PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Setembro 13




HISTÓRIAS DE VIDA-SETEMBRO 13


Natal o ano inteiro

Certa vez, em um domingo do Advento, uma Comunidade rural estava celebrando o culto dominical. Participava um senhor da cidade, que veio passar o fim de semana na casa de um amigo.

Na hora da partilha da Palavra, ele contou que na sua Comunidade estavam preparando cestas básicas para dar às famílias carentes, no Natal. E sugeriu que fizessem o mesmo.

Uma senhora disse a ele, com carinho: “Natal aqui é o ano inteiro. Assumimos o compromisso de não deixar nenhuma família ficar sem alimento em casa”. O visitante ficou admirado.

De fato, quando promovemos campanhas de Natal, é para despertar nas pessoas a solidariedade, que deve haver o ano todo.

Maria Santíssima foi solidária em todos os dias do ano. “Ó Mãe do Redentor, do Céu ó porta, ao povo que caiu, socorre e exorta. Pois busca levantar-se, Virgem pura, nascendo o Criador da criatura. Tem piedade de nós e ouve, suave, o anjo te saudando com seu Ave”.


Deixai as crianças virem a mim

Havia, certa vez, uma criança de rua. Como muitas outras, ela não nasceu na rua. Foi a rua que, aos poucos, acabou se tornando a sua casa, pois a casa que era dela ficou perdida em sua memória.

Um dia, quando seu tempo de vida ainda eras pouco, algo estranho aconteceu na sua casa... e aquela criança fugiu assustada, tomando o caminho da rua.

Tornou-se como um pássaro ferido na asa, que se acostuma a andar como as galinhas. Assim, a criança se adaptou ao novo espaço, e na rua procurou se afirmar.

O tempo voou. O endereço de casa se apagou, como se a vida inteira tivesse acontecido na rua. Quebrou a cara, sofreu, mas criou hábitos de proteção, defesa, refúgio, segurança.

Houve tempo em que a rua se tornou um lugar agradável. Mas crescia dentro dela a sensação de abandono, sentimento de não estar em casa. A criança não cabia mais no espaço da rua, e a rua não preenchia o espaço daquela criança.

Um dia, alguém abordou essa criança na rua e lhe perguntou: “Você gostaria de voltar para casa?” “Mas eu não sei onde é minha casa!” respondeu ela. A pessoa disse: “A gente procura juntos”.

A criança não se entusiasmou pela ideia, porque sentiu medo de perder o pouco de espaço que tinha para viver. A sua cabecinha povoava de fantasias. Mas a pessoa a agradou, fez carinho... e ela concordou.

Um dia, a pessoa chegou e disse: “Encontrei a sua casa!” A criança ficou assustada, com medo de mudar completamente de vida. Mas concordou em dar alguns passos.

Tiveram de atravessar um túnel escuro, úmido e perigoso. A criança quis voltar para trás, mas a pessoa insistiu e entraram no túnel.

Foi difícil, mas quando chegaram do outro lado, a paisagem era florida, os pássaros cantavam, e surgiu na criança uma vaga recordação da sua primeira infância.

Depois de boa caminhada, a pessoa disse: “É aqui”. Mas havia uma escada para subir. As perninhas tremiam só de ver os degraus. Nessa hora, saíram de dentro da casa algumas pessoas dizendo que eram sua mãe, seu pai e seus irmãos.

Todos a abraçaram. Só ela ficou medrosa e confusa. Mas, com o passar dos dias, tudo foi melhorando. Afinal, não havia motivo para ter medo. Tudo não passava de fantasias.

No mundo, há milhares de “crianças” como esta, de 0 a 100 anos. Jesus quer que pensemos nelas e façamos alguma coisa, pelo menos nas orações.

“Deixai as crianças, e não as impeçais de virem a mim, porque a pessoas assim é que pertence o Reino dos Céus” (Mt 19,14).

Maria Santíssima foi na nossa frente. Nas bodas de Caná, na visita a Isabel, no apoio ao Filho e à Igreja nascente... Logo que Jesus nasceu, ela o apresentou aos pastores, aos reis magos, aos que estavam no Templo e a todos que podia. E continua esse trabalho nos seus santuários e em todas as Comunidades. “Maria do sim, ensina-me a dizer meu sim”.


O monstro da praia

Havia, certa vez, um pequeno povoado de pescadores, na beira de uma praia. De repente, ele começou a diminuir a passos largos.

Isso porque, todo final de tarde, um monstro aparecia no mar e fazia vítimas. O povo vivia em pânico. Aquele mostro oprimia e destruía o povoado, paralisando de medo a população.

Um dia, chegou um sábio àquele povoado e logo ficou sabendo das histórias do mostro que aparecia na praia e atacava a aldeia. O povo pediu ajuda ao sábio.

Este convocou todos os habitantes para se juntarem na beira da praia, no final da tarde, pela hora em que o monstro costumava aparecer. Todo o povo se juntou na beira da praia, à volta do sábio. Ele falou:

“Eu sou meio cego. Já não enxergo as coisas direito. Por isso, quero que vocês falem, que vão dizendo como é o monstro quando ele aparecer.”

Todo o povo ficou em silêncio, na expectativa. De repente, alguém gritou: “É ele. Está aparecendo!” Imediatamente o povo se atropelou, correndo, fugindo, gritando de medo.

Mas o sábio logo gritou, interrompendo a correria: “Não. Ninguém foge. Continuem todos aqui. Continuem olhando o mostro e falando o que vai acontecendo com ele”.

E o povo, morrendo de medo, segurou a vontade de fugir e começou a relatar a evolução do monstro: “Aí vem ele. Está aumentando. Vem caminhando na direção da praia. Está ficando cada vez maior...”

Alguns não aguentavam o medo e saíam correndo. Mas o sábio logo interrompia a correria, pedindo que continuassem olhando o monstro e relatando o que estava acontecendo.

“Está... está diminuindo... está desaparecendo... desapareceu!”

Esse monstro é o conjunto dos inimigos de Cristo e dos cristãos. Se não nos unirmos, ou tivermos medo, ele ficará cada vez maior e nos devorará. Mas, se nos unirmos e formos corajosos na fé, ele desaparecerá. Às vezes, pequenos obstáculos da vida podem nos parecer monstros terríveis. Nessas horas, se tivermos medo e não nos unirmos, eles nos devorarão na certa.

“O Dragão começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o Menino... A terra, porém, veio em socorro da mulher” (Ap 12,13-16). Maria Santíssima não teve medo do monstro destruidor.


As colunas de alabastro

O Templo de Jerusalém, na sua primeira construção, feita pelo rei Salomão, tinha colunas de alabastro. Alabastro é uma rocha pouco dura e muito branca, translúcida, finamente granulada. Uma beleza singular.

Que sejamos como aquelas colunas, sustentando a nossa família e a Comunidade cristã. Conseguimos isso, sendo fortes na fé, alegres na esperança, solícitos no amor e transparentes na verdade.

“Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus” (1Pd 2,5).

Maria Santíssima é, entre os santos, como uma coluna de alabastro. Ela nunca deu ouvido a falsos profetas, pois conhecia profundamente as Sagradas Escrituras e as seguia. Mãe de Jesus e nossa, rogai por nós!


Santa Isabel e o andarilho

Santa Isabel da Hungria nasceu em 1207. Seu pai era o rei da Hungria e chamava-se André II.

Naquele tempo, havia o costume de reis consolidarem acordos através de casamento de filhos. Foi o que aconteceu com Isabel. Ela casou-se com Luís Hesse, duque da Turíngia.

Isabel tinha apenas catorze anos quando se casou. Foi morar junto com a família do esposo.

Poucos dias depois do casamento, a família de Luís já começou a entrar em atritos com Isabel, especialmente a sogra. O motivo principal era o interesse que Isabel tinha pelos pobres e doentes. A sogra achava que ela estava se excedendo na ajuda aos necessitados, podendo acabar com os bens da família.

Em uma ocasião, fazia muito frio, e Isabel acolheu no castelo um mendigo. Quando o esposo chegou do serviço, sua mãe lhe disse: “Sabe do absurdo que Isabel fez hoje? Colocou um mendigo, todo sujo e mal cheiroso, ali no quarto da nossa casa”.

Luís foi ao quarto verificar e, para surpresa sua, ao levantar o cobertor, havia apenas um grande crucifixo deitado na cama.

Certamente a própria Isabel armou essa “pegadinha” para dar uma lição na família, pois quem acolhe um pobre está acolhendo Jesus. E, naquele mendigo, Jesus estava crucificado.

Maria Santíssima tem um coração que é todo “sim” para Deus, e todo “sim” para nós, seus filhos e filhas. Que ela nos ajude a amar mais os pobres e necessitados.


A procura frustrada de Jesus

Certa vez, diversos doutores ficaram sabendo que Jesus estava em uma região rural, e foram procurá-lo. Eles subiram um morro até em cima, desceram até o riacho, andaram por toda parte, e não viram Jesus.

Havia um grupo de crianças reunidas, mas eles passaram ao lado.

Dirigiram-se a um pequeno bosque e o vasculharam, pensando que Jesus estivesse ali, mas não estava.

Acabaram desistindo e foram embora, sem encontrar Jesus. Jesus estava sentado no meio daquele grupo de crianças, conversando e brincando com elas, e os doutores não o viram!

O que adianta ser doutor, se não aprende que Deus gosta da simplicidade, gosta das crianças?

“Eu te louvo, Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10,21).

“Deixai as crianças, e não as impeçais de vir a mim; porque a pessoas assim é que pertence o Reino dos Céus” (Mt 19,14).

A ciência, por si, aproxima-nos de Deus. Entretanto, desordenada pelo pecado, ela pode encher-nos de orgulho, considerando-nos superiores aos demais e, assim, nos afastando da simplicidade das crianças. E sabemos que “Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4,6).

“Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc 10,22). O conhecimento de Deus, mais do que fruto de estudos, é graça, é um dom do Espírito Santo.

“Jesus lhes perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo’. Respondendo, Jesus lhe disse: ‘Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,15-17). Nós pedimos a Deus Pai que nos revele também onde está Jesus.

As mães são nossos modelos na valorização e na formação das crianças. Mãe de Jesus e nossa, rogai por.


Gesto de amor que fez o mundo sorrir

Certa vez, há muitos anos, um homem estava trabalhando na roça e ouviu gritos, pedindo socorro, vindos de um pântano. Foi ver, era um rapaz que tentou atravessar um atoleiro muito profundo, e ficou enterrado até a cintura no brejo. Ele tentava sair, mas, quanto mais se mexia, mais afundava. O homem o retirou e o salvou.

No dia seguinte, apareceu na sua porta uma carruagem muito bonita, e dela saiu um nobre senhor, que disse ser o pai do rapaz. “Quero recompensá-lo”, disse ele, “por ter salvado a vida do meu filho”. O agricultor respondeu: “Não, não posso aceitar dinheiro pelo que fiz”.

Neste momento, apareceu na porta um rapaz. O nobre perguntou: “É seu filho?” “Sim”, respondeu o agricultor. O nobre disse: “Deixe-me proporcionar a este seu filho o mesmo nível de estudos que proporcionarei ao meu. Se seu filho se sair bem, não tenho dúvida que nós dois seremos felizes”.

O homem aceitou. Seu filho frequentou as melhores escolas e formou-se em medicina. Tornou-se um médico brilhante e ficou mundialmente conhecido por ter descoberto a penicilina. O fato aconteceu em 1920, na Escócia. O nome do agricultor é Sr. Fleming, e do seu filho Dr. Alexandre Fleming.

Anos mais tarde, o rapaz que havia sido retirado do pantanal adoeceu com uma pneumonia. Desta vez o que salvou a sua vida foi a penicilina. Portanto, o filho do senhor nobre foi salvo duas vezes pela família Fleming.

“Não vos iludais, de Deus não se zomba; o que alguém tiver semeado, é isso que colherá” (Gl 6,7).

Se obedecermos aos mandamentos, como fez o Sr. Fleming, socorrendo quem pedia ajuda, certamente Deus nos abençoará e a sua bênção se estenderá a outras pessoas.

Maria Santíssima tem sido, através de seus santuários, uma grande porta de entrada para o Reino de Deus e para a vivência do amor. Junto dela, aprendemos o jeito de amar a Jesus, o jeito de amar a Igreja e o jeito de amar o próximo. Santa Maria, rogai por nós.


A dança da Congada

Certa vez, uma congada fez a sua apresentação de músicas e danças numa igreja. No final, todos se retiraram de fasto. Alguém perguntou depois por que fizeram aquilo e eles responderam: Como vamos virar as costas para Jesus, o Rei dos reis? Referiam-se a Jesus presente no Sacrário.

A congada é uma dança popular brasileira que foi criada pelos escravos vindos do Congo. E lá, as pessoas da corte não viravam as costas para o rei, mas saiam de sua presença de fasto. É um sinal de respeito e submissão.

Nós precisamos respeitar mais a nossa igreja, pois é a casa de Deus, a casa do nosso Rei Jesus.

Maria Santíssima, na Ladainha, é chamada de Casa de Ouro, porque o seu seio abrigou o Rei do universo, que é representado pelo ouro, o rei dos metais. Que ela nos ajude a zelar pela nossa igreja ou capela.


A moeda falsa

Havia, certa vez, um camelô que armava sua barraca na velha praça, e vendia bugigangas. Ele não fazia propaganda de seu negócio, e até parecia que não “regulava bem”.

Algumas pessoas lhe pagavam com moedas falsas. Outras simplesmente não pagavam, garantindo que já o tinham feito. Ele aceitava suas palavras. A todos acolhia com a mesma bondade e o mesmo sorriso.

Ao aproximar-se a hora da morte, ele pediu a Deus: “Ao longo da vida, aceitei muitas moedas falsas. Mas a nenhuma das pessoas eu julguei no meu coração. Simplesmente supunha que não sabiam o que faziam. Por favor, agora é a minha vez. Também sou uma moeda falsa e espero ser aceito pelo Senhor”.

No Julgamento, ele ouviu de Jesus: “Como é possível julgar alguém que nunca julgou os outros?” E o camelô passou a brilhar como diamante em meio aos bem-aventurados. Agora é moeda verdadeira, cunhada pelo próprio Deus, e para toda a eternidade.

“A medida que usardes para os outros, servirá também para vós, e vos será acrescentado ainda mais” (Mc 4,24). “Não julgueis e não sereis julgados” (Lc 6,37). Somos nós que escolhemos a sentença que nos será dada no Juízo.

Mãe do belo amor, rogai por nós. Que dirijamos os nossos atos pelo amor, que é generoso e sem fronteiras.


O rei avarento

Midas foi rei da Frigia, no Séc. VIII antes de Cristo. Era muito avarento, por isso existe uma lenda mitológica a respeito dele.

O ouro era a moeda corrente. Midas pedia tanto ao deus Dionísio para ajuntar mais ouro, que esse deus lhe deu um dom especial: Tudo o que tocar se transformará em ouro.

O rei gostou. Logo que recebeu o dom, a primeira coisa que se converteu em ouro foi a sua roupa. Ótimo, pensou. Depois, tocou no seu cetro real, que se tornou ouro maciço.

Mas Midas queria mais ouro. Tocou na parede do palácio. Na hora ela se converteu em ouro. Era uma parede todinha de ouro.

Mas aconteceu um problema. Quando ele foi tomar água, na hora em que pegou o copo, este virou ouro. Até aí tudo bem. Mas foi só ele tocar a água com os lábios, esta se tornou também em ouro e ele não pode beber.

E mais: Na hora do almoço, foi só ele sentar-se à mesa, esta virou ouro com cadeira e tudo. Quando ele tocou nos talheres, estes viraram ouro. Na hora em que ele pôs a comida na boca, esta se converteu em ouro e ele não pôde comer.

Resultado: Midas morreu de fome e sede, cercado de ouro por todos os lados. Até o caixão tornou-se ouro. Mas o que adiantou?

Essa lenda, no seu sentido simbólico, é real. A ganância leva à morte. “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Quanta gente é igual ao rei Midas!

Maria Santíssima era apegada a uma única riqueza. Aquela que o anjo destacou ao cumprimentá-la: “Ave, cheia de graça”. Que Maria nos ajude a servir sempre a Deus e nunca ao dinheiro.


A vanglória pode matar

Certa vez, dois gansos, ao iniciar sua migração anual de outono, encontraram uma rã e esta pediu-lhes que a levassem com eles para o sul. Os gansos, desejando atender a vontade da rã, pediram que ela arrumasse uma forma de ser conduzida.

A rã apresentou um talo comprido de arbusto e os dois gansos o tomaram, cada um em uma ponta, enquanto a rã o agarrava no centro com sua boca. Dessa forma, os três seguiram viagem com sucesso, em direção ao sul.

Alguns homens que se encontravam trabalhando em terra, notaram o curioso fato e, com admiração, comentaram em voz bem alta: “Quem teria imaginado ato tão inteligente?”

A rã, cheia de vanglória, abriu a boca para dizer que havia sido ela. Mas, logo que soltou o talo, caiu e se fez em pedaços, ao bater violentamente em uma pedra.

Esta rã não foi humilde, por isso fracassou na vida.

Depois de Jesus, quem melhor soube viver neste mundo foi Maria Santíssima. Para fazer o bem, ela se misturou em todos os ambientes humanos, mas sem pecar nem se deixar contagiar pela vanglória. Santa Maria, ajudai-nos a conquistar nosso ideal, mas com humildade.


Oportunidades perdidas

Certa vez, na antiguidade, um rapaz estava viajando, a pé. Ele era de muito bela aparência. Devido ao calor, resolveu deitar-se à sombra de uma árvore, e logo dormiu.

Aconteceu que passou por ali um rei em sua carruagem e, ao vê-lo, simpatizou-se com o moço. Como não tinha filhos, decidiu adotá-lo como seu filho, e o herdeiro de toda a sua riqueza.

Parou a carruagem e foi até o jovem. Entretanto, vendo que ele dormia em pesado sono, não quis acordá-lo e foi embora.

Pouco depois, passou uma linda princesa. Ao ver o jovem, achou-o muito bonito e pensou em levá-lo para o palácio a fim de, no futuro, casar-se com ele. Chegou bem pertinho do moço e esperou um pouco. Como ele não acordava, foi embora.

Mais tarde, passou por ali um empresário. Gostou da estatura do rapaz e quis contratá-lo para a sua empresa. Chegou perto, olhou... mas também não quis acordá-lo e foi embora.

O rapaz nem ficou sabendo dessas oportunidades que perdeu, simplesmente porque estava dormindo.

Jesus, o enviado de Deus Pai, vem até nós convidar-nos para o banquete do seu Reino. Mas não marca horário. Que estejamos atentos, a fim de aproveitar a oportunidade de saborear dos mais deliciosos pratos. Pois, se estivermos dormindo, ele respeitará a nossa liberdade e não vai nos acordar.

“Felizes os servos que o Senhor encontrar acordados” (Lc 12,37).

“Existe um nome que consola a terra, e que desterra da tristeza o véu. Bem como aurora que, com luz brilhante, que fulgurante surge lá no céu. Ó nome bendito da Virgem Mãe, Maria, Maria, por nós rogai!” Maria Santíssima é uma convidada que embelezou o banquete do Reino de Deus.


Homem pede dom para sua sombra

Havia, certa vez, um homem que era bom, e muito humilde. Ele gostava de fazer o bem para as pessoas, mas não queria chamar a atenção para si.

Um dia, seu Anjo da Guarda lhe apareceu e disse: “Deus quer que você seja um instrumento dele, para distribuir o seu amor às pessoas. Ele mandou-me perguntar a você de que modo você quer distribuir as suas graças. Quer o dom de orador? O dom de escritor? Um dom artístico?...”

O homem pensou... e disse: “Eu tenho medo de, recebendo esses dons que você citou, o povo começar a atribuir a mim os benefícios e deixar Deus de lado. Tenho medo também de eu me envaidecer e pensar que sou o tal. Por isso, diga ao Senhor que eu gostaria que ele abençoasse a minha sombra. Porque, como a sombra fica atrás de mim, as pessoas que receberão as graças não verão o meu rosto, nem eu verei o rosto delas, nem saberei que benefícios receberam”.

E assim aconteceu. Quando aquele homem passava, a sua sombra, atrás dele, atraía as melhores bênçãos de Deus: Saúde, inteligência, paz, conversão dos pecadores, emprego, reconciliação... E ninguém ficou sabendo que esses benefícios vieram através da sombra daquele homem. E nem o homem ficou sabendo.

“Que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

Vamos também procurar fazer o bem, mas com humildade, atribuindo tudo a Deus.

Maria Santíssima era uma pessoa humilde. Nunca se promoveu. Pelo contrário, quando se referiu a si mesma, chamou-se de escrava, que era uma das profissões mais humildes. “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”.


As sete maravilhas do homem

Certa vez, numa sala de aula, a professora pediu que os alunos dissessem quais são as sete maravilhas do mundo. Eles falaram:

As pirâmides do Egito, a muralha da China, as cataratas do Niágara nos EE.UU., o canal do Panamá, o prédio Empyre State em Nova Iorque, a Basílica de S. Pedro em Roma e as cataratas de Foz do Iguaçu, no Brasil.

Uma aluna levantou a mão e falou: “Professora, eu posso dizer quais são as sete maravilhas da pessoa humana?” A professora permitiu e ela citou: “Ver, ouvir, sentir, tocar, rir, falar e amar”. Todos bateram palmas.

Deus caprichou ao criar a natureza, mas caprichou muito mais ao criar o ser humano, pois a natureza foi feita para o homem. Que nós também coloquemos a vida humana em primeiro lugar.

Maria Santíssima é chamada a Mãe da Vida, porque nos deu aquele que é o caminho, a verdade e a vida. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, promovendo a vida, especialmente a vida humana.


A seriema missionária

Havia, certa vez, um padre que tinha em seu quintal uma seriema. A casa paroquial ficava ao lado da igreja.

Esta seriema cantava cada vez que se tocava o sino da igreja, chamando o povo para a Missa. O interessante é que, em outros momentos, podiam tocar o sino à vontade que ela não cantava. Mas, tocou para a Missa, ela cantava junto. E cantava alto, como que querendo ajudar o sino a chamar o povo.

Deus criou o mundo em perfeita harmonia. Até os animais obedecem a Deus e “querem” que nós lhe obedeçamos. Que, devido à nossa desobediência, Jesus não tenha de dizer a nós o que disse a respeito de Jerusalém:

“Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas tu não quiseste!” (Lc 13,34).

A firmeza de Maria Santíssima, cujo coração foi transpassado pela espada de dor, seja para nós um exemplo e um incentivo. Santa Mãe das Dores, rogai por nós.


A semente que recusou cair no esterco

Certa vez, uma sementinha se recusou a cair numa terra molhada e cheia de esterco. Ela disse: “Eu não! Estou limpinha, bonitinha e vou cair no meio deste esterco mal cheiroso?”

A sua mãe, a flor, lhe disse: “Filha, tenha coragem. Eu também era uma sementinha como você, e olhe como sou bonita hoje. Isso porque tive coragem de ficar no meio da terra molhada e cheia de esterco”.

Os primeiros passos da nossa vocação são sempre difíceis e um pouco humilhantes. Mas depois vem o prêmio de Deus, por atendermos ao seu chamado. E Jesus disse: “Eu estarei convosco todos os dias”. Se ele, que é Deus, estará conosco, não precisamos de mais nada.

A confiança em Deus nos dá coragem para arriscar, e caminhar rumo ao invisível. Isso porque Alguém que nos ama está vendo tudo e nos amparando.

“Quem se humilha, será exaltado” (Lc 18,14).

Maria Santíssima foi além de seguir o caminho que Deus lhe pedia. Colocou-se nas mãos dele, como escrava, para fazer tudo o que ele quisesse. Que ela nos ajude a abraçar com amor a nossa vocação.


Ser como o girassol

Certa vez, um homem estava andando numa região muito vasta e desabitada. Em um raio de 100 Km em volta, não havia habitantes. E ele se perdeu. Não sabia em que direção estava o seu destino. O tempo abafado impedia-o de ver o sol, a fim de se orientar.

Felizmente, na região havia muitos girassóis, e sabemos que o girassol é uma flor heliocêntrica, ela se inclina na direção do sol. Assim, orientado pelos girassóis, aquele senhor chegou ao seu destino.

Nós queremos ser girassóis de Deus no mundo. Viver inclinados para Deus. Assim, as pessoas nos veem se orientarão para o Sol que nasce do alto.

Maria Santíssima foi, e continua sendo, a mulher totalmente voltada para Deus. Que ela não só nos indique o caminho do Sol que é seu Filho, mas nos ajude a seguir esse caminho.


A força do sorriso

Certa vez, um professor de um curso noturno deu aos alunos uma tarefa original. Que eles sorrissem para três pessoas e descrevessem as reações delas. Deviam trazer os relatos na próxima aula.

Uma jovem senhora, ao chegar em casa, sorriu para o marido. Como ele tomava um chá, ela sentou-se ao seu lado e tomou também.

No outro dia, ela teve de ir à cidade. Havia muitas pessoas no ponto de ônibus. De repente, todos se afastaram. Ela olhou, eram dois homens maltrapilhos que chegaram, com forte cheiro de quem não toma banho.

A mulher, em vez de se afastar, aproximou-se deles e sorriu. O que estava na frente sorriu também, com seus olhos azuis cheios de luz. Ela disse: “Bom dia!”

Percebeu que o outro tinha as mãos trêmulas e sofria problemas mentais. A jovem senhora sorriu para ele e viu lágrimas correrem em seus olhos.

Quando os dois filhos chegaram da escola, ela sorriu para eles e contou-lhes o que havia acontecido. Eles também sorriram para a mãe.

À noite, na aula, ela entregou o relato ao professor. Este leu na hora, sorriu e a parabenizou.

“Quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos” (Mc 10,43). Podemos servir as pessoas de muitas formas, a começar com um sorriso.

“Se quem dá um copo d’água ao irmão não fica sem recompensa no Céu, quem faz o irmão sorrir vale por cem copos d’água” (Papa Pio XII). “Só um sorriso vale mais que um grito, vale mais que tudo, e afaga toda a minha dor.”

Maria Santíssima nos trouxe a maior alegria do mundo, que é Deus encarnado. E Jesus, através da Ressurreição, venceu todas as tristezas, presentes, passadas e futuras. Nossa Senhora da Alegria, rogai por nós.


Testemunho até nas brincadeiras

Certa vez, um estudante universitário saiu para dar um passeio com o seu professor, a quem os alunos consideravam amigo. Todos admiravam a sua dedicação e sabedoria.

Enquanto caminhavam, viram, no caminho, um par de sapatos velhos, e calcularam pertencer a um homem que trabalhava no campo ao lado e que estava prestes a terminar o seu dia de serviço.

O aluno disse: “Vamos fazer-lhe uma brincadeira. Ocultemos seus sapatos e nos escondamos atrás de um arbusto, para ver a cara dele, quando não os encontrar”.

“Meu caro”, disse o professor, “nunca devemos divertir-nos às custas dos pobres. Tu és rico e podes dar uma alegria a este homem. Coloca uma moeda em cada sapato e depois nos escondemos para ver a sua reação quando os encontrar”.

O jovem fez isso, e ambos se esconderam no meio dos arbustos. O pobre homem terminou a sua tarefa diária e caminhou até os sapatos, a fim de voltar para casa.

Ao chegar, deslizou um dos sapatos no pé, mas sentiu algo dentro. Abaixou-se para ver o que era e encontrou a moeda. Pasmado, perguntou-se o que havia acontecido. Olhou a sua volta, para todos os lados, mas não viu ninguém. Guardou a moeda no bolso e foi calçar o outro sapato.

A surpresa foi ainda maior quando encontrou a outra moeda. Seus sentimentos esmagaram-no. Pôs-se de joelhos, levantou os olhos ao céu e, em voz alta, fez um agradecimento, falando de sua esposa doente e sem ajuda, e de seus filhos que não tinham pão. Agora, devido a uma mão desconhecida, sentirão alívio.

O estudante ficou profundamente emocionado. “Agora”, disse o professor, “não está mais satisfeito com esta brincadeira?” O jovem respondeu: “O senhor me ensinou uma lição que jamais hei de esquecer. Entendi algo que antes não entendia: É melhor dar que receber”.

Aquele rapaz certamente dava uma de santinho em casa, mas, no anonimato, queria ser malandro. Felizmente o professor não foi na conversa e inverteu. Fez com que ele fizesse o bem, também no anonimato. Como é importante termos bons educadores!

Vamos utilizar o estilo de brincadeira para exaltar as pessoas, não para rebaixá-las.

Maria Santíssima era uma pessoa transparente. Como se mostrava para o povo, assim era realmente. Mesmo não tendo pecado, ela era humilde e se reconhecia indigna dos favores de Deus. Que a Mãe do Céu nos ajude a sermos cada vez mais transparentes.


Mentira tem perna curta

Certa vez, na antiguidade, um filósofo da cidade de Creta, na Grécia, chamado Parmênides, saiu na rua principal da cidade, numa hora de bastante movimento, dizendo bem alto: “Todos os cretenses são mentirosos”.

Ninguém ligava para o que ele dizia, pois ele era cretense, portanto, também mentiroso. Parmênides não fez mais que “cortar o galho onde estava sentado”.

Ninguém dá valor às palavras de uma pessoa mentirosa, ou que não vive o que fala. A força de um discurso varia de acordo com o testemunho do orador.

“A verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Maria Santíssima é a Mãe da verdade, pois o seu Filho é a Verdade. Que ela nos ajude a nunca ser mentirosos.


O tempo propício

Certa vez, faltou chuva em uma região, e a colheita foi pobre. Entretanto, uma grande fazenda que tinha irrigação artificial teve uma colheita abundante. O administrador encheu os celeiros, depois disse para o dono da fazenda:

“A colheita ruim aumentou o preço dos cereais. Agora é o tempo propício para vender e ganhar muito dinheiro”.

Uma jovem ouviu a conversa e disse: “Eu penso nos pobres lavradores que não colheram nada e estão com as suas despensas vazias. Agora é tempo propício para dar”.

O amor é assim. Às vezes inverte o pensamento cego dos egoístas, que só pensam no lucro.

É próprio das mães perceber as necessidades dos filhos e colocar-se ao lado deles. Que nossa querida Mãe do Céu passe para nós um pouco dos seus dons. Mãe do amor, rogai por nós.


O viúvo e sua raposa

Havia, certa vez, um viúvo, cuja esposa tinha falecido a pouco tempo, e ele morava numa casa de roça, junto apenas com seu filhinho de alguns meses.

Ele tinha em casa uma raposa que era sua amiga. Desde pequenina, ele a trouxe para casa e era tratada como animal de estimação. Ela fazia até as vezes de um cachorro, ajudando a guardar a casa, nas saídas necessárias do seu dono.

Os vizinhos sempre o alertavam: “Cuidado! Raposa é um bicho selvagem. Um dia ela pode sentir fome e comer a criança”. Mas ele respondia que a raposa era sua amiga e jamais faria uma coisa dessas.

Um dia, quando ele voltou, a raposa veio feliz ao seu encontro, mas toda ensanguentada. O homem suou frio. Os vizinhos tinham razão, ela comeu o meu filhinho, pensou. Mais que depressa, com o machado que tinha na mão, matou a raposa.

Ao entrar em casa, qual não foi a sua surpresa: O filhinho estava no berço, dormindo e, ao lado, uma cobra morta!

Aquele senhor, cheio de tristeza, pegou o cadáver da querida raposa e o enterrou, junto com o machado que a matara. Em cima da cova, plantou uma árvore, que regava todos os dias.

O viúvo foi precipitado. Deixou levar-se pelo primeiro impulso. Quantas lágrimas a precipitação tem causado, tanto às pessoas precipitadas como às suas vítimas!

Os nossos conhecimentos são limitados, e podemos nos enganar. Daí a necessidade de nos apegarmos com Deus, que nunca se engana.

Maria Santíssima é nossa Mãe. Certamente, se aquele pai tivesse rezado na hora, não teria sido tão precipitado. Ó Maria, vossos filhos protegei.


O rei e o crocodilo

Certa vez, um gênio foi conversar com um rei e lhe disse: “Cada vez que vossa majestade disser para um objeto: “Torne-se ouro”, naquele instante ele se transformará em ouro puro da melhor qualidade”. O rei ficou vislumbrado e agradeceu ao gênio o grande dom.

Em seguida, voltou-se para um vaso de barro que estava sobre a mesa e ia dizer a frase, quando o gênio o interrompeu e disse: “Pare. Há um detalhe: Quando vossa majestade for dizer: “Torne-se ouro”, não pode estar se lembrando de crocodilo”.

Nunca o rei pôde dizer para nada: “Torne-se ouro”, pois cada vez que ia dizer, lembrava-se do crocodilo. Coisa que antes nunca havia passado pela sua cabeça.

O nosso cérebro tem duas funções bem distintas: a emissora e a receptora. O cérebro receptor recebe as imagens, sons e demais sinais, pelos cinco sentidos. O emissor tem a função contrária: Projeta imagens, sons e sinais recebidos e que ficaram armazenados na memória.

São como duas velas, as quais não ficam acesas ao mesmo tempo; se acendo uma, a outra se apaga. Portanto, se eu quero que o cérebro emissor pare de funcionar, é só por em funcionamento e receptor, isto é, olhar para um objeto ou paisagem, e fixá-la na memória, com seus contornos e cores.

A nossa fantasia (cérebro emissor) é chamada “a louca da casa”; mas podemos dominá-la, utilizando o cérebro receptor. Usando esse método, o rei podia perfeitamente esquecer o crocodilo.

Um detalhe importante: O cérebro emissor cansa e o receptor descansa.


Pais adotam assassino do filho

Certa vez, um rapaz, filho único, estava na praça da cidade. Ao ver uma briga, foi apartá-los e infelizmente levou uma facada e morreu. O assassino foi condenado a trinta anos de reclusão.

Na hora do julgamento, o pai da vítima, que estava presente, pediu a palavra e disse:

“Senhor Juiz, eu e minha esposa, que está aqui ao meu lado, tínhamos um filho só, o qual amávamos muito. Sua morte deixou em nossos corações uma grande lacuna. Nós gostaríamos de adotar alguém que preenchesse esse vazio e suavizasse a nossa dor. Resolvemos adotar como filho o próprio rapaz que acaba de ser condenado. Que ele possa morar em nossa casa. É o que pedimos”.

Todos os presentes, inclusive o juiz, ficaram emocionados ao ver tão nobre atitude. O juiz abriu uma exceção e acolheu o pedido. Assim, aqueles pais adotaram como filho o assassino do seu próprio filho!

Dá até para imaginar o que esses pais pensaram: “Esse rapaz fez isso em um momento de bobeira. No fundo, ele é bom. Quem sabe agora, morando conosco, ele se emende”.

Precisamos ser compreensivos com os criminosos. Para alguns, vamos dizer: “Sim, foi um crime premeditado. Mas olhe o passado dele. Ninguém lhe ensinou a amar”. A misericórdia caminha por aí. Ela não é ingênua, mas verdadeira.

A atitude daquele casal foi parecida com a de Jesus que, antes de morrer, disse, referindo-se aos seus assassinos: “Pai, perdoai-lhes. Eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc 23,34).

Vivendo no meio de uma sociedade pecadora, os três, Jesus e o casal, tiveram um amor universal. Não excluíram ninguém do seu amor, nem mesmo pessoas que lhes fizeram um grande mal. O nosso perdão deve ser sem limites.

Na vida pública de Jesus, quando ele era aclamado, Maria certamente estava ali por perto, mas não aparecia. Quando ele foi humilhado na cruz, ela estava em destaque, de pé. Daí, concluímos que ela teve a mesma atitude do Filho, diante daqueles assassinos. Virgem Mãe das Dores, rogai por nós.


A morte de uma santa

Certa vez, uma senhora viúva estava já às portas da morte. Chamaram o padre e ela se confessou, recebeu a Unção dos Enfermos e a Eucaristia. Os filhos, noras, genros e netos estavam na casa.

Terminada a oração, ela disse, com o rosto brilhando de alegria: “Vamos cantar?” E ela mesma começou um canto religioso. Em seguida, os parentes cantaram outros cantos da Igreja, dos quais ela mais gostava.

Minutos após a saída do padre, ela faleceu, com um sorriso nos lábios. Todos choraram, mas ninguém ficou desesperado, pois assistiram a morte de uma santa.

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26).

A Unção dos Enfermos, unida à Confissão e à Eucaristia, transforma a pessoa. Jesus deixou mil recursos para vivermos e morrermos santamente. O que nos falta, muitas vezes, é utilizá-los.

Maria Santíssima se julgava indigna, a última mulher de Israel a ser escolhida para Mãe do Messias. “O Senhor olhou para a humildade da sua serva” (Lc 1,48). A humildade a levou a amar muito a Deus. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.


O balé mais bonito do mundo

Balé é uma forma teatral de dança, apresentada com música, e que conta uma história. A pessoa que cria o enredo e organiza as danças é chamada de coreógrafo. É ele que, cuidadosamente, ordena os passos de cada dançarino.

Quando os dançarinos seguem os passos prescritos, encontram o seu lugar no palco, fazendo o gesto certo no tempo certo.

Podemos comparar o palco da vida com uma apresentação de balé. Temos e tivemos muitos artistas nesse palco, dançando conforme o projeto do grande Coreógrafo, Jesus.

E no palco, temos uma artista muito especial, a mais bela, a mais pura: Maria Santíssima. Não é fácil seguir os passos do grande Coreógrafo, porque são passos que levam à cruz. Nestas horas, muitos abandonam o palco, outros dançam diferente, diminuindo o brilho do espetáculo.

Maria Santíssima foi a grande artista que trouxe mais brilho para a festa da Redenção. Seu papel continua, e ela está pronta para nos dar a mão. Afinal, todos somos chamados a entrar na dança, no balé de Cristo.


Deus protege os seus queridos

Conta-se que havia um mosteiro beneditino, cujos monges andavam muito relaxados. S. Bento ainda estava vivo e foi visitá-lo. Reuniu os monges e fez uma palestra severa.

Os religiosos quiseram vingar-se. Antes do almoço, um deles foi ao refeitório e colocou vinho misturado com veneno no lugar onde Bento ia sentar-se. Se ele tomasse um gole, morreria na hora.

Aquela Comunidade era tão relaxada que nem rezavam antes das refeições. Entretanto, Bento, antes de se sentar à mesa, pediu a bênção de Deus. Ao traçar o sinal da cruz sobre a mesa, o copo explodiu, derramando todo o vinho misturado com veneno.

Por isso que S. Bento é invocado como o protetor contra picadas de cobras e de outros animais venenosos.

“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura... se beberdes veneno mortal, não vos fará mal algum” (Mc 16,15-18).

Precisamos receber bem os enviados de Cristo.


A lição dos cultivadores de pêssegos

No pessegal, quando o pé está pequeno, o agricultor corta os galhos que sobram. Quando nascem os pêssegos, ele arranca os mais fracos. Quando as frutas crescem, ele coloca um saquinho em cada pêssego para que os insetos não depositem larvas que vão estragar a fruta.

Deus tem com cada um de nós um cuidado parecido. Também nós devemos proteger o nosso próximo, especialmente as crianças, com a mesma atenção.

Deus cuidou mais ainda de Maria Santíssima, cuja vocação era ser a Mãe do seu Filho. Coração sagrado e santo, sacrário vivo onde morou Jesus, ajudai-nos.


A cor dos olhos de Jesus

Havia, certa vez, uma jovem que se preocupava em saber de que cor eram os olhos de Jesus. Ela pensava: Eram azuis? Castanhos? Pretos? De que cor será que eram? Nas orações, ela se distraía e ficava longo tempo pensando nisso, e tentando descobrir.

Um dia, ela estava rezando, pedindo justamente essa graça, e de repente parece que cochilou e ouviu Jesus dizer: “Filha, meus olhos têm a cor dos olhos de cada irmão e irmã que você encontra”.

Dali para frente, ela desistiu de querer saber a cor dos olhos de Jesus, e começou a olhar nos olhos de cada pessoa que encontrava.

Olhar nos olhos de uma pessoa é olhá-la com amor, com o coração, como fazia Jesus.

O olhar de mãe é o mais bonito que existe na terra. “Quem poderá definir o encanto que há no espelho de teu olhar? Ó Mãe de Deus, eu te amo tanto, mas cada vez mais te quero amar.”


Amolar o seu machado

Havia, há muitos anos, dois rapazes, o João e o José, que eram lenhadores. Ganhavam por metro cúbico de lenha cortada. A ferramenta era o machado. Trabalho pesado, de sol a sol.

O João trabalhava sem parar. Apenas interrompia para comer a sua marmita, o que fazia rapidamente. Apesar disso, no fim do dia, o seu monte de lenha era menor que o do José, que parava de vez em quando, conversava, tomava café e descansava. O João ficava intrigado com isso.

Um dia, ele perguntou ao colega qual era o seu segredo. O José respondeu: “É muito simples: Durante aqueles minutos de pausa, eu aproveito e amolo o meu machado. Você sabe que uma ferramenta afiada corta melhor e com menos esforço”.

Também nós cristãos, que temos a grande missão de construir o Reino de Deus, precisamos aprimorar as nossas ferramentas, que são os nossos conhecimentos da doutrina cristã, a nossa linguagem, voz etc.

“Se o machado estiver embotado e não afiares seu gume, aumentará a fadiga. A sabedoria é que faz render o esforço” (Ecl 10,10). “Da sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações” (Ap 19,15).

No Magnificat, Maria Santíssima mostrou que conhecia bem as Escrituras, sendo, portanto, uma jovem preparada para a missão que recebeu. Mãe de Jesus e nossa, ajudai-nos a não perder tempo.


O cavalo de pau

Certa vez, um pai estava caminhando em uma estrada, com seu filhinho de sete anos, e começaram a subir uma montanha.

Logo, o menino se cansou e começou a chorar. O pai não podia carregá-lo porque estavam com as mãos cheias. E teve uma ideia: Cortou uma vara tipo cabo de vassoura, limpou-a bem e entregou ao filho dizendo: “Olhe aqui um cavalinho para você montar”.

O garotinho aceitou o brinquedo. Montou no “cavalinho” e, alegre, foi embora, subindo a montanha na frente do pai.

Existem estratégias para que o nosso trabalho missionário seja alegre e divertido.

Maria Santíssima, impulsionada pela caridade, subiu alegre e pressurosa as montanhas para ajudar a prima necessitada. Que ela nos ajude a fazer o mesmo.


O que você viu no caminho?

Certa vez, um pai chamou o seu filho moço e lhe disse: “Eu já estou velho, daqui a um tempo vou entregar-lhe todas as nossas propriedades”. O moço respondeu: “Pai, mas eu não tenho experiência, não sei como administrá-las!” O pai respondeu: “Vá procurar o sábio tal, que fica do outro lado da montanha, e peça a ele que lhe ensine a sabedoria”.

O rapaz foi. Quando fez o pedido ao sábio, este lhe perguntou: “O que você viu no caminho?” “Eu vi árvores”, respondeu o moço.

“Pode voltar”, disse o sábio. “Amanhã retorne aqui”. O moço voltou para casa meio decepcionado.

No dia seguinte, lá estava ele na frente do sábio. Este lhe fez a mesma pergunta: “O que você viu no caminho?” “Árvores”, respondeu ele novamente. O sábio disse a mesma coisa: “Pode voltar para casa e retorne amanhã”.

Em casa, o rapaz contou para o pai e este o encorajou e disse: “Amanhã, volte lá e diga mais coisas que você viu”.

No outro dia, o moço já foi olhando atentamente as coisas do caminho. Observou tanto que anoiteceu e ele teve de dormir na estrada. Quando chegou à casa do sábio, este lhe fez a mesma pergunta. O rapaz respondeu:

“Eu vi flores, rios, borboletas, passarinhos, animais... Fiquei com fome e comi frutas gostosas. Anoiteceu e dormi na beira da estrada...” Ficou duas horas explicando o que viu e ainda não havia falado tudo. O sábio lhe disse: “Agora sim, você adquiriu a sabedoria.

O discípulo de Jesus vive no mundo como aquele jovem fez na terceira viagem. Não olha as coisas superficialmente, mas as contempla, observando os detalhes e refletindo sobre eles, à luz da Palavra de Deus.

A partir daí, administra a sua vida e orienta as pessoas. O mundo coloca diante de nós inúmeras alternativas, e uma riqueza imensa de variedades. O Espírito Santo, com o dom do discernimento, nos ensina a separar o joio do trigo e ficar com o que é bom.

Maria Santíssima é a Sede da Sabedoria. Que ela nos ajude a conseguir do Espírito Santo esse precioso dom.


Escolher nossos mestres

Havia um senhor que todos os dias de manhã ia à padaria comprar pão. Um dia, um amigo, que pousou na sua casa, foi com ele. Quando pegaram o saquinho de pães, ele agradeceu cortesmente ao balconista. Mas este não respondeu, nem olhou para ele. Na volta, o amigo lhe disse:
- “Aquele balconista é mal educado, não?”
- “Todos os dias acontece isso que você viu”.
- “Nesse caso, por que você continua sendo delicado com ele?”
- “Por que eu não quero deixar que ele decida o meu modo de agir. Eu tenho esse costume de agradecer às pessoas, e não vou mudar porque alguém não corresponde. Se alguém é rude e mal educado comigo, eu não vou tratá-lo do mesmo modo”.

Não vamos pagar falta de educação com falta de educação, porque assim estaríamos assumindo como nossos mestres os indivíduos que menos merecem essa função.


Dois pesos, duas medidas

Um dia, um homem estava junto com a esposa e alguém lhe perguntou:
- “Você é católico praticante?”
- “Mais ou menos”.
- “Você é fiel à sua esposa?”
- “Sim, sou fiel”.

Como a esposa estava ao lado, ele deixou fora o “mais ou menos”. Deus também está ao nosso lado! O matrimônio é uma pálida imagem da nossa aliança com Deus, ambas baseadas no amor.

O amor é totalizante, e Deus é amor, aliás, o único amor que preenche o mundo.

Maria Santíssima amava a Deus com um amor pleno e indiviso. Por isso, ela se jogou de corpo e alma nas mãos dele. Maria do “Sim”, rogai por nós.


Chico Rei

No ano de 1740, um navio negreiro trouxe para o Brasil, para serem vendidos como escravos, nada menos que o rei e a rainha do Congo.

A rainha morreu durante a viagem, junto com dezenas de outros negros, devido às péssimas condições do navio. O rei, sr. Francisco, chegando aqui, conseguiu libertar o seu filho, pagando um alto preço em ouro, que trouxe escondido.

Mas ele mesmo continuou escravo, tornando-se um dos carroceiros de Ouro Preto, MG. Transportava excrementos das casas dos ricos.

Em 1747, em outra viagem do navio negreiro, toda a corte do Congo foi trazida e vendida, a maioria para Ouro Preto. E ali, igualados pelos maus tratos, o rei e seus súditos se encontraram. Por respeito, eles continuaram chamando o sr. Francisco de Chico Rei.

Recuperaram até uma parte das festas que faziam no Congo, em homenagem ao rei. Sr. Chico vestia os trajes de rei, cada membro da corte se vestia com a roupa própria, depois cantavam e dançavam, usando instrumentos musicais próprios.

A festa ficou conhecida em Ouro Preto como Congada, festa do Congo, ou Reisado, festa em homenagem ao rei. E ela espalhou-se pelos escravos do Brasil.

A Congada é um testemunho da igualdade entre as pessoas. Hoje, ela é também um protesto contra o capitalismo que, no Brasil, vai sempre mudando de cara e de tática, mas nunca de coração. Continuam oprimindo e escravizando cruelmente os pobres, produzindo uma enorme distância social entre ricos e pobres.

Que a Congada, a celebração da igualdade, aconteça não só na festa de S. Benedito, mas o ano inteiro.

Maria Santíssima era rica. Rica do maior bem que existe: A graça de Deus: “Alegra-te, cheia de graça” (Lc 1,28). Que ela nos ajude a fazer o melhor negócio do mundo: Renunciar os bens da terra por causa de Cristo e, assim, ganhar cem vezes mais na terra e, depois, o Céu.

“É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19,24).


O testemunho na viagem de trem

Certa vez, dois homens estavam viajando de trem, numa cabine para duas pessoas. Eles não se conheciam. Um era forte e o outro franzino.

Como a viagem era longa, eles conversavam. A certa altura, o mais franzino começou a falar mal da Igreja Católica. Criticava os padres, as irmãs, os leigos com participação mais ativa... Tudo.

O outro, que era um líder de Comunidade, irritou-se e disse: “Pare de falar mal da minha Igreja. Se não fosse ela, eu podia agarrar você agora, amordaçá-lo e amarrá-lo, tomar toda essa fortuna que você tem aí no bolso, e descer tranquilo na próxima estação, que ninguém ia descobrir”.

O franzino falou: “Eu não tenho dinheiro”. “Tem sim”, disse o outro. “Eu vi quando você foi ao banco e sacou o dinheiro. Só não faço isso por causa da minha fé. Por isso, quero que você a respeite”. O outro não teve outra saída senão pedir desculpas e mudar de assunto.

Ser discípulo de Jesus inclui não praticar crimes, como o assalto, e respeitar a vida do próximo, pois a vida futura é mais importante que esta. Mas precisamos usar os meios que temos para defender a santa Igreja, que tanto amamos.

O Profeta Simeão disse a Maria: “Uma espada de dor transpassará o teu coração”. Maria não procurou essa espada, mas também não fugiu dela. Subiu o Calvário para apoiar o Filho que sofria injustamente. Rainha dos profetas, rogai por nós.


O peixinho corajoso

Havia, certa vez, em um pequeno lago, um grande cardume. Por isso, faltava comida para os peixes. Viviam magros e famintos.

Um peixinho não se conformava com a situação e decidiu sair dali. Como havia uma pequena corrente de água que saía do lago, ele arriscou e entrou nela.

Para surpresa sua, chegou a um grande lago, onde havia comida à vontade, pois os peixes eram poucos. Que delícia! O peixinho estava exultante de alegria. Quanto espaço para nadar! Isso que é vida!

Mas logo se lembrou dos colegas e ficou com dó. Decidiu: Quando der uma chuva grande e aumentar a água dessa corrente, voltarei lá para convidar meus amigos.

Assim ele fez. Após uma chuva, com grande esforço e destreza, subiu pela corrente de água e voltou ao pequeno lago onde nascera e vivera. Foi logo contando para os colegas a sua descoberta.

Entretanto, teve uma surpresa: Ninguém acreditava, e alguns até o criticavam, dizendo que ele estava quebrando a tradição. Triste, voltou para o lago da fartura. Dias depois, alguns peixes mais jovens da sua turminha antiga apareceram. E começou um intercâmbio, que mudou a vida dos peixes dos dois lagos.

Ter fé é ter coragem. Não podemos ficar acomodados ou desanimados, como aquele homem da mão seca que estava marginalizado, em um cantinho da sinagoga (Cf Mc 3,1-5).

“Levanta-te e vem para o meio”, disse-lhe Jesus. Precisamos arriscar um pouco e enfrentar a correnteza. A vida é bela e cheia de oportunidades.

“Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida. Cuida de mim.”


A folha que morreu feliz

Havia, certa vez, uma folha de uma árvore que era linda, e adorava as outras folhas, suas amigas. Amava também o galho em que vivia. Enfim, amava toda a árvore.

Quando chegou a primavera, a árvore ficou toda florida. A folha já estava idosa, mas ficou realizada ao ver que a sua árvore estava bonita.

Acabou a primavera e veio a seca. Ela sabia que ia cair, pois seu pesinho já estava secando, e ela estava começando a murchar.

Um dia, sem perceber, veio um vento forte e a folha desprendeu-se do galho. Ao cair, virou-se para trás e viu, pela primeira vez, a árvore inteira. Achou-a linda, forte e firme. Compreendeu que fizera parte daquela árvore, e isso a deixava feliz.

Está aí um retrato da nossa vida. Somos chamados por Deus a viver plenamente a nossa passagem pela terra, aproveitando cada momento de vida.

“Agora, Senhor, podeis deixar o vosso servo ir em paz, porque meus olhos viram a vossa salvação” (Lc 2,29-30).


O melhor símbolo do amor

Certa vez, numa sala de aula, uma menina perguntou à professora: “O que é amor?”

A professora sentiu que, não só aquela criança, mas toda a classe merecia uma resposta à altura. Como já estava na hora de irem para casa, ela pediu que, no dia seguinte, cada aluno trouxesse o que mais desperta em si o sentimento de amor.

As crianças saíram muito interessadas. No outro dia, logo no início da aula, começaram a apresentar os objetos que trouxeram. Uma trouxe uma flor. Outra trouxe uma borboleta. Outra criança trouxe a aliança da mãe...

Terminada a apresentação, a professora notou que uma menina estava toda envergonhada, porque não havia trazido nada. Dirigiu-se à aluna e perguntou: “Meu bem, por que você não trouxe nada? Esqueceu?”

A garotinha, timidamente, respondeu: “Desculpe, professora, eu vi a flor, mas não quis apanhá-la. Vi a borboleta, leve e colorida, mas eu nunca teria coragem de segurar um animalzinho tão bonito. Vi também um ninho com filhotes de sabiá, mas nem mexi; se eu soubesse o que eles comem, até levaria alimento para eles”.

Emocionada, a professora, após reconhecer o esforço das outras crianças, disse: “Mas a N. fez a melhor escolha. Não trouxe objetos, mas passou para nós, em seu coraçãozinho, o perfume do amor”. E lhe deu a nota máxima.


Não há lugar para outro deus

Certa vez, uma catequista perguntou às crianças: “Quantos deuses existem?” Todas responderam: “Um”.

A catequista disse: “Por que um só?” Uma menina respondeu: “É porque, se houvesse outro, ele não teria onde ficar”.

Deus está em toda parte. Ele ocupa todos os espaços, físicos e não físicos, materiais e não materiais, deste mundo e de fora deste mundo.

Há muitos senhores no mundo. Mas diante de Deus eles são como palha. Na verdade, o único Senhor é Deus.

E Deus escolheu uma mulher para fazer parte mais íntima da sua Família. Maria Santíssima é Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa de Deus Espírito Santo. Rosa Mística, rogai por nós.


Tirar o plástico do pirulito

Certa vez, uma catequista resolveu dar uma festinha para as crianças. Preparou doces, sucos, pirulitos etc.

Na hora da festa, ela percebeu que um menininho estava meio triste. Chegou perto dele e perguntou: “Você não está gostando do pirulito?” Ele respondeu: “Não”. A catequista olhou na mãozinha dele e viu que o pirulito estava com o plástico! Ela logo retirou o plástico e ele, ao chupar, deu um belo sorriso.

A falta de fé torna a vida como chupar um pirulito sem tirar o plástico: Não tem gosto, porque não atinge a doçura do amor de Deus e da sua presença junto de nós. Mas, com fé, a vida é bela e gostosa, mesmo no meio dos maiores desafios.

Entusiasmados pela doçura deste pirulito, estaremos dispostos a abandonar tudo e a fazer os maiores sacrifícios.

Maria Santíssima colaborou e continua colaborando para que saboreemos a doçura da Boa Nova trazida por seu Filho. Nós queremos imitá-la, levando para frente o doce sabor da vida cristã.


A conversão de Santo Inácio

Santo Inácio de Loyola é o fundador dos religiosos Jesuítas. Ele era espanhol e viveu no Séc. XVI.

Como jovem, Inácio levou uma vida devassa, envolvido com bebidas, mulheres, jogo, boemia... Sua profissão era soldado.

Um dia, numa batalha, ele foi gravemente ferido. No hospital, a Irmã colocava ao lado de sua cama hagiografias, isto é, biografias de santos.

Ao ler as narrações dos gestos heroicos dos santos, Inácio pensou: Se eles e elas puderam, por que não eu? Em seguida, as Irmãs deram para ele ler um livro intitulado: A Lenda Dourada, que narra a vida de Jesus.

Este livro foi a gota d’água. Ao lê-lo, Inácio começou a comparar a sua vida fútil e vazia, com o grande ideal de Cristo, a serviço de Reino de Deus.

Assim, aos poucos, ele foi redescobrindo aquele Jesus que conhecera quando criança, no catecismo da primeira Comunhão.

Tomou a firme resolução de trocar de carreira: Em vez de defender reinos humanos, tornar-se soldado de Cristo, lutando pelo Reino de Deus.

Para conseguir dominar a atração que sentia por prazeres errados, fazia penitência. Durante o tratamento, os médicos tiveram de fazer nele uma cirurgia. Inácio pediu: Não quero anestesia. O pedido foi aceito, e ele resistiu às dores do bisturi.

Logo que recebeu alta, foi ao santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat e depositou sua espada aos pés da Virgem Maria. Depois, retirou-se para o meio do mato, num lugar solitário, e ali se entregou totalmente à oração, à leitura da Bíblia e à prática de penitências.

E o resultado está aí: A Família Jesuíta até hoje fazendo o bem pelo mundo afora.

Maria Santíssima é a Rainha dos profetas. Ela testemunhou corajosamente a verdade, com atitudes e com palavras corajosas, por exemplo, no hino Magnificat. Rainha dos profetas, e Santo Inácio, rogai por nós.


A árvore que absorvia tensões

Havia, certa vez, um senhor que todos os dias, quando voltava do trabalho, antes de entrar na sua casa, dirigia-se a uma árvore que havia na frente e tocava nela com as duas mãos, permanecendo assim alguns segundos. Depois entrava.

Um dia, ele veio com um amigo e, quase sem perceber, fez aquele gesto. Foi até a árvore, tocou nela com as duas mãos ficando um tempinho em silêncio, depois entraram na casa.

No dia seguinte, o amigo lhe perguntou por que havia feito aquilo. Ele explicou: “no serviço, eu fico nervoso, tenso e não quero passar para isso a minha esposa e meus filhos. Tocando na árvore, eu descarrego nela as minhas tensões”.

Na verdade, o que aquele homem fazia era uma autossugestão. Mas é válida. Nós não podemos descarregar nervosismo em quem não tem nada a ver com isso.

Entretanto, muito mais eficaz que tocar numa árvore é recorrer a Deus pela oração. E uma boa dica é pedir o auxílio de Maria Santíssima.


O calço da mesa

Havia, certa vez, uma família que não lia a Bíblia. Era uma família católica, todos amigos do padre, mas nenhum deles lia a Bíblia. O padre vivia preocupado com isso, procurando um jeito de levá-los a ler a Bíblia.

Um dia, ele teve uma ideia: Às dez horas da manhã, foi à casa deles. Logo que apertou a campainha, a dona da casa veio e o recebeu com muita alegria.

Fingindo estar apressado, ele disse: “Por favor, eu estou precisando de uma Bíblia. A senhora tem para me emprestar?” Ela: “Sim. É já que a trago para o senhor”.

Foi à estante de livros das crianças, mas a Bíblia não estava lá. O padre disse: “Deixe, eu procuro em outra casa”. Ela: “Não! Logo a encontro”. E foi abrindo gavetas...

Revirou a casa inteira. O padre atrás, dizendo: “Não se preocupe!” Até que ela achou. Estava na despensa, calçando uma mesa! Aquele livro velho e empoeirado, ninguém sabia mais o que era. Precisaram de um calço para a mesa, e lá se foi a Bíblia.

Imagine com que cara aquela senhora pegou a Bíblia, limpou-a bem e deu ao pároco.

Que em nossa casa, a Bíblia seja mais valorizada. Mas não basta colocá-la em lugar de honra, se não a lemos.

“Como a chuva que cai do céu e para lá não volta sem antes molhar a terra e fazê-la germinar..., assim é a Palavra que sai da minha boca” (Is 55,10-11).

"A Palavra de Deus é viva e eficaz. É mais penetrante que uma espada de dois gumes" (Hb 4,12).

Em Maria Santíssima, a semente da Palavra de Deus produziu cem por um. Foi sua prima Isabel que disse isso, quando a recebeu em casa: “Feliz de você que acreditou, porque tudo o que o Senhor lhe disse será cumprido” (Lc 1,45).


O gato que caiu na caixa d’água

Certa vez, numa cidade de tamanho médio, um bairro da periferia ficou sem água. Caiu um gato na caixa d’água e morreu. O povo não conseguia limpar a caixa, tinha de ser a Secretaria de Águas e Esgotos da prefeitura. Mas esta nunca vinha.

Uma mulher foi à prefeitura, junto com uma vizinha, as duas de cor negra, tentar falar com o secretário. Entretanto, além de não serem atendidas, foram humilhadas dentro da prefeitura. Chamaram-nas de enxeridas.

As mulheres voltaram e fizeram um abaixo-assinado. Conseguiram duas mil assinaturas. Levaram à prefeitura.

Desta vez, foram recebidas como rainhas. Levaram-nas para uma sala vip, onde havia poltronas de luxo. Trouxeram café. Em seguida, o próprio prefeito apareceu, junto com o secretário de águas e esgotos. No dia seguinte, os funcionários resolveram o problema.

O nosso amor a Cristo se volta para o amor ao povo, especialmente os que sofrem. Que descubramos a força da nossa união e a usemos.

As duas podiam cantar, depois: “Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos fincar nosso pé e fazer a nossa história”.

A mãe é que prepara e serve a comida, todos os dias, em casa. Maria Santíssima tem o mesmo cuidado junto a seus filhos e filhas que formam a Família de Deus. Santa Maria, ajudai-nos a, unidos, construir um mundo novo.


O preço de um convento

Santa Teresa D’Ávila foi uma Irmã religiosa espanhola, do Séc. XVI. Era uma mulher de fé e muito dinâmica. Construiu dezenas de conventos de freiras.

Um dia, ela estava começando a construção de um novo convento, chegou um homem e lhe disse: “Iii Irmã, pare com isso! O povo daqui não tem dinheiro. Ainda mais neste tempo de crise. A senhora não vai conseguir construir nunca esse convento”.

Madre Teresa respondeu: “Dez Pesetas, mais a graça de Deus, dão um convento”. Assim, ela conseguiu daquele homem dez Pesetas, que era a moeda espanhola da época. Logo o convento ficou pronto.

É de grão em grão que a galinha enche o papo. A colaboração humana, mesmo pequena, mais a graça de Deus, operam maravilhas e transformam o mundo.

Maria Santíssima estava junto com os Apóstolos rezando no Cenáculo, apoiando-os naquele momento inicial da Igreja. Com ela, os nossos empreendimentos se tornam mais leves.


O Senhor Palha

Havia, certa vez, na antiguidade, um homem que tinha o apelido de Sr. Palha. Isso, de tão magro que ele era. Se desse um vento forte, seria levado para longe, como uma palha. Ele não tinha mulher, filhos, casa, nada.

Um dia, o Sr. Palha estava andando numa estrada e viu um ratinho branco no chão. Como era filhote, com certeza ia morrer ali. Ele ficou com dó, pegou o animalzinho e foi levando na mão, sem saber o que fazer com ele.

Logo na frente, encontrou uma florista, acompanhada do seu filhinho. O menino viu o ratinho e se interessou por ele. Sr. Palha deu o ratinho para a criança. A mãe ficou tão agradecida que tirou o pano que cobria sua cesta e lhe deu uma rosa, a mais bonita.

Sr. palha continuou caminhando e, na frente, viu um rapaz sentado em um toco, com a cabeça entre as mãos, com ar de muito preocupado. Sr. Palha perguntou qual o problema.

Ele disse: “Hoje quero pedir minha namorada em casamento e não tenho nada para lhe dar”. “Se esta flor servir, pode ficar com ela”, disse o Sr. Palha. O moço ficou muito agradecido e deu a ele três laranjas que trazia consigo.

Sr. Palha continuou caminhando, com aquelas suculentas laranjas. Na frente, encontrou-se com um mascate. Estava cansado de carregar a sua pesada mala, e com muita sede. Sr. Palha lhe deu as três laranjas. Ele ficou tão grato que abriu a sua mala e lhe deu uma bela peça de seda.

Sr. Palha continuou caminhando, sem saber o que fazer com a seda. Não andou muito e viu uma linda carruagem que vinha ao seu encontro. Trazia uma princesa.

Ela, que estava com o olhar sombrio, foi só ver a seda nas mãos do Sr. Palha, seus olhos brilharam e deu um sorriso. Sr. Palha disse: “Eu teria o maior prazer se vossa alteza aceitasse esse pano de presente”.

“O senhor é muito generoso”, respondeu a princesa. “Aceito o presente. Eu estou precisando de um secretário e procuro um homem como o senhor. Quer vir morar no palácio?”

Sr. Palha foi e, em poucos dias, deixou de ser palha, porque engordou, comendo do bom e do melhor. (Lenda japonesa)

Nada melhor para o nosso próximo do que nos comportarmos como servos, a exemplo de Maria Santíssima. E quem faz o bem, sempre é recompensado por Deus, e é feliz.


O rei e seus dois filhos

Certa vez, um rei estava doente, para morrer. Como tinha dois filhos, fez um teste para saber a qual deles passaria a coroa.

Entregou a cada um sete moedas de prata e lhes disse: “Até hoje à noite, empreguem esse dinheiro no que quiserem, para o bem do reino”.

O mais novo correu a um agricultor que cultivava cana e lhe pediu que cortasse muita cana e transportasse para a frente do palácio. Ele pensou: A cana é a grande fonte de renda do reino.

O mais velho, quando viu aquela grande quantidade de cana sendo amontoada na frente do palácio, pegou suas sete moedas e, com elas, comprou um grande lampião, e mandou instalar bem alto, ao lado do portão. À noite, pensou ele, as pessoas podem não enxergar essa cana e cair, machucando-se.

O rei parabenizou a este último e lhe deu a coroa. Ao outro, nomeou ministro da agricultura.

A vida das pessoas está em primeiro lugar, acima das riquezas e da economia.

A mãe é a primeira pessoa da família a se preocupar com a vida. Quando ela cozinha, dá banho na criança, lava roupa, está diretamente servindo à vida. Que a Mãe de Jesus nos ajude a colocar a vida em primeiro lugar.


A pedra que cobria o poço

Certa vez, na antiguidade, havia um pai que tinha três filhos homens. Os moços eram pastores e andavam sempre desunidos. A maior dificuldade deles era encontrar água para seus rebanhos.

Como o pai estava velho, um dia os chamou e lhes disse: “Descobri, no vale tal, um enorme poço, cheio de água cristalina. É o maior tesouro que vocês poderão encontrar na terra”.

Eles foram, junto com o pai, ver o tal poço. Quando, no dia seguinte, chegaram ao local, todos sentiam muita sede. Mas o poço estava tampado com uma enorme pedra. Cada um dos moços tentou, sozinho, retirá-la, mas não deu conta.

Até que o pai lhes sugeriu: “Por que vocês não se unem? Juntos, poderão movê-la”. Os rapazes seguiram a sugestão, uniram-se e retiraram a pedra. Assim, descobriram, não só a água, mas a força da união.

Foi o pai que, com a ajuda de amigos, havia colocado a pedra sobre o poço, para dar a lição aos filhos.

Quando nos unimos, vencemos mais facilmente os obstáculos que a vida nos oferece. Que as pedras do nosso caminho sejam trampolim para o nosso crescimento na união.

“Oh! como é bom, como á agradável os irmãos viverem juntos e se amarem! É como óleo precioso sobre a cabeça, que escorre pela barba... É como orvalho do Hermon, descendo sobre os montes de Sião. Pois é lá que o Senhor dá a bênção e a vida para sempre” (Sl 133,1-3).

Maria Santíssima, em todas as sete dores que enfrentou, lutou unida, e nunca sozinha. Pedimos a ela que nos ajude a enfrentar unidos os desafios da vida.


Animais expõem suas destrezas

Certa vez, quatro bichos estavam conversando. Eram: um pássaro, um peixe, um coelho e um pato. A conversa era sobre as suas habilidades para se livrar de perigos, por exemplo, da possível aproximação de um caçador.

O pássaro disse: “Se um caçador aparecer, eu saio voando como um foguete, com toda a minha força e energia”.

O peixe falou: “Eu, se chegar um pescador, saio nadando com toda a minha destreza e velocidade”.

Já o coelho ponderou: “No meu caso, se surgir um caçador, perna pra quem tem. Corro como uma bala”.

Demonstrando certo ar de superioridade, o pato deu um passo à frente e declarou: “Se vier um caçador, eu não terei problema em me safar, pois, além de voar, sei nadar e correr. Porei qualquer dessas minhas habilidades em ação, usando a que for mais conveniente e adequada no momento”.

Tudo bem. Um dia, apareceu o caçador. O pássaro voou. O peixe nadou. O coelho correu. E o pato foi pego. Por quê? Ele não conseguiu decidir a tempo a melhor atitude: Voar, correr, ou nadar.

Deus deu aos cristãos muitos talentos. O que não podemos é ser indecisos, pois assim os agentes do mal nos vencem e dominam.

Não adianta termos muitos talentos, estudos e treinamento se, na hora de coloca-los em prática, não decidirmos com firmeza que atitude tomar.

“Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher que tinha dado à luz o menino. Mas a Mulher recebeu as duas asas da grande águia e voou para o deserto” (Ap 12,13-14).


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