Deus como da Igreja. E
entre os mandamentos está o zelo e a proteção da vida.
Que Maria
Santíssima nos ajude a escolher sempre a vida, colocando-a em primeiro lugar.
Como
nasceu a Mariazinha
Certa vez, uma
menina de cinco anos perguntou à mãe: “Mãe, como foi que eu vim ao mundo?” A
mãe respondeu: “Ah, filhinha, foi uma charrete bonita que apareceu aqui na frente
da nossa casa, trazendo você”.
A menina ficou
admirada e fez outra pergunta: “E o meu irmão Pedrinho, como foi?” “O Pedrinho”,
disse a mãe, “foi um carro que o trouxe até aqui na porta”.
A criança,
ainda mais admirada, fez outra pergunta: “E a Mariazinha, como que foi?” “Ah!”
falou a mãe, já meio confusa: “Foi um helicóptero que veio e desceu aqui na
frente da nossa casa, trazendo a Mariazinha”.
Para surpresa
da mãe, a menina disse: “Puxa, mamãe, como que os partos da senhora foram
difíceis, hein?”
A garotinha já
sabia como que nasce uma criança. A mãe é que ficou para trás na História. Não
ensinou à filha, e esta teve de aprender na rua, onde nem sempre se fala dessas
coisas de forma correta e respeitosa.
“Conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).
Que Maria
Santíssima nos ajude a dizer sempre a verdade, a exemplo dela e de Jesus.
Um
raio de luz na dor
Havia, certa
vez, um jovem casal que e era unido e muito feliz.
Todos os
sábados, eles iam juntos ao supermercado, e ele comprava para ela um buquê de
rosas amarelas.
Aconteceu que
o marido veio a falecer repentinamente. A esposa sofreu muito, mas a vida
precisava continuar.
No sábado
seguinte, lá estava ela, sozinha, no supermercado, fazendo as compras.
Outra senhora,
que sempre comprava no mesmo horário, aproximou-se dela, colocou em seu
carrinho um buquê de rosas amarelas e disse: “Quando você passar no caixa, estas
rosas já estarão pagas”.
No meio da dor
daquela jovem esposa, surgiu uma luz, um raio de sol, dizendo que o amor
continua presente na sua vida.
O amor é uma
realidade única, bi direcionada: Para Deus e para o próximo. “O amor é forte, é
como a morte. Suas chamas são faíscas de Deus no mundo” (Ct 8,6).
Maria
Santíssima cumpriu com generosidade o mandamento bi direcionado do amor. Mãe do
belo amor, rogai por nós.
Os
lenhadores João e José
Havia, certa
vez, dois lenhadores. Um se chamava João e o outro José. Eles trabalhavam perto
um do outro. O João era casado, tinha mulher e filhos para tratar. O José era
solteiro, mas cuidava da mãe idosa e de uma irmã doente.
O João tinha
dó do José e diariamente recolhia um pouco de lenha e punha, escondido, na
pilha do José.
O José fazia o
mesmo com o João, também sem ele perceber.
E assim foi, durante
um bom tempo. Cada um tinha dó do outro, e o ajudava, escondido.
Até que um dia
os dois descobriram. Aí, é claro, eles se abraçaram emocionados. A amizade que
havia entre eles cresceu ainda mais.
“Quem tiver
duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça o mesmo” (Lc
3,11).
“A religião
pura e sem mancha aos olhos de Deus é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas em
suas necessidades, e conservar-se puro da corrupção deste mundo” (Tg 1,27).
“Maria partiu
apressadamente para a região montanhosa... Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou
Isabel” (Lc 1,39-40). O dom do amor nos torna apressados em ajudar.
Somos
um instrumento musical de Deus
Havia, certa
vez, um rapaz que tinha um violino, e o tocava nas festinhas do bairro.
Um dia, numa
dessas festas, apareceu um senhor que era violinista profissional. Naturalmente,
o rapaz entregou a ele seu violino.
Após a
primeira música, o rapaz exclamou admirado: “Eu nunca imaginei que este meu violino
fosse capaz de reproduzir uma música tão bonita assim!”
Nós somos como
esse violino. Movidos pelo Espírito Santo, podemos executar ações maravilhosas,
para a glória de Deus e o bem dos nossos irmãos e irmãs.
“Quando se completou
o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). Maria
executou bem a sua música, a mais bela que o mundo já viu. Nós agradecemos a
ela por ter sido um valioso instrumento nas mãos de Deus, colaborando na Encarnação
do Verbo, e pedimos a sua ajuda.
O
enterro da Igreja
Havia, certa
vez, uma pequena cidade do interior que tinha seu Pároco, um padre já idoso e
doente. Um dia, ele morreu. Como o bispo não tinha outro padre para substituí-lo,
a cidade ficou sem padre.
Devagarinho, o
povo foi se esquecendo da Igreja. Acabaram trancando de vez as portas da velha
Matriz. O povo comentava que a Igreja ali tinha morrido.
Vários anos se
passaram, até que o bispo, preocupado, mandou para lá um padre recém ordenado.
O jovem
sacerdote chegou e, com todo o seu entusiasmo, abriu as portas da Matriz, retirou
as telhas de aranha, e bateu o sino, chamando o povo. Mas não veio ninguém.
O padre saiu
pelas ruas, convidando pessoalmente os que encontrava. A resposta era sempre a
mesma: “Não adianta, padre, a Igreja daqui morreu”.
O padre teve
uma ideia: Se a Igreja morreu, vamos enterrá-la. E convidou o povo para o enterro
da Igreja.
A noticio
espalhou-se. As mulheres que lavavam roupa no córrego, e os homens nos bares,
comentavam: “Você já viu enterro de Igreja?...”
Na hora
marcada, a Matriz estava repleta. O padre havia tirado os bancos e colocado no
meio do templo um caixão, cercado por uma corda.
Após a
celebração fúnebre, o padre disse, em um tom fúnebre: “Convido vocês a se aproximarem
do caixão e darem o seu último adeus à Igreja falecida”.
Abriu-se a
corda e o povo se aproximou. Mas cada um que olhava dentro do caixão, levava um
susto, e saia com a cabeça baixa.
Você já está
imaginando o que o padre colocou no caixão: Um espelho. Cada pessoa que olhava,
via a si mesmo lá dentro!
É a pura
verdade. Nós somos Igreja. Criticá-la é criticar a nós mesmos.
Que Maria
Santíssima nos ajude a amar a Santa Igreja. Amar a nossa Comunidade, a nossa
Paróquia e a nossa Diocese. Amar a Igreja e fazê-la cada vez mais viva, santa e
bonita.
O
imitador de animais
Havia, certa
vez, numa pequena cidade, um rapaz que imitava animais. Qualquer bicho que
pedissem para ele imitar, ele o fazia com perfeição: Porco, cachorro, gato,
cabrito, cavalo... Passarinhos então... Enganava até os próprios passarinhos.
Um dia,
apareceu na cidade um homem desconhecido, que se dizia também imitador de animais.
E desafiou o jovem a uma aposta, para ver quem imitava melhor.
O rapaz topou.
O valor da aposta era alto. Combinaram a data e o local: O auditório da cidade.
O animal a ser imitado era um porquinho, um leitão.
A notícia
espalhou-se e, na noite marcada, o auditório ficou repleto. Todos os habitantes
estavam certos de que o rapaz ia ganhar a aposta.
O primeiro a se
apresentar foi o rapaz da cidade. Imitou tão bem um leitão, que toda a plateia
o aplaudiu longamente, gritando em coro: "Já ganhou, já ganhou..."
Em seguida,
foi a vez do forasteiro. Ele usava um capote. Logo de início, quando a assembleia
ouviu o som, já o vaiou em coro: “Já perdeu, já perdeu...”
No final, sabe
o que ele fez? Abriu o seu capote, pegou o leitão e mostrou para todos. Não era
ele que estava produzindo os sons, e sim o próprio animal!
Como que os nossos
julgamentos são subjetivos, viciados, preconceituosos e influenciados pelos
nossos afetos ou desafetos!
Foi por isso
que os fariseus e os mestres da Lei do tempo de Jesus ficaram cegos e surdos, e
não viram nem ouviram os sinais que Deus lhes mandava, através do seu Filho.
“Esta geração é
uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser
o sinal de Jonas” (Lc 11,29; Cf livro de Jonas). Depois que Jonas foi engolido
pela baleia, e reapareceu vivo, o povo de Nínive ficou assustado com o prodígio
e se converteu. Os judeus não precisavam esperar Jesus morrer e ressuscitar,
para acreditar nele. A ressurreição de Jesus foi um duplo sinal: Da sua
divindade e da incredulidade radical daqueles que o mataram, que resultou no
maior crime da História.
Que Maria
Santíssima nos ajude a ser abertos a Deus, a fim de não precisarmos do “sinal
de Jonas”, isto é, de só acordarmos depois que cometermos um horrível pecado.
A
esposa ciumenta
Havia, certa
vez, dois casais recém casados, cujos esposos trabalhavam juntos, como funcionários
de uma empresa.
Numa
sexta-feira, os dois precisaram trabalhar até mais tarde, devido a uma emergência,
e não conseguiram avisar as esposas.
Após o
exaustivo trabalho, quase à meia noite, foram para casa.
A recepção
pelas esposas foi bem diferente. Uma, preocupada, começou a rezar, pensando que
tinha acontecido alguma coisa ruim com o marido. Quando ele chegou, ela lhe deu
um forte abraço emocionado e um carinhoso beijo, antes mesmo de saber o motivo.
Já a esposa do
outro agiu completamente diferente. Ela foi logo lhe dizendo palavras ásperas,
indo em seguida esconder-se no quarto.
O ciúme é
falta de amor misericordioso. Este sempre supõe o lado bom do outro, a não ser
que haja prova em contrário.
O ciúme cria
fantasias negativas e irreais, destruindo a união do casal e fazendo os dois sofrerem
inutilmente.
Na oração
Salve Rainha, nós chamamos Maria Santíssima de Mãe de misericórdia. Realmente
ela o é, porque é mãe de Jesus Cristo que é a misericórdia de Deus Pai para conosco.
No Magnificat, ela disse: “A sua misericórdia (de Deus) se estende de geração
em geração”. Mãe de misericórdia, ajude-nos a não sermos ciumentos.
S.
Francisco, Frei Leão e a pregação
Certa vez, S.
Francisco pediu a um Irmão, chamado Leão: “Frei Leão, vamos fazer uma pregação?”
“Sim”, respondeu o Irmão.
Os dois saíram
caminhando pelas ruas de Assis. Andaram, andaram... Mas nunca chegavam ao local
da tal pregação.
Por fim,
começaram a voltar para casa. Quando estavam chagando, Frei Leão perguntou:
“Frei Francisco, e a pregação?” “Já a fizemos”, respondeu ele.
A palavra
convence, o exemplo arrasta. A simples caminhada deles, um ao lado do outro,
conversando com alegria e amizade, foi a pregação.
“O Senhor
escolheu outros setenta e dois e enviou-os dois a dois, à sua frente, a toda
cidade e lugar para onde ele devia ir” (Lc 10,1).
Na família, a
mãe é o elo que liga os membros. Que Maria Santíssima nos una como família e
Comunidade cristã, pois assim a nossa própria vida será uma pregação.
O
médico curado de depressão
Havia, certa
vez, um médico que sofria de depressão. Ele se tratava com um psiquiatra.
Depois de
várias cessões, o resultado estava sendo quase nulo.
Através da sua
Paróquia, ele ficou sabendo que na cidade de Dacar, capital do Senegal, na
África, havia um hospital que não tinha nem um médico. Ele, a esposa e os
filhos, decidiram mudar-se para lá, a fim de prestar essa ajuda humanitária.
Passados
alguns meses, o psiquiatra, preocupado com o seu paciente, telefonou para ele.
O médico respondeu: “Dr., eu me esqueci completamente da minha doença. Aqui, eu
não tenho tempo de pensar nessas coisas”.
O amor aos
excluídos cura até depressão.
“Estou no meio
de vós como aquele que serve” (Lc 22,27). “Jesus passou pela vida fazendo o
bem” (At 10,38).
“O amor tudo
desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor não acabará nunca” (1Cor
13,7-8).
Maria
Santíssima, a discípula fiel do Senhor, passou a vida servindo. Que ela nos
ajude a descobrir a felicidade de servir.
A
casa com janelas de ouro
Havia, certa
vez, um garoto que morava na periferia de uma cidade grande. O lugar era cheio
de morros.
Olhando para o
morro vizinho, repleto de casas, ele viu que as janelas de uma casa eram de
ouro. Todos os dias ele observava aquela casa e via que de fato as janelas eram
de ouro.
Sua
curiosidade foi aumentando. Um dia, ele pediu permissão à sua mãe e foi até a
casa, para ver o fenômeno. Marcou bem o local, desceu o morro, atravessou o córrego
e subiu até a casa.
Mas, ao
chegar, não viu nenhuma janela de ouro. Mesmo assim, apertou a campainha. A dona
da casa veio e ele perguntou: “A senhora conhece por aqui uma casa, cujas
janelas são de ouro?” A mulher respondeu: “Isso não existe, filho! É fantasia
sua”.
Entretanto,
ela disse: “Entre. Eu tenho um filho da sua idade, que está brincando lá na
área do fundo. Venha brincar um pouquinho com ele”.
O garoto
aceitou o convite e os dois meninos começaram a brincar. Minutos depois, o que
morava na casa falou: “Eu ouvi a mamãe dizer a você que não existe casa com janelas
de ouro. Existe sim. Eu conheço uma. Venha aqui ver”.
Foram até a
frente da casa e ele apontou, no morro em frente, para uma casa. O colega disse
surpreso: “Aquela é a minha casa!”
Quando
uma família vive o amor verdadeiro, tem Cristo dentro da casa. E Jesus é comparado
com o ouro, o rei dos metais. Seu brilho é tão forte que se irradia pelas
janelas, e é percebido de longe. E na sua casa, as janelas são de ouro?
Maria
Santíssima, na Ladainha, é chamada de Casa de Ouro. Porque o seu seio hospedou
o Rei dos reis. Que ela e S. José tragam Jesus para dentro da nossa casa.
Assim, as nossas janelas também serão de ouro.
A
mulher que chamou o assaltante de filho
Certa vez, um
ladrão aproximou-se de uma velhinha na rua, apontou uma arma e disse: “O
dinheiro ou a vida”.
Ela respondeu:
“Meu filho, eu não tenho dinheiro aqui comigo, mas moro aqui perto. Acompanhe-me
que lhe dou o que você quiser”.
Ele a
acompanhou. Ela abriu a porta da sua casa e disse: “Filho, eu moro sozinha. Não
há mais ninguém em casa.
Entre e sente-se aqui no sofá”.
Ele sentou-se.
Ela lhe serviu um delicioso bolo com leite e café. Ele comeu e continuou sentado,
sem dizer nada.
Ela lhe deu os
trocados que tinha, depois falou: “Filho, pode pegar tudo o que você quiser e levar”.
Nesta hora, ele
começou a chorar e falou: “Não vou levar nada. Nunca, em minha vida, alguém me
chamou de filho com tanto amor. Prometo para a senhora que de hoje em diante
mudarei de vida".
Isso é fé.
Quem crê, confia em Deus, e se joga na prática do Evangelho, com amor e generosidade.
Ter fé é acreditar, mesmo sem compreender.
Essa senhora
se parece com a nossa querida Mãe do céu, que também nos chama com esse doce
título de “meu filho”, “minha filha”, mesmo que estejamos mergulhados no pecado.
Que ela nos ajude a transformar a nossa fé em vida e a nossa vida em fé.
O
estranho palestrante
Certa vez, um sábio
foi convidado por uma escola para falar aos alunos sobre convivência.
Quando todos
estavam reunidos no auditório, ele chegou com uma sacola e, sem dizer nada, foi
colocando objetos sobre a mesa.
Pôs uma maçã,
um livro, uma lâmpada, um frasco de perfume, umas pérolas, uma bela rosa, uma
caneta e um vidro, dentro do qual havia uma lagartixa.
E perguntou
aos alunos: “O que vocês estão vendo sobre a mesa?” Um deles disse: “Um bicho”.
Outro: “Uma lagartixa”. Um terceiro: “Vários objetos e uma lagartixa se mexendo”...
Todos destacavam o estranho animalzinho.
Em seguida, o
palestrante comparou aquela mesa com a pessoa humana. “Todos temos dentro de nós
uma série de qualidades e de virtudes. Mas o que destacamos no outro, o que vemos
em primeiro lugar, são os pontos negativos, aquilo que ele tem de estranho e
exótico”.
Quantas vezes
somos cegos diante dos valores das pessoas ao nosso redor, mas muito perspicazes
aos seus defeitos ou comportamentos estranhos! Um bairro pode ter mil pessoas
que se comportam bem. Se uma comete um crime, só esta é divulgada.
Precisamos
fazer o esforço contrário: Fixar a nossa atenção nas riquezas do outro, deixando
em segundo plano as suas limitações. Só Deus não tem defeitos, e só o diabo não
tem qualidades. Toda pessoa é uma mistura de qualidades e defeitos.
Entre tantas
qualidades de Jesus, Natanael conseguiu descobrir uma limitação: “De Nazaré
pode vir coisa boa?” (Jo 1,46). Mas, depois, ele se converteu e mudou até de
nome. É o Apóstolo São Bartolomeu.
O
rubi de alta beleza
Havia, certa
vez, um poderoso rei que tinha um rubi de incalculável valor. Era uma joia de
beleza e tamanho extraordinários, que tinha se convertido no símbolo da
opulência do rei, o qual a olhava todos os dias, com orgulho.
Mas
comprovava, com pesar, que o rubi tinha uma marca, uma linha. Que pena! O que fazer?
Para
solucionar o problema, convocou os melhores joalheiros do reino. Eles vieram, examinaram
a pedra, mas foram unânimes: É impossível retirar o risco, sem acrescentar
novos defeitos.
Passados
alguns dias, um empregado do rei disse-lhe que sabia de um velho joalheiro aposentado,
experiente em reparos de joias. O rei imediatamente mandou chamá-lo.
Logo chegou ao
palácio um velho encurvado e de andar trôpego. Vários cortesãos mostraram-se contrários
a que o rei entregasse o rubi àquele homem. Mas o rei insistiu em que o ancião
desse uma olhada.
Depois de
estudá-lo, o velho disse: “Não posso consertá-lo. Mas, se vossa majestade permitir,
posso deixá-lo mais belo”. Mesmo cético, o rei permitiu.
O joalheiro
talhou sobre a pedra uma linda flor, cujo talo era aquele risco.
E você, está
disposto a ser lapidado, limado pelo Grande Joalheiro, para se tornar uma joia
de rara beleza? Uma pedra preciosa você já é, pois foi Deus que o criou, e ele
só fabrica joias.
As
flores diferentes do seu jardim
Havia, certa
vez, um homem que gostava de flores. Passava horas cuidando do seu jardim.
Gostava particularmente de flores bem coloridas.
Um dia, ele
preparou um canteiro para plantar flores novas. Escolheu com cuidado as sementes.
Entretanto,
quando as plantas cresceram, apareceram flores diferentes, algumas ele nem conhecia.
Foi à loja
pedir explicação, mas não souberam. Consultou vários jardineiros, ninguém sabia
por quê. Ele dizia que não queria flores indesejadas no seu jardim.
Um velho e
sábio jardineiro lhe disse: “Por que você não aprende a gostar também destas flores?”
Na vida,
convivemos com muitas pessoas. Com algumas existe sintonia, mas com outras não.
Sentimos até certa aversão. Isso acontece com colegas de escola, de trabalho e
até familiares.
Essas pessoas
não foram escolhidas por nós, mas fazem parte da nossa vida.
Vamos passar
do: “Vive-se com quem se ama”, para o: “Ama-se com quem se vive”? O Espírito Santo,
o grande amor que nos une, vai gostar, e muito. Para nós cristãos, o amor ao
próximo é um transbordamento do amor a Deus. Por isso ele deve ser universal.
“Sede como
Deus Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre
justos e injustos” (Mt 5,45).
Deus colocou
Maria Santíssima no coração da Redenção, para nos mostrar que o amor de mãe
deve prevalecer nos nossos relacionamentos. E o amor de mãe não é seletivo.
O
padre educador
Pe. Pelágio
era um missionário redentorista que morava em Goiânia. Faleceu velhinho, em
1961.
Como ele tinha
de viajar longas distâncias para celebrar Missas, e sempre a cavalo, havia, ao
lado da casa paroquial, um pasto para os cavalos.
Quando chegava
um menino pedindo esmola, ele o mandava para o pasto arrancar vassourinha.
Vassourinha é uma praga terrível da região, que acaba com os pastos. E só pode
ser eliminada, arrancando-a com a mão.
O moleque
vinha com um feixe de vassourinha e ele pagava o serviço. O garoto saía pulando
de alegria.
Era uma ajuda
inteligente. Ajudava e, ao mesmo tempo, educava a criança.
O Pe. Pelágio
está em processo de beatificação.
O
filho normal
Certa vez,
três mulheres conversavam ao lado de um poço. Um velho as escutava.
A primeira
dizia: “Meu filho é muito forte, lindo, corre e pula”.
A segunda
dizia: “O meu filho canta como os passarinhos, e é inteligentíssimo”.
A terceira
mulher nada dizia. Então o velho perguntou: “Você não tem filhos?” Ela respondeu:
“Sim. Mas ele é um menino normal, como todas as crianças”.
As três
pegaram seus potes cheios de água e foram caminhando. No meio do caminho, elas
pararam para descansar, e o velho homem sentou-se ao lado delas.
Logo
apareceram os filhos das três. O primeiro vinha correndo e pulando com sua exuberante
beleza. O segundo vinha cantando lindas canções.
E o terceiro
não vinha pulando nem cantando. Ele correu em direção à sua mãe, pegou o pote
cheio de água e levou para casa.
Então as três
mulheres perguntaram ao homem idoso: “O que o senhor achou dos nossos filhos?”
Ele respondeu: “Realmente, eu acabei de ver três meninos. Mas vi apenas um
filho”.
“Filhos,
obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isto é de justiça: ‘Honra teu pai e tua
mãe’. Este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim
de que sejas feliz, e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,1-3; Ex 20,12).
“É uma desonra
para o filho, a mãe desprezada. Filho, ampara a velhice de teu pai e não lhe
causes desgosto enquanto vive. Mesmo que esteja perdendo a lucidez, sê
tolerante com ele e não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida. A ajuda prestada
a teu pai não será esquecida, mas será plantada em lugar dos teus pecados e
contada como justiça para ti. No dia da aflição, serás lembrado e teus pecados
se dissolverão, como gelo em dia de sol” (Eclo 3,13-17).
“Quem usa de
brutalidade para com o pai ou a mãe, é um filho desonrado e infame” (Pv 19,26).
O
“banho” de espanador
Havia, certa
vez, um garotinho de quatro anos que não gostava de tomar banho.
Um dia, ele
chegou da rua todo empoeirado, e a mãe o convidou para tomar banho.
Ele sugeriu:
“Mãe, não basta a senhora passar o espanador em mim, para retirar o pó?”
Cristo não
gosta de pessoas superficiais, que se contentam com uma conversão apenas periférica.
Vamos ser generosos e jogar-nos inteiramente no seguimento dele, como alguém
que mergulha numa piscina.
“Vós estais
limpos, mas não todos’. Jesus sabia quem o iria entregar. Por isso disse: ‘Não
estais todos limpos” (Jo 13,10-11).
“Eis que estou
enviando o meu mensageiro para preparar o caminho à minha frente... Ele é igual
à água sanitária de uma lavadeira” (Ml 3,1-2).
O
doutor e o barqueiro
Certa vez, um rico
doutor estava viajando de navio, e este se afundou rapidamente. O doutor foi socorrido
por um barqueiro.
Remando em
direção à praia, o homem perguntou ao barqueiro: “Você conhece Nova Yorque?”
“Não”, respondeu o barqueiro. O doutor comentou: “Perdeu a metade da vida”.
Minutos
depois, no meio da conversa, o homem perguntou: “Você conhece Paris?” “Não”,
repetiu o barqueiro. “Perdeu a metade da vida”, comentou novamente o senhor. E
assim, foram várias perguntas.
De repente,
devido às altas ondas, começou a entrar água no barco. Naquele desespero, os
dois jogando água para fora e, apesar disso, o barco se enchendo cada vez mais,
o barqueiro perguntou: “O senhor sabe nadar?” “Não”, respondeu o doutor. “Então
perdeu a vida inteira!” concluiu o barqueiro.
Existem
valores transitórios e permanentes. Os transitórios são o conhecimento geográfico,
o dinheiro, o diploma...
Valores
permanentes são a fé, a obediência aos mandamentos, a verdade, a justiça, o
amor... Estes são como saber nadar, isto é, eles nos salvam.
Remando o
nosso barco pela vida, vamos ter cuidado para não ficar ganhando metade da vida
aqui, metade ali, e perder a vida inteira, por não buscar o principal.
Maria
Santíssima era rica do valor permanente mais bonito, que é o amor de Deus. “Não
tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus” (Lc 1,30).
Mãe
santa, filho santo
A mãe do Frei
Galvão chamava-se Isabel. Ela morava em Guaratinguetá SP.
Quando Dona
Isabel morreu e as vizinhas vieram preparar o seu corpo para o velório, não encontraram
nem um vestido dela na casa para vesti-la.
Uma das
mulheres teve de ir à sua casa e pegar um vestido seu para vestir a defunta.
Dona Isabel
era desapegada de seus bens e os dava aos pobres. Foi da mãe que Frei Galvão
herdou o seu grande amor ao próximo.
Os
burrinhos e os feixes de capim
Havia, certa
vez, dois burrinhos que estavam amarrados um ao outro por uma corda. Eles
estavam em um curral, no qual havia dois feixes de capim.
Mas a
distância entre os feixes era maior que a corda. Então eles ficavam forçando a
corda, cada um querendo se aproximar do seu feixe de capim. Até que, cansados,
resolveram juntos comer um dos feixes e depois, também juntos, comer o outro.
É preferível o
bom, unidos, ao ótimo, desunidos. A humildade nos leva a trabalhar em equipe,
formando pastorais e ministérios. E é nas reuniões que planejamos a nossa caminhada
juntos.
Nós não somos
mais fortes que Jesus. Se ele trabalhou em equipe, também nós vamos fazê-lo.
Que Maria
Santíssima nos ajude a seguir o seu Filho, vivendo em Comunidade.
Carta
para Deus
Certa vez, um
homem tinha uma dívida de quinhentos Reais, e não conseguia pagar. Então
resolveu mandar uma carta para Deus.
Ele escreveu:
“Senhor Deus, desculpe, mas eu estou com uma dívida grande, de quinhentos
Reais, e não consigo pagar. Por isso eu peço ao Senhor: Por favor, mande-me
esse dinheiro”.
Pôs a carta num
envelope e o endereçou assim: “Para Deus. Céu”.
Do outro lado
do envelope, escreveu direitinho o seu endereço de remetente, e colocou a carta
na caixinha do Correio do seu bairro.
O pessoal do
Correio, quando viu aquilo, achou muito engraçado. Como não tinha cabimento
aquele endereço de destinatário, e o envelope não estava colado, abriram para
ver o que era, e leram aquele pedido.
Ficaram com dó
do homem. Fizeram uma vaquinha e conseguiram ajuntar quatrocentos e cinquenta
Reais. Colocaram o dinheiro num envelope, escreveram o endereço do homem, e o
carteiro levou a carta à sua casa.
Passados
alguns dias, apareceu na caixinha do Correio outra carta do homem, também
aberta e endereçada a Deus. Nesta estava escrito:
“Muito
obrigado, Deus, por o Senhor ter atendido ao meu pedido. Mas, cuidado com o pessoal
do Correio, porque pegaram cinquenta Reais. Só recebi quatrocentos e cinquenta”.
Nós temos,
nessa historia, dois exemplos, um positivo e outro negativo. O positivo é o dos
funcionários do Correio. Além de desempenharem bem e honestamente a sua profissão,
ainda quiseram ajudar um necessitado.
E o negativo é
o do homem, que escreveu mal dos funcionários do Correio, sem ter certeza. É o
preconceito: Julgar negativamente uma pessoa, sem fundamento.
Muitas vezes,
o nosso testemunho não é compreendido, como aconteceu com os funcionários do Correio.
Aconteceu também com Jesus e com todos os santos e santas. Mas, mesmo assim,
cumpriremos a nossa missão até o fim.
Marido
testa a surdez da esposa
Havia, certa
vez, um casal idoso que moravam só os dois na casa. O marido começou a desconfiar
que sua esposa estava ficando surda.
Depois de um
bom tempo pensando assim, numa tarde, os dois estavam na varanda, sentados em
cadeiras de balanço, e ele resolveu fazer um teste. A esposa chamava-se Maria.
Ele ficou
atrás dela, foi a uma distância e falou baixinho: “Maria, você está me ouvindo?”
Nenhuma resposta. Ele pensou: Confirmado, a Maria está perdendo a audição.
Deu uns passos
na direção dela e falou um pouco mais alto: “Maria, você está me ouvindo?”
Nada!
Chegou ainda
mais perto, para fazer a última prova do teste, e disse: “Maria, você está me
escutando?”
A esposa
virou-se para ele e disse, irritada: “Claro que estou ouvindo você! Para que insistir
tanto? É a terceira vez que você me faz a mesma pergunta!”
Ele é que
estava ficando surdo e não percebia, jogando o problema nos outros.
Que estejamos
com os ouvidos bem atentos à Palavra de Deus, a fim de que ela, caindo em nosso
coração, produza frutos. Assim, teremos a coragem de ver a trave que está no
nosso olho, antes de ver o cisco no olho do nosso irmão (Cf Mt 7,3).
Isabel disse,
referindo-se a Maria Santíssima: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe
foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Santa Maria, rogai por
nós.
Escolhido
para bater palmas
Havia, certa
vez, um aluno de nove anos que estava disputando um papel na peça teatral da escola.
A mãe, temendo
que ele não fosse escolhido, procurou prepará-lo, no dia em que os papeis iam
ser distribuídos.
Ao chegar da
escola, o garoto correu para a mãe, com os olhos brilhando de alegria, e disse:
“Adivinhe, mãe, eu fui escolhido para bater palmas!”
Que bom quando
conseguimos evitar frustrações, tristezas e sentimentos de derrota no nosso
próximo!
Para
que andar direito?
Certa vez, um
professor do Ensino Médio disse na classe que Deus não existe.
Um aluno
perguntou: “Então, para que andar direito?” O professor respondeu: “Por que senão
você se torna mal visto pelos outros, leva castigo e pode até ser preso”.
O aluno
retrucou: “Mas, e esses ladrões que não são descobertos pela polícia? Eles não
se tornam mal vistos, não levam castigo, nem vão para a cadeia”.
O professor
interrompeu a conversa e voltou à matéria que estava ensinando.
Aquele aluno
se tornou professor, e o professor se tornou aluno. Muita gente obedece às leis
para não ir para a cadeia, dão esmolas para serem vistos ou ganhar votos. Os
maiores assassinos e ladrões têm muito estudo.
A fé é a única
força que sustenta o bom comportamento numa cidade, porque age dentro de nós,
na consciência, a qual nos leva a evitar o mal e fazer o bem.
Sem a fé,
pode-se colocar um policial em cada esquina, que não adianta nada. Sempre há um
jeito de burlar.
Como
vencer uma tentação
Certa vez, uma
catequista fez com as crianças uma encenação, a fim de mostrar-lhes a força da
oração para vencer as tentações. A encenação foi a seguinte:
Um menino
pegou alguns livros e cadernos e começou a caminhar na frente da classe, como
se estivesse indo para a escola.
Outro garoto
fez o papel do diabo. Aproximou-se dele e disse: “Vamos jogar bola?” “Não
posso, estou indo para a escola”, respondeu o garoto.
Mas o moleque
insistiu: “Depois você mente para a sua mãe, dizendo que foi para a escola!” E
o moleque ficava caminhando de fasto, na frente do outro, tentando convencê-lo.
Nesta hora, o
que ia para a escola lembrou-se da oração, e rezou mentalmente o Sinal da Cruz.
Pronto, o “diabo” deu um pulo para trás e foi embora correndo.
É exatamente
isso que acontece quando rezamos ao ser tentados.
A encenação
vale para qualquer idade e para qualquer tipo de tentação. Quantas vezes lutamos
para evitar um pecado, e nos esquecemos de rezar!
Em vez de
dizer mentalmente o Nome do Pai, podemos rezar qualquer jaculatória, por exemplo:
“Nossa Senhora Aparecida!” O efeito será o mesmo.
Teste
vocacional
Certa vez,
três moças queriam ser Irmãs religiosas, e foram a um convento. A madre as recebeu
na portaria, com afeto, e conversou com elas.
Depois, as
convidou para entrar no convento. As jovens foram, uma por uma. No meio do corredor,
havia uma vassoura caída no chão.
A primeira, ao
passar, chutou a vassoura para a beira da parede e foi em frente. Esta foi reprovada.
A vassoura foi
recolocado no meio do corredor, e veio a segunda jovem. Ela levantou o pé
elegantemente e passou por cima da vassoura. Também foi reprovada.
A terceira
menina veio. Quando viu a vassoura caída no chão, abaixou-se, pegou-a e a colocou
em pé, na parede. Esta foi aprovada.
As duas
primeiras poderiam ser chamadas de “jovens de vitrine”, ou “de novela”, ou “cabeça
de vento”. Pensam em tudo, menos no principal que é a beleza interior, a beleza
da alma.
Já a terceira
tem condições de, após uma preparação, assumir o protagonismo da fé, pois quem
sabe tomar iniciativas em pequenos gestos, saberá também assumir grandes obras
pelo Reino de Deus.
Quem não vive
para servir, não serve para viver.
Nas Bodas de
Caná, Maria Santíssima passou no teste com nota dez. Através da intercessão
junto ao Filho, conseguiu o que para os noivos era impossível: Mais vinho em abundância.
Mãe das vocações, rogai por nós.
Você
tem razão
Havia, certa
vez, um rei que sempre dava razão às pessoas que o procuravam. Vinha um e
relatava um problema, o rei escutava com paciência e, no fim, dizia: “Você tem
razão”. E a pessoa saía confortada.
Minutos depois,
vinha outro, falava exatamente o contrário, e o rei dizia a mesma coisa: “Você
tem razão”. Também essa pessoa saía contente.
A rainha, que
sempre ouvia as conversas, começou a irritar-se com esse procedimento do
marido. Um dia, ela perdeu a paciência. Aproveitando uma hora em que ele estava
só, ela descarregou a sua irritação:
“Você não tem
caráter! Não é homem, não honra essas calças que veste! Onde já se viu: Vem um
e fala uma coisa, você dá razão. Vem outro e fala exatamente o contrário, você
dá razão a este também!”
Depois que ela
falou tudo o que queria, o rei olhou para ela com um sorriso compreensivo e
disse: “Querida, você tem razão!”
Pronto, a
rainha também saiu do escritório do marido contente, porque ele concordou com
ela.
Claro que
devemos ser fiéis à verdade. Mas o grande exemplo que esse rei nos dá é a compreensão
e o acolhimento às pessoas.
Maria
Santíssima, Mãe acolhedora, rogai por nós.
O
piquenique das tartarugas
Certa vez, uma
família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. Sendo naturalmente
lentas, levaram um bom tempo preparando-se para o passeio. Seis meses após a decisão,
acharam o lugar ideal.
Ao desembalarem
a cesta do piquenique, descobriram que faltava o sal. Então designaram a tartaruga
mais nova, por ser mais rápida, a voltar à sua casa e trazer o sal.
A jovem
tartaruga concordou em ir, mas com uma condição: Que ninguém comeria nada antes
que ela retornasse.
Mais seis
meses se passaram, e a pequena ainda não tinha retornado. Ao sétimo mês, a tartaruga
mais velha, já não suportando a fome, desembrulhou um sanduíche.
Nessa hora, a jovem
tartaruga saiu de trás de uma moita e gritou: “Viram? Eu sabia que vocês não
iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal!”
O egoísmo atrapalha
o bom uso dos nossos talentos. Quantas vezes desperdiçamos o nosso tempo na
preocupação exagerada em fiscalizar o que os outros estão fazendo ou o que
dizem de nós.
“O pior dos
problemas é que ninguém tem nada com isso” (Mário Quintana).
Maria Santíssima
usou e desenvolveu muito bem os seus talentos, especialmente o de Mãe. Que ela
interceda por nós junto do seu Filho, a fim de que usemos bem os nossos talentos.
A
senhora que deu chinelos aos índios
Certa vez, uma
senhora foi visitar uma aldeia de índios e ficou com dó deles, ao ver que todos
viviam descalços.
Voltando para
casa, comprou chinelos em número suficiente para toda a aldeia, e lhes deu.
Entretanto, ao
visita-los depois, viu com tristeza que todos continuavam descalços. Os índios
não estavam acostumados a andar calçados.
É importante
ajudar as pessoas, mas dando-lhes aquilo que elas querem, não o que gostaríamos
que elas usassem, e dentro da cultura de cada pessoa.
O primeiro
passo correto daquela senhora devia ser perguntar aos índios se eles gostariam
de andar calçados, e que tipo de calçado queriam usar.
Que Maria Santíssima,
a Auxiliadora dos cristãos, nos ensine a auxiliar as pessoas, mas com humildade,
a partir do mundo delas, não do nosso. Como Jesus que, antes de nos ajudar, encarnou-se
e viveu a nossa vida.
Sócrates
e sua esposa Xantipa
Sócrates foi
um grande filósofo da Grécia antiga. É considerado o maior filósofo de todos os
tempos. Sua esposa chamava-se Xantipa.
Quando os dois
estavam namorando, um amigo dele o alertou: “Cuidado! Essa moça é uma
jararaca”. Sócrates respondeu: “Já percebi. Mas para mim é um desafio. Se eu conseguir
conviver bem com ela, posso me relacionar com qualquer pessoa do mundo”. E eles
se casaram.
Um dia, uma
senhora fez uma torta e trouxe para Sócrates, em agradecimento pelos livros maravilhosos
que ele escrevia.
Xantipa
recebeu a torta, levou-a até o escritório de Sócrates e, diante dele, jogou a
torta no chão e a pisoteou.
Sócrates
observou a cena e disse: “Muito bem, querida. Assim, nós dois podemos fazer
hoje uma ascese, não comendo esta torta”.
Xantipa fez aquilo
por ciúme, evidentemente. Ainda bem que, o que faltava nela, o marido tinha em
abundância, que era a humildade. Por isso que os dois conseguiram conviver a
vida inteira.
Sócrates levou
a estupidez da esposa para o lado positivo. Cenas como esta devem ter acontecido
muitíssimas vezes na vida dos dois.
Este é um dos
caminhos para a santificação dos casais: Ver as coisas do lado positivo.
Maria
Santíssima é a Mãe do Belo Amor. Que ela nos ajude a sermos compreensivos com
as fraquezas do nosso próximo.
A
roseira e os espinhos
Certa vez, uma
senhora viu uma rosa muito bonita. Ficou encantada. Providenciou uma muda e plantou
no seu jardim.
Regava-a todos
os dias, na esperança de ver suas belas flores.
Mas, antes
surgiram os espinhos, que eram muito doloridos.
A mulher, após
se ferir algumas vezes, ficou decepcionada e, antes que a primeira flor se abrisse,
parou de regar.
Assim, a pobre
roseira chegou até a dar alguns botões, mas, antes que aparecessem as flores,
morreu.
A nossa vida
cristã é como aquela roseira. Ela é bonita e perfumada, mas precisamos regá-la
todos os dias, mesmo que levemos doloridas espinhadas.
Nessas horas,
não devemos decepcionar-nos, ainda mais que o Espírito Santo nos assiste. Ele
nos dá alegria, mesmo nos maiores ferimentos.
Se
permanecermos firmes, teremos a alegria de ver lindas rosas, de eterna beleza e
perfume.
Maria
Santíssima é chamada de Rosa Mística. Que ela nos ajude a seguir o seu Filho,
mesmo que levemos algumas espinhadas.
Dê-me
esse relógio
Certa vez, uma
senhora foi a uma cidade grande, mas muito preocupada com ladrões. Ela usava relógio
de pulso.
Um dia, quando
viajava em um ônibus urbano, entrou um homem e sentou-se ao seu lado. Ela logo
pensou: É mal encarado. Vou tomar cuidado, senão ele me rouba alguma coisa.
Como estava
cansada, dormiu. Minutos depois, acordou assustada. Olhou para o braço e não viu
o relógio. Então disse ao homem, toda nervosa: “Dê-me esse relógio!”
Mais que
depressa, o homem tirou o relógio e entregou a ela. Imediatamente levantou-se e
desceu no primeiro ponto, que já estava chegando.
Foi só ele
descer, a senhora observou bem o relógio e viu que não era o seu, apesar de parecido.
Só aí ela se
lembrou que havia puxado o relógio para cima, no braço, e o escondido debaixo
da manga da blusa.
Pobre homem!
Foi assaltado devido à preocupação exagerada com ladrões.
De vez em quando,
acontecem até assassinatos pelo mesmo motivo.
Aquela senhora
agiu errado. Ela devia ter ido à cidade grande com o desejo mais forte de ver a
todos como irmãos, filhos e filhas do mesmo Pai que é Deus. Infelizmente, o mandamento
do amor ao próximo ainda não penetrou em nós.
Rapaz
vê doente pela janela do trem
Havia, certa
vez, um rapaz que todos os dias ia para o trabalho de trem. Em determinado lugar,
o trem passava por um longo e alto viaduto, onde se podia ver o interior de
alguns apartamentos de prédios localizados ao lado.
Começou a
chamar a sua atenção uma senhora idosa que ele sempre via deitada sobre uma
cama. A senhora certamente convalescia de alguma enfermidade, era o que ele
pensava.
Em um domingo,
o jovem resolver visitar aquela mulher. Comprou um belo buquê de flores e levou
para ela. Logo ao chegar, contou-lhe que a via todos os dias pela janela do
trem.
Descobriu que
ela morava apenas com uma neta, que trabalhava durante o dia.
Para surpresa do
jovem, na segunda-feira, quando ele passou, ela estava sorrindo e acenando para
ele, apesar de não o distinguir, devido à sua vista fraca.
O gesto de
amor do moço deu ânimo àquela senhora e jogou mais luz na vida dela.
Maria
Santíssima era também atenta ao próximo necessitado, como vemos nas visita a Isabel.
Mãe dos doentes, rogai por nós.
Rapaz
queria saber quando ia morrer
Havia, certa
vez, um rapaz que tinha uma vontade louca de saber quando o seu tempo aqui na
terra estivesse chegando ao fim. Todos os dias ele pedia a Deus essa graça.
Os anos se
passaram... Ele se casou, tiveram filhos, depois netos, e ele sempre fazendo
aquele pedido.
Quando já
estava bem velhinho, ele morreu. Como obedecia aos mandamentos, foi para o Céu.
Mas, logo que se encontrou com Deus, reclamou: “Eu pedi para o Senhor que me avisasse,
e o Senhor não me avisou!”
Deus lhe
respondeu: “Puxa vida, filho! Eu branqueei os seus cabelos, enruguei a sua pele,
diminuí a sua visão, encurvei a sua coluna, diminuí as suas forças, fiz você
perder os dentes, enfraqueci a sua memória... E você ainda queria mais avisos?”
Nós precisamos
ser espertos e ouvir a voz de Deus que nos fala através de diversos sinais,
vindos da natureza, dos acontecimentos e outros.
Tudo foi
criado com muito amor, por alguém que é nosso Pai. E tudo foi criado de forma
sábia, a fim de que nós, pela inteligência, encontremos as respostas às nossas
inquietações e perguntas. É importante ler, nos sinais dos tempos e da vida, o
que Deus nos quer falar.
“Quando vedes
uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece... Hipócritas!
Sabeis avaliar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis avaliar o
tempo presente?” (Lc 12,55-56).
Maria Santíssima
não só derrotou a morte, mas passou por cima dela, pois está no céu em corpo e
alma. “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da
nossa morte. Amém”.
Rainha
visita fábrica de papel
Certa vez, uma
rainha foi visitar uma fábrica de papel que havia no reino. O proprietário a
conduzia pelo interior da fábrica.
Quando
entraram em um recinto cheio de grandes fardos de trapos, imundos e de aparência
horrível, a rainha perguntou para que aquilo. O dono respondeu: “Destes trapos
faremos o nosso melhor papel”.
Dias depois, a
rainha recebeu no palácio aquele senhor, que lhe entregou um pacote de papel
finíssimo, feito com aqueles trapos que ela viu, e com a foto dela em marca
d’água.
O trabalho
transforma o imundo em limpo e bonito. Mas devemos colocar o trabalhador em
primeiro lugar.
Mesmo que nós
sejamos como trapos, temos certeza que, se formos fiéis a Deus, um dia seremos
como aquele papel que a rainha ganhou. A marca d’água não será nossa, mas a
figura de Cristo impressa em nós.
Maria
Santíssima foi marcada por Deus desde a concepção. Nós, infelizmente, nascemos
longe de Deus. Mas, no Batismo, fomos também marcados, com a marca indelével de
cristãos. Que não molhemos esse papel.
O
príncipe que se transformou em burro
Certa vez, um
príncipe se transformou em um burro. Coitado! E continuou vivendo no reino, como
burro.
Uma princesa
ficou sabendo, foi ao encontro daquele burro e começou a amá-lo. Dava-lhe
carinho e afeto. Resultado: Ele voltou a ser príncipe.
O amor dela o
transformou, fê-lo recuperar a dignidade que havia perdido.
Evidentemente,
o amor daquela princesa não foi ao burro, mas ao príncipe escondido nele.
O mundo nos
desfigura, mas Deus nos manda agentes de transfiguração que, através do amor,
nos levam a sacudir a poeira, dar volta por cima e nos levantar.
Aquela
princesa acreditava na força transfiguradora do amor. Que nós também acreditemos,
pois o amor é capaz de nos levar a ver um príncipe em um burro. Assim, um dia seremos
definitivamente transfigurados.
Maria
Santíssima nunca foi desfigurada pelo pecado. E ela é, depois de Jesus, a maior
agente de transfiguração do mundo. Santa Maria, rogai por nós.
Presos
inocentes, só um era culpado
Certa vez, um
rei foi visitar um presídio do reino. E lá, ele resolveu fazer a mesma pergunta
a cada preso, individualmente e em particular, numa sala fechada.
A pergunta
era: “Por que você está aqui?”
O primeiro
respondeu: “Majestade, inventaram uma calúnia de mim. Eu nunca fiz nada de
errado na vida”.
Veio o
seguinte e respondeu: “Não sei, Majestade. Eu não sei por que fui preso. Sempre
fui um homem correto, obediente a todas as leis do reino, e cuidei bem da minha
família”.
Veio o terceiro,
o quinto, o décimo... Todos diziam que eram inocentes e que nunca fizeram nada
de errado. Apesar de o rei ter visto antes a ficha criminal de todos eles.
Só um rapaz
foi diferente. Quando o rei perguntou: “Por que você está aqui?” ele respondeu:
“Majestade, eu mereço estar aqui. Fiz coisas erradas. Fui condenado por isso e
por isso”.
E o
interessante é que justamente aquele jovem era o preso que havia cometido o
menor crime. Coisa insignificante.
Então o rei
reuniu todos os presos e disse: “Eu tomei uma decisão: Todos vocês aqui disseram
que são inocentes. Só um se declarou culpado. É este aqui”. Chamou o rapaz para
perto de si.
E continuou:
“Diante disso, decidi dar liberdade a ele, para que não contamine vocês com o
seu mau exemplo”. E ordenou a soltura do rapaz, enquanto os outros continuaram
presos, não só na cadeia, mas na sua mentira e hipocrisia.
Que não
sejamos como o fariseu da parábola do fariseu e do publicano (Cf Lc 18,9-14). Pelo
menos em nossas orações, vamos ser menos hipócritas e mais sinceros com Deus.
Que sejamos
como o publicano, que dizia: "Senhor, tende pena de mim que sou pecador!"
Maria
Santíssima era humilde. Ela se declarou “a humilde serva do Senhor”. Na multiplicação
dos pães, ela não estava em evidência, como a "mãe do futuro rei".
Mas na cruz, na extrema humilhação de Jesus e de sua família, ela estava em evidência.
Que Maria nos ajude a não sermos hipócritas.
A
pedra bonita
Certa vez, um
sitiante achou uma pedra muito bonita na beira de um riacho, e a levou para
casa. O seu filhinho gostou da pedra, brincou com ela, depois a colocou em um
canto do quarto, juntos com seus velhos brinquedos. E todos se esqueceram da
pedra.
Dias depois,
chegou um vizinho e disse para o sitiante: Essa terra aqui não vale nada. A vida
aqui não tem futuro. Vamos para a cidade.
A família
então se mudou para a cidade. Mas não deu certo. Rodaram de um lugar para outro,
durante cinco anos.
Eles ficaram conhecendo
muita gente, e também aprenderam um pouco sobre pedras preciosas.
Um dia,
voltando à sua velha casinha, o homem viu aquela pedra, e descobriu: Era diamante!
Essa história
aconteceu na Índia. Resumindo, naquele sítio existe hoje uma das maiores jazidas
de diamante da Índia.
Podemos
comparar aquele sítio com a santa Igreja, e a pedra, com Jesus Cristo. Que não
os desprezemos, procurando a felicidade em outros cantos.
Maria
Santíssima é a discípula fiel do Senhor. Que ela nos ajude a conhecer melhor o
seu Filho e a amar a Igreja que ele fundou.
Jovens
dão ceia de Natal para pobres
Certa vez, um
grupo de jovens de uma Paróquia situada em uma cidade grande resolveu preparar,
no salão paroquial, uma ceia de Natal para os moradores de rua.
Dia 24 de
dezembro, ao escurecer, eles saíram de carro pelas ruas e favelas, trazendo
todos os andarilhos que encontravam. O salão paroquial ficou cheio.
Quem quisesse
tomar banho, ganhava roupa e calçado novos. Receberam até perfume. Depois, foi
a festa, com as comidas e doces mais gostosos.
“Quando
ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem
teus parentes, nem teus vizinhos ricos... Pelo contrário, convida os pobres, os
aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz...” (Lc 14,12-14).
“Então serás
feliz”. Aquele grupo de jovens nunca mais se esqueceu da alegria que sentiram
no Natal mais feliz de sua vida, confirmando o que disse Jesus.
Maria
Santíssima é Mãe de todos, também dos excluídos, pelos quais sentia uma amor
especial: “O Senhor encheu de bens os famintos” (Lc 1,53).
O
romeiro e a vela do seu tamanho
Certa vez, um
senhor, usando gravata, entrou no Santuário de Aparecida, segurando uma vela do
seu tamanho.
Procurou o
padre de plantão e disse: “Eu estava passando pela Via Dutra e resolvi entrar aqui.
Gostaria de rezar, mas o meu tempo é curto. Por isso, comprei esta vela. O
senhor podia acendê-la para mim?
“Com prazer”,
disse o padre. “E que Deus abençoe a sua viagem e lhe dê as graças que você
deseja”. O homem se despediu e dirigiu-se logo para o seu carro.
Na sua fé, ele
não foi embora, mas ficou no Santuário, rezando, através daquela vela, que era
do seu tamanho, por isso o representava.
Com certeza,
Maria Santíssima intercedeu junto de Deus por este seu filho, e ele foi atendido
em sua oração simbólica.
A oração
simbólica é aceita e agradável a Deus. Nós gostamos de usar simbolismos em
nossa oração, e Deus também gosta. A Bíblia é cheia de gestos simbólicos.
A vela se
parece com o cristão. Ambos se consomem para iluminar, para servir. Até as lágrimas
da vela representam as nossas, na luta pela vida e pelo Reino de Deus. O amor
sempre custa lágrimas.
Na hora mais
difícil de Jesus, que foi a cruz, sua Mãe estava ali, de pé. Assim, ela ajudou
o Filho a cumprir a sua missão, executando o plano salvador de Deus Pai. Que
ela nos ajude também a acolher com generosidade esse plano, mesmo que seja com
lágrimas.
A
criança salva do incêndio
Certa vez,
pegou fogo em um prédio. Os bombeiros conseguiram retirar todas as pessoas,
menos um menino de dez anos que, apavorado, subiu para o terraço.
Impossibilitados
de subir, os bombeiros prepararam uma rede especial para o menino pular. Mas,
por mais que os bombeiros insistissem, ele sentia medo e não pulava.
Nessa hora, o
pai gritou: “Pode pular, filho!” O garoto disse: “Pai, eu não estou vendo o senhor;
só vejo fumaça!” O pai respondeu: “Mas eu vejo você, filho, e isso basta. Pode
pular”. A criança pulou e foi salva.
Nós não vemos
a Deus, mas ele nos vê, e isso basta. Não só vê, mas é nosso pai amoroso. Nele
está a nossa segurança. Mesmo que só vejamos fumaça em nossa frente, a união
com Deus nos trás coragem, força e paz. Quando Deus manda, podemos nos atirar,
mesmo que na hora não entendamos.
Ter fé é
caminhar como se visse o invisível. É seguir um caminho novo, traçado não por
nós, mas por Deus para nós.
Maria Santíssima,
na Anunciação, não entendeu bem o que Deus queria dela. Mas uma coisa ela sabia:
O recado vinha de Deus. Por isso, se atirou de corpo e alma: “Eis aqui a escrava
do Senhor, faça-se em mim conforme a tua palavra”.
Somos
ferro nas mãos do Ferreiro
Certa vez, na
antiguidade, um ferreiro que fabricava machados recebeu em sua oficina a visita
de um amigo, o qual começou a reclamar de vida:
“Eu sou um homem
correto... No entanto, as coisas não dão certo para mim, só tenho problemas!”
O ferreiro
ouviu tudo calado, depois lhe disse: “Nesta oficina, eu recebo o ferro sem ter
sido trabalhado, e devo transformá-lo em machados. Qual é o meu procedimento?
Primeiro,
esquento a barra de ferro no forja até que fique vermelha. Em seguida, sem nenhuma
piedade, eu a coloco na bigorna e lhe dou marretadas, até que a peça adquira a
forma de machado. Quando o ferro começa a esfriar, volto a esquentá-lo.
Depois de pronto,
eu o mergulho neste tanque de água fria. O choque produz um forte ruído,
espirra água para todo lado e o vapor toma conta da oficina. A peça estala e
grita.
É nesse
momento que o ferro se endurece e se torna aço. Faço isso várias vezes, até
obter o aço adequado ao machado.
Às vezes, o
ferro não resiste e racha. Então eu o jogo naquele monte de ferro velho que
está ali fora”.
Este ferreiro,
a partir da sua profissão, foi um profeta para o seu amigo. A lição que ele
quis dar foi clara. Deus nos permite dificuldades e provações para nos tornar
mais fortes e preparados para enfrentar os desafios que o mundo nos oferece, e assim
cumprirmos bem a nossa missão.
Portanto, os
desafios são sinais do amor de Deus a nós. São males que vêm para o bem. Ainda
mais que ele nos assiste na hora das dificuldades.
"Vê que
eu te pus num fogo a derreter, eu te apurei na fornalha..." (Is 48,10).
Maria
Santíssima enfrentou grandes dores, grandes desafios. Mas venceu todos. Que ela
nos ajude a cumprir bem a nossa missão.
Perfumar
sem aparecer
Certa vez,
duas jovens ficaram amigas na escola. Uma morava na roça e a outra na cidade.
Um dia, a que morava na cidade foi visitar sua amiga.
Logo que
chegou ao sítio, passando pelo jardim na frente da casa, ela sentiu um perfume maravilhoso
de flores. Disse para a amiga: “Que cheiro agradável têm essas flores do seu jardim!”
A amiga
respondeu: “Não é do jardim. Este perfume vem daquele bosque ali”. E apontou
para um bosque que havia perto.
A visitante
nem tinha notado que, a uns 500
metros da casa, havia um bosque.
A humildade é
a verdade. As pessoas humildes perfumam o mundo, mas não se preocupam em aparecer.
Peçamos a
Maria Santíssima que nos ensine esta virtude que ela tanto apreciava: A humildade.
A
tática do Pe. Sebastião
No Séc.
passado, vivia no interior do Brasil um padre alemão chamado Pe. Sebastião.
Era um homem bem
alto e forte. Infelizmente, nunca aprender a falar bem o português. Era um
santo.
Espalhou-se a
notícia de que ele fazia os homens se confessarem. Quando uma esposa queria que
seu marido se confessasse, era só procurar o Pe. Sebastião que ele resolvia.
O seu método
era o seguinte: Cumprimentava o homem, segurava a sua mão, punha a outra mão no
ombro dele e dizia: “Vamos conversar um pouquinho, nom?” Claro que o homem
aceitava o “convite”.
Na sala, ele
dizia: “Oh! Como vai, tudo bem?” O homem explicava. O padre continuava: “Como
vai família, nom?... E trabalho?”
Quando o homem
terminava de responder às perguntas, Pe. Sebastião dizia: “Pronto, já confessou
metade, nom? Agora só falta a outra metade! Quanto tempo faz que confessou?...
E outros pecados?”
No fim, o
padre rezava com ele um ato de contrição bem curtinho, dava a absolvição e dizia:
“Pronto, já confessou, e muito bem, nom?”
O homem saía
da sala contente, e a esposa, que estava esperando lá fora, ficava mais contente
ainda.
Quantos homens
afastados se engajavam na Igreja, após esse encontro!
Pe. Sebastião
Schwartzmaier era missionário redentorista. Nasceu em 1880, e faleceu em
Goiânia, em 1975.
Pai,
por que o senhor anda triste?
Certa vez, uma
jovem abandonou a Igreja Católica e entrou em uma seita. Passou a combater,
falar mal e até zombar dos católicos. Isso, apesar de ter sido batizada, ter
feito as Primeira Comunhão e recebido a Crisma.
Um ano depois,
ela disse ao pai: “Pai, o senhor era alegre comigo. Por que, de uns tempos para
cá, eu o vejo meio triste?”
O pai foi
sincero: “É porque Jesus falou: ‘Quem crer e for batizado será salvo. Quem não
crer será condenado’ (Mc 16,16). Eu me preocupo com você, filha, porque você
passou a frequentar uma seita!” A filha ficou calada, depois mudou de assunto.
Nós somos luz,
sal e fermento no mundo, a começar junto aos nossos familiares.
Muitos querem
nos enganar, dizendo que todas as religiões são boas. Se fosse assim, Jesus não
teria fundado uma, pois, no seu tempo, havia muitas religiões, como hoje.
Este é o nosso
mundo, pluralista e enganador. Tudo é bom, tudo é certo, tudo é válido, até
cuspir no prato em que comeu.
Nós pedimos ao
Espírito Santo o seu primeiro dom: a Sabedoria, pois ela renova a face da terra.
A
boneca quebrada
Havia, certa
vez, uma menina que tinha uma boneca muito bonita. Ela “adorava” a boneca.
Um dia, ela
estava em seu quarto, junto com uma vizinha da sua idade, brincando com a boneca.
Era após o almoço.
Chegou a hora
de ela ir à escola. A colega, que estudava no período da manhã, pediu para
ficar brincando com a boneca. Ela deixou.
Aconteceu que,
quando a menina voltou da escola, a colega havia ido embora e a boneca estava
quebrada!
Irritada e
chorando, a menina quis logo ir à casa da vizinha tirar satisfação. Mas a vó,
com muito esforço, a convenceu a esperar um pouco e só resolver o caso quando
estivesse calma.
Uma hora
depois, a mãe da vizinha chegou com uma boneca nova, igualzinho àquela. Naturalmente,
a mãe da vizinha, ao saber, foi à loja e comprou outra.
Vamos ter
calma ao resolver conflitos, evitando a precipitação.
O
esquilo e a águia
Havia, certa
vez, um esquilo e uma águia que eram grandes amigos. Eles prometeram nunca se
negarem, o que quer que fosse.
Um dia, o
esquilo chamou o seu filho e disse: “Vá dizer à águia que eu preciso de uma
pena para fazer uma flecha”. O esquilinho partiu em busca da águia.
Pelo caminho,
encontrou uma onça que, ao saber, lhe disse: “Não foi esse o recado. Eu estava
perto e ouvi. O que seu pai pediu foi todas as penas da águia”.
O esquilinho
acreditou e, quando encontrou a águia, comunicou que o pai precisava de todas
as suas penas.
A águia ficou
admirada, pois o esquilo sabia que isso ia doer-lhe muito. Mas, como o amigo
precisava delas, as daria com amor. Pediu ajuda ao esquilinho, arrancou todas
as penas e mandou-as ao esquilo amigo.
Este ficou
admirado ao ver tantas penas e comoveu-se ao pensar no sacrifício que a águia tinha
feito por ele.
Passado algum tempo,
a águia precisou de um pelo do esquilo para limpar os ouvidos, e pediu à sua
filha para ir buscá-lo.
Pelo caminho,
a aguiazinha encontrou-se com a onça que, ao saber, lhe disse: “Não! Eu ouvi
tudo. O que a sua mãe pediu foi que o esquilo lhe dê todos os seus pelos”.
Quando a
aguiazinha chegou à casa do esquilo e lhe disse que sua mãe precisava de todos
os seus pelos, o esquilo arrancou-os um a um e mandou. A águia admirou-se, mas
ficou feliz por ver quanto o esquilo a amava.
Tempos mais
tarde, o esquilo e a águia se encontraram. Quando perceberam que os filhos os
tinham enganado, deram uma bronca neles e proibiram-nos de voltar a falar com a
onça. Mas, no fundo, tanto a águia como o esquilo estavam felizes, pois tinham
dado um ao outro uma prova de muito amor.
O amor nos
leva a doar tudo ao outro.
“Amigo fiel é
poderosa proteção. Quem o encontrou, encontrou um tesouro. Ao amigo fiel não há
nada que se compare, pois nada equivale ao bem que ele é. Amigo fiel é bálsamo
na vida. Os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem
sua amizade: Como ele é, tal será o seu amigo” (Eclo 6,14-17).
Ondazinha
arrebenta-se na praia
Havia, certa
vez, uma ondazinha que vivia saltitando no mar. Divertia-se à vontade. Ela apreciava
o vento, e o vento brincava com ela, jogando-a pra lá e pra cá.
Até que um dia
ela foi correndo na frente das outras ondas e arrebentou-se na praia. Que coisa
horrível! disse a pequena onda.
Chegou então
uma onda grande e lhe perguntou: “Por que você está triste?” “Porque a nossa
vida é curta”, disse ela. “Nós todas, pequenas e grandes, morremos na praia!
Isso não é horrível?”
A onda grande
respondeu: “Não! Você é que não está entendendo. Somos parte do oceano, e este
não morre nunca!”
Como seria bom
se entendêssemos que é em Deus que está a nossa alegria, a nossa realização, a
nossa felicidade, o nosso tesouro!
Maria
Santíssima foi uma ondazinha que não morreu na praia, porque Deus, o seu único
tesouro, a abraçou e levou consigo. Quando Isabel lhe disse: “Feliz de você que
acreditou”, ela rebateu logo: “A minha alma engrandece o Senhor... Foi
ele que olhou para mim, sua humilde serva”.
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