PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Fevereiro 13


HISTÓRIAS DE VIDA-FEVEREIRO 13


Nasceram, viveram, morreram

Certa vez, na antiguidade, um rei quis saber a História do seu povo, desde o começo.

Chamou o melhor historiador do reino e lhe deu uma grande tarefa: “Você será bem remunerado se escrever toda a História do povo do reino, desde o início até hoje”.

O historiador começou logo a trabalhar. Mas, como o reino era grande, e muito antigo, o trabalho foi longo, demorou vinte anos.

Finalmente, foi concluído. Eram dez grossos volumes. O historiador levou-os para o rei.

Mas este já estava com a vista fraca. Por isso pediu ao historiador que resumisse tudo em apenas um volume.

Depois de dois anos, o trabalho estava pronto. Mas, agora, o rei já estava doente. Não conseguia ler nem aquele volume. Pediu ao historiador que resumisse tudo numa apostila de cinco páginas.

Quando terminou o resumo, o rei já estava de cama, próximo da morte. Pediu ao historiador: “Por favor, resuma tudo para mim em pouquíssimas palavras”.

O historiador disse: “Nasceram, viveram, morreram”.

Esse resumo não é só da história daquele povo, mas de todos os povos, de toda a humanidade. “Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás tornar” (Gn 3,19). “O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida?” (Mt 16,26).

Mas temos outro reino, no qual as pessoas não morrem. Que a nossa história seja escrita com tintas de fé, amor e obediência a Deus. Assim, ela será também gravada com estilete na rocha, e permanecerá para sempre.

Maria Santíssima construiu tão bem a sua história terrena, que foi eleita Rainha do céu e da terra. Ó Virgem pura e santa, rogai por nós.


Talvez sim, talvez não

Certa vez, um sitiante foi pedir ajuda a um sábio. Ele disse: “Está me acontecendo uma coisa horrível. Meu boi morreu e eu não tenho outro boi para puxar o arado. Esta foi a pior coisa que poderia me acontecer”. O sábio respondeu: “Talvez sim, talvez não”.

O homem voltou para casa e disse para os seus e para os vizinhos: “O sábio ficou caduco. Está tão claro que isto foi a pior coisa que aconteceu comigo, e ele fala desse jeito”.

No dia seguinte, como não tinha o boi, ele teve a ideia de amarrar o seu cavalo no arado. Foi muito melhor. Ele então comentou: “Que felicidade! Foi um mal que veio para o bem”.

Mas, um tempo depois, aconteceu outra tragédia, e ele voltou ao sábio. “Agora”, disse ele; “o senhor há de concordar que foi a pior coisa que me aconteceu: Meu filho estava andando a cavalo, caiu e quebrou a perna. Assim ele não pode mais me ajudar”. O sábio respondeu: “Talvez sim, talvez não”.

O sitiante ficou decepcionado e disse, depois, para a família: “Coitado desse sábio, caducou mesmo. Não sabe mais aconselhar. Claro que esta foi a pior coisa que me poderia ter acontecido!”

Passados alguns dias, chegaram tropas no vilarejo para levar todos os rapazes para uma guerra que tinha estourado. O filho do sitiante foi dispensado porque estava com a perna quebrada. O sitiante então, mais uma vez, entendeu que nem sempre o que ele pensa ser o pior, é realmente.

De fato, é assim. Quando menos esperamos, os fatos mudam de percurso. Nós não sabemos direito o que é melhor e o que é pior; de repente as coisas se invertem e o que considerávamos ruim se torna bom e vice-versa.

Ninguém conhece o futuro. Mas Deus o conhece, e é poderoso, tem condições de nos proteger, transformando o mal em bem.

“Se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte” (Jo 8,51). Guardar a Palavra de Jesus, na prática, é obedecer aos mandamentos, tanto de Deus como da Igreja. E entre os mandamentos está o zelo e a proteção da vida.

Que Maria Santíssima nos ajude a escolher sempre a vida, colocando-a em primeiro lugar.


Como nasceu a Mariazinha

Certa vez, uma menina de cinco anos perguntou à mãe: “Mãe, como foi que eu vim ao mundo?” A mãe respondeu: “Ah, filhinha, foi uma charrete bonita que apareceu aqui na frente da nossa casa, trazendo você”.

A menina ficou admirada e fez outra pergunta: “E o meu irmão Pedrinho, como foi?” “O Pedrinho”, disse a mãe, “foi um carro que o trouxe até aqui na porta”.

A criança, ainda mais admirada, fez outra pergunta: “E a Mariazinha, como que foi?” “Ah!” falou a mãe, já meio confusa: “Foi um helicóptero que veio e desceu aqui na frente da nossa casa, trazendo a Mariazinha”.

Para surpresa da mãe, a menina disse: “Puxa, mamãe, como que os partos da senhora foram difíceis, hein?”

A garotinha já sabia como que nasce uma criança. A mãe é que ficou para trás na História. Não ensinou à filha, e esta teve de aprender na rua, onde nem sempre se fala dessas coisas de forma correta e respeitosa.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Que Maria Santíssima nos ajude a dizer sempre a verdade, a exemplo dela e de Jesus.


Um raio de luz na dor

Havia, certa vez, um jovem casal que e era unido e muito feliz.

Todos os sábados, eles iam juntos ao supermercado, e ele comprava para ela um buquê de rosas amarelas.

Aconteceu que o marido veio a falecer repentinamente. A esposa sofreu muito, mas a vida precisava continuar.

No sábado seguinte, lá estava ela, sozinha, no supermercado, fazendo as compras.

Outra senhora, que sempre comprava no mesmo horário, aproximou-se dela, colocou em seu carrinho um buquê de rosas amarelas e disse: “Quando você passar no caixa, estas rosas já estarão pagas”.

No meio da dor daquela jovem esposa, surgiu uma luz, um raio de sol, dizendo que o amor continua presente na sua vida.

O amor é uma realidade única, bi direcionada: Para Deus e para o próximo. “O amor é forte, é como a morte. Suas chamas são faíscas de Deus no mundo” (Ct 8,6).

Maria Santíssima cumpriu com generosidade o mandamento bi direcionado do amor. Mãe do belo amor, rogai por nós.


Os lenhadores João e José

Havia, certa vez, dois lenhadores. Um se chamava João e o outro José. Eles trabalhavam perto um do outro. O João era casado, tinha mulher e filhos para tratar. O José era solteiro, mas cuidava da mãe idosa e de uma irmã doente.

O João tinha dó do José e diariamente recolhia um pouco de lenha e punha, escondido, na pilha do José.

O José fazia o mesmo com o João, também sem ele perceber.

E assim foi, durante um bom tempo. Cada um tinha dó do outro, e o ajudava, escondido.

Até que um dia os dois descobriram. Aí, é claro, eles se abraçaram emocionados. A amizade que havia entre eles cresceu ainda mais.

“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça o mesmo” (Lc 3,11).

“A religião pura e sem mancha aos olhos de Deus é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas em suas necessidades, e conservar-se puro da corrupção deste mundo” (Tg 1,27).

“Maria partiu apressadamente para a região montanhosa... Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel” (Lc 1,39-40). O dom do amor nos torna apressados em ajudar.


Somos um instrumento musical de Deus

Havia, certa vez, um rapaz que tinha um violino, e o tocava nas festinhas do bairro.

Um dia, numa dessas festas, apareceu um senhor que era violinista profissional. Naturalmente, o rapaz entregou a ele seu violino.

Após a primeira música, o rapaz exclamou admirado: “Eu nunca imaginei que este meu violino fosse capaz de reproduzir uma música tão bonita assim!”

Nós somos como esse violino. Movidos pelo Espírito Santo, podemos executar ações maravilhosas, para a glória de Deus e o bem dos nossos irmãos e irmãs.

“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). Maria executou bem a sua música, a mais bela que o mundo já viu. Nós agradecemos a ela por ter sido um valioso instrumento nas mãos de Deus, colaborando na Encarnação do Verbo, e pedimos a sua ajuda.


O enterro da Igreja

Havia, certa vez, uma pequena cidade do interior que tinha seu Pároco, um padre já idoso e doente. Um dia, ele morreu. Como o bispo não tinha outro padre para substituí-lo, a cidade ficou sem padre.

Devagarinho, o povo foi se esquecendo da Igreja. Acabaram trancando de vez as portas da velha Matriz. O povo comentava que a Igreja ali tinha morrido.

Vários anos se passaram, até que o bispo, preocupado, mandou para lá um padre recém ordenado.

O jovem sacerdote chegou e, com todo o seu entusiasmo, abriu as portas da Matriz, retirou as telhas de aranha, e bateu o sino, chamando o povo. Mas não veio ninguém.

O padre saiu pelas ruas, convidando pessoalmente os que encontrava. A resposta era sempre a mesma: “Não adianta, padre, a Igreja daqui morreu”.

O padre teve uma ideia: Se a Igreja morreu, vamos enterrá-la. E convidou o povo para o enterro da Igreja.

A noticio espalhou-se. As mulheres que lavavam roupa no córrego, e os homens nos bares, comentavam: “Você já viu enterro de Igreja?...”

Na hora marcada, a Matriz estava repleta. O padre havia tirado os bancos e colocado no meio do templo um caixão, cercado por uma corda.

Após a celebração fúnebre, o padre disse, em um tom fúnebre: “Convido vocês a se aproximarem do caixão e darem o seu último adeus à Igreja falecida”.

Abriu-se a corda e o povo se aproximou. Mas cada um que olhava dentro do caixão, levava um susto, e saia com a cabeça baixa.

Você já está imaginando o que o padre colocou no caixão: Um espelho. Cada pessoa que olhava, via a si mesmo lá dentro!

É a pura verdade. Nós somos Igreja. Criticá-la é criticar a nós mesmos.

Que Maria Santíssima nos ajude a amar a Santa Igreja. Amar a nossa Comunidade, a nossa Paróquia e a nossa Diocese. Amar a Igreja e fazê-la cada vez mais viva, santa e bonita.


O imitador de animais

Havia, certa vez, numa pequena cidade, um rapaz que imitava animais. Qualquer bicho que pedissem para ele imitar, ele o fazia com perfeição: Porco, cachorro, gato, cabrito, cavalo... Passarinhos então... Enganava até os próprios passarinhos.

Um dia, apareceu na cidade um homem desconhecido, que se dizia também imitador de animais. E desafiou o jovem a uma aposta, para ver quem imitava melhor.

O rapaz topou. O valor da aposta era alto. Combinaram a data e o local: O auditório da cidade. O animal a ser imitado era um porquinho, um leitão.

A notícia espalhou-se e, na noite marcada, o auditório ficou repleto. Todos os habitantes estavam certos de que o rapaz ia ganhar a aposta.

O primeiro a se apresentar foi o rapaz da cidade. Imitou tão bem um leitão, que toda a plateia o aplaudiu longamente, gritando em coro: "Já ganhou, já ganhou..."

Em seguida, foi a vez do forasteiro. Ele usava um capote. Logo de início, quando a assembleia ouviu o som, já o vaiou em coro: “Já perdeu, já perdeu...”

No final, sabe o que ele fez? Abriu o seu capote, pegou o leitão e mostrou para todos. Não era ele que estava produzindo os sons, e sim o próprio animal!

Como que os nossos julgamentos são subjetivos, viciados, preconceituosos e influenciados pelos nossos afetos ou desafetos!

Foi por isso que os fariseus e os mestres da Lei do tempo de Jesus ficaram cegos e surdos, e não viram nem ouviram os sinais que Deus lhes mandava, através do seu Filho.

“Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas” (Lc 11,29; Cf livro de Jonas). Depois que Jonas foi engolido pela baleia, e reapareceu vivo, o povo de Nínive ficou assustado com o prodígio e se converteu. Os judeus não precisavam esperar Jesus morrer e ressuscitar, para acreditar nele. A ressurreição de Jesus foi um duplo sinal: Da sua divindade e da incredulidade radical daqueles que o mataram, que resultou no maior crime da História.

Que Maria Santíssima nos ajude a ser abertos a Deus, a fim de não precisarmos do “sinal de Jonas”, isto é, de só acordarmos depois que cometermos um horrível pecado.


A esposa ciumenta

Havia, certa vez, dois casais recém casados, cujos esposos trabalhavam juntos, como funcionários de uma empresa.

Numa sexta-feira, os dois precisaram trabalhar até mais tarde, devido a uma emergência, e não conseguiram avisar as esposas.

Após o exaustivo trabalho, quase à meia noite, foram para casa.

A recepção pelas esposas foi bem diferente. Uma, preocupada, começou a rezar, pensando que tinha acontecido alguma coisa ruim com o marido. Quando ele chegou, ela lhe deu um forte abraço emocionado e um carinhoso beijo, antes mesmo de saber o motivo.

Já a esposa do outro agiu completamente diferente. Ela foi logo lhe dizendo palavras ásperas, indo em seguida esconder-se no quarto.

O ciúme é falta de amor misericordioso. Este sempre supõe o lado bom do outro, a não ser que haja prova em contrário.

O ciúme cria fantasias negativas e irreais, destruindo a união do casal e fazendo os dois sofrerem inutilmente.

Na oração Salve Rainha, nós chamamos Maria Santíssima de Mãe de misericórdia. Realmente ela o é, porque é mãe de Jesus Cristo que é a misericórdia de Deus Pai para conosco. No Magnificat, ela disse: “A sua misericórdia (de Deus) se estende de geração em geração”. Mãe de misericórdia, ajude-nos a não sermos ciumentos.


S. Francisco, Frei Leão e a pregação

Certa vez, S. Francisco pediu a um Irmão, chamado Leão: “Frei Leão, vamos fazer uma pregação?” “Sim”, respondeu o Irmão.

Os dois saíram caminhando pelas ruas de Assis. Andaram, andaram... Mas nunca chegavam ao local da tal pregação.

Por fim, começaram a voltar para casa. Quando estavam chagando, Frei Leão perguntou: “Frei Francisco, e a pregação?” “Já a fizemos”, respondeu ele.

A palavra convence, o exemplo arrasta. A simples caminhada deles, um ao lado do outro, conversando com alegria e amizade, foi a pregação.

“O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele devia ir” (Lc 10,1).

Na família, a mãe é o elo que liga os membros. Que Maria Santíssima nos una como família e Comunidade cristã, pois assim a nossa própria vida será uma pregação.


O médico curado de depressão

Havia, certa vez, um médico que sofria de depressão. Ele se tratava com um psiquiatra.

Depois de várias cessões, o resultado estava sendo quase nulo.

Através da sua Paróquia, ele ficou sabendo que na cidade de Dacar, capital do Senegal, na África, havia um hospital que não tinha nem um médico. Ele, a esposa e os filhos, decidiram mudar-se para lá, a fim de prestar essa ajuda humanitária.

Passados alguns meses, o psiquiatra, preocupado com o seu paciente, telefonou para ele. O médico respondeu: “Dr., eu me esqueci completamente da minha doença. Aqui, eu não tenho tempo de pensar nessas coisas”.

O amor aos excluídos cura até depressão.

“Estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27). “Jesus passou pela vida fazendo o bem” (At 10,38).

“O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor não acabará nunca” (1Cor 13,7-8).

Maria Santíssima, a discípula fiel do Senhor, passou a vida servindo. Que ela nos ajude a descobrir a felicidade de servir.


A casa com janelas de ouro

Havia, certa vez, um garoto que morava na periferia de uma cidade grande. O lugar era cheio de morros.

Olhando para o morro vizinho, repleto de casas, ele viu que as janelas de uma casa eram de ouro. Todos os dias ele observava aquela casa e via que de fato as janelas eram de ouro.

Sua curiosidade foi aumentando. Um dia, ele pediu permissão à sua mãe e foi até a casa, para ver o fenômeno. Marcou bem o local, desceu o morro, atravessou o córrego e subiu até a casa.

Mas, ao chegar, não viu nenhuma janela de ouro. Mesmo assim, apertou a campainha. A dona da casa veio e ele perguntou: “A senhora conhece por aqui uma casa, cujas janelas são de ouro?” A mulher respondeu: “Isso não existe, filho! É fantasia sua”.

Entretanto, ela disse: “Entre. Eu tenho um filho da sua idade, que está brincando lá na área do fundo. Venha brincar um pouquinho com ele”.

O garoto aceitou o convite e os dois meninos começaram a brincar. Minutos depois, o que morava na casa falou: “Eu ouvi a mamãe dizer a você que não existe casa com janelas de ouro. Existe sim. Eu conheço uma. Venha aqui ver”.

Foram até a frente da casa e ele apontou, no morro em frente, para uma casa. O colega disse surpreso: “Aquela é a minha casa!”

Quando uma família vive o amor verdadeiro, tem Cristo dentro da casa. E Jesus é comparado com o ouro, o rei dos metais. Seu brilho é tão forte que se irradia pelas janelas, e é percebido de longe. E na sua casa, as janelas são de ouro?

Maria Santíssima, na Ladainha, é chamada de Casa de Ouro. Porque o seu seio hospedou o Rei dos reis. Que ela e S. José tragam Jesus para dentro da nossa casa. Assim, as nossas janelas também serão de ouro.


A mulher que chamou o assaltante de filho

Certa vez, um ladrão aproximou-se de uma velhinha na rua, apontou uma arma e disse: “O dinheiro ou a vida”.

Ela respondeu: “Meu filho, eu não tenho dinheiro aqui comigo, mas moro aqui perto. Acompanhe-me que lhe dou o que você quiser”.

Ele a acompanhou. Ela abriu a porta da sua casa e disse: “Filho, eu moro sozinha. Não há mais ninguém em casa. Entre e sente-se aqui no sofá”.

Ele sentou-se. Ela lhe serviu um delicioso bolo com leite e café. Ele comeu e continuou sentado, sem dizer nada.

Ela lhe deu os trocados que tinha, depois falou: “Filho, pode pegar tudo o que você quiser e levar”.

Nesta hora, ele começou a chorar e falou: “Não vou levar nada. Nunca, em minha vida, alguém me chamou de filho com tanto amor. Prometo para a senhora que de hoje em diante mudarei de vida".

Isso é fé. Quem crê, confia em Deus, e se joga na prática do Evangelho, com amor e generosidade. Ter fé é acreditar, mesmo sem compreender.

Essa senhora se parece com a nossa querida Mãe do céu, que também nos chama com esse doce título de “meu filho”, “minha filha”, mesmo que estejamos mergulhados no pecado. Que ela nos ajude a transformar a nossa fé em vida e a nossa vida em fé.


O estranho palestrante

Certa vez, um sábio foi convidado por uma escola para falar aos alunos sobre convivência.

Quando todos estavam reunidos no auditório, ele chegou com uma sacola e, sem dizer nada, foi colocando objetos sobre a mesa.

Pôs uma maçã, um livro, uma lâmpada, um frasco de perfume, umas pérolas, uma bela rosa, uma caneta e um vidro, dentro do qual havia uma lagartixa.

E perguntou aos alunos: “O que vocês estão vendo sobre a mesa?” Um deles disse: “Um bicho”. Outro: “Uma lagartixa”. Um terceiro: “Vários objetos e uma lagartixa se mexendo”... Todos destacavam o estranho animalzinho.

Em seguida, o palestrante comparou aquela mesa com a pessoa humana. “Todos temos dentro de nós uma série de qualidades e de virtudes. Mas o que destacamos no outro, o que vemos em primeiro lugar, são os pontos negativos, aquilo que ele tem de estranho e exótico”.

Quantas vezes somos cegos diante dos valores das pessoas ao nosso redor, mas muito perspicazes aos seus defeitos ou comportamentos estranhos! Um bairro pode ter mil pessoas que se comportam bem. Se uma comete um crime, só esta é divulgada.

Precisamos fazer o esforço contrário: Fixar a nossa atenção nas riquezas do outro, deixando em segundo plano as suas limitações. Só Deus não tem defeitos, e só o diabo não tem qualidades. Toda pessoa é uma mistura de qualidades e defeitos.

Entre tantas qualidades de Jesus, Natanael conseguiu descobrir uma limitação: “De Nazaré pode vir coisa boa?” (Jo 1,46). Mas, depois, ele se converteu e mudou até de nome. É o Apóstolo São Bartolomeu.


O rubi de alta beleza

Havia, certa vez, um poderoso rei que tinha um rubi de incalculável valor. Era uma joia de beleza e tamanho extraordinários, que tinha se convertido no símbolo da opulência do rei, o qual a olhava todos os dias, com orgulho.

Mas comprovava, com pesar, que o rubi tinha uma marca, uma linha. Que pena! O que fazer?

Para solucionar o problema, convocou os melhores joalheiros do reino. Eles vieram, examinaram a pedra, mas foram unânimes: É impossível retirar o risco, sem acrescentar novos defeitos.

Passados alguns dias, um empregado do rei disse-lhe que sabia de um velho joalheiro aposentado, experiente em reparos de joias. O rei imediatamente mandou chamá-lo.

Logo chegou ao palácio um velho encurvado e de andar trôpego. Vários cortesãos mostraram-se contrários a que o rei entregasse o rubi àquele homem. Mas o rei insistiu em que o ancião desse uma olhada.

Depois de estudá-lo, o velho disse: “Não posso consertá-lo. Mas, se vossa majestade permitir, posso deixá-lo mais belo”. Mesmo cético, o rei permitiu.

O joalheiro talhou sobre a pedra uma linda flor, cujo talo era aquele risco.

E você, está disposto a ser lapidado, limado pelo Grande Joalheiro, para se tornar uma joia de rara beleza? Uma pedra preciosa você já é, pois foi Deus que o criou, e ele só fabrica joias.


As flores diferentes do seu jardim

Havia, certa vez, um homem que gostava de flores. Passava horas cuidando do seu jardim. Gostava particularmente de flores bem coloridas.

Um dia, ele preparou um canteiro para plantar flores novas. Escolheu com cuidado as sementes.

Entretanto, quando as plantas cresceram, apareceram flores diferentes, algumas ele nem conhecia.

Foi à loja pedir explicação, mas não souberam. Consultou vários jardineiros, ninguém sabia por quê. Ele dizia que não queria flores indesejadas no seu jardim.

Um velho e sábio jardineiro lhe disse: “Por que você não aprende a gostar também destas flores?”

Na vida, convivemos com muitas pessoas. Com algumas existe sintonia, mas com outras não. Sentimos até certa aversão. Isso acontece com colegas de escola, de trabalho e até familiares.

Essas pessoas não foram escolhidas por nós, mas fazem parte da nossa vida.

Vamos passar do: “Vive-se com quem se ama”, para o: “Ama-se com quem se vive”? O Espírito Santo, o grande amor que nos une, vai gostar, e muito. Para nós cristãos, o amor ao próximo é um transbordamento do amor a Deus. Por isso ele deve ser universal.

“Sede como Deus Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,45).

Deus colocou Maria Santíssima no coração da Redenção, para nos mostrar que o amor de mãe deve prevalecer nos nossos relacionamentos. E o amor de mãe não é seletivo.


O padre educador

Pe. Pelágio era um missionário redentorista que morava em Goiânia. Faleceu velhinho, em 1961.

Como ele tinha de viajar longas distâncias para celebrar Missas, e sempre a cavalo, havia, ao lado da casa paroquial, um pasto para os cavalos.

Quando chegava um menino pedindo esmola, ele o mandava para o pasto arrancar vassourinha. Vassourinha é uma praga terrível da região, que acaba com os pastos. E só pode ser eliminada, arrancando-a com a mão.

O moleque vinha com um feixe de vassourinha e ele pagava o serviço. O garoto saía pulando de alegria.

Era uma ajuda inteligente. Ajudava e, ao mesmo tempo, educava a criança.

O Pe. Pelágio está em processo de beatificação.


O filho normal

Certa vez, três mulheres conversavam ao lado de um poço. Um velho as escutava.

A primeira dizia: “Meu filho é muito forte, lindo, corre e pula”.

A segunda dizia: “O meu filho canta como os passarinhos, e é inteligentíssimo”.

A terceira mulher nada dizia. Então o velho perguntou: “Você não tem filhos?” Ela respondeu: “Sim. Mas ele é um menino normal, como todas as crianças”.

As três pegaram seus potes cheios de água e foram caminhando. No meio do caminho, elas pararam para descansar, e o velho homem sentou-se ao lado delas.

Logo apareceram os filhos das três. O primeiro vinha correndo e pulando com sua exuberante beleza. O segundo vinha cantando lindas canções.

E o terceiro não vinha pulando nem cantando. Ele correu em direção à sua mãe, pegou o pote cheio de água e levou para casa.

Então as três mulheres perguntaram ao homem idoso: “O que o senhor achou dos nossos filhos?” Ele respondeu: “Realmente, eu acabei de ver três meninos. Mas vi apenas um filho”.

“Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isto é de justiça: ‘Honra teu pai e tua mãe’. Este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim de que sejas feliz, e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,1-3; Ex 20,12).

“É uma desonra para o filho, a mãe desprezada. Filho, ampara a velhice de teu pai e não lhe causes desgosto enquanto vive. Mesmo que esteja perdendo a lucidez, sê tolerante com ele e não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida. A ajuda prestada a teu pai não será esquecida, mas será plantada em lugar dos teus pecados e contada como justiça para ti. No dia da aflição, serás lembrado e teus pecados se dissolverão, como gelo em dia de sol” (Eclo 3,13-17).

“Quem usa de brutalidade para com o pai ou a mãe, é um filho desonrado e infame” (Pv 19,26).


O “banho” de espanador

Havia, certa vez, um garotinho de quatro anos que não gostava de tomar banho.

Um dia, ele chegou da rua todo empoeirado, e a mãe o convidou para tomar banho.

Ele sugeriu: “Mãe, não basta a senhora passar o espanador em mim, para retirar o pó?”

Cristo não gosta de pessoas superficiais, que se contentam com uma conversão apenas periférica. Vamos ser generosos e jogar-nos inteiramente no seguimento dele, como alguém que mergulha numa piscina.

“Vós estais limpos, mas não todos’. Jesus sabia quem o iria entregar. Por isso disse: ‘Não estais todos limpos” (Jo 13,10-11).

“Eis que estou enviando o meu mensageiro para preparar o caminho à minha frente... Ele é igual à água sanitária de uma lavadeira” (Ml 3,1-2).


O doutor e o barqueiro

Certa vez, um rico doutor estava viajando de navio, e este se afundou rapidamente. O doutor foi socorrido por um barqueiro.

Remando em direção à praia, o homem perguntou ao barqueiro: “Você conhece Nova Yorque?” “Não”, respondeu o barqueiro. O doutor comentou: “Perdeu a metade da vida”.

Minutos depois, no meio da conversa, o homem perguntou: “Você conhece Paris?” “Não”, repetiu o barqueiro. “Perdeu a metade da vida”, comentou novamente o senhor. E assim, foram várias perguntas.

De repente, devido às altas ondas, começou a entrar água no barco. Naquele desespero, os dois jogando água para fora e, apesar disso, o barco se enchendo cada vez mais, o barqueiro perguntou: “O senhor sabe nadar?” “Não”, respondeu o doutor. “Então perdeu a vida inteira!” concluiu o barqueiro.

Existem valores transitórios e permanentes. Os transitórios são o conhecimento geográfico, o dinheiro, o diploma...

Valores permanentes são a fé, a obediência aos mandamentos, a verdade, a justiça, o amor... Estes são como saber nadar, isto é, eles nos salvam.

Remando o nosso barco pela vida, vamos ter cuidado para não ficar ganhando metade da vida aqui, metade ali, e perder a vida inteira, por não buscar o principal.

Maria Santíssima era rica do valor permanente mais bonito, que é o amor de Deus. “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus” (Lc 1,30).


Mãe santa, filho santo

A mãe do Frei Galvão chamava-se Isabel. Ela morava em Guaratinguetá SP.

Quando Dona Isabel morreu e as vizinhas vieram preparar o seu corpo para o velório, não encontraram nem um vestido dela na casa para vesti-la.

Uma das mulheres teve de ir à sua casa e pegar um vestido seu para vestir a defunta.

Dona Isabel era desapegada de seus bens e os dava aos pobres. Foi da mãe que Frei Galvão herdou o seu grande amor ao próximo.


Os burrinhos e os feixes de capim

Havia, certa vez, dois burrinhos que estavam amarrados um ao outro por uma corda. Eles estavam em um curral, no qual havia dois feixes de capim.

Mas a distância entre os feixes era maior que a corda. Então eles ficavam forçando a corda, cada um querendo se aproximar do seu feixe de capim. Até que, cansados, resolveram juntos comer um dos feixes e depois, também juntos, comer o outro.

É preferível o bom, unidos, ao ótimo, desunidos. A humildade nos leva a trabalhar em equipe, formando pastorais e ministérios. E é nas reuniões que planejamos a nossa caminhada juntos.

Nós não somos mais fortes que Jesus. Se ele trabalhou em equipe, também nós vamos fazê-lo.

Que Maria Santíssima nos ajude a seguir o seu Filho, vivendo em Comunidade.


Carta para Deus

Certa vez, um homem tinha uma dívida de quinhentos Reais, e não conseguia pagar. Então resolveu mandar uma carta para Deus.

Ele escreveu: “Senhor Deus, desculpe, mas eu estou com uma dívida grande, de quinhentos Reais, e não consigo pagar. Por isso eu peço ao Senhor: Por favor, mande-me esse dinheiro”.

Pôs a carta num envelope e o endereçou assim: “Para Deus. Céu”.

Do outro lado do envelope, escreveu direitinho o seu endereço de remetente, e colocou a carta na caixinha do Correio do seu bairro.

O pessoal do Correio, quando viu aquilo, achou muito engraçado. Como não tinha cabimento aquele endereço de destinatário, e o envelope não estava colado, abriram para ver o que era, e leram aquele pedido.

Ficaram com dó do homem. Fizeram uma vaquinha e conseguiram ajuntar quatrocentos e cinquenta Reais. Colocaram o dinheiro num envelope, escreveram o endereço do homem, e o carteiro levou a carta à sua casa.

Passados alguns dias, apareceu na caixinha do Correio outra carta do homem, também aberta e endereçada a Deus. Nesta estava escrito:

“Muito obrigado, Deus, por o Senhor ter atendido ao meu pedido. Mas, cuidado com o pessoal do Correio, porque pegaram cinquenta Reais. Só recebi quatrocentos e cinquenta”.

Nós temos, nessa historia, dois exemplos, um positivo e outro negativo. O positivo é o dos funcionários do Correio. Além de desempenharem bem e honestamente a sua profissão, ainda quiseram ajudar um necessitado.

E o negativo é o do homem, que escreveu mal dos funcionários do Correio, sem ter certeza. É o preconceito: Julgar negativamente uma pessoa, sem fundamento.

Muitas vezes, o nosso testemunho não é compreendido, como aconteceu com os funcionários do Correio. Aconteceu também com Jesus e com todos os santos e santas. Mas, mesmo assim, cumpriremos a nossa missão até o fim.


Marido testa a surdez da esposa

Havia, certa vez, um casal idoso que moravam só os dois na casa. O marido começou a desconfiar que sua esposa estava ficando surda.

Depois de um bom tempo pensando assim, numa tarde, os dois estavam na varanda, sentados em cadeiras de balanço, e ele resolveu fazer um teste. A esposa chamava-se Maria.

Ele ficou atrás dela, foi a uma distância e falou baixinho: “Maria, você está me ouvindo?” Nenhuma resposta. Ele pensou: Confirmado, a Maria está perdendo a audição.

Deu uns passos na direção dela e falou um pouco mais alto: “Maria, você está me ouvindo?” Nada!

Chegou ainda mais perto, para fazer a última prova do teste, e disse: “Maria, você está me escutando?”

A esposa virou-se para ele e disse, irritada: “Claro que estou ouvindo você! Para que insistir tanto? É a terceira vez que você me faz a mesma pergunta!”

Ele é que estava ficando surdo e não percebia, jogando o problema nos outros.

Que estejamos com os ouvidos bem atentos à Palavra de Deus, a fim de que ela, caindo em nosso coração, produza frutos. Assim, teremos a coragem de ver a trave que está no nosso olho, antes de ver o cisco no olho do nosso irmão (Cf Mt 7,3).

Isabel disse, referindo-se a Maria Santíssima: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Santa Maria, rogai por nós.


Escolhido para bater palmas

Havia, certa vez, um aluno de nove anos que estava disputando um papel na peça teatral da escola.

A mãe, temendo que ele não fosse escolhido, procurou prepará-lo, no dia em que os papeis iam ser distribuídos.

Ao chegar da escola, o garoto correu para a mãe, com os olhos brilhando de alegria, e disse: “Adivinhe, mãe, eu fui escolhido para bater palmas!”

Que bom quando conseguimos evitar frustrações, tristezas e sentimentos de derrota no nosso próximo!


Para que andar direito?

Certa vez, um professor do Ensino Médio disse na classe que Deus não existe.

Um aluno perguntou: “Então, para que andar direito?” O professor respondeu: “Por que senão você se torna mal visto pelos outros, leva castigo e pode até ser preso”.

O aluno retrucou: “Mas, e esses ladrões que não são descobertos pela polícia? Eles não se tornam mal vistos, não levam castigo, nem vão para a cadeia”.

O professor interrompeu a conversa e voltou à matéria que estava ensinando.

Aquele aluno se tornou professor, e o professor se tornou aluno. Muita gente obedece às leis para não ir para a cadeia, dão esmolas para serem vistos ou ganhar votos. Os maiores assassinos e ladrões têm muito estudo.

A fé é a única força que sustenta o bom comportamento numa cidade, porque age dentro de nós, na consciência, a qual nos leva a evitar o mal e fazer o bem.

Sem a fé, pode-se colocar um policial em cada esquina, que não adianta nada. Sempre há um jeito de burlar.


Como vencer uma tentação

Certa vez, uma catequista fez com as crianças uma encenação, a fim de mostrar-lhes a força da oração para vencer as tentações. A encenação foi a seguinte:

Um menino pegou alguns livros e cadernos e começou a caminhar na frente da classe, como se estivesse indo para a escola.

Outro garoto fez o papel do diabo. Aproximou-se dele e disse: “Vamos jogar bola?” “Não posso, estou indo para a escola”, respondeu o garoto.

Mas o moleque insistiu: “Depois você mente para a sua mãe, dizendo que foi para a escola!” E o moleque ficava caminhando de fasto, na frente do outro, tentando convencê-lo.

Nesta hora, o que ia para a escola lembrou-se da oração, e rezou mentalmente o Sinal da Cruz. Pronto, o “diabo” deu um pulo para trás e foi embora correndo.

É exatamente isso que acontece quando rezamos ao ser tentados.

A encenação vale para qualquer idade e para qualquer tipo de tentação. Quantas vezes lutamos para evitar um pecado, e nos esquecemos de rezar!

Em vez de dizer mentalmente o Nome do Pai, podemos rezar qualquer jaculatória, por exemplo: “Nossa Senhora Aparecida!” O efeito será o mesmo.


Teste vocacional

Certa vez, três moças queriam ser Irmãs religiosas, e foram a um convento. A madre as recebeu na portaria, com afeto, e conversou com elas.

Depois, as convidou para entrar no convento. As jovens foram, uma por uma. No meio do corredor, havia uma vassoura caída no chão.

A primeira, ao passar, chutou a vassoura para a beira da parede e foi em frente. Esta foi reprovada.

A vassoura foi recolocado no meio do corredor, e veio a segunda jovem. Ela levantou o pé elegantemente e passou por cima da vassoura. Também foi reprovada.

A terceira menina veio. Quando viu a vassoura caída no chão, abaixou-se, pegou-a e a colocou em pé, na parede. Esta foi aprovada.

As duas primeiras poderiam ser chamadas de “jovens de vitrine”, ou “de novela”, ou “cabeça de vento”. Pensam em tudo, menos no principal que é a beleza interior, a beleza da alma.

Já a terceira tem condições de, após uma preparação, assumir o protagonismo da fé, pois quem sabe tomar iniciativas em pequenos gestos, saberá também assumir grandes obras pelo Reino de Deus.

Quem não vive para servir, não serve para viver.

Nas Bodas de Caná, Maria Santíssima passou no teste com nota dez. Através da intercessão junto ao Filho, conseguiu o que para os noivos era impossível: Mais vinho em abundância. Mãe das vocações, rogai por nós.


Você tem razão

Havia, certa vez, um rei que sempre dava razão às pessoas que o procuravam. Vinha um e relatava um problema, o rei escutava com paciência e, no fim, dizia: “Você tem razão”. E a pessoa saía confortada.

Minutos depois, vinha outro, falava exatamente o contrário, e o rei dizia a mesma coisa: “Você tem razão”. Também essa pessoa saía contente.

A rainha, que sempre ouvia as conversas, começou a irritar-se com esse procedimento do marido. Um dia, ela perdeu a paciência. Aproveitando uma hora em que ele estava só, ela descarregou a sua irritação:

“Você não tem caráter! Não é homem, não honra essas calças que veste! Onde já se viu: Vem um e fala uma coisa, você dá razão. Vem outro e fala exatamente o contrário, você dá razão a este também!”

Depois que ela falou tudo o que queria, o rei olhou para ela com um sorriso compreensivo e disse: “Querida, você tem razão!”

Pronto, a rainha também saiu do escritório do marido contente, porque ele concordou com ela.

Claro que devemos ser fiéis à verdade. Mas o grande exemplo que esse rei nos dá é a compreensão e o acolhimento às pessoas.

Maria Santíssima, Mãe acolhedora, rogai por nós.


O piquenique das tartarugas

Certa vez, uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. Sendo naturalmente lentas, levaram um bom tempo preparando-se para o passeio. Seis meses após a decisão, acharam o lugar ideal.

Ao desembalarem a cesta do piquenique, descobriram que faltava o sal. Então designaram a tartaruga mais nova, por ser mais rápida, a voltar à sua casa e trazer o sal.

A jovem tartaruga concordou em ir, mas com uma condição: Que ninguém comeria nada antes que ela retornasse.

Mais seis meses se passaram, e a pequena ainda não tinha retornado. Ao sétimo mês, a tartaruga mais velha, já não suportando a fome, desembrulhou um sanduíche.

Nessa hora, a jovem tartaruga saiu de trás de uma moita e gritou: “Viram? Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal!”

O egoísmo atrapalha o bom uso dos nossos talentos. Quantas vezes desperdiçamos o nosso tempo na preocupação exagerada em fiscalizar o que os outros estão fazendo ou o que dizem de nós.

“O pior dos problemas é que ninguém tem nada com isso” (Mário Quintana).

Maria Santíssima usou e desenvolveu muito bem os seus talentos, especialmente o de Mãe. Que ela interceda por nós junto do seu Filho, a fim de que usemos bem os nossos talentos.


A senhora que deu chinelos aos índios

Certa vez, uma senhora foi visitar uma aldeia de índios e ficou com dó deles, ao ver que todos viviam descalços.

Voltando para casa, comprou chinelos em número suficiente para toda a aldeia, e lhes deu.

Entretanto, ao visita-los depois, viu com tristeza que todos continuavam descalços. Os índios não estavam acostumados a andar calçados.

É importante ajudar as pessoas, mas dando-lhes aquilo que elas querem, não o que gostaríamos que elas usassem, e dentro da cultura de cada pessoa.

O primeiro passo correto daquela senhora devia ser perguntar aos índios se eles gostariam de andar calçados, e que tipo de calçado queriam usar.

Que Maria Santíssima, a Auxiliadora dos cristãos, nos ensine a auxiliar as pessoas, mas com humildade, a partir do mundo delas, não do nosso. Como Jesus que, antes de nos ajudar, encarnou-se e viveu a nossa vida.


Sócrates e sua esposa Xantipa

Sócrates foi um grande filósofo da Grécia antiga. É considerado o maior filósofo de todos os tempos. Sua esposa chamava-se Xantipa.

Quando os dois estavam namorando, um amigo dele o alertou: “Cuidado! Essa moça é uma jararaca”. Sócrates respondeu: “Já percebi. Mas para mim é um desafio. Se eu conseguir conviver bem com ela, posso me relacionar com qualquer pessoa do mundo”. E eles se casaram.

Um dia, uma senhora fez uma torta e trouxe para Sócrates, em agradecimento pelos livros maravilhosos que ele escrevia.

Xantipa recebeu a torta, levou-a até o escritório de Sócrates e, diante dele, jogou a torta no chão e a pisoteou.

Sócrates observou a cena e disse: “Muito bem, querida. Assim, nós dois podemos fazer hoje uma ascese, não comendo esta torta”.

Xantipa fez aquilo por ciúme, evidentemente. Ainda bem que, o que faltava nela, o marido tinha em abundância, que era a humildade. Por isso que os dois conseguiram conviver a vida inteira.

Sócrates levou a estupidez da esposa para o lado positivo. Cenas como esta devem ter acontecido muitíssimas vezes na vida dos dois.

Este é um dos caminhos para a santificação dos casais: Ver as coisas do lado positivo.

Maria Santíssima é a Mãe do Belo Amor. Que ela nos ajude a sermos compreensivos com as fraquezas do nosso próximo.


A roseira e os espinhos

Certa vez, uma senhora viu uma rosa muito bonita. Ficou encantada. Providenciou uma muda e plantou no seu jardim.

Regava-a todos os dias, na esperança de ver suas belas flores.

Mas, antes surgiram os espinhos, que eram muito doloridos.

A mulher, após se ferir algumas vezes, ficou decepcionada e, antes que a primeira flor se abrisse, parou de regar.

Assim, a pobre roseira chegou até a dar alguns botões, mas, antes que aparecessem as flores, morreu.

A nossa vida cristã é como aquela roseira. Ela é bonita e perfumada, mas precisamos regá-la todos os dias, mesmo que levemos doloridas espinhadas.

Nessas horas, não devemos decepcionar-nos, ainda mais que o Espírito Santo nos assiste. Ele nos dá alegria, mesmo nos maiores ferimentos.

Se permanecermos firmes, teremos a alegria de ver lindas rosas, de eterna beleza e perfume.

Maria Santíssima é chamada de Rosa Mística. Que ela nos ajude a seguir o seu Filho, mesmo que levemos algumas espinhadas.


Dê-me esse relógio

Certa vez, uma senhora foi a uma cidade grande, mas muito preocupada com ladrões. Ela usava relógio de pulso.

Um dia, quando viajava em um ônibus urbano, entrou um homem e sentou-se ao seu lado. Ela logo pensou: É mal encarado. Vou tomar cuidado, senão ele me rouba alguma coisa.

Como estava cansada, dormiu. Minutos depois, acordou assustada. Olhou para o braço e não viu o relógio. Então disse ao homem, toda nervosa: “Dê-me esse relógio!”

Mais que depressa, o homem tirou o relógio e entregou a ela. Imediatamente levantou-se e desceu no primeiro ponto, que já estava chegando.

Foi só ele descer, a senhora observou bem o relógio e viu que não era o seu, apesar de parecido.

Só aí ela se lembrou que havia puxado o relógio para cima, no braço, e o escondido debaixo da manga da blusa.

Pobre homem! Foi assaltado devido à preocupação exagerada com ladrões.

De vez em quando, acontecem até assassinatos pelo mesmo motivo.

Aquela senhora agiu errado. Ela devia ter ido à cidade grande com o desejo mais forte de ver a todos como irmãos, filhos e filhas do mesmo Pai que é Deus. Infelizmente, o mandamento do amor ao próximo ainda não penetrou em nós.


Rapaz vê doente pela janela do trem

Havia, certa vez, um rapaz que todos os dias ia para o trabalho de trem. Em determinado lugar, o trem passava por um longo e alto viaduto, onde se podia ver o interior de alguns apartamentos de prédios localizados ao lado.

Começou a chamar a sua atenção uma senhora idosa que ele sempre via deitada sobre uma cama. A senhora certamente convalescia de alguma enfermidade, era o que ele pensava.

Em um domingo, o jovem resolver visitar aquela mulher. Comprou um belo buquê de flores e levou para ela. Logo ao chegar, contou-lhe que a via todos os dias pela janela do trem.

Descobriu que ela morava apenas com uma neta, que trabalhava durante o dia.

Para surpresa do jovem, na segunda-feira, quando ele passou, ela estava sorrindo e acenando para ele, apesar de não o distinguir, devido à sua vista fraca.

O gesto de amor do moço deu ânimo àquela senhora e jogou mais luz na vida dela.

Maria Santíssima era também atenta ao próximo necessitado, como vemos nas visita a Isabel. Mãe dos doentes, rogai por nós.


Rapaz queria saber quando ia morrer

Havia, certa vez, um rapaz que tinha uma vontade louca de saber quando o seu tempo aqui na terra estivesse chegando ao fim. Todos os dias ele pedia a Deus essa graça.

Os anos se passaram... Ele se casou, tiveram filhos, depois netos, e ele sempre fazendo aquele pedido.

Quando já estava bem velhinho, ele morreu. Como obedecia aos mandamentos, foi para o Céu. Mas, logo que se encontrou com Deus, reclamou: “Eu pedi para o Senhor que me avisasse, e o Senhor não me avisou!”

Deus lhe respondeu: “Puxa vida, filho! Eu branqueei os seus cabelos, enruguei a sua pele, diminuí a sua visão, encurvei a sua coluna, diminuí as suas forças, fiz você perder os dentes, enfraqueci a sua memória... E você ainda queria mais avisos?”

Nós precisamos ser espertos e ouvir a voz de Deus que nos fala através de diversos sinais, vindos da natureza, dos acontecimentos e outros.

Tudo foi criado com muito amor, por alguém que é nosso Pai. E tudo foi criado de forma sábia, a fim de que nós, pela inteligência, encontremos as respostas às nossas inquietações e perguntas. É importante ler, nos sinais dos tempos e da vida, o que Deus nos quer falar.

“Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece... Hipócritas! Sabeis avaliar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis avaliar o tempo presente?” (Lc 12,55-56).

Maria Santíssima não só derrotou a morte, mas passou por cima dela, pois está no céu em corpo e alma. “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”.


Rainha visita fábrica de papel

Certa vez, uma rainha foi visitar uma fábrica de papel que havia no reino. O proprietário a conduzia pelo interior da fábrica.

Quando entraram em um recinto cheio de grandes fardos de trapos, imundos e de aparência horrível, a rainha perguntou para que aquilo. O dono respondeu: “Destes trapos faremos o nosso melhor papel”.

Dias depois, a rainha recebeu no palácio aquele senhor, que lhe entregou um pacote de papel finíssimo, feito com aqueles trapos que ela viu, e com a foto dela em marca d’água.

O trabalho transforma o imundo em limpo e bonito. Mas devemos colocar o trabalhador em primeiro lugar.

Mesmo que nós sejamos como trapos, temos certeza que, se formos fiéis a Deus, um dia seremos como aquele papel que a rainha ganhou. A marca d’água não será nossa, mas a figura de Cristo impressa em nós.

Maria Santíssima foi marcada por Deus desde a concepção. Nós, infelizmente, nascemos longe de Deus. Mas, no Batismo, fomos também marcados, com a marca indelével de cristãos. Que não molhemos esse papel.


O príncipe que se transformou em burro

Certa vez, um príncipe se transformou em um burro. Coitado! E continuou vivendo no reino, como burro.

Uma princesa ficou sabendo, foi ao encontro daquele burro e começou a amá-lo. Dava-lhe carinho e afeto. Resultado: Ele voltou a ser príncipe.

O amor dela o transformou, fê-lo recuperar a dignidade que havia perdido.

Evidentemente, o amor daquela princesa não foi ao burro, mas ao príncipe escondido nele.

O mundo nos desfigura, mas Deus nos manda agentes de transfiguração que, através do amor, nos levam a sacudir a poeira, dar volta por cima e nos levantar.

Aquela princesa acreditava na força transfiguradora do amor. Que nós também acreditemos, pois o amor é capaz de nos levar a ver um príncipe em um burro. Assim, um dia seremos definitivamente transfigurados.

Maria Santíssima nunca foi desfigurada pelo pecado. E ela é, depois de Jesus, a maior agente de transfiguração do mundo. Santa Maria, rogai por nós.


Presos inocentes, só um era culpado

Certa vez, um rei foi visitar um presídio do reino. E lá, ele resolveu fazer a mesma pergunta a cada preso, individualmente e em particular, numa sala fechada.

A pergunta era: “Por que você está aqui?”

O primeiro respondeu: “Majestade, inventaram uma calúnia de mim. Eu nunca fiz nada de errado na vida”.

Veio o seguinte e respondeu: “Não sei, Majestade. Eu não sei por que fui preso. Sempre fui um homem correto, obediente a todas as leis do reino, e cuidei bem da minha família”.

Veio o terceiro, o quinto, o décimo... Todos diziam que eram inocentes e que nunca fizeram nada de errado. Apesar de o rei ter visto antes a ficha criminal de todos eles.

Só um rapaz foi diferente. Quando o rei perguntou: “Por que você está aqui?” ele respondeu: “Majestade, eu mereço estar aqui. Fiz coisas erradas. Fui condenado por isso e por isso”.

E o interessante é que justamente aquele jovem era o preso que havia cometido o menor crime. Coisa insignificante.

Então o rei reuniu todos os presos e disse: “Eu tomei uma decisão: Todos vocês aqui disseram que são inocentes. Só um se declarou culpado. É este aqui”. Chamou o rapaz para perto de si.

E continuou: “Diante disso, decidi dar liberdade a ele, para que não contamine vocês com o seu mau exemplo”. E ordenou a soltura do rapaz, enquanto os outros continuaram presos, não só na cadeia, mas na sua mentira e hipocrisia.

Que não sejamos como o fariseu da parábola do fariseu e do publicano (Cf Lc 18,9-14). Pelo menos em nossas orações, vamos ser menos hipócritas e mais sinceros com Deus.

Que sejamos como o publicano, que dizia: "Senhor, tende pena de mim que sou pecador!"

Maria Santíssima era humilde. Ela se declarou “a humilde serva do Senhor”. Na multiplicação dos pães, ela não estava em evidência, como a "mãe do futuro rei". Mas na cruz, na extrema humilhação de Jesus e de sua família, ela estava em evidência. Que Maria nos ajude a não sermos hipócritas.


A pedra bonita

Certa vez, um sitiante achou uma pedra muito bonita na beira de um riacho, e a levou para casa. O seu filhinho gostou da pedra, brincou com ela, depois a colocou em um canto do quarto, juntos com seus velhos brinquedos. E todos se esqueceram da pedra.

Dias depois, chegou um vizinho e disse para o sitiante: Essa terra aqui não vale nada. A vida aqui não tem futuro. Vamos para a cidade.

A família então se mudou para a cidade. Mas não deu certo. Rodaram de um lugar para outro, durante cinco anos.

Eles ficaram conhecendo muita gente, e também aprenderam um pouco sobre pedras preciosas.

Um dia, voltando à sua velha casinha, o homem viu aquela pedra, e descobriu: Era diamante!

Essa história aconteceu na Índia. Resumindo, naquele sítio existe hoje uma das maiores jazidas de diamante da Índia.

Podemos comparar aquele sítio com a santa Igreja, e a pedra, com Jesus Cristo. Que não os desprezemos, procurando a felicidade em outros cantos.

Maria Santíssima é a discípula fiel do Senhor. Que ela nos ajude a conhecer melhor o seu Filho e a amar a Igreja que ele fundou.


Jovens dão ceia de Natal para pobres

Certa vez, um grupo de jovens de uma Paróquia situada em uma cidade grande resolveu preparar, no salão paroquial, uma ceia de Natal para os moradores de rua.

Dia 24 de dezembro, ao escurecer, eles saíram de carro pelas ruas e favelas, trazendo todos os andarilhos que encontravam. O salão paroquial ficou cheio.

Quem quisesse tomar banho, ganhava roupa e calçado novos. Receberam até perfume. Depois, foi a festa, com as comidas e doces mais gostosos.

“Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos... Pelo contrário, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz...” (Lc 14,12-14).

“Então serás feliz”. Aquele grupo de jovens nunca mais se esqueceu da alegria que sentiram no Natal mais feliz de sua vida, confirmando o que disse Jesus.

Maria Santíssima é Mãe de todos, também dos excluídos, pelos quais sentia uma amor especial: “O Senhor encheu de bens os famintos” (Lc 1,53).


O romeiro e a vela do seu tamanho

Certa vez, um senhor, usando gravata, entrou no Santuário de Aparecida, segurando uma vela do seu tamanho.

Procurou o padre de plantão e disse: “Eu estava passando pela Via Dutra e resolvi entrar aqui. Gostaria de rezar, mas o meu tempo é curto. Por isso, comprei esta vela. O senhor podia acendê-la para mim?

“Com prazer”, disse o padre. “E que Deus abençoe a sua viagem e lhe dê as graças que você deseja”. O homem se despediu e dirigiu-se logo para o seu carro.

Na sua fé, ele não foi embora, mas ficou no Santuário, rezando, através daquela vela, que era do seu tamanho, por isso o representava.

Com certeza, Maria Santíssima intercedeu junto de Deus por este seu filho, e ele foi atendido em sua oração simbólica.

A oração simbólica é aceita e agradável a Deus. Nós gostamos de usar simbolismos em nossa oração, e Deus também gosta. A Bíblia é cheia de gestos simbólicos.

A vela se parece com o cristão. Ambos se consomem para iluminar, para servir. Até as lágrimas da vela representam as nossas, na luta pela vida e pelo Reino de Deus. O amor sempre custa lágrimas.

Na hora mais difícil de Jesus, que foi a cruz, sua Mãe estava ali, de pé. Assim, ela ajudou o Filho a cumprir a sua missão, executando o plano salvador de Deus Pai. Que ela nos ajude também a acolher com generosidade esse plano, mesmo que seja com lágrimas.


A criança salva do incêndio

Certa vez, pegou fogo em um prédio. Os bombeiros conseguiram retirar todas as pessoas, menos um menino de dez anos que, apavorado, subiu para o terraço.

Impossibilitados de subir, os bombeiros prepararam uma rede especial para o menino pular. Mas, por mais que os bombeiros insistissem, ele sentia medo e não pulava.

Nessa hora, o pai gritou: “Pode pular, filho!” O garoto disse: “Pai, eu não estou vendo o senhor; só vejo fumaça!” O pai respondeu: “Mas eu vejo você, filho, e isso basta. Pode pular”. A criança pulou e foi salva.

Nós não vemos a Deus, mas ele nos vê, e isso basta. Não só vê, mas é nosso pai amoroso. Nele está a nossa segurança. Mesmo que só vejamos fumaça em nossa frente, a união com Deus nos trás coragem, força e paz. Quando Deus manda, podemos nos atirar, mesmo que na hora não entendamos.

Ter fé é caminhar como se visse o invisível. É seguir um caminho novo, traçado não por nós, mas por Deus para nós.

Maria Santíssima, na Anunciação, não entendeu bem o que Deus queria dela. Mas uma coisa ela sabia: O recado vinha de Deus. Por isso, se atirou de corpo e alma: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim conforme a tua palavra”.


Somos ferro nas mãos do Ferreiro

Certa vez, na antiguidade, um ferreiro que fabricava machados recebeu em sua oficina a visita de um amigo, o qual começou a reclamar de vida:

“Eu sou um homem correto... No entanto, as coisas não dão certo para mim, só tenho problemas!”

O ferreiro ouviu tudo calado, depois lhe disse: “Nesta oficina, eu recebo o ferro sem ter sido trabalhado, e devo transformá-lo em machados. Qual é o meu procedimento?

Primeiro, esquento a barra de ferro no forja até que fique vermelha. Em seguida, sem nenhuma piedade, eu a coloco na bigorna e lhe dou marretadas, até que a peça adquira a forma de machado. Quando o ferro começa a esfriar, volto a esquentá-lo.

Depois de pronto, eu o mergulho neste tanque de água fria. O choque produz um forte ruído, espirra água para todo lado e o vapor toma conta da oficina. A peça estala e grita.

É nesse momento que o ferro se endurece e se torna aço. Faço isso várias vezes, até obter o aço adequado ao machado.

Às vezes, o ferro não resiste e racha. Então eu o jogo naquele monte de ferro velho que está ali fora”.

Este ferreiro, a partir da sua profissão, foi um profeta para o seu amigo. A lição que ele quis dar foi clara. Deus nos permite dificuldades e provações para nos tornar mais fortes e preparados para enfrentar os desafios que o mundo nos oferece, e assim cumprirmos bem a nossa missão.

Portanto, os desafios são sinais do amor de Deus a nós. São males que vêm para o bem. Ainda mais que ele nos assiste na hora das dificuldades.

"Vê que eu te pus num fogo a derreter, eu te apurei na fornalha..." (Is 48,10).

Maria Santíssima enfrentou grandes dores, grandes desafios. Mas venceu todos. Que ela nos ajude a cumprir bem a nossa missão.


Perfumar sem aparecer

Certa vez, duas jovens ficaram amigas na escola. Uma morava na roça e a outra na cidade. Um dia, a que morava na cidade foi visitar sua amiga.

Logo que chegou ao sítio, passando pelo jardim na frente da casa, ela sentiu um perfume maravilhoso de flores. Disse para a amiga: “Que cheiro agradável têm essas flores do seu jardim!”

A amiga respondeu: “Não é do jardim. Este perfume vem daquele bosque ali”. E apontou para um bosque que havia perto.

A visitante nem tinha notado que, a uns 500 metros da casa, havia um bosque.

A humildade é a verdade. As pessoas humildes perfumam o mundo, mas não se preocupam em aparecer.

Peçamos a Maria Santíssima que nos ensine esta virtude que ela tanto apreciava: A humildade.


A tática do Pe. Sebastião

No Séc. passado, vivia no interior do Brasil um padre alemão chamado Pe. Sebastião.

Era um homem bem alto e forte. Infelizmente, nunca aprender a falar bem o português. Era um santo.

Espalhou-se a notícia de que ele fazia os homens se confessarem. Quando uma esposa queria que seu marido se confessasse, era só procurar o Pe. Sebastião que ele resolvia.

O seu método era o seguinte: Cumprimentava o homem, segurava a sua mão, punha a outra mão no ombro dele e dizia: “Vamos conversar um pouquinho, nom?” Claro que o homem aceitava o “convite”.

Na sala, ele dizia: “Oh! Como vai, tudo bem?” O homem explicava. O padre continuava: “Como vai família, nom?... E trabalho?”

Quando o homem terminava de responder às perguntas, Pe. Sebastião dizia: “Pronto, já confessou metade, nom? Agora só falta a outra metade! Quanto tempo faz que confessou?... E outros pecados?”

No fim, o padre rezava com ele um ato de contrição bem curtinho, dava a absolvição e dizia: “Pronto, já confessou, e muito bem, nom?”

O homem saía da sala contente, e a esposa, que estava esperando lá fora, ficava mais contente ainda.

Quantos homens afastados se engajavam na Igreja, após esse encontro!

Pe. Sebastião Schwartzmaier era missionário redentorista. Nasceu em 1880, e faleceu em Goiânia, em 1975.


Pai, por que o senhor anda triste?

Certa vez, uma jovem abandonou a Igreja Católica e entrou em uma seita. Passou a combater, falar mal e até zombar dos católicos. Isso, apesar de ter sido batizada, ter feito as Primeira Comunhão e recebido a Crisma.

Um ano depois, ela disse ao pai: “Pai, o senhor era alegre comigo. Por que, de uns tempos para cá, eu o vejo meio triste?”

O pai foi sincero: “É porque Jesus falou: ‘Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado’ (Mc 16,16). Eu me preocupo com você, filha, porque você passou a frequentar uma seita!” A filha ficou calada, depois mudou de assunto.

Nós somos luz, sal e fermento no mundo, a começar junto aos nossos familiares.

Muitos querem nos enganar, dizendo que todas as religiões são boas. Se fosse assim, Jesus não teria fundado uma, pois, no seu tempo, havia muitas religiões, como hoje.

Este é o nosso mundo, pluralista e enganador. Tudo é bom, tudo é certo, tudo é válido, até cuspir no prato em que comeu.

Nós pedimos ao Espírito Santo o seu primeiro dom: a Sabedoria, pois ela renova a face da terra.


A boneca quebrada

Havia, certa vez, uma menina que tinha uma boneca muito bonita. Ela “adorava” a boneca.

Um dia, ela estava em seu quarto, junto com uma vizinha da sua idade, brincando com a boneca. Era após o almoço.

Chegou a hora de ela ir à escola. A colega, que estudava no período da manhã, pediu para ficar brincando com a boneca. Ela deixou.

Aconteceu que, quando a menina voltou da escola, a colega havia ido embora e a boneca estava quebrada!

Irritada e chorando, a menina quis logo ir à casa da vizinha tirar satisfação. Mas a vó, com muito esforço, a convenceu a esperar um pouco e só resolver o caso quando estivesse calma.

Uma hora depois, a mãe da vizinha chegou com uma boneca nova, igualzinho àquela. Naturalmente, a mãe da vizinha, ao saber, foi à loja e comprou outra.

Vamos ter calma ao resolver conflitos, evitando a precipitação.


O esquilo e a águia

Havia, certa vez, um esquilo e uma águia que eram grandes amigos. Eles prometeram nunca se negarem, o que quer que fosse.

Um dia, o esquilo chamou o seu filho e disse: “Vá dizer à águia que eu preciso de uma pena para fazer uma flecha”. O esquilinho partiu em busca da águia.

Pelo caminho, encontrou uma onça que, ao saber, lhe disse: “Não foi esse o recado. Eu estava perto e ouvi. O que seu pai pediu foi todas as penas da águia”.

O esquilinho acreditou e, quando encontrou a águia, comunicou que o pai precisava de todas as suas penas.

A águia ficou admirada, pois o esquilo sabia que isso ia doer-lhe muito. Mas, como o amigo precisava delas, as daria com amor. Pediu ajuda ao esquilinho, arrancou todas as penas e mandou-as ao esquilo amigo.

Este ficou admirado ao ver tantas penas e comoveu-se ao pensar no sacrifício que a águia tinha feito por ele.

Passado algum tempo, a águia precisou de um pelo do esquilo para limpar os ouvidos, e pediu à sua filha para ir buscá-lo.

Pelo caminho, a aguiazinha encontrou-se com a onça que, ao saber, lhe disse: “Não! Eu ouvi tudo. O que a sua mãe pediu foi que o esquilo lhe dê todos os seus pelos”.

Quando a aguiazinha chegou à casa do esquilo e lhe disse que sua mãe precisava de todos os seus pelos, o esquilo arrancou-os um a um e mandou. A águia admirou-se, mas ficou feliz por ver quanto o esquilo a amava.

Tempos mais tarde, o esquilo e a águia se encontraram. Quando perceberam que os filhos os tinham enganado, deram uma bronca neles e proibiram-nos de voltar a falar com a onça. Mas, no fundo, tanto a águia como o esquilo estavam felizes, pois tinham dado um ao outro uma prova de muito amor.

O amor nos leva a doar tudo ao outro.

“Amigo fiel é poderosa proteção. Quem o encontrou, encontrou um tesouro. Ao amigo fiel não há nada que se compare, pois nada equivale ao bem que ele é. Amigo fiel é bálsamo na vida. Os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: Como ele é, tal será o seu amigo” (Eclo 6,14-17).


Ondazinha arrebenta-se na praia

Havia, certa vez, uma ondazinha que vivia saltitando no mar. Divertia-se à vontade. Ela apreciava o vento, e o vento brincava com ela, jogando-a pra lá e pra cá.

Até que um dia ela foi correndo na frente das outras ondas e arrebentou-se na praia. Que coisa horrível! disse a pequena onda.

Chegou então uma onda grande e lhe perguntou: “Por que você está triste?” “Porque a nossa vida é curta”, disse ela. “Nós todas, pequenas e grandes, morremos na praia! Isso não é horrível?”

A onda grande respondeu: “Não! Você é que não está entendendo. Somos parte do oceano, e este não morre nunca!”

Como seria bom se entendêssemos que é em Deus que está a nossa alegria, a nossa realização, a nossa felicidade, o nosso tesouro!

Maria Santíssima foi uma ondazinha que não morreu na praia, porque Deus, o seu único tesouro, a abraçou e levou consigo. Quando Isabel lhe disse: “Feliz de você que acreditou”, ela rebateu logo: “A minha alma engrandece o Senhor... Foi ele que olhou para mim, sua humilde serva”.


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