PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Outubro

HISTÓRIAS DE VIDA-OUTUBRO


Meninos brincando de guerra

Certa vez, um grupo de meninos estava numa praça, brincando de guerra. Passou um homem, viu aquilo e disse: "Guerra não presta. Só traz morte, destruição e choro. Por que vocês não brincam de paz?” Os meninos olharam um para o outro e disseram: “Nós não sabemos brincar de paz!”

A sociedade ensina às crianças como fazer guerra. Mas não ensina como construir paz. Os meios de comunicação divulgam mais a violência do que a paz, mais as pessoas violentas do que as pessoas pacíficas.

Se, numa rua, cem famílias dão o bom exemplo, não são divulgadas. Mas se uma pratica crimes, esta é divulgada para todo o país.

“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).

Maria Santíssima é a Rainha da Paz. Que ela nos ajude a darmos um passo à frente em direção à paz.


A história de uma cadeira

Havia, certa vez, uma cadeira muito bonita. Era o enfeite da casa. Mas, com o tempo, ela se desgastou e começou a ficar feia. Em alguns lugares, a tinta sumiu e aparecia a madeira. As pernas ficaram bambas...

Até que veio alguém, pegou a cadeira e a jogou no porão, junto com outros móveis estragados. Aí sim, a cadeira ficou tão feia que nem parecia mais cadeira.

Mas, um dia, um belo dia, a porta do porão se abriu, duas mãos grossas pegaram a cadeira e ela foi para uma marcenaria.

Lá, ela recebeu, primeiro, uma lixa grossa. Foi muito doído. Perdeu toda a roupa. Depois, veio uma lixa fina, e outra mais fina... A cadeira aguentou tudo.

E foi compensador. A beleza de sua madeira chamou a atenção de todos. Nem quiseram mais pintá-la. Apenas lhe passaram uma camada de verniz transparente.

Pronto, a cadeira foi recuperada e ganhou novamente o seu lugar de honra: A sala de visitas.

Que tal enfrentarmos uma boa lixa no sacramento da Penitência, e depois nos revestirmos do belo verniz das virtudes cristãs? Pode ser difícil, doído, mas compensa.

“No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo... Deus disse: Que exista a luz!... Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança... E Deus viu que tudo o que havia criado era muito bom” (Gn 1).

Pelo trabalho, continuamos a obra de Deus na criação do mundo e do homem. Não só na criação, mas também na recuperação. Isso a começar conosco mesmos.


Mas que tanto ir à Missa

Certa vez, um menino disse para o seu pai, no domingo de manhã: “Mas que tanto ir à Missa! Hoje eu não vou”.

O pai ficou calado. A família foi toda à Missa e ele ficou em casa, vendo televisão.

Naquela família, era costume, na refeição, a mãe fazer o prato de cada filho.

Na hora do almoço, o pai pediu à esposa para não servir àquele filho. Então ela foi fazendo os pratos de cada um, e pulou o garoto.

Na hora, ele reclamou: “E para mim, a senhora não vai servir?” O pai, que estava ao lado, disse: “Mas que tanto almoçar!”

O menino entendeu a lição e não falhou mais à Santa Missa.

A Missa é o nosso alimento espiritual. Ela sustenta a nossa vida cristã, assim como o alimento material sustenta o nosso corpo. Por isso precisamos receber sempre, todos os domingos.

O encontro semanal da Família de Deus conta também com a presença a Mãe da Igreja, que é a discípula fiel do Senhor.


Amor gera amor

Certa vez, uma senhora estava dirigindo o seu carro em uma estrada, e o pneu furou. Apesar da chuva fina e do frio, ela saiu do carro e começou a pedir ajuda.

Apareceu um caminhão. O motorista parou. Ela explicou o caso, e ele disse: “Entre no carro, porque esta chuva lhe pode fazer mal. Eu estou acostumado com isso”.

Em poucos minutos ele trocou o pneu. Ela quis dar-lhe uma gorjeta, mas ele não aceitou, e disse: “Aí para frente, ajude outra pessoa que esteja precisando”. Os dois se despediram e continuaram suas viagens.

Um pouco na frente, ela parou para tomar um café. Percebeu que a garçonete estava grávida, e tinha aparência de pobre.

Ela lembrou-se do pedido do caminhoneiro. Escreveu um bilhete dizendo: “Isto é um presente para ajudar você no parto”. Colocou dentro do bilhete uma nota de cinquenta Reais, deixou sobre o pratinho usado no café, e foi embora.

A garçonete, ao pegar aquele dinheiro, até se arrepiou de alegria. À tarde, em sua casa, disse ao marido: “Bem, hoje eu ganhei uma boa ajuda para o parto”.

Amor gera amor, e vai tornando o mundo mais feliz. O mesmo acontece com o egoísmo, que gera egoísmo e vai tornando o mundo mais triste, infeliz e violento.

Maria Santíssima mostrou seu amor de diversas formas. Que ela nos ajude a dar ao mundo o Amor encarnado, que é Cristo.


O mosquito na sopa

Certa vez, uma família estava à mesa, na hora do jantar, tomando sopa. O casal conversava um com o outro. O filho, de nove anos, disse: “Pai...” O pai reagiu na hora: “Fique quieto menino!”

Logo depois, o molequinho chamou de novo: “Ô pai...” “Fique quieto! Você não vê que estamos conversando?”

Terminado o assunto com a esposa, o pai virou-se para o garoto e disse: “Agora pode falar”. O menino respondeu: “Não adianta mais. O senhor já engoliu o mosquito que estava na sopa”.

A criança queria avisar o sobre o mosquito, porque o pai não enxergava bem.

Parte importante da educação dos filhos é saber ouvi-los. Como Maria Santíssima, quando encontrou o Filho no Templo. Apesar de estar angustiada, a primeira que ela fez foi deixar o filho falar: “Filho, por que agiste assim conosco?” (Lc 2,48).



Ser autêntico com Cristo

Há cinquenta anos, havia, numa cidade grande brasileira, um radialista que era querido por todos, especialmente pela juventude. Ele era católico, mas não praticante.

Seus amigos conseguiram levá-lo para o Cursilho de Cristandade. A notícia se espalhou, e todo mundo ficou na expectativa para ver a reação dele, após o encontro de renovação cristã.

O encerramento do Cursilho foi em um ginásio de esportes, que ficou lotado. 90% eram fãs do radialista.

Entretanto, quando chegou a vez dele falar, e de dar o seu testemunho sobre o que significou para ele o Cursilho, o radialista simplesmente se levantou e disse: “Eu não posso dizer nada agora”. E sentou-se. A frustração foi geral.

Mas, quinze dias depois, numa reunião de grupo de cursilhistas, ele deu um testemunho belíssimo. E contou: "No encerramento do Cursilho, eu não podia falar nada, porque eu pertencia a uma entidade que a Igreja Católica não aprova. Eu era secretário da entidade. Logo que saí do Cursilho, na primeira reunião que tivemos, entreguei o meu cargo e me desliguei da entidade. Agora sim, estou livre para assumir a minha missão de cristão católico no mundo".

Daí para frente, ele foi um cristão exemplar, na família, na Igreja e na profissão.

Infelizmente, um ano depois faleceu, vítima de acidente de carro.

Este senhor era como S. Paulo Apóstolo: coerente com as próprias convicções. Vivia com radicalidade aquilo em que acreditava.

Na parábola dos dois filhos (Cf. Mt 21,28-32), Jesus mostra a sua preferência pelas pessoas que cumprem as suas obrigações cristãs, mesmo que nada prometam.

Maria Santíssima sempre disse sim a Deus, e o manteve até o fim da vida.


As promessas batismais

Certa vez, dois senhores estavam viajando de ônibus, um ao lado do outro. Como a viagem ela longa, começaram a conversar. Um deles era líder de Comunidade.

Ao passarem ao lado do Santuário Nacional de N. Sra. Aparecida, o assunto entrou em religião. O colega disse para o líder: “Eu não ensino religião para os meus filhos. Mais tarde, quando eles crescerem, vão escolher o que querem seguir”.

O líder estranhou a atitude e perguntou: “Você batizou seus filhos na Igreja Católica?”
- “Claro! Batizei os meus quatro filhos”.
- “Você se lembra que, nos quatro batizados, você assumiu o compromisso de educa-los na Igreja Católica?”

A pergunta pegou o colega de surpresa. Nós, infelizmente, não costumamos levar a sério o que prometemos para Deus. Mas ele leva. Se os compromissos assumidos entre nós devem ser cumpridos, muito mais os assumidos com Deus.

Maria Santíssima manteve todos os seus compromissos assumidos com Deus. Ela disse “sim” ao anjo Gabriel, e o sustentou até o fim de sua vida terrena. Maria do “sim”, rogai por nós.


Eu durmo enquanto o vento sopra

Havia, certa vez, um fazendeiro, cuja fazenda ficava no litoral, em um lugar onde havia muitos ventos fortes e tempestades. Ele estava precisando de um zelador para cuidar da sua fazenda, e não encontrava.

Um dia, apareceu um baixinho, de meia idade, e se ofereceu para trabalhar. O fazendeiro explicou a situação, e perguntou: “Você acha que dá conta?” O candidato respondeu: “Bem, eu durmo enquanto o vento sopra”.

O fazendeiro não entendeu a afirmação, mas, já que não encontrava outro, contratou-o.

Numa noite, veio um vento fortíssimo, que uivava de todos os lados. O fazendeiro levantou-se, foi depressa à cama do zelador, sacudiu-o e disse: “Você não está ouvindo?”

O funcionário respondeu: “Sim. Mas eu não disse para o senhor que durmo enquanto o vento sopra?” Virou-se para o canto e continuou dormindo.

Irritado, o fazendeiro foi conferir:
- Todos os montes de feno estavam cobertos com lonas, presas ao solo com pesadas pedras.
- As vacas estavam bem protegidas nos currais.
- Os frangos estavam todos nos galinheiros cercados de telas.
- Todas as portas e janelas estavam fechadas e bem travadas....

O fazendeiro então entendeu o que significa: “Eu durmo enquanto o vento sopra”. E foi também dormir.

“Vigia! Reaviva o que te resta, e que estava para morrer!...Lembra-te daquilo que tens aprendido!” (Ap 3,2-3).


Relâmpagos: Fotos de Deus

Havia uma menina de oito aninhos que todos os dias ia e voltava da escola sozinha. Ela estudava no período da tarde.

Numa tarde, na hora de voltar para casa, formou-se uma tempestade muito forte. O céu se escureceu e apareceram nuvens carregadas. Apesar disso, a garotinha iniciou sua caminhada para casa. Minutos depois, começou um vento muito forte, com relâmpagos, trovões e raios.

A mãe, preocupada, foi atrás da filhinha. Logo a avistou, vindo na calçada, calma e muito alegre. A cada relâmpago, ela parava, olhava para cima e sorria.

Quando viu a mãe, ela correu para abraçá-la e disse: “Mãe, Deus não parava de tirar fotos de mim!”

Quem ama a Deus, confia nele e não tem medo de nada. Pelo contrário, vê em tudo sinais do seu amor. “Tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Maria Santíssima, a filha predileta do Pai, esposa do Espírito Santo e mão de Deus Filho, é chamada Nossa Senhora da Esperança, porque sempre confiou em Deus e teve coragem, mesmo em meio às maiores dificuldades. Que ela nos ajude.


A corrida dos sapinhos

Certa vez, um grupo de sapinhos resolveu apostar uma corrida morro acima, para ver quem chegava primeiro no topo do morro. Todos os sapos daquele brejo foram convidados para assistir à corrida, ficando na beira do caminho por onde os atletas iam passar.

Aconteceu que os que estavam na beira do caminho começaram a gritar para cada sapinho que passava: “Pare! Pare! Você vai perder mesmo! Não vai dar conta!..." Faziam isso só para atrapalhar, levando os sapinhos a desistirem da corrida.

De fato, influenciados por aquela gritaria, os sapinhos foram, um a um, abandonando a competição.

Mas um deles continuou subindo e ganhou a corrida. No meio dos aplausos, descobriram o motivo: Ele era surdo! Foi por isso que ganhou, pois não ouvia os gritos e a pressão para desistir.

Nós precisamos ser surdos para certas vozes que nos mandam parar. Muitos, com ou sem maldade, tentam afastar-nos da caminhada cristã.

Maria Santíssima teve, em toda a sua vida terrena, uma firmeza admirável. Era todinha, de corpo, de alma e de espírito, voltada para os valores do Evangelho do seu Filho. Santa Maria, rogai por nós.


A cama de Procrustius

Existe, na mitologia grega, um personagem chamado Procrustius. Ele tinha uma pensão, na qual havia uma cama só. Quando chegava um hóspede para dormir, Procrustius o media. Se era maior que a cama, ele lhe cortava um pedaço. Se era menor, ele esticava o hóspede, até ficar do tamanho da cama.

Quantas vezes nós hospedamos pessoas em nossa vida, ou em nosso coração, mas nos comportamos como Procrustius! Queremos que a pessoa seja igual a nós, tenha os nossos gostos, o nosso temperamento e o nosso jeito de viver. Aceitar cada pessoa do jeito que ela é, mesmo que bem diferente de nós, é uma virtude necessária na vida comunitária.

Educar é conduzir o formando para além de si própria, mas na direção dele, não na direção que traçamos para ele. Quando Jesus tinha doze anos, sua Mãe sentiu na pele isso. O Filho tinha um caminho que eles, os pais, naquela época não entendiam. Só mais tarde entenderam. Felizmente, Maria foi humilde e, em vez de chegar dando bronca, perguntou: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!” (Lc 2,48).


O motorista perdido na cidade grande

Certa vez, um homem estava dirigindo o seu carro numa cidade grande e desconhecida, e se perdeu. Viu um senhor que vinha na calçada, encostou o carro e lhe perguntou: “Por favor, como que eu chego a tal lugar?”

O senhor começou a explicar: “Siga aqui em frente, na terceira esquina vire à esquerda e no segundo farol à direita. Você vai chegar a uma pracinha. Lá...”

Olhou para o rosto do motorista e percebeu que ele estava tão tenso que já havia se esquecido da primeira explicação. Olhou no relógio, e lhe disse: “Pode deixar. Eu vou com você até lá”.

O motorista deu um sorriso aliviado. O senhor entrou no carro e os dois foram conversando sobre os assuntos do dia. Quando ia chegando onde deviam virar, ele avisava. O motorista nem precisava olhar as placas, nada. Sua preocupação era apenas com o trânsito.

Em nossa vida de peregrinos neste mundo, Deus é o nosso companheiro, que sabe o caminho. Ele não nos explica antecipadamente as coisas, porque podemos nos esquecer. Por isso ele vai conosco. O importante é o nosso momento presente. O amanhã está nas mãos de Deus. O ontem também.

“Não vos preocupeis com o dia de amanhã... Olhai as aves do céu...” (Mt 6,25,34).

Peçamos a Maria Santíssima que nos ensine a amar a Deus sobre todas as coisas e jogar nas mãos dele as nossas preocupações.


O caroneiro e a sua mala

Certa vez, um homem estava andando numa estrada, carregando uma mala pesada. Passou um caminhão vazio e ele pediu carona. O motorista parou e, como a cabine estava cheia, disse: “Só se for na carroceria”. “Tudo bem”, disse ele. E subiu com a mala.

Lá na frente, o motorista, olhando pelo retrovisor, viu que o homem não deixava a mala no assoalho da carroceria, mas a carregava em sua mão, apesar dos solavancos.

O motorista ficou intrigado com aquilo. Parou e perguntou por que ele fazia aquilo. O homem respondeu: “O senhor já faz o grande favor de me levar, seria demais eu lhe pedir que levasse também a mala!”

Que diferença faz, a mala na mão ou na carroceria, não?

“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso... O meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-29). Vamos deixar Cristo carregar as nossas malas, e assim, livres, podemos servi-lo melhor.

Se fizermos a vontade de Deus, ele nos levará com os nossos fardos e tudo.

O que nos falta, muitas vezes, é aquela fé que nos dá coragem, primeiro, de subir no caminhão de Deus. Depois, de entregar as nossas malas nas mãos dele. A preocupação exagerada com os bens materiais é falta de fé, pois Deus cuida até dos passarinhos, quanto mais de nós, seus queridos filhos e filhas.

Todos os santos e santas eram alegres e despreocupados, apesar das grandes responsabilidades que tinham. Isto porque colocavam suas malas na carroceria do caminhão de Deus. E nenhum deles perdeu nada, pelo contrário, ganharam cem vezes mais.

Vamos pedir a Maria Santíssima que nos ajude a crescer no amor e na confiança em Deus.


Mandar os filhos para a igreja”

Certa vez, o pároco foi convidado para celebrar uma Missa em um colégio, na festa de aniversário da instituição. Estavam presentes, além do corpo docente, todos os alunos e seus pais.

Na hora da homilia, o padre disse para os pais, em tom categórico: “Não mandem seus filhos para a igreja!”

Todos pensaram que o padre tinha se enganado e queria dizer o contrário. Mas logo depois ele repetiu a mesma frase: “Não mandem seus filhos para a igreja!” Na terceira vez que ele falou, uma mãe protestou: “Eu não estou entendendo. A gente se esforça tanto para que nossos filhos participem da igreja, e o senhor vem falar isso?”

O padre então explicou: “Não mandem apenas; vão com os seus filhos para a igreja!”

De fato, quando mandamos uma criança fazer alguma coisa que nós não fazemos, a criança obedece enquanto é pequena; mas, quando crescer, ela não fará aquilo porque pensa que não é importante para a vida, já que os pais não fazem.

Os filhos aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos. Por isso, a educação que dura é aquela dada através do exemplo, não apenas de palavras bonitas. “A palavra convence, o exemplo arrasta”.

Maria Santíssima é a Rainha dos educadores, pois educou o nosso grande educador, Jesus Cristo. Que ela nos ajude a ser bons educadores.


Existem coisas piores

Certa vez, um senhor queria se separar da esposa, porque ela não limpava a casa. Era uma sujeira que ele não suportava.

Mas antes ele foi consultar um sábio. Este ouviu tudo calado e, no fim, disse: “Vocês criam algum animal?” “Sim”, respondeu o homem. “Nós temos uma cabra”.

O sábio falou: “Pegue essa cabra e ponha dentro da sua casa. Dia e noite. Não a tire de lá. Daqui a uma semana você volte aqui”.

O homem achou aquilo um absurdo. Mas obedeceu. Voltou para o seu lar, explicou para a família, e colocou a cabra dentro de casa.

Como foi duro passar aquela semana! Era um mau cheiro horrível. Finalmente chegou o dia, e ele voltou ao sábio.

Este disse: “Vocês criam galinhas?” “Sim”, respondeu ele.
- “Quantas?”
- “Umas vinte”.
- “Então pegue todas e ponha também dentro da sua casa. E daqui a uma semana volte aqui”.

Pronto, o homem foi para casa confuso e sem entender aquele sábio. Mas obedeceu. Na semana seguinte, voltou, e o sábio falou: “Agora, tire a cabra e as galinhas, e volte ao que era antes. Daqui a uma semana você venha aqui”.

Quando, na semana seguinte, ele voltou, o sábio perguntou: “E agora, como está a sua casa?”
- “Uma beleza. Foi um alívio!”
- “E a casa, está suja?”
- “Até que não. Conseguimos limpar tudo, e tiramos até o mau cheiro dos estrumes”.

E o homem nunca mais reclamou que a sua casa era suja.

Existem situações piores do que a nossa. “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10).


O professor ateu e a batata

Certa vez, um professor de ciências, do Ciclo Básico, disse, na aula, que Deus não existe. A afirmação chocou os alunos.

Em casa, uma menina contou para a mãe.
- “O que diz o seu coração?” perguntou ela.
- “Que existe”.
- “Então existe, filha. Não ligue pelo que as pessoas falam”.

Mas, no outro dia, a menina teve uma ideia. Pegou uma batata, colocou-a em sua bolsa e foi para a escola. Logo no início da aula, ela disse ao professor: Ontem o senhor disse que Deus não existe. Então quem fez a natureza? Por exemplo, esta batata aqui?”

O professor não soube responder. Mas, para não ficar desmoralizado diante da classe, pediu que ela, mais dois alunos, fossem lá fora e chamassem a Deus. “Se ele responder, é sinal que existe”, disse o professor.

Os três, lá fora, combinaram: Quando voltaram, o professor perguntou: “Então, chamaram? Ele respondeu?” As crianças disseram: “Não respondeu. Mas chamamos também o cérebro do professor, e ele não respondeu. Sinal que o professor não tem cérebro”.

De fato, a ciência não consegue fabricar um ser vivo, como é a batata. Pelo menos naquela classe, nunca mais aquele professor falou que Deus não existe.

“São insensatos todos os que, contemplando a natureza, não reconhecem o seu criador” (Sb 13,1).


O casal que se comunicava por bilhetes

Certa vez, um casal brigou. Brigou feio e ficaram de mal. Quando era necessário dizer alguma coisa ao outro, faziam-no através de bilhetes.

Aconteceu que um dia o esposo chegou do serviço preocupado. Seu chefe havia marcado uma reunião na firma no dia seguinte, uma hora antes de começar o trabalho. Por isso, ele devia levantar-se, não às 05:30 como de costume, mas às 04:30 horas.

O que ele fez: Escreveu em um papel: "Por favor, amanhã me acorde às 04:30 da madrugada". Colocou o bilhete em cima do travesseiro da esposa e dormiu.

Quando a esposa foi dormir, viu o bilhete. No dia seguinte, levantou-se às 04:15 horas. Às 04:30 colocou ao lado da cabeça do marido o seguinte bilhete: “São 04:30 horas. Está na hora de você se levantar”.

Naquele dia, ele teve de ir para o trabalho sem café, e ainda toma taxi, gastando um pouco mais.

Claro que essa mulher errou. Foi radical e sem coração. Mas o fato mostra que a palavra escrita nem sempre é suficiente. Precisamos acrescentar a ela a nossa palavra viva e o nosso testemunho pessoal.

O casal nunca deve interromper o diálogo. O perdão e o recomeço são infinitos.


Ozanan manda pacote para amigo

O Bv. Frederico Ozanan é o fundador da Sociedade S. Vicente de Paulo, os vicentinos. Em 1833, ele cursava direito na universidade de Sorbonne, em Paris.

Um dia, ele saiu da faculdade, junto com alguns colegas, e levava consigo um pacote de alimentos para dar a uma família pobre da periferia.

De repente, viu na rua o próprio senhor para o qual estava levando os alimentos. Ozanan cumprimentou-o com alegria e disse: “O senhor podia levar este pacote para fulano de tal?” Na hora, o necessitado entendeu o disfarce, pegou o pacote e disse: “Sim, eu levo com prazer”.

Assim, aquele senhor não ficou humilhado diante do colega de Ozanan, e também Ozanan evitou dar uma de fariseu, fazendo uma boa obra na frente das pessoas, para que elas o elogiassem.

A Palavra de Deus vai, aos poucos, nos tornando humildes.

Maria Santíssima disse, no Magnificat: “O Senhor olhou para a humildade da sua serva”. Que ela nos ajude a não nos deixarmos levar pelo mau fermento dos fariseus.


Engraxate analfabeto lê a Bíblia

Certa vez, um menino, com uma caixa de engraxate nas costas, apertou a campainha da casa paroquial. O padre veio e ele disse:
- “O senhor tem sapatos para engraxar?”
- “Não, filho, sou eu mesmo que engraxo os meus sapatos”.

E o padre começou a conversar com o garoto:
- “Onde você mora?” Era no bairro mais pobre da cidade.
- “Em que série você está, na escola?”
- “Eu não estou na escola, pois preciso ajudar em casa. O meu trabalho de engraxate é para isso”.
- “Você já foi à escola?
- “Nunca”.
- “Sabe ler e escrever?”
- “Não”.

Então o padre trouxe um par de sapatos para ele engraxar. Enquanto isso, a conversa continuava. No fim, o menino disse:
- “O senhor me dá uma Bíblia?”
- “Você quer Bíblia para quê, se não sabe ler?”
- “Mas padre, a Palavra de Deus não está na Bíblia? Eu não sei ler, mas abro a Bíblia, olho para ela com fé, e a Palavra de Deus entra pelos meus olhos e toma conta de mim”.

O padre trouxe uma Bíblia, deu ao garoto e disse, emocionado: “Muito obrigado, filho!”

“A Palavra de Deus é viva e eficaz. É mais cortante que uma espada de dois gumes” (Hb 4,12).

“As Pals q eu vos disse s Espír e vida” (Jo 5,63).


O homem precipitado

Certa vez, um senhor estava em um bar. Apareceu alguém e lhe disse, apavorado: “Ô João! Um caminhão desgovernado entrou na sua casa, em (falou o nome da cidade vizinha). Sua esposa morreu e seus filhos estão muito feridos!”

O homem deixou na mesa a cerveja e saiu correndo imediatamente. Parou o primeiro taxi que viu, entrou e disse apavorado ao taxista: “Por favor, me leve urgente a tal cidade!” O taxista saiu com toda a velocidade.

Quando já estavam na estrada, a 120 km por hora, de repente ‘caiu a ficha’ e o homem pensou: “Mas... eu não me chamo João, não moro nesta cidade para onde estamos indo, não sou casado, não tenho esposa nem filhos...” Pediu então ao taxista que parasse e voltasse para trás.

Não podemos ficar correndo na vida, atrás de ilusões, ou apenas porque outros disseram. É importante lembrar que temos uma origem certa: Viemos de Deus. Temos um destino certo: O Céu. E temos um caminho para chegar lá: Jesus Cristo..

Um dia estaremos diante do tribunal de Deus, e ali seremos julgados pelos atos que fizemos, bons ou maus. E Cristo nos julgará exatamente como julgamos os outros.

A mãe não costuma guardar rancor nem se vingar, porque ela é símbolo do amor de Deus. Que Maria Santíssima, a Mãe das mães, nos ajude a caminhar, não ao acaso, mas na direção da Vida.


Os penetras e o vexame

Certa vez, dois rapazes amigos estavam andando numa rua de uma pequena cidade do interior, onde ninguém os conhecia. Era domingo pelo meio dia.

De repente, eles viram uma festa em um quintal aberto. Havia muito churrasco e schopp à vontade, com músicas lindas.

Como em festas de casamento há amigos do noivo que a família da noiva ainda não conhece, e vice-versa, eles resolveram entrar de penetras. E não foram só eles os penetras. Apareceram muitos.

Quando eles estavam à vontade, comendo e bebendo, o dono da casa mandou parar a música, subiu numa cadeira e disse: “Por favor, os convidados da noiva fiquem deste lado aqui”. E apontou para a sua direita. Uma turma foi para lá.

E ele continuou: “Agora, os convidados do noivo fiquem deste lado aqui”. Outra turma foi para o seu lado esquerdo.

Nesta hora, o dono da casa falou: “Esses dois grupos podem cair fora, porque esta festa é de quinze anos da minha filha”.

Que vexame, não?

Na Igreja, todas e todos somos convidados. Ninguém é penetra. Mas, se somos da família de Jesus, precisamos nos comportar do jeito dele, ouvindo a sua Palavra e colocando em prática. Senão seremos expulsos do banquete, “por não estarmos em traje de festa... E lá fora haverá choro e ranger de dentes” (Mt 22,12-13). Este vexame seria pior que aquele da festa da debutante.

“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21).


Dois valiosos presentes

Havia, certa vez, um rapaz que tinha o grande desejo de possuir um carro. Quando chegou o seu aniversário, o pai resolveu fazer-lhe uma surpresa. Comprou uma Bíblia, colocou dentro dela um cheque no valor do carro que ele queria, e lhe deu de presente.

Mas aconteceu que o rapaz não se interessou pela Bíblia e nem a abriu. O pai esperou uns dias para ver se ele se tocava. Entretanto, o pai faleceu em um acidente.

Como o pai não havia contado para ninguém a surpresa, o cheque continuou dentro da Bíblia, e esta foi para o última gaveta do guarda-roupa do filho, e lá ficou esquecida, até que o cheque perdeu o seu valor.

Na verdade, dentro de todas as Bíblias existe um tesouro muito mais valioso que um carro. Entretanto, é, como disse Jesus, um tesouro escondido, que só quem tem fé descobre.

Que não sejamos como aquele moço. O cristão verdadeiro lê a Bíblia todos os dias.

“Quem é de Deus escuta a Palavra de Deus” (Jo 8,47). Isabel disse a Maria: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45).


Quem sabe catecismo ganha bombom

Havia, certa vez, um senhor já idoso que tinha muitos netos e netas. Eles o adoravam, especialmente porque, quando os visitava, trazia balas e bombons.

Mas o vô não dava logo os doces às crianças. Primeiro, ele fazia perguntas do catecismo. Quem acertava ganhava primeiro. No fim, todos ganhavam.

Era um recurso pedagógico muito eficaz para despertar nas crianças a interesse e o gosto pelas coisas de Deus, pois associava o catecismo ao bombom.

Muitos não sabem viver a velhice. São impacientes, irritados, egoístas e murmuradores. O pior é quando dão escândalo. Outros são o contrário: Pacíficos, tolerantes, puros de coração e desapegados, tanto das coisas como dos costumes antigos. Têm espírito de sacrifício e são alegres.

O idoso tem quatro metas: União com Deus, boa palavra, serviço ao próximo e bom exemplo.

Que S. Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora, intercedam pelos avós.


A escuridão processa a luz

Certa vez, a escuridão se deu conta de que a luz estava conquistando um espaço cada vez maior, e decidiu mover uma ação judicial contra ela.

No dia marcado para a audiência, a luz apresentou-se na sala do júri, antes da a escuridão. Entraram os dois advogados e o juiz.

O tempo passava e a escuridão não aparecia. Todos esperaram um bom tempo. Por fim, o juiz, cansado e verificando que a parte demandante não aparecia, deu ganho de causa à luz.

Mas todos continuavam curiosos: Como que a escuridão promove uma ação e depois não comparece no júri? Por fim, descobriram. A escuridão estava fora da sala, mas não se atreveu a entrar porque sabia que seria dissipada pela luz.

Se formos discípulos fiéis do Senhor, seremos luz do mundo. Não precisaremos ter medo das trevas, porque elas serão dissipadas pela luz. A verdade, por si mesma, vence a mentira.

“A luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Veio um homem, enviado por Deus, seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Esta era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, a todos ilumina. Ela estava no mundo, o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. São os que creem no seu nome. Estes foram gerados, não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne, e veio morar entre nós” (Jo 1,5-14).


Convidado leva sua mãe à festa

Certa vez, um célebre senhor foi convidado a participar de um jantar festivo. Era uma festa de gala. Foi preparado um lugar próprio para ele, como convidado especial.

Um pouco antes do jantar, ele chegou, trazendo também a sua mãe. O porteiro não quis deixá-la entrar, dizendo-lhe que o convite era só para o seu filho.

O filho sentiu-se ofendido e disse ao porteiro: “Se minha mãe não pode entrar, eu também não entro”. Virou as costas e foi-se embora, junto com sua mãe.

Nós queremos levar Maria conosco, em todas as festas, refeições, encontros e passeios. E se alguém não aceitá-la, nós também não entramos.

Já pensou se os noivos das Bodas de Caná tivesse convidado apenas Jesus e não a sua Mãe? Não teria acontecido o milagre da transformação da água em vinho.

Por isso, cuidado! Ao convidar Jesus para entrar na nossa casa, estenda o convite também à sua Mãe, senão é perigoso ele não entrar.


A pérola e o dragão

Certa vez, um rapaz estava andando numa montanha deserta e viu uma grande caverna. Curioso, entrou nela.

Lá dentro, ele viu uma pérola de altíssimo valor. Aproximou-se para pegá-la, mas viu que ao lado dela havia um dragão muito feroz, com os dentre arreganhados para devorar quem se aproximasse.

O moço foi-se embora. Mas marcou bem o lugar. Anos depois, ele voltou à caverna e, para surpresa sua, a pérola ainda estava lá. E, para seu espanto ainda maior, o dragão tinha se reduzido ao tamanho de uma inofensiva lagartixa.

Com facilidade, ele pegou a pérola e levou-a consigo.

As batalhas ferozes que enfrentamos na vida são como aquele dragão. À medida em que vamos superando as dificuldades da vida diária, crescemos em estatura e força interior. Como na história, não é o dragão que diminui de tamanho, e sim nós que ficamos maiores.

É preciso ter paciência histórica. Para problemas grandes, muitas vezes o tempo é o meio mais eficaz de solução.


A Missa da Família

Certa vez, estava havendo, numa cidade, as Santas Missões, e o missionário deu o seguinte aviso: “Amanhã teremos a Missa da Família. Todos os casais devem vir aqui para a igreja de braços dados, junto com seus filhos”.

Foi aquele alvoroço. Homens que não costumavam nem pegar na mão da esposa em público, agora fazer isso, não só na frente dos filhos, mas na rua!

Mas, como o padre mandou, o jeito foi obedecer. E, quando entraram na igreja, sentiram uma alegria tão grande que nunca haviam sentido.

O sacramento do matrimônio une, não desune o casal. Se como namorados já se amavam, agora o amor é maior. E isso precisa ser testemunhado publicamente, especialmente diante dos filhos.


O melhor método de educar

Havia uma família que morava a dez quilômetros da cidade. Um dia de manhã, o pai pediu que seu filho o levasse de carro à cidade, a fim de ele participar de um evento que iria até a tarde.

Pediu que o filho aproveitasse para levar o carro à oficina, a fim de fazer alguns pequenos reparos. A mãe pediu também ao filho que fizesse algumas compras.

Chegando à cidade, o pai lhe disse: “Nós nos encontraremos aqui, às 17 horas”.

O moço fez as compras, deixou o carro na oficina e, andando pela cidade, resolveu entrar em um cinema. Lá, assistindo um filme, distraiu-se e, quando se deu conta, eram 17:30 horas.

Correu até a oficina, pegou o carro e, quando chegou ao local combinado, eram quase 18 horas. O pai lhe perguntou ansioso: “Por que você veio tão tarde?” O moço não teve coragem de dizer que estava vendo um filme, e disse que o carro não ficou pronto em tempo, e ele teve de esperar.

O que ele não sabia era que o pai havia telefonado na oficina! Ao perceber a mentira, o pai ficou triste e disse: “Algo não está certo na maneira como o tenho educado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei a pé os dez km até a nossa casa, para pensar sobre isso”.

Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada poeirenta.

O filho não quis deixá-lo sozinho e foi seguindo atrás, dirigindo o carro, até chegarem à sua casa. A viagem durou duas horas.

Vendo o pai sofrer tanto por causa de uma mentira, o moço decidiu nunca mais mentir.

Está aí um exemplo de educação baseada na “não violência ativa”. Se o pai tivesse simplesmente castigado seu filho, este teria sofrido o castigo e continuado mentindo.

Jesus é o pai da não violência ativa. Sofreu em si o castigo que seria nosso. E Maria seguiu pelo mesmo caminho.


A coisa mais bela do mundo

Certa vez, um célebre pintor queria pintar, em uma tela, a coisa mais bela do mundo. E saiu procurando.

Horas depois, ele estava andando em uma estrada e viu um sacerdote. Perguntou a ele: “Qual é a coisa mais bela do mundo?” O padre respondeu: “É a fé”. O pintor agradecer e continuou o seu caminho.

Mais na frente, viu um rapaz tocando violão. Perguntou a ele: “Qual é a coisa mais bela do mundo?” O jovem disse: “É a alegria”. Novamente o pintor agradeceu e continuou a sua viagem.

Um pouco distante dali, ele viu um policial. Fez-lhe a mesma pergunta e o policial respondeu: “É a paz”. O artista agradeceu, mas quis continuar sua pesquisa.

Em outro lugar, encontrou-se com uma bela moça e perguntou a ela: “Qual é a coisa mais bela do mundo?” A jovem disse, sem duvidar: “É o amor”. “Obrigado!" respondeu o pintor.

Mas ele se perguntava: Qual dessas coisas é realmente a mais bela?

Como a tarde estava caindo, ele voltou para casa. Ao chegar, viu a esposa terminando o jantar e os filhos ali perto, todos muito alegres. Minutos depois, em volta da mesa, rezaram e começaram a comer.

Está aqui, pensou o pintor, a coisa mais bela do mundo. É a família, pois nela estão todas as coisas belas que ouvi. Eu vejo aqui a fé, a paz, a alegria e o amor.

A família é o lugar abençoado por Deus, onde somos felizes. Ela é a principal formadora das pessoas. Vamos valorizar a nossa família. E não nos esqueçamos de que temos outra família importante, que é a Comunidade cristã.

Que Maria Santíssima, a Mãe das famílias, nos ajude a tornar a nossa família muito bonita.


O jovem casal e a tempestade

Certa vez, um jovem casal, recém casados, estava viajando a pé no meio de uma floresta. Conforme o costume local, ele trazia um facão, preso à cintura pela bainha.

Ao cair da tarde, veio uma tempestade fortíssima. Eram nuvens espessas, fortes trovões, raios e muito vento. A moça estava com medo, apavorada.

Então o marido, que conhecia o amor dela por ele, tirou o facão da bainha e o ergueu sobre a cabeça dela, como se fosse parti-la ao meio. A esposa ergueu os olhos e, na maior calma, deu-lhe um belo sorriso.

Ele disse: “Por que você não fica com medo?” Ela respondeu: “Claro, eu sei que você me ama e não vai fazer isso comigo”. O rapaz então explicou: “Querida, Deus ama você muito mais do que eu. Por que então está com medo da tempestade?”

Aí está a explicação por que os cristãos católicos são corajosos e são felizes, mesmo diante dos maiores perigos: Confiam no amor de Deus. Está aí também a explicação por que nós abraçamos uma vocação, mesmo sem conhecer os detalhes do que iremos fazer ou enfrentar.

Como os Apóstolos, nós deixamos na praia a nossa barca e partimos, felizes com Jesus, sem saber direito nem para onde vamos. E no fim dá tudo certo. Quem ama, arrisca, sem nem perceber que está arriscando, porque tem certeza da proteção do amigo.

Jesus ridicularizou o homem rico, que colocava a sua segurança nos bens materiais: “Tolo!Ainda nesta noite, tua vida te será retirada. Para quem ficará o que acumulaste?” (Lc 12,20).

O melhor exemplo de resposta vocacional, depois de Jesus, temos em Maria Santíssima. Ela foi muito além do que Deus lhe pedia: Eis aqui a escrava do Senhor, faça de mim o que o Senhor quiser. Quer dizer: Não só isso aí, mas tudo o mais que o Senhor quiser, eu faço. Que ela nos ajude a descobrir, abraçar e perseverar na nossa vocação.


O leilão especial

Certa vez, um jovem foi apartar uma briga, levou um tiro e morreu. Um amigo seu pintou um quadro, mostrando-o de corpo inteiro, e o deu de presente ao seu pai, que era apaixonado pelo filho.

O pai gostou muito do presente. Como ele tinha, em casa, uma coleção de quadros, alguns valiosos, colocou aquele quadro junto com os demais, no seu atelier.

Quando este senhor faleceu, a família, cumprindo o desejo dele, fez um leilão dos quadros. O primeiro a ser leiloado foi o do moço.

Mas ninguém dava o primeiro lance, pois as pessoas estavam interessadas nos outros quadros famosos. Após muita insistência do leiloeiro, um rapaz levantou a mão e gritou: Trinta Reais. Como ninguém mais deu outro lance, o leiloeiro bateu o martelo e entregou o quadro ao jovem.

Em seguida, os organizadores declararam encerrado o leilão. Foi aquela surpresa. Eles explicaram: O falecido, dono da coleção, havia determinado que aquele que adquirisse o quadro do seu filho ficaria com toda a coleção.

Jesus morreu para nos defender. Deus Pai o ama muito, e dá todos os presentes para quem seguir o seu Filho. Quem o adquirir, levará todos os bens do céu.


Após o terremoto, o que fazer?

Em 1755, a capital de Portugal, Lisboa, sofreu um grande terremoto, que devastou a cidade. O rei, Dom José I, ficou perdido, sem saber que atitude tomar. Pediu para chamar seu conselheiro, o Marquês de Alorna, a fim de que lhe apresentasse soluções para o grande problema.

O Marquês foi simples, objetivo e categórico. Ele disse: “Enterre os mortos e cuide dos vivos”. Em outras palavras: Em vez de maldizer a escuridão, acenda um fósforo.

Em nossa vida, terremotos acontecem. São crises, problemas de saúde, na família etc. A nossa pergunta é: O que Deus pede de mim agora, nesta nova situação? E olhar para frente, porque Deus não nos permite barreira sem brecha, nem problema sem solução.

O nosso foco não deve estar no problema, mas na solução. Não devemos focalizar o que passou, mas o presente, direcionando para o futuro. O importante é, a partir do que sobrou, reconstruir.

Após o pecado original, Deus foi objetivo e prático: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te esmagará a cabeça” (Gn 3,15). Maria é inimiga do tentador, do qual seu Filho esmagou a cabeça.


O exemplo do tição

Certa vez, numa região rural, um homem afastou-se da Comunidade. Todos sentiram a sua ausência.

Como ele era amigo do coordenador da Comunidade, numa noite, foi passear na casa dele. O líder aproveitou para lhe dar uma bela e amiga lição.

Como fazia frio, os dois estavam sentados à beira do fogão de lenha, enquanto a mulher preparava o café.

No meio da conversa, o dono da casa puxou um tição do fogo, deixando-o fora. Logo, o tição se apagou. A mulher o colocou de novo. Entretanto, minutos depois, o marido repetiu o gesto, e novamente o tição se apagou.

E a cena foi-se repetindo, até que o visitante se inquietou e disse: “Por que você faz isso, compadre?” O coordenador explicou: “Nós somos como este tição. A Comunidade é o fogo e nós o tição. Fora dela, nós nos apagamos na fé!”

O outro abaixou a cabeça e disse: “Muito obrigado pela lição, compadre!” Daí para frente, ele voltou a participar assiduamente da Comunidade.

Ovelha separada do rebanho, o lobo pega. Esse coordenador agiu exatamente como Jesus, ao ir atrás dos dois discípulos de Emaús.

“A Comunidade é força de Deus. Lugar abençoado onde moram os filhos seus”.

Maria Santíssimo nunca se afastou da Comunidade. Pelo contrário, ela sempre apoiava a Igreja nascente, como vemos em At 1,14. Mãe Educadora da fé, rogai por nós.


Presente original

Certa vez, uma senhora estava fazendo aniversário. Depois de cantar os parabéns, a sua filhinha de três aninhos, toda emocionada, entregou-lhe uma caixa bonita, enfeitada com papel de presente e lacinhos de fita.

A mãe abriu na hora a caixa, mas ficou surpresa, porque não havia nada dentro. Então abraçou a menina e disse: “Filhinha, quando a gente dá um presente a alguém, não é só a caixa; precisamos colocar alguma coisa dentro!”

A garotinha ficou vermelha e disse: “Mas eu coloquei, mãe!” A mãe falou: “Filhinha, olhe a caixa, está vazia!” A menininha disse: “Mamãe, era uma surpresa; eu enchi a caixa de beijos para a senhora!”

“O essencial é invisível aos olhos” (Pequeno Príncipe).

Nós também ganhamos de Deus um grande presente, a Redenção. Dentro desta caixa, o principal nós não vemos, que é o amor de Deus por nós. Foi esse amor que deu origem a toda a História da Salvação, a qual continua até hoje, perfumando a nossa vida.

Vamos abrir essa caixa, sentir o seu perfume, e sair distribuindo pelo mundo, como fez aquela garotinha. Fortalecidos por esses beijos de Deus, podemos vencer tudo, e encher o mundo de amor.


O padre que cumpria as penitências

No final do Séc. XIX, vivia no interior do Brasil um padre que tinha fama de santo. Seu nome era Pe. Gregório.

Quando ele começou a ficar mais idoso, a cozinheira da casa paroquial ficava preocupada, porque o Pe. Gregório nunca chegava para jantar, após o seu plantão de confissões na igreja.

Ele fechava todas as portas da igreja e ficava lá dentro. Os líderes da paróquia ficaram curiosos para saber por que o padre fazia aquilo.

Um dia, alguém descobriu: Ele cumpria parte das penitências que queria dar aos penitentes. Por exemplo: Quando uma pessoa se confessava e ele achava que devia pedir vinte Pai Nossos, pedia só dez e ele mesmo rezava os outros dez. E fazia isso depois que atendia o último penitente.

Pe. Gregório agia assim porque ficava com dó das pessoas terem de cumprir penitências longas. Acontecia, às vezes, de ele ficar até altas horas da noite na igreja, de joelhos, rezando.

O Pe. Gregório era um pastor que amava muito as suas ovelhas, e não queria que nenhuma se perdesse.

Maria Santíssima é a Mãe de todos nós. Como boa Mãe, ela também sente dó dos seus filhos e filhas e não quer que nenhum se perca. Mãe da Igreja, rogai por nós.


O enterro do rei

Certa vez, um rei morreu, e a família real pediu aos monges que ele fosse enterrado no cemitério particular deles, que fica dentro do terreno do mosteiro, o qual é cercado de muros.

O abade permitiu, mas colocou uma condição: No momento em que ele atravessar o portão do mosteiro, não será mais a sua majestade o rei, mas um simples defunto. E explicou: Aqui todos os defuntos são iguais. A família concordou.

O portão era de placas de ferro, totalmente fechadas, sem visão do outro lado.

Na hora do enterro, um monge ficou esperando do lado de dentro. Quando o cortejo fúnebre chegou junto ao portão, o general chefe do exército bateu. O monge perguntou, lá de dentro: “Quem é?” O general respondeu: “É o corpo do nosso rei, fulano de tal”. “Não o conheço”, respondeu o monge.

Veio o primeiro ministro e disse: “Sr. monge, eu sou o primeiro ministro do reino. Trouxemos o corpo do nosso digníssimo rei, fulano de tal, que ajudou tanto este mosteiro!” O monge respondeu: “Não conheço”.

Diante do impasse, foram falar com a rainha, que estava lá atrás, junto ao caixão. Foi ela que havia combinado o enterro com o abade. A rainha disse: “Deixem, que eu sei por quê”.

Aproximou-se do portão, bateu e o monge perguntou, lá de dentro: “Quem é?” Ela disse: “É um defunto para ser enterrado”. Na hora, o monge abriu o portão e iniciou a reza do terço pela alma do falecido.

E o rei foi enterrado da mesma forma em que sepultavam os monges falecidos, sem nenhuma distinção.

“Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar” (Cf Gn 3,19).


O mendigo e a pedra

Havia, certa vez, um mendigo que passava o dia sentado numa pedra na beira de uma estrada, pedindo esmola. Por isso, aquela pedra era chamada “A pedra do mendigo”.

Um dia, o dono daquelas terras precisou da pedra para uma construção, e mandou que ela fosse transportada. Os empregados vieram com um trator, porque a pedra era grande e pesada.

Ao rolarem a pedra, tiveram uma surpresa: Embaixo dela havia um tesouro. Uma caixa de bronze, cheia de ouro, prata e pedras preciosas. Certamente alguém, a centenas de anos atrás, havia escondido naquele lugar a sua fortuna, e depois morreu sem ter contado isso para ninguém.

Que contraste! Um mendigo, pedindo esmola, sentado em cima de um grande tesouro, capaz de fazê-lo um dos homens mais ricos da região!

Em muitas casas, acontece algo bem parecido, com a Bíblia. A família a tem, ela é a Palavra de Deus e o caminho para a nossa felicidade. No entanto, ela fica escondida em um canto, e às vezes as pessoas se esquecem até de que ela existe.

A felicidade existe, é possível e está bem pertinho de nós. Falta abrir o tesouro. Muitos morrer de sedo ao lado da fonte de águas cristalinas.

“O meu mandamento não está no céu, para que digas: Quem poderá subir ao céu por nós para apanhá-lo?... Não está do outro lado do mar... A minha palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que possas cumprir” (Dt 30,11-14).

Maria Santíssima amava muito a Palavra de Deus. Foi sua prima Isabel que disse isto: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,45).


O boneco de sal

Havia, certa vez, um boneco que era de sal. O seu sonho era conhecer o mar.

Um dia, depois de muito viajar, ele aproximou-se do mar. Ficou encantado. Amou o mar. Como quem ama quer aproximar-se, o boneco aproximou-se do mar.

Então o mar o convidou: “Venha mais perto!” O boneco respondeu: “Mas, é perigoso! Eu sou de sal!” “Não há problema”, disse o mar. “Pode vir”.

O boneco aproximou-se. Então o mar fez uma onda e esta atingiu os pés do boneco, que derreteram na hora.

“Veja o que aconteceu”, disse o boneco. “Já perdi os meus pés!” “Não há problema, venha mais”, disse o mar. O boneco se aproximou e perdeu as pernas.

Mas aí ele criou coragem e foi em frente... Até que veio uma onda e o encobriu. Nessa hora, o boneco disse: “Agora, mar, eu posso dizer que amo você!”

Essa história expressa bem o amor de Jesus por nós, manifestado na Eucaristia. Expressa também o nosso amor a ele, manifestado quando temos uma vida cristã eucarística. Deus é poderoso, é o Senhor da vida, da morte, de tudo.

O Corpo de Cristo que comungamos foi gerado no corpo de Maria Santíssima. Obrigado, Mãe, pelo presente!


O pai que gostava de torradas queimadas

Havia, certa vez, uma família composta de três pessoas: O pai, a mãe e um filho de dez anos.

Como a esposa trabalhava fora, à tarde, no jantar, ela, em vez de cozinhar, preparava um lanche.

Em um desses lanches, ela colocou na mesa torradas bastante queimadas. O esposo as pegava, colocava margarina e comia, sorrindo para ela e o filho. Durante a refeição, perguntou ao menino como tinha sido o seu dia na escola.

A esposa pediu desculpas por haver queimado as torradas. Ele disse: “Querida, adoro torradas queimadas”.

Mais tarde, antes de dormir, o garoto perguntou ao pai, longe da mãe, se ele gostava realmente de torradas queimadas. Ele abraçou o menino e disse:

“Companheiro, sua mãe teve hoje um dia de trabalho muito pesado e estava cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de falhas, porque não somos perfeitos. Precisamos aceitar as fraquezas alheias, relevando as diferenças entre um e outro. As pessoas se esquecem do que lhes dizemos, mas nunca se esquecem do modo como as valorizamos e acolhemos”.

Precisamos saber conviver com as falhas alheias, acolhendo, relevando. Está aí a chave da boa convivência.

Maria Santíssima é nossa mãe. A mãe não costuma guardar rancor dos filhos, nem se vingar deles, porque ela é símbolo do amor de Deus. Mãe das mães, ajudai-nos a conviver.


A romeira que foi curada

Certa vez, uma senhora, casada e mãe de três filhos, descobriu que estava com câncer. Ficou tão chocada com a notícia que perdeu o rumo da vida. Era uma professora, boa mãe e boa esposa, mas confundiu-se completamente. Não via mais que um palmo na frente do nariz.

Resolveu fazer uma romaria ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Acertou todas as coisas, em casa e no serviço, e foi sozinha.

Hospedou-se em um hotel e foi para o Santuário. Subiu a rampa e ficou bem em frente à Imagem original da Santa. Ela não sabia o que dizer, mas ali era o único lugar onde se sentia bem. Passou quatro dias ali em frente da Imagem, só saindo para as suas necessidades físicas.

Aquela mulher chamou a atenção dos funcionários da Basílica. Antes de voltar para casa, ela contou a sua história para uma funcionária.

No fim, disse: “Sou outra. Eu estou bem. Sinto-me ótima e feliz. Não sei se fui curada ou não; vou saber isso quando voltar ao meu médico. Mas estou disposta a continuar a minha vida com muita alegria”.

Aí está um exemplo dos milagres mais comuns que acontecem nos santuários católicos, todos os dias.

Não há doenças, mas doentes. Todos um dia vamos morrer. Mas o pior da doença é quando ela toma conta da nossa pessoa inteira, e nos torna doentes.

Mãe dos enfermos, rogai por nós.


O caminho do Céu e o caminho da Igreja

Certa vez, um missionário chegou a uma cidade para iniciar as Santas Missões. Ele ainda não conhecia a cidade.

Por isso, logo que saiu da rodoviária, viu um grupo de meninos brincando na rua e perguntou a eles: “Como que eu faço para chegar até a igreja?” Explicaram direitinho.

Então o missionário aproveitou e disse: “Amanhã vai haver uma missãozinha para as crianças, às nove horas. Vocês estão convidados. Lá eu vou ensinar para vocês o caminho do Céu!”

Um garoto disse: “O senhor não sabe nem o caminho da igreja, como vai saber o caminho do Céu?”

De fato, para chegarmos ao céu precisamos participar a Igreja, pois só S. Pedro tem as chaves do Céu, e o Papa, chefe da Igreja, é o sucessor de S. Pedro.

Precisamos, no domingo, participar da reunião semanal dos cristãos, que é a Santa Missa.

“Como são amáveis tuas moradas, ó Senhor! Meu coração e minha carne exultam no Deus vivo. Até o pássaro encontra a casa, e a andorinha o ninho onde por os seus filhotes. Feliz quem mora em tua casa e sempre segue os teus caminhos. Para mim, vale mais um dia na casa de Deus do que mil em outro lugar; Estar na porta da casa do meu Deus é melhor que habitar nas mansões dos ímpios. Porque sol e escudo é o Senhor Deus; ele concede graça e glória, e não recusa bem algum a quem caminha com retidão” (Sl 84).

Maria Santíssima é chamada de Casa de Ouro, e de Porta do Céu. Que ela nos ensine o caminho da Igreja, da qual é Mãe.


Cão ferido morde quem o socorre

Certa vez, um adolescente estava caminhando em uma rua e viu um cachorro estirado no meio do asfalto, sem poder mover-se. Estava ferido. Um carro o havia atropelado, e o animal tinha as patas traseiras quebradas.

Os veículos passavam muito perto dele, e o medo do garoto era que o matassem, porque era impossível que o animal pudesse levantar-se sozinho.

Com gestos, o menino deteve o tráfego, pegou o cão ferido e o levou para a calçada. Imobilizou suas patas quebradas, com faixas. O adolescente fazia isso com muito amor, pensando em levar o bicho para a sua casa.

Mas, o cão lhe cravou os dentes na mão. Mesmo após a mordida, o menino continuava cuidando do cão.

Algumas pessoas viram e o levaram imediatamente para o hospital, onde tomou injeção anti-rábica.

Alguém lhe perguntou por que ele continuava cuidando do cachorro, mesmo após levar a mordida. Ele disse: “Quem me mordeu não foi o cão, mas a sua ferida”. Aí está o motivo da mordida em alguém que só queria salvá-lo.

Quando uma pessoa está mal, ou não tem paz, está ferida na alma e, se recebe amor ou bons tratos, “morde”. Mas, na verdade, quem está fincando os dentes é a sua ferida.

Jesus entendeu isso com os discípulos de Emaús. Por isso foi atrás deles e teve paciência, pois eram os problemas internos deles que os tornavam cegos e até agressivos.

Os nossos problemas internos nos tornam cegos e nos levam a “morder” as pessoas em volta, mesmo que estejam nos fazendo o bem. Quando alguém grita com você, ofende você, critica-o, não o faz porque quer mal a você, mas porque está mal, está ferido na alma.

É nessas horas que a mãe se torna ombro amigo para chorarmos. E Maria é essa Mãe. Socorrei-nos, ó Maria, neste nosso caminhar.


O homem que serrou a sua cruz

Certa vez, um homem estava carregando a sua cruz, mas a achava um pouco pesada e desajeitada de carregar.

Ao passar por uma casa de sítio, viu o sitiante com um serrote, serrando uma madeira. Ele pediu o serrote emprestado e serrou um pedaço da sua cruz. Ao recolocá-la no ombro, gostou. Agora sim, pensou ele, dá para carregar mais fácil. Agradeceu o sitiante e continuou o seu caminho.

Mais na frente, havia um córrego que ele devia atravessar. Os barrancos eram altos e, lá no embaixo, o rio era fundo e a correnteza forte. Não havia por ali nenhuma ponte, ou pinguela, ou madeira para ele usar.

Ele tentou usar a sua cruz como pinguela, mas, coitado! Faltava exatamente aquele pedaço que ele cortou. E assim, o homem ficou ali, sem prosseguir o seu caminho.

É isso que dá a gente querer cortar a própria cruz. O surgimento de seitas tem como motivo principal querer cortar um pedaço da cruz que o Evangelho nos impõe.

Maria Santíssima carregou a sua cruz com coragem, e sem cortá-la. Que ela nos ajude a seguir o Evangelho do seu Filho, sem pular nenhuma página, ou tentar “adocica-lo” mais.

“Se alguém quer me seguir, renuncie-se a si mesmo, toma a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).


São Martinho de Lima e o mendigo

São Martinho nasceu em 1579, em Lima, capital do Peru. Era negro, filho de uma escrava. Um dia, ele queria ajudar um mendigo que pedia esmola, mas não tinha nada para lhe dar.

O que Martinho fez? Sentou-se na calçada, ao lado do mendigo, e pedia esmola junto com ele, para ajudá-lo.

A caridade, somada à humildade, leva os cristão a tomar atitudes inusitadas.

Ninguém é tão pobre que não tenha nada a dar.

Maria Santíssima foi a mulher solidária. Solidarizou-se com a prima Isabel, com os noivos em Caná, com o Filho na Cruz... e continua se solidarizando conosco pelos séculos afora. Mãe solícita, rogai por nós.


O sábio e o passarinho

Certa vez, um rapaz quis desmoralizar um senhor, que era líder da Comunidade e tido por todos como um sábio.

O jovem pegou um pequeno passarinho, pôs as mãos para trás, aproximou-se do líder e disse: “Todos aqui no bairro consideram o senhor um sábio, que sempre dá respostas acertadas a quem pergunta. Eu estou segurando um passarinho aqui nas minhas mãos. Ele está vivo ou morto?”

A armadilha era bem feita porque, se o homem falasse que estava vivo, o moço apertava-o em suas mãos e o matava. Se dissesse que estava morto, ele simplesmente o mostrava vivo.

Mas aquele líder, mais uma vez mostrou-se sábio. Respondeu ao moleque: “A decisão está nas suas mãos, assim como o seu futuro e a felicidade das pessoas ao seu redor”.

É a pura verdade. O mundo não caminha ao acaso. A História é o fruto das decisões que tomamos, somadas com as decisões dos outros. “Eis que coloco diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a desgraça...” (Dt 30,15).

Mãe do Bom Conselho, rogai por nós.


As diversas maneiras de se regar uma horta

Uma horta pode ser irrigada de vários modos:
- Usando o regador, aquele balde com o bico próprio para regar.
- Usando a mangueira. É mais fácil, exige menos esforço e gasta menos tempo.
- Usando a peça chamada aspersor, afixada na ponta da mangueira. É uma peça giratória que rega a horta sozinha, sem o trabalho de ninguém.
- E a quarta maneira, a melhor de todas, é a chuva.

A Eucaristia é uma chuva de graças sobre nós. Quem comunga caminha a passos largos na vida cristã e na santidade. Nela recebemos o próprio autor da graça, aquele que nos dá a Água Viva (Jo 4,10).

Nós precisam ser regados por esta fonte de Agua Viva. É uma fonte que, derramando sobre nós, transborda para a nossa família e o nosso bairro.

E se tivermos dificuldade, recorramos a Maria, nossa Rainha, pois nas Bodas de Caná ficou provado que Jesus a atende, mesmo que ainda não tenha chegado a sua hora (Cf Jo 2,1-10).


O médico na procissão

Certa vez, as famílias de uma Comunidade estavam fazendo, de casa em casa, a novena do Natal.

Os vizinhos se reuniam numa casa, rezavam, conforme orienta o livrinho próprio, e saíam juntos, levando a imagem do Menino Jesus para a outra casa, marcada para o dia seguinte.

Um homem não quis participar da novena, alegando cansaço. Todas as noites a família ia e ele ficava sozinho em casa, vendo televisão.

Numa noite, ele ouviu um barulho na rua. Abriu um pouquinho a cartinha e olhou disfarçadamente pela janela, e viu a procissçãozinha passando, cantando e rezando.

E ele viu um médico, que admirava muito, um dos homens mais conceituados da cidade, indo junto, rezando e cantando, com o terço na mão.

Aquele homem sentiu-se do tamanho de um grãozinho de areia. Envergonhado, desligou a televisão e foi rezar no quarto, pedindo perdão a Deus.

Quando a família chegou, ele não falou nada. Mas, na noite seguinte, lá estava ele, participando da novena. E o fez até o fim.

A força do testemunho daquele médico foi enorme. E ele nunca ficou sabendo disso!

“Se alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras diante desta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória do seu Pai, com seus santos e anjos” (Mc 8,18).

Maria Santíssima, quando estava ao pé da cruz junto com o Filho crucificado, deu também um belíssimo testemunho de fé, de amor e de coragem. Rainha dos profetas, rogai por nós.


Meu pai é o piloto

Certa vez, um senhor estava no aeroporto, aguardando o seu avião, e observava um menino que estava sozinho, na sala de espera do aeroporto.

Quando o embarque começou, o menino foi colocado na frente da fila para entrar e encontrar seu assento. Aquele senhor entrou no avião e viu que o menino estava sentado ao lado de sua poltrona.

O garoto foi cortês, quando ele puxou conversa e, em seguida, começou a passar o tempo colorindo um livrinho, sem demonstrar ansiedade ou preocupação com o avião, enquanto os preparativos para a decolagem estavam sendo feitos.

Durante o voo, o avião entrou numa tempestade muito forte, o que fez com que a aeronave balançasse como uma pena ao vento. A turbulência e as sacudidas bruscas assustaram alguns dos passageiros. Mas o menino parecia encarar tudo com a maior naturalidade.

Uma das passageiras, sentada do outro lado do corredor, ficou preocupada com aquilo tudo e perguntou ao garotinho: “Você não está com medo?” Ele respondeu, com um sorriso lindo no rosto: “Não senhora, não tenho medo. O meu pai é o piloto”.

Existem situações na nossa vida que lembram um avião passando por forte tempestade. Nessas horas, às vezes nos sentimos sem apoio. Lembremo-nos de nosso querido Pai do Céu, que dirige a natureza e a História, com sabedoria e poder infinitos. Ele está pensando em nós!


Deus é nosso Pai

Certa vez, numa homilia, um padre disse: “Deus é nosso Pai!”

Os que estavam presentes logo pensaram: Já vem ele com a arenga de sempre. Estamos cansados de saber isso. Como sempre, ele não trás nenhuma novidade.

E o padre continuou: “Se Deus é nosso Pai, nós somos irmãos!”

Também já estamos cansados de saber, pensaram os presentes. Desde criança ouvimos essa frase: de que somos irmãos.

Mas o padre não parou por aí, e disse: “Se Deus é nosso Pai e nós somos irmãos, nossos bens são comuns!”

A assembleia reagiu na hora: “Esse padre é comunista! Vamos denunciá-lo!”

A doutrina cristã, muitas vezes, entra por um ouvido e sai pelo outro, e não tiramos as consequências práticas. Em outras palavras, a nossa fé às vezes não passa de um verniz, isto é, por dentro continuamos pagãos.

O perigo é ouvirmos, no Juízo Final, aquelas palavras duras de Jesus: “Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade!” (Mt 7,23).


A borboleta forçada a sair do casulo

Certa vez, um rapaz estava curioso para ver como que nasce uma borboleta. Ele ficou observando um casulo.

De repente, abriu-se um buraquinho e um bichinho feio, todo amarrotado, começou a sair. O jovem ficou observando. Mas demorava demais, e parecia que a borboletinha já estava cansada de tanto se esforçar para sair.

Então ele resolveu dar uma ajudazinha. Pegou uma tesoura e, com todo cuidado, abriu mais o buraquinho. O bichinho saiu logo, mas... nunca voou!

É justamente aquela demora, e aquele esforço para sair, que faz a borboleta abrir suas belas asas e voar. É através daquele esforço que um fluido passa de seu corpo para as asas, dando-lhes forças para se abrirem e lhes dando aquele colorido bonito. Quando o moço abriu o casulo, impossibilitou essa passagem do fluido, e a borboleta não pôde abrir as asas!

É uma lição para nós, principalmente para os apressadinhos e imediatistas. A vida caminha devagar. Daí a comparação que Jesus fez, do Reino de Deus, com o fermento e com a semente, pois ambos agem devagar.


Maria Santíssima é a flor mais bela e bendita no Reino de Deus. Que ela nos ajude a ser bons cidadãos desse Reino, e a termos paciência, não queimando etapas.

2 comentários:

  1. Boa tarde, Padre!
    Sua Bênção.
    Obrigada pelas historias! com certeza vou utilizar nos meus encontros de catequese.
    Aproveito para agradecer pelos 120 de presença no Brasil e, pedir q. Deus derrame sua bênção divina sobre todos os Missionários Redentoristas.

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