HISTÓRIAS DE VIDA-SETEMBRO 13
Natal
o ano inteiro
Certa vez, em
um domingo do Advento, uma Comunidade rural estava celebrando o culto
dominical. Participava um senhor da cidade, que veio passar o fim de semana na
casa de um amigo.
Na hora da
partilha da Palavra, ele contou que na sua Comunidade estavam preparando cestas
básicas para dar às famílias carentes, no Natal. E sugeriu que fizessem o mesmo.
Uma senhora
disse a ele, com carinho: “Natal aqui é o ano inteiro. Assumimos o compromisso
de não deixar nenhuma família ficar sem alimento em casa”. O visitante ficou admirado.
De fato, quando
promovemos campanhas de Natal, é para despertar nas pessoas a solidariedade,
que deve haver o ano todo.
Maria
Santíssima foi solidária em todos os dias do ano. “Ó Mãe do Redentor, do Céu ó
porta, ao povo que caiu, socorre e exorta. Pois busca levantar-se, Virgem pura,
nascendo o Criador da criatura. Tem piedade de nós e ouve, suave, o anjo te saudando
com seu Ave”.
Deixai
as crianças virem a mim
Havia, certa
vez, uma criança de rua. Como muitas outras, ela não nasceu na rua. Foi a rua
que, aos poucos, acabou se tornando a sua casa, pois a casa que era dela ficou
perdida em sua memória.
Um dia, quando
seu tempo de vida ainda eras pouco, algo estranho aconteceu na sua casa... e
aquela criança fugiu assustada, tomando o caminho da rua.
Tornou-se como
um pássaro ferido na asa, que se acostuma a andar como as galinhas. Assim, a criança
se adaptou ao novo espaço, e na rua procurou se afirmar.
O tempo voou.
O endereço de casa se apagou, como se a vida inteira tivesse acontecido na rua.
Quebrou a cara, sofreu, mas criou hábitos de proteção, defesa, refúgio, segurança.
Houve tempo em
que a rua se tornou um lugar agradável. Mas crescia dentro dela a sensação de abandono,
sentimento de não estar em
casa. A criança não cabia mais no espaço da rua, e a rua não
preenchia o espaço daquela criança.
Um dia, alguém
abordou essa criança na rua e lhe perguntou: “Você gostaria de voltar para
casa?” “Mas eu não sei onde é minha casa!” respondeu ela. A pessoa disse: “A gente
procura juntos”.
A criança não
se entusiasmou pela ideia, porque sentiu medo de perder o pouco de espaço que
tinha para viver. A sua cabecinha povoava de fantasias. Mas a pessoa a agradou,
fez carinho... e ela concordou.
Um dia, a
pessoa chegou e disse: “Encontrei a sua casa!” A criança ficou assustada, com
medo de mudar completamente de vida. Mas concordou em dar alguns passos.
Tiveram de
atravessar um túnel escuro, úmido e perigoso. A criança quis voltar para trás,
mas a pessoa insistiu e entraram no túnel.
Foi difícil,
mas quando chegaram do outro lado, a paisagem era florida, os pássaros cantavam,
e surgiu na criança uma vaga recordação da sua primeira infância.
Depois de boa
caminhada, a pessoa disse: “É aqui”. Mas havia uma escada para subir. As perninhas
tremiam só de ver os degraus. Nessa hora, saíram de dentro da casa algumas pessoas
dizendo que eram sua mãe, seu pai e seus irmãos.
Todos a
abraçaram. Só ela ficou medrosa e confusa. Mas, com o passar dos dias, tudo foi
melhorando. Afinal, não havia motivo para ter medo. Tudo não passava de fantasias.
No mundo, há
milhares de “crianças” como esta, de 0 a 100 anos. Jesus quer que pensemos nelas e façamos
alguma coisa, pelo menos nas orações.
“Deixai as
crianças, e não as impeçais de virem a mim, porque a pessoas assim é que pertence
o Reino dos Céus” (Mt 19,14).
Maria
Santíssima foi na nossa frente. Nas bodas de Caná, na visita a Isabel, no apoio
ao Filho e à Igreja nascente... Logo que Jesus nasceu, ela o apresentou aos
pastores, aos reis magos, aos que estavam no Templo e a todos que podia. E continua
esse trabalho nos seus santuários e em todas as Comunidades. “Maria do sim,
ensina-me a dizer meu sim”.
O
monstro da praia
Havia, certa
vez, um pequeno povoado de pescadores, na beira de uma praia. De repente, ele
começou a diminuir a passos largos.
Isso porque, todo
final de tarde, um monstro aparecia no mar e fazia vítimas. O povo vivia em
pânico. Aquele mostro oprimia e destruía o povoado, paralisando de medo a população.
Um dia, chegou
um sábio àquele povoado e logo ficou sabendo das histórias do mostro que
aparecia na praia e atacava a aldeia. O povo pediu ajuda ao sábio.
Este convocou
todos os habitantes para se juntarem na beira da praia, no final da tarde, pela
hora em que o monstro costumava aparecer. Todo o povo se juntou na beira da
praia, à volta do sábio. Ele falou:
“Eu sou meio
cego. Já não enxergo as coisas direito. Por isso, quero que vocês falem, que
vão dizendo como é o monstro quando ele aparecer.”
Todo o povo ficou
em silêncio, na expectativa. De repente, alguém gritou: “É ele. Está aparecendo!”
Imediatamente o povo se atropelou, correndo, fugindo, gritando de medo.
Mas o sábio
logo gritou, interrompendo a correria: “Não. Ninguém foge. Continuem todos aqui.
Continuem olhando o mostro e falando o que vai acontecendo com ele”.
E o povo,
morrendo de medo, segurou a vontade de fugir e começou a relatar a evolução do
monstro: “Aí vem ele. Está aumentando. Vem caminhando na direção da praia. Está
ficando cada vez maior...”
Alguns não aguentavam
o medo e saíam correndo. Mas o sábio logo interrompia a correria, pedindo que
continuassem olhando o monstro e relatando o que estava acontecendo.
“Está... está
diminuindo... está desaparecendo... desapareceu!”
Esse monstro é
o conjunto dos inimigos de Cristo e dos cristãos. Se não nos unirmos, ou tivermos
medo, ele ficará cada vez maior e nos devorará. Mas, se nos unirmos e formos
corajosos na fé, ele desaparecerá. Às vezes, pequenos obstáculos da vida podem
nos parecer monstros terríveis. Nessas horas, se tivermos medo e não nos
unirmos, eles nos devorarão na certa.
“O Dragão
começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o Menino... A terra, porém,
veio em socorro da mulher” (Ap 12,13-16). Maria Santíssima não teve medo do
monstro destruidor.
As
colunas de alabastro
O Templo de
Jerusalém, na sua primeira construção, feita pelo rei Salomão, tinha colunas de
alabastro. Alabastro é uma rocha pouco dura e muito branca, translúcida, finamente
granulada. Uma beleza singular.
Que sejamos
como aquelas colunas, sustentando a nossa família e a Comunidade cristã. Conseguimos
isso, sendo fortes na fé, alegres na esperança, solícitos no amor e transparentes
na verdade.
“Vós, como
pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus” (1Pd 2,5).
Maria
Santíssima é, entre os santos, como uma coluna de alabastro. Ela nunca deu ouvido
a falsos profetas, pois conhecia profundamente as Sagradas Escrituras e as
seguia. Mãe de Jesus e nossa, rogai por nós!
Santa
Isabel e o andarilho
Santa Isabel
da Hungria nasceu em 1207. Seu pai era o rei da Hungria e chamava-se André II.
Naquele tempo,
havia o costume de reis consolidarem acordos através de casamento de filhos.
Foi o que aconteceu com Isabel. Ela casou-se com Luís Hesse, duque da Turíngia.
Isabel tinha
apenas catorze anos quando se casou. Foi morar junto com a família do esposo.
Poucos dias
depois do casamento, a família de Luís já começou a entrar em atritos com Isabel,
especialmente a sogra. O motivo principal era o interesse que Isabel tinha
pelos pobres e doentes. A sogra achava que ela estava se excedendo na ajuda aos
necessitados, podendo acabar com os bens da família.
Em uma ocasião,
fazia muito frio, e Isabel acolheu no castelo um mendigo. Quando o esposo
chegou do serviço, sua mãe lhe disse: “Sabe do absurdo que Isabel fez hoje? Colocou
um mendigo, todo sujo e mal cheiroso, ali no quarto da nossa casa”.
Luís foi ao
quarto verificar e, para surpresa sua, ao levantar o cobertor, havia apenas um
grande crucifixo deitado na cama.
Certamente a
própria Isabel armou essa “pegadinha” para dar uma lição na família, pois quem
acolhe um pobre está acolhendo Jesus. E, naquele mendigo, Jesus estava crucificado.
Maria
Santíssima tem um coração que é todo “sim” para Deus, e todo “sim” para nós,
seus filhos e filhas. Que ela nos ajude a amar mais os pobres e necessitados.
A
procura frustrada de Jesus
Certa vez,
diversos doutores ficaram sabendo que Jesus estava em uma região rural, e foram
procurá-lo. Eles subiram um morro até em cima, desceram até o riacho, andaram por
toda parte, e não viram Jesus.
Havia um grupo
de crianças reunidas, mas eles passaram ao lado.
Dirigiram-se a
um pequeno bosque e o vasculharam, pensando que Jesus estivesse ali, mas não estava.
Acabaram
desistindo e foram embora, sem encontrar Jesus. Jesus estava sentado no meio
daquele grupo de crianças, conversando e brincando com elas, e os doutores não
o viram!
O que adianta
ser doutor, se não aprende que Deus gosta da simplicidade, gosta das crianças?
“Eu te louvo,
Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10,21).
“Deixai as
crianças, e não as impeçais de vir a mim; porque a pessoas assim é que pertence
o Reino dos Céus” (Mt 19,14).
A ciência, por
si, aproxima-nos de Deus. Entretanto, desordenada pelo pecado, ela pode encher-nos
de orgulho, considerando-nos superiores aos demais e, assim, nos afastando da
simplicidade das crianças. E sabemos que “Deus resiste aos soberbos, mas
concede a graça aos humildes” (Tg 4,6).
“Ninguém
conhece o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele
a quem o Filho o quiser revelar” (Lc 10,22). O conhecimento de Deus, mais do
que fruto de estudos, é graça, é um dom do Espírito Santo.
“Jesus lhes
perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o
Messias, o Filho do Deus vivo’. Respondendo, Jesus lhe disse: ‘Feliz és tu,
Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o
meu Pai que está no Céu” (Mt 16,15-17). Nós pedimos a Deus Pai que nos revele
também onde está Jesus.
As mães são
nossos modelos na valorização e na formação das crianças. Mãe de Jesus e nossa,
rogai por.
Gesto
de amor que fez o mundo sorrir
Certa vez, há
muitos anos, um homem estava trabalhando na roça e ouviu gritos, pedindo
socorro, vindos de um pântano. Foi ver, era um rapaz que tentou atravessar um
atoleiro muito profundo, e ficou enterrado até a cintura no brejo. Ele tentava
sair, mas, quanto mais se mexia, mais afundava. O homem o retirou e o salvou.
No dia
seguinte, apareceu na sua porta uma carruagem muito bonita, e dela saiu um nobre
senhor, que disse ser o pai do rapaz. “Quero recompensá-lo”, disse ele, “por
ter salvado a vida do meu filho”. O agricultor respondeu: “Não, não posso aceitar
dinheiro pelo que fiz”.
Neste momento,
apareceu na porta um rapaz. O nobre perguntou: “É seu filho?” “Sim”, respondeu
o agricultor. O nobre disse: “Deixe-me proporcionar a este seu filho o mesmo nível
de estudos que proporcionarei ao meu. Se seu filho se sair bem, não tenho
dúvida que nós dois seremos felizes”.
O homem
aceitou. Seu filho frequentou as melhores escolas e formou-se em medicina. Tornou-se
um médico brilhante e ficou mundialmente conhecido por ter descoberto a penicilina.
O fato aconteceu em 1920, na Escócia. O nome do agricultor é Sr. Fleming, e do
seu filho Dr. Alexandre Fleming.
Anos mais
tarde, o rapaz que havia sido retirado do pantanal adoeceu com uma pneumonia.
Desta vez o que salvou a sua vida foi a penicilina. Portanto, o filho do senhor
nobre foi salvo duas vezes pela família Fleming.
“Não vos
iludais, de Deus não se zomba; o que alguém tiver semeado, é isso que colherá”
(Gl 6,7).
Se obedecermos
aos mandamentos, como fez o Sr. Fleming, socorrendo quem pedia ajuda, certamente
Deus nos abençoará e a sua bênção se estenderá a outras pessoas.
Maria
Santíssima tem sido, através de seus santuários, uma grande porta de entrada para
o Reino de Deus e para a vivência do amor. Junto dela, aprendemos o jeito de
amar a Jesus, o jeito de amar a Igreja e o jeito de amar o próximo. Santa
Maria, rogai por nós.
A
dança da Congada
Certa vez, uma
congada fez a sua apresentação de músicas e danças numa igreja. No final, todos
se retiraram de fasto. Alguém perguntou depois por que fizeram aquilo e eles
responderam: Como vamos virar as costas para Jesus, o Rei dos reis? Referiam-se
a Jesus presente no Sacrário.
A congada é
uma dança popular brasileira que foi criada pelos escravos vindos do Congo. E
lá, as pessoas da corte não viravam as costas para o rei, mas saiam de sua presença
de fasto. É um sinal de respeito e submissão.
Nós precisamos
respeitar mais a nossa igreja, pois é a casa de Deus, a casa do nosso Rei Jesus.
Maria
Santíssima, na Ladainha, é chamada de Casa de Ouro, porque o seu seio abrigou o
Rei do universo, que é representado pelo ouro, o rei dos metais. Que ela nos
ajude a zelar pela nossa igreja ou capela.
A
moeda falsa
Havia, certa
vez, um camelô que armava sua barraca na velha praça, e vendia bugigangas. Ele
não fazia propaganda de seu negócio, e até parecia que não “regulava bem”.
Algumas
pessoas lhe pagavam com moedas falsas. Outras simplesmente não pagavam, garantindo
que já o tinham feito. Ele aceitava suas palavras. A todos acolhia com a mesma
bondade e o mesmo sorriso.
Ao
aproximar-se a hora da morte, ele pediu a Deus: “Ao longo da vida, aceitei muitas
moedas falsas. Mas a nenhuma das pessoas eu julguei no meu coração. Simplesmente
supunha que não sabiam o que faziam. Por favor, agora é a minha vez. Também sou
uma moeda falsa e espero ser aceito pelo Senhor”.
No Julgamento,
ele ouviu de Jesus: “Como é possível julgar alguém que nunca julgou os outros?”
E o camelô passou a brilhar como diamante em meio aos bem-aventurados. Agora é
moeda verdadeira, cunhada pelo próprio Deus, e para toda a eternidade.
“A medida que
usardes para os outros, servirá também para vós, e vos será acrescentado ainda
mais” (Mc 4,24). “Não julgueis e não sereis julgados” (Lc 6,37). Somos nós que
escolhemos a sentença que nos será dada no Juízo.
Mãe do belo
amor, rogai por nós. Que dirijamos os nossos atos pelo amor, que é generoso e
sem fronteiras.
O
rei avarento
Midas foi rei
da Frigia, no Séc. VIII antes de Cristo. Era muito avarento, por isso existe
uma lenda mitológica a respeito dele.
O ouro era a
moeda corrente. Midas pedia tanto ao deus Dionísio para ajuntar mais ouro, que
esse deus lhe deu um dom especial: Tudo o que tocar se transformará em ouro.
O rei gostou.
Logo que recebeu o dom, a primeira coisa que se converteu em ouro foi a sua
roupa. Ótimo, pensou. Depois, tocou no seu cetro real, que se tornou ouro maciço.
Mas Midas
queria mais ouro. Tocou na parede do palácio. Na hora ela se converteu em ouro.
Era uma parede todinha de ouro.
Mas aconteceu
um problema. Quando ele foi tomar água, na hora em que pegou o copo, este virou
ouro. Até aí tudo bem. Mas foi só ele tocar a água com os lábios, esta se tornou
também em ouro e ele não pode beber.
E mais: Na
hora do almoço, foi só ele sentar-se à mesa, esta virou ouro com cadeira e
tudo. Quando ele tocou nos talheres, estes viraram ouro. Na hora em que ele pôs
a comida na boca, esta se converteu em ouro e ele não pôde comer.
Resultado:
Midas morreu de fome e sede, cercado de ouro por todos os lados. Até o caixão
tornou-se ouro. Mas o que adiantou?
Essa lenda, no
seu sentido simbólico, é real. A ganância leva à morte. “Vós não podeis servir
a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Quanta gente é igual ao rei Midas!
Maria
Santíssima era apegada a uma única riqueza. Aquela que o anjo destacou ao cumprimentá-la:
“Ave, cheia de graça”. Que Maria nos ajude a servir sempre a Deus e nunca ao dinheiro.
A
vanglória pode matar
Certa vez,
dois gansos, ao iniciar sua migração anual de outono, encontraram uma rã e esta
pediu-lhes que a levassem com eles para o sul. Os gansos, desejando atender a
vontade da rã, pediram que ela arrumasse uma forma de ser conduzida.
A rã
apresentou um talo comprido de arbusto e os dois gansos o tomaram, cada um em
uma ponta, enquanto a rã o agarrava no centro com sua boca. Dessa forma, os
três seguiram viagem com sucesso, em direção ao sul.
Alguns homens
que se encontravam trabalhando em terra, notaram o curioso fato e, com admiração,
comentaram em voz bem alta: “Quem teria imaginado ato tão inteligente?”
A rã, cheia de
vanglória, abriu a boca para dizer que havia sido ela. Mas, logo que soltou o
talo, caiu e se fez em pedaços, ao bater violentamente em uma pedra.
Esta rã não
foi humilde, por isso fracassou na vida.
Depois de
Jesus, quem melhor soube viver neste mundo foi Maria Santíssima. Para fazer o
bem, ela se misturou em todos os ambientes humanos, mas sem pecar nem se deixar
contagiar pela vanglória. Santa Maria, ajudai-nos a conquistar nosso ideal, mas
com humildade.
Oportunidades
perdidas
Certa vez, na
antiguidade, um rapaz estava viajando, a pé. Ele era de muito bela aparência.
Devido ao calor, resolveu deitar-se à sombra de uma árvore, e logo dormiu.
Aconteceu que
passou por ali um rei em sua carruagem e, ao vê-lo, simpatizou-se com o moço.
Como não tinha filhos, decidiu adotá-lo como seu filho, e o herdeiro de toda a
sua riqueza.
Parou a
carruagem e foi até o jovem. Entretanto, vendo que ele dormia em pesado sono,
não quis acordá-lo e foi embora.
Pouco depois,
passou uma linda princesa. Ao ver o jovem, achou-o muito bonito e pensou em
levá-lo para o palácio a fim de, no futuro, casar-se com ele. Chegou bem
pertinho do moço e esperou um pouco. Como ele não acordava, foi embora.
Mais tarde,
passou por ali um empresário. Gostou da estatura do rapaz e quis contratá-lo
para a sua empresa. Chegou perto, olhou... mas também não quis acordá-lo e foi
embora.
O rapaz nem
ficou sabendo dessas oportunidades que perdeu, simplesmente porque estava dormindo.
Jesus, o
enviado de Deus Pai, vem até nós convidar-nos para o banquete do seu Reino. Mas
não marca horário. Que estejamos atentos, a fim de aproveitar a oportunidade de
saborear dos mais deliciosos pratos. Pois, se estivermos dormindo, ele
respeitará a nossa liberdade e não vai nos acordar.
“Felizes os
servos que o Senhor encontrar acordados” (Lc 12,37).
“Existe um
nome que consola a terra, e que desterra da tristeza o véu. Bem como aurora
que, com luz brilhante, que fulgurante surge lá no céu. Ó nome bendito da Virgem
Mãe, Maria, Maria, por nós rogai!” Maria Santíssima é uma convidada que embelezou
o banquete do Reino de Deus.
Homem
pede dom para sua sombra
Havia, certa
vez, um homem que era bom, e muito humilde. Ele gostava de fazer o bem para as
pessoas, mas não queria chamar a atenção para si.
Um dia, seu
Anjo da Guarda lhe apareceu e disse: “Deus quer que você seja um instrumento
dele, para distribuir o seu amor às pessoas. Ele mandou-me perguntar a você de
que modo você quer distribuir as suas graças. Quer o dom de orador? O dom de
escritor? Um dom artístico?...”
O homem
pensou... e disse: “Eu tenho medo de, recebendo esses dons que você citou, o
povo começar a atribuir a mim os benefícios e deixar Deus de lado. Tenho medo
também de eu me envaidecer e pensar que sou o tal. Por isso, diga ao Senhor que
eu gostaria que ele abençoasse a minha sombra. Porque, como a sombra fica atrás
de mim, as pessoas que receberão as graças não verão o meu rosto, nem eu verei
o rosto delas, nem saberei que benefícios receberam”.
E assim
aconteceu. Quando aquele homem passava, a sua sombra, atrás dele, atraía as melhores
bênçãos de Deus: Saúde, inteligência, paz, conversão dos pecadores, emprego,
reconciliação... E ninguém ficou sabendo que esses benefícios vieram através da
sombra daquele homem. E nem o homem ficou sabendo.
“Que ele
cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
Vamos também
procurar fazer o bem, mas com humildade, atribuindo tudo a Deus.
Maria
Santíssima era uma pessoa humilde. Nunca se promoveu. Pelo contrário, quando se
referiu a si mesma, chamou-se de escrava, que era uma das profissões mais humildes.
“Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”.
As
sete maravilhas do homem
Certa vez,
numa sala de aula, a professora pediu que os alunos dissessem quais são as sete
maravilhas do mundo. Eles falaram:
As pirâmides
do Egito, a muralha da China, as cataratas do Niágara nos EE.UU., o canal do
Panamá, o prédio Empyre State em
Nova Iorque , a Basílica de S. Pedro em Roma e as cataratas de
Foz do Iguaçu, no Brasil.
Uma aluna
levantou a mão e falou: “Professora, eu posso dizer quais são as sete maravilhas
da pessoa humana?” A professora permitiu e ela citou: “Ver, ouvir, sentir,
tocar, rir, falar e amar”. Todos bateram palmas.
Deus caprichou
ao criar a natureza, mas caprichou muito mais ao criar o ser humano, pois a
natureza foi feita para o homem. Que nós também coloquemos a vida humana em
primeiro lugar.
Maria
Santíssima é chamada a Mãe da Vida, porque nos deu aquele que é o caminho, a verdade
e a vida. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, promovendo a vida, especialmente
a vida humana.
A
seriema missionária
Havia, certa
vez, um padre que tinha em seu quintal uma seriema. A casa paroquial ficava ao
lado da igreja.
Esta seriema
cantava cada vez que se tocava o sino da igreja, chamando o povo para a Missa.
O interessante é que, em outros momentos, podiam tocar o sino à vontade que ela
não cantava. Mas, tocou para a Missa, ela cantava junto. E cantava alto, como
que querendo ajudar o sino a chamar o povo.
Deus criou o
mundo em perfeita harmonia. Até os animais obedecem a Deus e “querem” que nós
lhe obedeçamos. Que, devido à nossa desobediência, Jesus não tenha de dizer a
nós o que disse a respeito de Jerusalém:
“Jerusalém,
Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!
Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos
debaixo das asas, mas tu não quiseste!” (Lc 13,34).
A firmeza de
Maria Santíssima, cujo coração foi transpassado pela espada de dor, seja para
nós um exemplo e um incentivo. Santa Mãe das Dores, rogai por nós.
A
semente que recusou cair no esterco
Certa vez, uma
sementinha se recusou a cair numa terra molhada e cheia de esterco. Ela disse:
“Eu não! Estou limpinha, bonitinha e vou cair no meio deste esterco mal
cheiroso?”
A sua mãe, a
flor, lhe disse: “Filha, tenha coragem. Eu também era uma sementinha como você,
e olhe como sou bonita hoje. Isso porque tive coragem de ficar no meio da terra
molhada e cheia de esterco”.
Os primeiros
passos da nossa vocação são sempre difíceis e um pouco humilhantes. Mas depois
vem o prêmio de Deus, por atendermos ao seu chamado. E Jesus disse: “Eu estarei
convosco todos os dias”. Se ele, que é Deus, estará conosco, não precisamos de
mais nada.
A confiança em
Deus nos dá coragem para arriscar, e caminhar rumo ao invisível. Isso porque Alguém
que nos ama está vendo tudo e nos amparando.
“Quem se
humilha, será exaltado” (Lc 18,14).
Maria Santíssima
foi além de seguir o caminho que Deus lhe pedia. Colocou-se nas mãos dele, como
escrava, para fazer tudo o que ele quisesse. Que ela nos ajude a abraçar com
amor a nossa vocação.
Ser
como o girassol
Certa vez, um
homem estava andando numa região muito vasta e desabitada. Em um raio de 100 Km
em volta, não havia habitantes. E ele se perdeu. Não sabia em que direção estava
o seu destino. O tempo abafado impedia-o de ver o sol, a fim de se orientar.
Felizmente, na
região havia muitos girassóis, e sabemos que o girassol é uma flor heliocêntrica,
ela se inclina na direção do sol. Assim, orientado pelos girassóis, aquele senhor
chegou ao seu destino.
Nós queremos
ser girassóis de Deus no mundo. Viver inclinados para Deus. Assim, as pessoas
nos veem se orientarão para o Sol que nasce do alto.
Maria
Santíssima foi, e continua sendo, a mulher totalmente voltada para Deus. Que ela
não só nos indique o caminho do Sol que é seu Filho, mas nos ajude a seguir
esse caminho.
A
força do sorriso
Certa vez, um
professor de um curso noturno deu aos alunos uma tarefa original. Que eles
sorrissem para três pessoas e descrevessem as reações delas. Deviam trazer os
relatos na próxima aula.
Uma jovem
senhora, ao chegar em casa, sorriu para o marido. Como ele tomava um chá, ela
sentou-se ao seu lado e tomou também.
No outro dia,
ela teve de ir à cidade. Havia muitas pessoas no ponto de ônibus. De repente,
todos se afastaram. Ela olhou, eram dois homens maltrapilhos que chegaram, com
forte cheiro de quem não toma banho.
A mulher, em
vez de se afastar, aproximou-se deles e sorriu. O que estava na frente sorriu
também, com seus olhos azuis cheios de luz. Ela disse: “Bom dia!”
Percebeu que o
outro tinha as mãos trêmulas e sofria problemas mentais. A jovem senhora sorriu
para ele e viu lágrimas correrem em seus olhos.
Quando os dois
filhos chegaram da escola, ela sorriu para eles e contou-lhes o que havia acontecido.
Eles também sorriram para a mãe.
À noite, na
aula, ela entregou o relato ao professor. Este leu na hora, sorriu e a parabenizou.
“Quem quiser
ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de
todos” (Mc 10,43). Podemos servir as pessoas de muitas formas, a começar com um
sorriso.
“Se quem dá um
copo d’água ao irmão não fica sem recompensa no Céu, quem faz o irmão sorrir
vale por cem copos d’água” (Papa Pio XII). “Só um sorriso vale mais que um
grito, vale mais que tudo, e afaga toda a minha dor.”
Maria
Santíssima nos trouxe a maior alegria do mundo, que é Deus encarnado. E Jesus,
através da Ressurreição, venceu todas as tristezas, presentes, passadas e
futuras. Nossa Senhora da Alegria, rogai por nós.
Testemunho
até nas brincadeiras
Certa vez, um
estudante universitário saiu para dar um passeio com o seu professor, a quem os
alunos consideravam amigo. Todos admiravam a sua dedicação e sabedoria.
Enquanto
caminhavam, viram, no caminho, um par de sapatos velhos, e calcularam pertencer
a um homem que trabalhava no campo ao lado e que estava prestes a terminar o
seu dia de serviço.
O aluno disse:
“Vamos fazer-lhe uma brincadeira. Ocultemos seus sapatos e nos escondamos atrás
de um arbusto, para ver a cara dele, quando não os encontrar”.
“Meu caro”,
disse o professor, “nunca devemos divertir-nos às custas dos pobres. Tu és rico
e podes dar uma alegria a este homem. Coloca uma moeda em cada sapato e depois
nos escondemos para ver a sua reação quando os encontrar”.
O jovem fez
isso, e ambos se esconderam no meio dos arbustos. O pobre homem terminou a sua
tarefa diária e caminhou até os sapatos, a fim de voltar para casa.
Ao chegar,
deslizou um dos sapatos no pé, mas sentiu algo dentro. Abaixou-se para ver o
que era e encontrou a moeda. Pasmado, perguntou-se o que havia acontecido.
Olhou a sua volta, para todos os lados, mas não viu ninguém. Guardou a moeda no
bolso e foi calçar o outro sapato.
A surpresa foi
ainda maior quando encontrou a outra moeda. Seus sentimentos esmagaram-no.
Pôs-se de joelhos, levantou os olhos ao céu e, em voz alta, fez um agradecimento,
falando de sua esposa doente e sem ajuda, e de seus filhos que não tinham pão.
Agora, devido a uma mão desconhecida, sentirão alívio.
O estudante
ficou profundamente emocionado. “Agora”, disse o professor, “não está mais
satisfeito com esta brincadeira?” O jovem respondeu: “O senhor me ensinou uma
lição que jamais hei de esquecer. Entendi algo que antes não entendia: É melhor
dar que receber”.
Aquele rapaz
certamente dava uma de santinho em casa, mas, no anonimato, queria ser malandro.
Felizmente o professor não foi na conversa e inverteu. Fez com que ele fizesse
o bem, também no anonimato. Como é importante termos bons educadores!
Vamos utilizar
o estilo de brincadeira para exaltar as pessoas, não para rebaixá-las.
Maria
Santíssima era uma pessoa transparente. Como se mostrava para o povo, assim era
realmente. Mesmo não tendo pecado, ela era humilde e se reconhecia indigna dos
favores de Deus. Que a Mãe do Céu nos ajude a sermos cada vez mais transparentes.
Mentira
tem perna curta
Certa vez, na
antiguidade, um filósofo da cidade de Creta, na Grécia, chamado Parmênides,
saiu na rua principal da cidade, numa hora de bastante movimento, dizendo bem
alto: “Todos os cretenses são mentirosos”.
Ninguém ligava
para o que ele dizia, pois ele era cretense, portanto, também mentiroso. Parmênides
não fez mais que “cortar o galho onde estava sentado”.
Ninguém dá
valor às palavras de uma pessoa mentirosa, ou que não vive o que fala. A força
de um discurso varia de acordo com o testemunho do orador.
“A verdade vos
libertará” (Jo 8,32).
Maria
Santíssima é a Mãe da verdade, pois o seu Filho é a Verdade. Que ela nos ajude
a nunca ser mentirosos.
O
tempo propício
Certa vez,
faltou chuva em uma região, e a colheita foi pobre. Entretanto, uma grande fazenda
que tinha irrigação artificial teve uma colheita abundante. O administrador encheu
os celeiros, depois disse para o dono da fazenda:
“A colheita
ruim aumentou o preço dos cereais. Agora é o tempo propício para vender e ganhar
muito dinheiro”.
Uma jovem
ouviu a conversa e disse: “Eu penso nos pobres lavradores que não colheram nada
e estão com as suas despensas vazias. Agora é tempo propício para dar”.
O amor é assim.
Às vezes inverte o pensamento cego dos egoístas, que só pensam no lucro.
É próprio das
mães perceber as necessidades dos filhos e colocar-se ao lado deles. Que nossa
querida Mãe do Céu passe para nós um pouco dos seus dons. Mãe do amor, rogai
por nós.
O
viúvo e sua raposa
Havia, certa
vez, um viúvo, cuja esposa tinha falecido a pouco tempo, e ele morava numa casa
de roça, junto apenas com seu filhinho de alguns meses.
Ele tinha em
casa uma raposa que era sua amiga. Desde pequenina, ele a trouxe para casa e
era tratada como animal de estimação. Ela fazia até as vezes de um cachorro,
ajudando a guardar a casa, nas saídas necessárias do seu dono.
Os vizinhos
sempre o alertavam: “Cuidado! Raposa é um bicho selvagem. Um dia ela pode
sentir fome e comer a criança”. Mas ele respondia que a raposa era sua amiga e
jamais faria uma coisa dessas.
Um dia, quando
ele voltou, a raposa veio feliz ao seu encontro, mas toda ensanguentada. O
homem suou frio. Os vizinhos tinham razão, ela comeu o meu filhinho, pensou.
Mais que depressa, com o machado que tinha na mão, matou a raposa.
Ao entrar em
casa, qual não foi a sua surpresa: O filhinho estava no berço, dormindo e, ao lado,
uma cobra morta!
Aquele senhor,
cheio de tristeza, pegou o cadáver da querida raposa e o enterrou, junto com o
machado que a matara. Em cima da cova, plantou uma árvore, que regava todos os
dias.
O viúvo foi
precipitado. Deixou levar-se pelo primeiro impulso. Quantas lágrimas a precipitação
tem causado, tanto às pessoas precipitadas como às suas vítimas!
Os nossos
conhecimentos são limitados, e podemos nos enganar. Daí a necessidade de nos
apegarmos com Deus, que nunca se engana.
Maria
Santíssima é nossa Mãe. Certamente, se aquele pai tivesse rezado na hora, não
teria sido tão precipitado. Ó Maria, vossos filhos protegei.
O
rei e o crocodilo
Certa vez, um
gênio foi conversar com um rei e lhe disse: “Cada vez que vossa majestade
disser para um objeto: “Torne-se ouro”, naquele instante ele se transformará em
ouro puro da melhor qualidade”. O rei ficou vislumbrado e agradeceu ao gênio o
grande dom.
Em seguida,
voltou-se para um vaso de barro que estava sobre a mesa e ia dizer a frase,
quando o gênio o interrompeu e disse: “Pare. Há um detalhe: Quando vossa
majestade for dizer: “Torne-se ouro”, não pode estar se lembrando de
crocodilo”.
Nunca o rei
pôde dizer para nada: “Torne-se ouro”, pois cada vez que ia dizer, lembrava-se
do crocodilo. Coisa que antes nunca havia passado pela sua cabeça.
O nosso
cérebro tem duas funções bem distintas: a emissora e a receptora. O cérebro
receptor recebe as imagens, sons e demais sinais, pelos cinco sentidos. O
emissor tem a função contrária: Projeta imagens, sons e sinais recebidos e que
ficaram armazenados na memória.
São como duas
velas, as quais não ficam acesas ao mesmo tempo; se acendo uma, a outra se apaga.
Portanto, se eu quero que o cérebro emissor pare de funcionar, é só por em
funcionamento e receptor, isto é, olhar para um objeto ou paisagem, e fixá-la
na memória, com seus contornos e cores.
A nossa
fantasia (cérebro emissor) é chamada “a louca da casa”; mas podemos dominá-la,
utilizando o cérebro receptor. Usando esse método, o rei podia perfeitamente esquecer
o crocodilo.
Um detalhe
importante: O cérebro emissor cansa e o receptor descansa.
Pais
adotam assassino do filho
Certa vez, um
rapaz, filho único, estava na praça da cidade. Ao ver uma briga, foi apartá-los
e infelizmente levou uma facada e morreu. O assassino foi condenado a trinta
anos de reclusão.
Na hora do
julgamento, o pai da vítima, que estava presente, pediu a palavra e disse:
“Senhor Juiz,
eu e minha esposa, que está aqui ao meu lado, tínhamos um filho só, o qual
amávamos muito. Sua morte deixou em nossos corações uma grande lacuna. Nós
gostaríamos de adotar alguém que preenchesse esse vazio e suavizasse a nossa
dor. Resolvemos adotar como filho o próprio rapaz que acaba de ser condenado.
Que ele possa morar em nossa casa. É o que pedimos”.
Todos os
presentes, inclusive o juiz, ficaram emocionados ao ver tão nobre atitude. O juiz
abriu uma exceção e acolheu o pedido. Assim, aqueles pais adotaram como filho o
assassino do seu próprio filho!
Dá até para
imaginar o que esses pais pensaram: “Esse rapaz fez isso em um momento de bobeira.
No fundo, ele é bom. Quem sabe agora, morando conosco, ele se emende”.
Precisamos ser
compreensivos com os criminosos. Para alguns, vamos dizer: “Sim, foi um crime
premeditado. Mas olhe o passado dele. Ninguém lhe ensinou a amar”. A misericórdia
caminha por aí. Ela não é ingênua, mas verdadeira.
A atitude daquele
casal foi parecida com a de Jesus que, antes de morrer, disse, referindo-se aos
seus assassinos: “Pai, perdoai-lhes. Eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc
23,34).
Vivendo no
meio de uma sociedade pecadora, os três, Jesus e o casal, tiveram um amor universal.
Não excluíram ninguém do seu amor, nem mesmo pessoas que lhes fizeram um grande
mal. O nosso perdão deve ser sem limites.
Na vida
pública de Jesus, quando ele era aclamado, Maria certamente estava ali por perto,
mas não aparecia. Quando ele foi humilhado na cruz, ela estava em destaque, de
pé. Daí, concluímos que ela teve a mesma atitude do Filho, diante daqueles assassinos.
Virgem Mãe das Dores, rogai por nós.
A
morte de uma santa
Certa vez, uma
senhora viúva estava já às portas da morte. Chamaram o padre e ela se confessou,
recebeu a Unção dos Enfermos e a Eucaristia. Os filhos, noras, genros e netos estavam
na casa.
Terminada a
oração, ela disse, com o rosto brilhando de alegria: “Vamos cantar?” E ela
mesma começou um canto religioso. Em seguida, os parentes cantaram outros
cantos da Igreja, dos quais ela mais gostava.
Minutos após a
saída do padre, ela faleceu, com um sorriso nos lábios. Todos choraram, mas ninguém
ficou desesperado, pois assistiram a morte de uma santa.
“Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo
aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26).
A Unção dos
Enfermos, unida à Confissão e à Eucaristia, transforma a pessoa. Jesus deixou
mil recursos para vivermos e morrermos santamente. O que nos falta, muitas vezes,
é utilizá-los.
Maria
Santíssima se julgava indigna, a última mulher de Israel a ser escolhida para
Mãe do Messias. “O Senhor olhou para a humildade da sua serva” (Lc 1,48). A humildade
a levou a amar muito a Deus. Santa Mãe de Deus, rogai por nós.
O
balé mais bonito do mundo
Balé é uma
forma teatral de dança, apresentada com música, e que conta uma história. A
pessoa que cria o enredo e organiza as danças é chamada de coreógrafo. É ele
que, cuidadosamente, ordena os passos de cada dançarino.
Quando os
dançarinos seguem os passos prescritos, encontram o seu lugar no palco, fazendo
o gesto certo no tempo certo.
Podemos
comparar o palco da vida com uma apresentação de balé. Temos e tivemos muitos
artistas nesse palco, dançando conforme o projeto do grande Coreógrafo, Jesus.
E no palco,
temos uma artista muito especial, a mais bela, a mais pura: Maria Santíssima.
Não é fácil seguir os passos do grande Coreógrafo, porque são passos que levam
à cruz. Nestas horas, muitos abandonam o palco, outros dançam diferente,
diminuindo o brilho do espetáculo.
Maria Santíssima
foi a grande artista que trouxe mais brilho para a festa da Redenção. Seu papel
continua, e ela está pronta para nos dar a mão. Afinal, todos somos chamados a
entrar na dança, no balé de Cristo.
Deus
protege os seus queridos
Conta-se que
havia um mosteiro beneditino, cujos monges andavam muito relaxados. S. Bento
ainda estava vivo e foi visitá-lo. Reuniu os monges e fez uma palestra severa.
Os religiosos
quiseram vingar-se. Antes do almoço, um deles foi ao refeitório e colocou vinho
misturado com veneno no lugar onde Bento ia sentar-se. Se ele tomasse um gole,
morreria na hora.
Aquela
Comunidade era tão relaxada que nem rezavam antes das refeições. Entretanto, Bento,
antes de se sentar à mesa, pediu a bênção de Deus. Ao traçar o sinal da cruz sobre
a mesa, o copo explodiu, derramando todo o vinho misturado com veneno.
Por isso que S.
Bento é invocado como o protetor contra picadas de cobras e de outros animais
venenosos.
“Ide pelo
mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura... se beberdes veneno mortal,
não vos fará mal algum” (Mc 16,15-18).
Precisamos
receber bem os enviados de Cristo.
A
lição dos cultivadores de pêssegos
No pessegal,
quando o pé está pequeno, o agricultor corta os galhos que sobram. Quando
nascem os pêssegos, ele arranca os mais fracos. Quando as frutas crescem, ele
coloca um saquinho em cada pêssego para que os insetos não depositem larvas que
vão estragar a fruta.
Deus tem com
cada um de nós um cuidado parecido. Também nós devemos proteger o nosso próximo,
especialmente as crianças, com a mesma atenção.
Deus cuidou
mais ainda de Maria Santíssima, cuja vocação era ser a Mãe do seu Filho. Coração
sagrado e santo, sacrário vivo onde morou Jesus, ajudai-nos.
A
cor dos olhos de Jesus
Havia, certa
vez, uma jovem que se preocupava em saber de que cor eram os olhos de Jesus.
Ela pensava: Eram azuis? Castanhos? Pretos? De que cor será que eram? Nas
orações, ela se distraía e ficava longo tempo pensando nisso, e tentando
descobrir.
Um dia, ela
estava rezando, pedindo justamente essa graça, e de repente parece que cochilou
e ouviu Jesus dizer: “Filha, meus olhos têm a cor dos olhos de cada irmão e irmã
que você encontra”.
Dali para
frente, ela desistiu de querer saber a cor dos olhos de Jesus, e começou a
olhar nos olhos de cada pessoa que encontrava.
Olhar nos
olhos de uma pessoa é olhá-la com amor, com o coração, como fazia Jesus.
O olhar de mãe
é o mais bonito que existe na terra. “Quem poderá definir o encanto que há no
espelho de teu olhar? Ó Mãe de Deus, eu te amo tanto, mas cada vez mais te quero
amar.”
Amolar
o seu machado
Havia, há
muitos anos, dois rapazes, o João e o José, que eram lenhadores. Ganhavam por
metro cúbico de lenha cortada. A ferramenta era o machado. Trabalho pesado, de
sol a sol.
O João
trabalhava sem parar. Apenas interrompia para comer a sua marmita, o que fazia
rapidamente. Apesar disso, no fim do dia, o seu monte de lenha era menor que o
do José, que parava de vez em quando, conversava, tomava café e descansava. O
João ficava intrigado com isso.
Um dia, ele
perguntou ao colega qual era o seu segredo. O José respondeu: “É muito simples:
Durante aqueles minutos de pausa, eu aproveito e amolo o meu machado. Você sabe
que uma ferramenta afiada corta melhor e com menos esforço”.
Também nós
cristãos, que temos a grande missão de construir o Reino de Deus, precisamos
aprimorar as nossas ferramentas, que são os nossos conhecimentos da doutrina
cristã, a nossa linguagem, voz etc.
“Se o machado
estiver embotado e não afiares seu gume, aumentará a fadiga. A sabedoria é que
faz render o esforço” (Ecl 10,10). “Da sua boca sai uma espada afiada, para com
ela ferir as nações” (Ap 19,15).
No Magnificat,
Maria Santíssima mostrou que conhecia bem as Escrituras, sendo, portanto, uma jovem
preparada para a missão que recebeu. Mãe de Jesus e nossa, ajudai-nos a não
perder tempo.
O
cavalo de pau
Certa vez, um
pai estava caminhando em uma estrada, com seu filhinho de sete anos, e começaram
a subir uma montanha.
Logo, o menino
se cansou e começou a chorar. O pai não podia carregá-lo porque estavam com as
mãos cheias. E teve uma ideia: Cortou uma vara tipo cabo de vassoura, limpou-a
bem e entregou ao filho dizendo: “Olhe aqui um cavalinho para você montar”.
O garotinho
aceitou o brinquedo. Montou no “cavalinho” e, alegre, foi embora, subindo a montanha
na frente do pai.
Existem
estratégias para que o nosso trabalho missionário seja alegre e divertido.
Maria
Santíssima, impulsionada pela caridade, subiu alegre e pressurosa as montanhas
para ajudar a prima necessitada. Que ela nos ajude a fazer o mesmo.
O
que você viu no caminho?
Certa vez, um
pai chamou o seu filho moço e lhe disse: “Eu já estou velho, daqui a um tempo
vou entregar-lhe todas as nossas propriedades”. O moço respondeu: “Pai, mas eu
não tenho experiência, não sei como administrá-las!” O pai respondeu: “Vá
procurar o sábio tal, que fica do outro lado da montanha, e peça a ele que lhe
ensine a sabedoria”.
O rapaz foi.
Quando fez o pedido ao sábio, este lhe perguntou: “O que você viu no caminho?”
“Eu vi árvores”, respondeu o moço.
“Pode voltar”,
disse o sábio. “Amanhã retorne aqui”. O moço voltou para casa meio decepcionado.
No dia
seguinte, lá estava ele na frente do sábio. Este lhe fez a mesma pergunta: “O
que você viu no caminho?” “Árvores”, respondeu ele novamente. O sábio disse a
mesma coisa: “Pode voltar para casa e retorne amanhã”.
Em casa, o
rapaz contou para o pai e este o encorajou e disse: “Amanhã, volte lá e diga
mais coisas que você viu”.
No outro dia,
o moço já foi olhando atentamente as coisas do caminho. Observou tanto que
anoiteceu e ele teve de dormir na estrada. Quando chegou à casa do sábio, este
lhe fez a mesma pergunta. O rapaz respondeu:
“Eu vi flores,
rios, borboletas, passarinhos, animais... Fiquei com fome e comi frutas gostosas.
Anoiteceu e dormi na beira da estrada...” Ficou duas horas explicando o que viu
e ainda não havia falado tudo. O sábio lhe disse: “Agora sim, você adquiriu a
sabedoria.
O discípulo de
Jesus vive no mundo como aquele jovem fez na terceira viagem. Não olha as
coisas superficialmente, mas as contempla, observando os detalhes e refletindo
sobre eles, à luz da Palavra de Deus.
A partir daí,
administra a sua vida e orienta as pessoas. O mundo coloca diante de nós inúmeras
alternativas, e uma riqueza imensa de variedades. O Espírito Santo, com o dom
do discernimento, nos ensina a separar o joio do trigo e ficar com o que é bom.
Maria
Santíssima é a Sede da Sabedoria. Que ela nos ajude a conseguir do Espírito Santo
esse precioso dom.
Escolher
nossos mestres
Havia um senhor
que todos os dias de manhã ia à padaria comprar pão. Um dia, um amigo, que pousou
na sua casa, foi com ele. Quando pegaram o saquinho de pães, ele agradeceu cortesmente
ao balconista. Mas este não respondeu, nem olhou para ele. Na volta, o amigo
lhe disse:
- “Aquele
balconista é mal educado, não?”
- “Todos os
dias acontece isso que você viu”.
- “Nesse caso,
por que você continua sendo delicado com ele?”
- “Por que eu
não quero deixar que ele decida o meu modo de agir. Eu tenho esse costume de
agradecer às pessoas, e não vou mudar porque alguém não corresponde. Se alguém
é rude e mal educado comigo, eu não vou tratá-lo do mesmo modo”.
Não vamos
pagar falta de educação com falta de educação, porque assim estaríamos assumindo
como nossos mestres os indivíduos que menos merecem essa função.
Dois
pesos, duas medidas
Um dia, um
homem estava junto com a esposa e alguém lhe perguntou:
- “Você é católico
praticante?”
- “Mais ou
menos”.
- “Você é fiel
à sua esposa?”
- “Sim, sou
fiel”.
Como a esposa
estava ao lado, ele deixou fora o “mais ou menos”. Deus também está ao nosso
lado! O matrimônio é uma pálida imagem da nossa aliança com Deus, ambas baseadas
no amor.
O amor é
totalizante, e Deus é amor, aliás, o único amor que preenche o mundo.
Maria
Santíssima amava a Deus com um amor pleno e indiviso. Por isso, ela se jogou de
corpo e alma nas mãos dele. Maria do “Sim”, rogai por nós.
Chico
Rei
No ano de
1740, um navio negreiro trouxe para o Brasil, para serem vendidos como escravos,
nada menos que o rei e a rainha do Congo.
A rainha
morreu durante a viagem, junto com dezenas de outros negros, devido às péssimas
condições do navio. O rei, sr. Francisco, chegando aqui, conseguiu libertar o
seu filho, pagando um alto preço em ouro, que trouxe escondido.
Mas ele mesmo
continuou escravo, tornando-se um dos carroceiros de Ouro Preto, MG.
Transportava excrementos das casas dos ricos.
Em 1747, em
outra viagem do navio negreiro, toda a corte do Congo foi trazida e vendida, a
maioria para Ouro Preto. E ali, igualados pelos maus tratos, o rei e seus
súditos se encontraram. Por respeito, eles continuaram chamando o sr. Francisco
de Chico Rei.
Recuperaram
até uma parte das festas que faziam no Congo, em homenagem ao rei. Sr. Chico
vestia os trajes de rei, cada membro da corte se vestia com a roupa própria,
depois cantavam e dançavam, usando instrumentos musicais próprios.
A festa ficou
conhecida em Ouro Preto
como Congada, festa do Congo, ou Reisado, festa em homenagem ao rei. E ela
espalhou-se pelos escravos do Brasil.
A Congada é um
testemunho da igualdade entre as pessoas. Hoje, ela é também um protesto contra
o capitalismo que, no Brasil, vai sempre mudando de cara e de tática, mas nunca
de coração. Continuam oprimindo e escravizando cruelmente os pobres, produzindo
uma enorme distância social entre ricos e pobres.
Que a Congada,
a celebração da igualdade, aconteça não só na festa de S. Benedito, mas o ano inteiro.
Maria
Santíssima era rica. Rica do maior bem que existe: A graça de Deus: “Alegra-te,
cheia de graça” (Lc 1,28). Que ela nos ajude a fazer o melhor negócio do mundo:
Renunciar os bens da terra por causa de Cristo e, assim, ganhar cem vezes mais
na terra e, depois, o Céu.
“É mais fácil
um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de
Deus” (Mt 19,24).
O
testemunho na viagem de trem
Certa vez,
dois homens estavam viajando de trem, numa cabine para duas pessoas. Eles não
se conheciam. Um era forte e o outro franzino.
Como a viagem
era longa, eles conversavam. A certa altura, o mais franzino começou a falar
mal da Igreja Católica. Criticava os padres, as irmãs, os leigos com participação
mais ativa... Tudo.
O outro, que
era um líder de Comunidade, irritou-se e disse: “Pare de falar mal da minha Igreja.
Se não fosse ela, eu podia agarrar você agora, amordaçá-lo e amarrá-lo, tomar
toda essa fortuna que você tem aí no bolso, e descer tranquilo na próxima
estação, que ninguém ia descobrir”.
O franzino
falou: “Eu não tenho dinheiro”. “Tem sim”, disse o outro. “Eu vi quando você
foi ao banco e sacou o dinheiro. Só não faço isso por causa da minha fé. Por
isso, quero que você a respeite”. O outro não teve outra saída senão pedir
desculpas e mudar de assunto.
Ser discípulo
de Jesus inclui não praticar crimes, como o assalto, e respeitar a vida do próximo,
pois a vida futura é mais importante que esta. Mas precisamos usar os meios que
temos para defender a santa Igreja, que tanto amamos.
O Profeta
Simeão disse a Maria: “Uma espada de dor transpassará o teu coração”. Maria não
procurou essa espada, mas também não fugiu dela. Subiu o Calvário para apoiar o
Filho que sofria injustamente. Rainha dos profetas, rogai por nós.
O
peixinho corajoso
Havia, certa
vez, em um pequeno lago, um grande cardume. Por isso, faltava comida para os
peixes. Viviam magros e famintos.
Um peixinho
não se conformava com a situação e decidiu sair dali. Como havia uma pequena
corrente de água que saía do lago, ele arriscou e entrou nela.
Para surpresa
sua, chegou a um grande lago, onde havia comida à vontade, pois os peixes eram
poucos. Que delícia! O peixinho estava exultante de alegria. Quanto espaço para
nadar! Isso que é vida!
Mas logo se
lembrou dos colegas e ficou com dó. Decidiu: Quando der uma chuva grande e
aumentar a água dessa corrente, voltarei lá para convidar meus amigos.
Assim ele fez.
Após uma chuva, com grande esforço e destreza, subiu pela corrente de água e
voltou ao pequeno lago onde nascera e vivera. Foi logo contando para os colegas
a sua descoberta.
Entretanto,
teve uma surpresa: Ninguém acreditava, e alguns até o criticavam, dizendo que
ele estava quebrando a tradição. Triste, voltou para o lago da fartura. Dias
depois, alguns peixes mais jovens da sua turminha antiga apareceram. E começou
um intercâmbio, que mudou a vida dos peixes dos dois lagos.
Ter fé é ter
coragem. Não podemos ficar acomodados ou desanimados, como aquele homem da mão
seca que estava marginalizado, em um cantinho da sinagoga (Cf Mc 3,1-5).
“Levanta-te e
vem para o meio”, disse-lhe Jesus. Precisamos arriscar um pouco e enfrentar a
correnteza. A vida é bela e cheia de oportunidades.
“Nossa
Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida. Cuida de mim.”
A
folha que morreu feliz
Havia, certa
vez, uma folha de uma árvore que era linda, e adorava as outras folhas, suas amigas.
Amava também o galho em que vivia. Enfim, amava toda a árvore.
Quando chegou
a primavera, a árvore ficou toda florida. A folha já estava idosa, mas ficou
realizada ao ver que a sua árvore estava bonita.
Acabou a primavera
e veio a seca. Ela sabia que ia cair, pois seu pesinho já estava secando, e ela
estava começando a murchar.
Um dia, sem
perceber, veio um vento forte e a folha desprendeu-se do galho. Ao cair,
virou-se para trás e viu, pela primeira vez, a árvore inteira. Achou-a linda,
forte e firme. Compreendeu que fizera parte daquela árvore, e isso a deixava
feliz.
Está aí um
retrato da nossa vida. Somos chamados por Deus a viver plenamente a nossa passagem
pela terra, aproveitando cada momento de vida.
“Agora, Senhor,
podeis deixar o vosso servo ir em paz, porque meus olhos viram a vossa
salvação” (Lc 2,29-30).
O
melhor símbolo do amor
Certa vez,
numa sala de aula, uma menina perguntou à professora: “O que é amor?”
A professora
sentiu que, não só aquela criança, mas toda a classe merecia uma resposta à altura.
Como já estava na hora de irem para casa, ela pediu que, no dia seguinte, cada
aluno trouxesse o que mais desperta em si o sentimento de amor.
As crianças
saíram muito interessadas. No outro dia, logo no início da aula, começaram a
apresentar os objetos que trouxeram. Uma trouxe uma flor. Outra trouxe uma
borboleta. Outra criança trouxe a aliança da mãe...
Terminada a
apresentação, a professora notou que uma menina estava toda envergonhada,
porque não havia trazido nada. Dirigiu-se à aluna e perguntou: “Meu bem, por
que você não trouxe nada? Esqueceu?”
A garotinha,
timidamente, respondeu: “Desculpe, professora, eu vi a flor, mas não quis apanhá-la.
Vi a borboleta, leve e colorida, mas eu nunca teria coragem de segurar um
animalzinho tão bonito. Vi também um ninho com filhotes de sabiá, mas nem mexi;
se eu soubesse o que eles comem, até levaria alimento para eles”.
Emocionada, a
professora, após reconhecer o esforço das outras crianças, disse: “Mas a N. fez
a melhor escolha. Não trouxe objetos, mas passou para nós, em seu coraçãozinho,
o perfume do amor”. E lhe deu a nota máxima.
Não
há lugar para outro deus
Certa vez, uma
catequista perguntou às crianças: “Quantos deuses existem?” Todas responderam: “Um”.
A catequista disse:
“Por que um só?” Uma menina respondeu: “É porque, se houvesse outro, ele não
teria onde ficar”.
Deus está em
toda parte. Ele ocupa todos os espaços, físicos e não físicos, materiais e não
materiais, deste mundo e de fora deste mundo.
Há muitos
senhores no mundo. Mas diante de Deus eles são como palha. Na verdade, o único
Senhor é Deus.
E Deus
escolheu uma mulher para fazer parte mais íntima da sua Família. Maria Santíssima
é Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa de Deus Espírito Santo. Rosa
Mística, rogai por nós.
Tirar
o plástico do pirulito
Certa vez, uma
catequista resolveu dar uma festinha para as crianças. Preparou doces, sucos,
pirulitos etc.
Na hora da
festa, ela percebeu que um menininho estava meio triste. Chegou perto dele e
perguntou: “Você não está gostando do pirulito?” Ele respondeu: “Não”. A
catequista olhou na mãozinha dele e viu que o pirulito estava com o plástico!
Ela logo retirou o plástico e ele, ao chupar, deu um belo sorriso.
A falta de fé
torna a vida como chupar um pirulito sem tirar o plástico: Não tem gosto, porque
não atinge a doçura do amor de Deus e da sua presença junto de nós. Mas, com
fé, a vida é bela e gostosa, mesmo no meio dos maiores desafios.
Entusiasmados
pela doçura deste pirulito, estaremos dispostos a abandonar tudo e a fazer os
maiores sacrifícios.
Maria
Santíssima colaborou e continua colaborando para que saboreemos a doçura da Boa
Nova trazida por seu Filho. Nós queremos imitá-la, levando para frente o doce
sabor da vida cristã.
A
conversão de Santo Inácio
Santo Inácio
de Loyola é o fundador dos religiosos Jesuítas. Ele era espanhol e viveu no
Séc. XVI.
Como jovem,
Inácio levou uma vida devassa, envolvido com bebidas, mulheres, jogo, boemia...
Sua profissão era soldado.
Um dia, numa
batalha, ele foi gravemente ferido. No hospital, a Irmã colocava ao lado de sua
cama hagiografias, isto é, biografias de santos.
Ao ler as
narrações dos gestos heroicos dos santos, Inácio pensou: Se eles e elas puderam,
por que não eu? Em seguida, as Irmãs deram para ele ler um livro intitulado: A
Lenda Dourada, que narra a vida de Jesus.
Este livro foi
a gota d’água. Ao lê-lo, Inácio começou a comparar a sua vida fútil e vazia,
com o grande ideal de Cristo, a serviço de Reino de Deus.
Assim, aos
poucos, ele foi redescobrindo aquele Jesus que conhecera quando criança, no catecismo
da primeira Comunhão.
Tomou a firme
resolução de trocar de carreira: Em vez de defender reinos humanos, tornar-se
soldado de Cristo, lutando pelo Reino de Deus.
Para conseguir
dominar a atração que sentia por prazeres errados, fazia penitência. Durante o
tratamento, os médicos tiveram de fazer nele uma cirurgia. Inácio pediu: Não quero
anestesia. O pedido foi aceito, e ele resistiu às dores do bisturi.
Logo que
recebeu alta, foi ao santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat e depositou sua
espada aos pés da Virgem Maria. Depois, retirou-se para o meio do mato, num
lugar solitário, e ali se entregou totalmente à oração, à leitura da Bíblia e à
prática de penitências.
E o resultado
está aí: A Família Jesuíta até hoje fazendo o bem pelo mundo afora.
Maria
Santíssima é a Rainha dos profetas. Ela testemunhou corajosamente a verdade,
com atitudes e com palavras corajosas, por exemplo, no hino Magnificat. Rainha
dos profetas, e Santo Inácio, rogai por nós.
A
árvore que absorvia tensões
Havia, certa
vez, um senhor que todos os dias, quando voltava do trabalho, antes de entrar
na sua casa, dirigia-se a uma árvore que havia na frente e tocava nela com as
duas mãos, permanecendo assim alguns segundos. Depois entrava.
Um dia, ele
veio com um amigo e, quase sem perceber, fez aquele gesto. Foi até a árvore,
tocou nela com as duas mãos ficando um tempinho em silêncio, depois entraram na
casa.
No dia
seguinte, o amigo lhe perguntou por que havia feito aquilo. Ele explicou: “no
serviço, eu fico nervoso, tenso e não quero passar para isso a minha esposa e
meus filhos. Tocando na árvore, eu descarrego nela as minhas tensões”.
Na verdade, o
que aquele homem fazia era uma autossugestão. Mas é válida. Nós não podemos descarregar
nervosismo em quem não tem nada a ver com isso.
Entretanto,
muito mais eficaz que tocar numa árvore é recorrer a Deus pela oração. E uma
boa dica é pedir o auxílio de Maria Santíssima.
O
calço da mesa
Havia, certa
vez, uma família que não lia a Bíblia. Era uma família católica, todos amigos
do padre, mas nenhum deles lia a Bíblia. O padre vivia preocupado com isso,
procurando um jeito de levá-los a ler a Bíblia.
Um dia, ele
teve uma ideia: Às dez horas da manhã, foi à casa deles. Logo que apertou a
campainha, a dona da casa veio e o recebeu com muita alegria.
Fingindo estar
apressado, ele disse: “Por favor, eu estou precisando de uma Bíblia. A senhora
tem para me emprestar?” Ela: “Sim. É já que a trago para o senhor”.
Foi à estante
de livros das crianças, mas a Bíblia não estava lá. O padre disse: “Deixe, eu
procuro em outra casa”. Ela: “Não! Logo a encontro”. E foi abrindo gavetas...
Revirou a casa
inteira. O padre atrás, dizendo: “Não se preocupe!” Até que ela achou. Estava na
despensa, calçando uma mesa! Aquele livro velho e empoeirado, ninguém sabia
mais o que era. Precisaram de um calço para a mesa, e lá se foi a Bíblia.
Imagine com
que cara aquela senhora pegou a Bíblia, limpou-a bem e deu ao pároco.
Que em nossa
casa, a Bíblia seja mais valorizada. Mas não basta colocá-la em lugar de honra,
se não a lemos.
“Como a chuva
que cai do céu e para lá não volta sem antes molhar a terra e fazê-la germinar...,
assim é a Palavra que sai da minha boca” (Is 55,10-11).
"A
Palavra de Deus é viva e eficaz. É mais penetrante que uma espada de dois gumes"
(Hb 4,12).
Em Maria
Santíssima, a semente da Palavra de Deus produziu cem por um. Foi sua prima
Isabel que disse isso, quando a recebeu em casa: “Feliz de você que acreditou,
porque tudo o que o Senhor lhe disse será cumprido” (Lc 1,45).
O
gato que caiu na caixa d’água
Certa vez,
numa cidade de tamanho médio, um bairro da periferia ficou sem água. Caiu um
gato na caixa d’água e morreu. O povo não conseguia limpar a caixa, tinha de
ser a Secretaria de Águas e Esgotos da prefeitura. Mas esta nunca vinha.
Uma mulher foi
à prefeitura, junto com uma vizinha, as duas de cor negra, tentar falar com o
secretário. Entretanto, além de não serem atendidas, foram humilhadas dentro da
prefeitura. Chamaram-nas de enxeridas.
As mulheres voltaram
e fizeram um abaixo-assinado. Conseguiram duas mil assinaturas. Levaram à
prefeitura.
Desta vez,
foram recebidas como rainhas. Levaram-nas para uma sala vip, onde havia poltronas
de luxo. Trouxeram café. Em seguida, o próprio prefeito apareceu, junto com o
secretário de águas e esgotos. No dia seguinte, os funcionários resolveram o
problema.
O nosso amor a
Cristo se volta para o amor ao povo, especialmente os que sofrem. Que descubramos
a força da nossa união e a usemos.
As duas podiam
cantar, depois: “Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos fincar nosso
pé e fazer a nossa história”.
A mãe é que
prepara e serve a comida, todos os dias, em casa. Maria
Santíssima tem o mesmo cuidado junto a seus filhos e filhas
que formam a Família de Deus. Santa Maria, ajudai-nos a, unidos, construir um
mundo novo.
O
preço de um convento
Santa Teresa
D’Ávila foi uma Irmã religiosa espanhola, do Séc. XVI. Era uma mulher de fé e
muito dinâmica. Construiu dezenas de conventos de freiras.
Um dia, ela
estava começando a construção de um novo convento, chegou um homem e lhe disse:
“Iii Irmã, pare com isso! O povo daqui não tem dinheiro. Ainda mais neste tempo
de crise. A senhora não vai conseguir construir nunca esse convento”.
Madre Teresa
respondeu: “Dez Pesetas, mais a graça de Deus, dão um convento”. Assim, ela
conseguiu daquele homem dez Pesetas, que era a moeda espanhola da época. Logo o
convento ficou pronto.
É de grão em
grão que a galinha enche o papo. A colaboração humana, mesmo pequena, mais a graça
de Deus, operam maravilhas e transformam o mundo.
Maria
Santíssima estava junto com os Apóstolos rezando no Cenáculo, apoiando-os naquele
momento inicial da Igreja. Com ela, os nossos empreendimentos se tornam mais
leves.
O
Senhor Palha
Havia, certa
vez, na antiguidade, um homem que tinha o apelido de Sr. Palha. Isso, de tão
magro que ele era. Se desse um vento forte, seria levado para longe, como uma palha.
Ele não tinha mulher, filhos, casa, nada.
Um dia, o Sr.
Palha estava andando numa estrada e viu um ratinho branco no chão. Como era
filhote, com certeza ia morrer ali. Ele ficou com dó, pegou o animalzinho e foi
levando na mão, sem saber o que fazer com ele.
Logo na
frente, encontrou uma florista, acompanhada do seu filhinho. O menino viu o ratinho
e se interessou por ele. Sr. Palha deu o ratinho para a criança. A mãe ficou
tão agradecida que tirou o pano que cobria sua cesta e lhe deu uma rosa, a mais
bonita.
Sr. palha
continuou caminhando e, na frente, viu um rapaz sentado em um toco, com a cabeça
entre as mãos, com ar de muito preocupado. Sr. Palha perguntou qual o problema.
Ele disse:
“Hoje quero pedir minha namorada em casamento e não tenho nada para lhe dar”.
“Se esta flor servir, pode ficar com ela”, disse o Sr. Palha. O moço ficou
muito agradecido e deu a ele três laranjas que trazia consigo.
Sr. Palha
continuou caminhando, com aquelas suculentas laranjas. Na frente, encontrou-se
com um mascate. Estava cansado de carregar a sua pesada mala, e com muita sede.
Sr. Palha lhe deu as três laranjas. Ele ficou tão grato que abriu a sua mala e
lhe deu uma bela peça de seda.
Sr. Palha
continuou caminhando, sem saber o que fazer com a seda. Não andou muito e viu
uma linda carruagem que vinha ao seu encontro. Trazia uma princesa.
Ela, que
estava com o olhar sombrio, foi só ver a seda nas mãos do Sr. Palha, seus olhos
brilharam e deu um sorriso. Sr. Palha disse: “Eu teria o maior prazer se vossa
alteza aceitasse esse pano de presente”.
“O senhor é
muito generoso”, respondeu a princesa. “Aceito o presente. Eu estou precisando
de um secretário e procuro um homem como o senhor. Quer vir morar no palácio?”
Sr. Palha foi
e, em poucos dias, deixou de ser palha, porque engordou, comendo do bom e do
melhor. (Lenda japonesa)
Nada melhor
para o nosso próximo do que nos comportarmos como servos, a exemplo de Maria Santíssima.
E quem faz o bem, sempre é recompensado por Deus, e é feliz.
O
rei e seus dois filhos
Certa vez, um
rei estava doente, para morrer. Como tinha dois filhos, fez um teste para saber
a qual deles passaria a coroa.
Entregou a
cada um sete moedas de prata e lhes disse: “Até hoje à noite, empreguem esse
dinheiro no que quiserem, para o bem do reino”.
O mais novo
correu a um agricultor que cultivava cana e lhe pediu que cortasse muita cana e
transportasse para a frente do palácio. Ele pensou: A cana é a grande fonte de
renda do reino.
O mais velho,
quando viu aquela grande quantidade de cana sendo amontoada na frente do palácio,
pegou suas sete moedas e, com elas, comprou um grande lampião, e mandou
instalar bem alto, ao lado do portão. À noite, pensou ele, as pessoas podem não
enxergar essa cana e cair, machucando-se.
O rei
parabenizou a este último e lhe deu a coroa. Ao outro, nomeou ministro da
agricultura.
A vida das
pessoas está em primeiro lugar, acima das riquezas e da economia.
A mãe é a
primeira pessoa da família a se preocupar com a vida. Quando ela cozinha, dá banho
na criança, lava roupa, está diretamente servindo à vida. Que a Mãe de Jesus
nos ajude a colocar a vida em primeiro lugar.
A
pedra que cobria o poço
Certa vez, na
antiguidade, havia um pai que tinha três filhos homens. Os moços eram pastores
e andavam sempre desunidos. A maior dificuldade deles era encontrar água para
seus rebanhos.
Como o pai
estava velho, um dia os chamou e lhes disse: “Descobri, no vale tal, um enorme
poço, cheio de água cristalina. É o maior tesouro que vocês poderão encontrar
na terra”.
Eles foram,
junto com o pai, ver o tal poço. Quando, no dia seguinte, chegaram ao local, todos
sentiam muita sede. Mas o poço estava tampado com uma enorme pedra. Cada um dos
moços tentou, sozinho, retirá-la, mas não deu conta.
Até que o pai
lhes sugeriu: “Por que vocês não se unem? Juntos, poderão movê-la”. Os rapazes
seguiram a sugestão, uniram-se e retiraram a pedra. Assim, descobriram, não só
a água, mas a força da união.
Foi o pai que,
com a ajuda de amigos, havia colocado a pedra sobre o poço, para dar a lição
aos filhos.
Quando nos unimos,
vencemos mais facilmente os obstáculos que a vida nos oferece. Que as pedras do
nosso caminho sejam trampolim para o nosso crescimento na união.
“Oh! como é
bom, como á agradável os irmãos viverem juntos e se amarem! É como óleo
precioso sobre a cabeça, que escorre pela barba... É como orvalho do Hermon,
descendo sobre os montes de Sião. Pois é lá que o Senhor dá a bênção e a vida
para sempre” (Sl 133,1-3).
Maria
Santíssima, em todas as sete dores que enfrentou, lutou unida, e nunca sozinha.
Pedimos a ela que nos ajude a enfrentar unidos os desafios da vida.
Animais
expõem suas destrezas
Certa vez,
quatro bichos estavam conversando. Eram: um pássaro, um peixe, um coelho e um
pato. A conversa era sobre as suas habilidades para se livrar de perigos, por
exemplo, da possível aproximação de um caçador.
O pássaro
disse: “Se um caçador aparecer, eu saio voando como um foguete, com toda a minha
força e energia”.
O peixe falou:
“Eu, se chegar um pescador, saio nadando com toda a minha destreza e velocidade”.
Já o coelho
ponderou: “No meu caso, se surgir um caçador, perna pra quem tem. Corro como
uma bala”.
Demonstrando
certo ar de superioridade, o pato deu um passo à frente e declarou: “Se vier um
caçador, eu não terei problema em me safar, pois, além de voar, sei nadar e correr.
Porei qualquer dessas minhas habilidades em ação, usando a que for mais conveniente
e adequada no momento”.
Tudo bem. Um
dia, apareceu o caçador. O pássaro voou. O peixe nadou. O coelho correu. E o
pato foi pego. Por quê? Ele não conseguiu decidir a tempo a melhor atitude: Voar,
correr, ou nadar.
Deus deu aos
cristãos muitos talentos. O que não podemos é ser indecisos, pois assim os agentes
do mal nos vencem e dominam.
Não adianta
termos muitos talentos, estudos e treinamento se, na hora de coloca-los em prática,
não decidirmos com firmeza que atitude tomar.
“Quando viu
que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher que
tinha dado à luz o menino. Mas a Mulher recebeu as duas asas da grande águia e
voou para o deserto” (Ap 12,13-14).
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