PADRE QUEIROZ

sábado, 30 de agosto de 2014

MAIS 50 HISTORINHAS - Agosto de 2014

MAIS HISTÓRIAS DO PADRE QUEIROZ

50 HISTORINHAS

2014

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A festa de Deus

Certa vez, estava havendo as Santas Missões em uma cidade. Um missionário foi visitar o colega que estava em outro bairro. Como neste bairro não havia igreja, a Missão estava acontecendo em um barracão.

O visitante chegou pelas dez horas da manhã, e centenas de crianças estavam nas ruas, voltando da missãozinha. Então ele parou o carro e resolveu brincar com as crianças.

Perguntou para um grupinho que passava: “O que está havendo aí?” Um garoto respondeu: “Festa”. “Que hora é a festa?” perguntou o padre, que estava à paisana. O garoto ficou confuso, mas os outros responderam: “Aqui tem festa de manhã, à tarde, à noite... o dia inteiro”.

Uma missão popular parece uma festa. O objetivo é atrair o povo para a nova vida apresentada.

A vida de Igreja é também uma festa, festa de Deus. Por isso que, na Missa, cantamos e aclamamos.

Maria Santíssima é uma atriz que dá brilho à festa. Que ela nos ajude a celebrar tão bem a festa que o próprio Deus possa sorrir.


Missão, tempo de alegria e de graça

Certa vez, uma unidade do exército construiu um clube de campo para seus oficiais, numa cidade do interior. Ficou uma beleza: Várias casas para os oficiais com suas famílias, piscina aquecida, campos de esportes...

O povo da cidade ficou orgulhoso com a honra, e também com as vantagens econômicas, pois além da parte comercial, a obra ia gerar muitos empregos.

No dia da inauguração, veio o próprio general, que ia ficar ali vinte dias de férias. O prefeito fez um discurso, no qual disse: “Há uma só coisa desagradável, Sr. General. Um grupo de missionários está aqui, e vão começar hoje à noite uma missão, que vai durar duas semanas. Tentamos impedir este desmancha-prazeres, mas não conseguimos”.

Quando ele terminou o discurso, o general tomou a palavra e disse: “Sr. prefeito, nós não vemos as missões como desmancha-prezares. Programamos as nossas férias para estes dias justamente para participarmos das santas missões”.

Houve uma longa salva de palmas por todos os convidados. E o prefeito não sabia onde por a cara.

A missão é um tempo de graça e de conversão. É também um tempo de alegria e de festa, festa de Deus. Nela escutamos a Palavra de Deus, que é o caminho da felicidade verdadeira para todos nós.


A tia mentirosa

Certa vez, um menino visitava sua tia, e esta o repreendeu por contar uma mentira. A tia o advertiu: “Você sabe o que acontece com quem mente?” “Não, tia. O que acontece?” respondeu o garoto.

A tia explicou: “Existe um homem que mora na lua, de cor esverdeada e tem um olho só. Ele desce no meio da noite e voa de volta para a lua, levando todos os que dizem mentiras. Lá, eles são espancados com varas pelo resto da vida. Você ainda dirá mentiras?”

O menino disse: “Tia, acho que ele vai levar nós dois, porque a senhora também está falando uma grande mentira”.

Aí está o erro daquela tia: Querer motivar uma criança a não dizer mentiras, através de uma mentira, e daquelas cabeludas. Se quisermos condenar os pecadores, caímos no mesmo erro, porque nós também somos pecadores.

“Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt 5,37). Jesus é a verdade. Já o demônio é o pai da mentira.


A humilhação salutar

Havia, certa vez, um rapazinho que era coroinha. Ele começou a trabalhar em uma loja de tecidos, junto com uma funcionária e o patrão. Os dois pertenciam a uma seita evangélica.

Como a loja tinha pouco movimento, o dono e a moça começaram a argumentar com ele contra a Igreja Católica. Diziam que os católicos adoram imagens e mostravam, na Bíblia deles, que isto é proibido. Diziam também que os católicos adoram Nossa Senhora, que também não pode, pois só Deus deve ser adorado. E outras coisas mais.

O rapazinho ficou confuso, porque não sabia responder àquelas acusações.

Aconteceu que um missionário de fora veio à paróquia fazer uma palestra sobre fé, com oportunidade de a plateia fazer perguntas.

O mocinho foi e levou a Bíblia do patrão, com aquelas passagens marcadas, para perguntar ao missionário.

Ele era o único homem presente na palestra. O resto eram senhoras.

O palestrante logo viu a Bíblia na mão do rapaz e percebeu que era protestante.

Quando chegou a hora das perguntas, o mocinho levantou a mão e começou perguntando sobre adorar imagens.

O padre, que não o conhecia, pensou tratar-se de um evangélico que veio para perturbar. Em vez de responder, ficou sério e disse: “Aqui não é lugar para protestantes!” E virou o rosto para outra pessoa que havia levantado a mão.

Todas as senhoras conheciam o coroinha, mas nenhuma o defendeu, explicando que ele não era protestante!

Foi a maior humilhação que aquele rapazinho teve na vida. A partir dali, nunca mais duvidou da fé católica.

O encontro com Deus, a conversão, joga-nos no chão, quebrando assim o nosso orgulho. Isso aconteceu com S. Paulo, com Santo Inácio de Loyola e tantos outros e outras.


O homem que pulava de Missa em Missa

Havia, certa vez, um senhor que morava em uma cidade grande, e desgostou-se do padre, porque este todos os domingos, na homilia, começou a colocar-se do lado dos pobres e defendê-los, criticando os ricos.

O homem resolveu mudar de igreja. Mas logo percebeu que nesta outra o padre falava a mesma coisa. Mal sabia ele que era tema da Campanha da Fraternidade e que todos os padres deviam falar sobre isso.

Mudou pela segunda vez, pela terceira, e assim foi percorrendo as igrejas da cidade. Mas não havia jeito, todos os padres batiam na mesma tecla.

Um dia, ele foi a uma igreja e gostou. O padre não falou nada a favor de pobre nem contra ricos. Só comentou sobre rezas e as bênçãos de Deus.

Terminada a Missa, aquele senhor foi à sacristia e disse para o celebrante: “Parabéns, sr. padre. Até que enfim encontrei um padre que fala de Deus. Todos os domingos eu virei participar da Missa aqui. Vou ser seu paroquiano.

O padre lhe disse: “Meu caro, devo dizer-lhe que o senhor ainda não encontrou a igreja que procura, porque esta aqui é igualzinho a essas que frequentou. Hoje, foi por acaso que não falei de pobre e de justiça social. Aliás, na religião católica o senhor não vai encontrar a igreja que procura”.

Certamente aquele senhor continuou quebrando a cara, até entender que o errado era ele. A Igreja de Jesus é um caminho seguro que leva para o Céu. Mas esse caminho passa necessariamente pelo amor ao próximo, especialmente aos mais pequeninos e excluídos.


A menina, a boneca e o seu amigo

Certa vez, uma menina bem pobre e descalça estava andando no centro da cidade. Faltavam poucos dias para o Natal. Ela viu, em uma loja, uma boneca muito linda. Parou um pouquinho e ficou admirando a boneca.

Ela tinha apenas algumas moedas, sabia que não podia comprar aquela boneca. Mas, observando as outras prateleiras, viu uma boneca pequenina e bem simples. Para esta acho que meu dinheiro dá, pensou. E entrou na loja.

Mas, ao dar dois passos, veio o balconista e lhe disse: “Nesta loja, quem está descalço não pode entrar”. Ela, mais que depressa, voltou para a calçada e foi caminhando.

Um homem que estava na loja viu a cena, saiu, alcançou a menina, que estava com os olhos cheios de lágrimas, devido à vergonha que passou. O homem tirou seus sapatos e disse a ela: “Calce os meus sapatos”.

A garotinha quase não conseguia andar com aqueles sapatos. Ele deu-lhe o dinheiro e disse: “Agora você pode entrar na loja, porque está calçada”. Ela entrou, comprou a boneca bonita, enquanto seu amigo esperava na calçada, pois agora era ele que não podia entrar.

Neste nosso mundo cão, felizes aqueles e aquelas que invertem as coisas: Ficam pobres para que os pobres possam ter vez.

“Certamente conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo: de rico que era, tornou-se pobre..., para que vos tornásseis ricos por sua pobreza” (2Cor 8,9)


A sobrinha “desobediente”

Havia, certa vez, uma menina que perdeu o pai e a mãe, e foi morar com o tio. Este não tinha religião, mas a garota, seguindo seus pais, participava da igreja. Quando tinha 17 anos, ela entrou no grupo de jovens da paróquia.

Um dia, o tio lhe disse: “O que você vai fazer lá na igreja? Ficar durante uma hora olhando para a cara do padre! Você está namorando o padre?” Mas a jovem continuava indo à igreja assim mesmo.

As brigas entre os dois aumentaram tanto que ela, orientada pelo grupo de jovens, resolveu fazer um teste. Entrou totalmente na do tio, fazendo tudo o que ele queria.

E sabe o que ele fez? Em um sábado à noite, levou a sobrinha para uma boate que ele frequentava. Ali, ela teve de se sentar e tomar cerveja ao lado de mulheres de vida leviana. Nesse momento, ela percebeu tudo. O que o tio queria era que ela fosse igual a ele. Querias! pensou a mocinha.

Ainda bem que esta jovem tinha boas orientações no grupo de jovens. A maioria, infelizmente, devido à falta de experiência, cai nas armadilhas e se desvia do caminho certo.

A fé leva-nos a ver o invisível, o transcendente, o que vai além dos olhos da carne. Uma pessoa de fé querer explicar a razão de suas atitudes para uma que não tem fé, é como jogar pérolas aos porcos.

“Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos. Pois estes, ao pisoteá-las se voltariam contra vós e vos estraçalhariam” (Mt 7,6).


Margarida Maria Alves

Margarida morava no município de Alagoa Grande, Paraíba. Era uma senhora católica atuante e líder da Comunidade cristã rural a que pertencia. Em 1973, foi eleita presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, cargo que exerceu durante 12 anos. Assumiu o trabalho no sindicato, movida por sua fé.

Foi uma das fundadoras do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, que tem por objetivo contribuir para o processo de construção de um modelo de desenvolvimento rural sustentável, a partir do fortalecimento da agricultura familiar.

Margarida lutava pela defesa dos direitos do homem do campo: Pelo décimo terceiro salário, registro em carteira de trabalho, jornada de oito horas, férias obrigatórias...

Ela obteve grande destaque na região, por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na justiça a garantia dos seus direitos, protegidos pela legislação trabalhista. Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais que, assistidos pelo sindicato, moviam ações na justiça do trabalho contra usineiros e latifundiários, para o cumprimento dos direitos trabalhistas.

A liderança da Margarida era tamanha que ultrapassava o Município de Alagoa Grande e até o Estado da Paraíba. Os trabalhadores rurais tinham nela uma mãe, uma companheira, uma amiga.

Em consequência disso, Margarida Maria Alves passou a receber diversas ameaças. Eram “recomendações” para que ela parasse de “criar caso” e deixasse de atuar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Infelizmente, dia 12/08/1983, ela foi assassinada a tiros, à porta de sua casa, na frente do marido e dos filhos. Tinha 50 anos de idade.

Até hoje, não se descobriu quem a matou, nem os mandantes. Mas todos por lá sabem que foi algum latifundiário ou usineiro da região, que tratava os trabalhadores rurais quase como escravos. Margarida é um modelo para todos nós.

“Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos fincar nosso pé e fazer a nossa História.”


São Camilo de Lélis

S. Camilo nasceu na Itália, em 1550. Quando adolescente, os pais faleceram e ele se viu sozinho no mundo. Entregou-se à vida devassa e ao vício do jogo.

Ficou doente e, sem dinheiro, foi recolhido em um hospital de caridade, em Roma. A convivência com os religiosos, e os bons conselhos que lhe davam, fizeram com que Camilo mudasse de vida.

Recuperada a saúde, continuou trabalhando no próprio hospital, como enfermeiro. Ele via Jesus Cristo em cada doente.

Em 1575, uma peste encheu os hospitais de Roma, a maioria gente pobre e sem nenhum recurso. Camilo desdobrava-se no atendimento aos enfermos.

Vários cristãos juntaram-se a ele nesse trabalho, e daí nasceram os camilianos, religiosos, religiosas e leigos que se dedicam aos doentes.

S. Camilo faleceu dia 14/06/1614, com 64 anos de idade. É o padroeiro dos enfermos. S. Camilo, rogai por nós.


A cadeira de balanço

Havia, certa vez, uma cadeira de balanço feita de vime, que era muito bonita. Todos gostavam dela. Era macia, anatômica e própria para descansar.

Um dia, o dono resolveu colocar um motor na cadeira, para que ela balançasse sem o esforço dele. Funcionou durante um tempo, mas logo ela se quebrou toda.

Foi abandonada em um quarto de despejo. Tornou-se feia, empoeirada e cheia de pontas de vime. Meses depois, houve uma limpeza naquele quarto de despejo, e jogaram a cadeira em um terreno baldio. Aí que foi pior. Ela levava chuva, sol...

Um dia, um senhor, ao passar pelo terreno, conheceu a cadeira. Ele que a tinha fabricado. Pegou-a, retirou todas as adaptações para motor, deixando-a como era antes. Depois reformou-a e envernizou. A cadeira voltou a ser bonita e preferida pelas pessoas.

Essa cadeira se parece com a caminhada de um pecador convertido. A pessoa é desviada da sua finalidade e se estraga, a ponto de ir para o lixo. Mas Deus, que nos fez, passa por ali e nos acolhe. Ele nos recupera tão bem que passamos a ficar bonitos e úteis como antes, e até melhores. “Ó feliz culpa que mereceu tão grande Salvador!” (Cântico do Sábado Santo)


As bolhas de sabão nos ensinam

Certa vez, um menino de cinco anos perguntou para a mãe: “Mamãe, como que Deus pode estar presente em todas as pessoas ao mesmo tempo?” Na hora, a mãe não soube responder na linguagem da criança.

Dias depois, ela estava lavando roupa no tanque, o menino chegou e viu o reflexo do seu rostinho nas inúmeras bolhas de sabão. Ele disse admirado: “Mamãe, eu estou me vendo em todas as bolhas!”

A mãe lembrou-se da pergunta e disse: “Está vendo, filho? A presença de Deus nas pessoas é assim. Ele está em todos ao mesmo tempo. Estas bolhas pequeninas, onde o seu rostinho é menor, são as pessoas que desobedecem. Elas estão afastadas de Deus, mas Deus não se afasta delas. As bolhas grandes são as pessoas que obedecem e estão mais próximas de Deus”.

“Deus está em toda parte, tudo sabe, tudo vê. Por isso, não estou só. Ele está comigo e com você.”


O chá da bisavó

Certa vez, um rapaz e uma moça começaram a namorar. Um dia, ela o convidou para ir à sua casa conhecer a sua família. Ele aceitou o convite com prazer.

No dia da visita, quando ele chegou, a bisavó da menina logo notou a insegurança do moço. Foi então à cozinha, preparou um delicioso chá e trouxe para os dois.

Mas o rapaz não quis tomar. Sem que a avó percebesse, a garota deu-lhe um sinal, pedindo que tomasse o chá. Ele entendeu o gesto e tomou. Depois ela explicou:

“Minha bisavó, apesar das limitações da idade, preparou o chá com muito carinho para você. Ela ficaria ofendida se você não tomasse”.

Aquele namoro estava começando de forma correta e bonita. Os dois eram sinceros e se corrigiam, quando necessário. Namoro é escola de amor e de vida.


A virtude do acolhimento

Certa vez uma família estava passando o dia na praia. Os pais debaixo do guarda-sol e as crianças fazendo castelo na areia. Veio se aproximando uma senhora idosa, mal vestida e com aparência de bem pobre, apanhando objetos no chão e colocando em um saco que trazia nas costas.

Ao vê-la, os pais advertiram as crianças a tomarem cuidado. Quando a senhora passou perto deles, sorriu para as crianças, mas estas não corresponderam.

Dias depois, ficaram sabendo que a velhinha havia falecido. Ela passava o dia catando cacos de vidro na praia, para não machucar as crianças.

Os pobres e os idosos são queridos e preferidos de Deus. Se fizermos algum mal a eles, ou tivermos preconceito, ofendemos muito a Deus.


A Irmã Alice Dumont

A Irmã Alice era francesa e em 1965 veio trabalhar na Argentina como missionária. Foi morar em uma favela, na periferia do Buenos Ayres. Vivia e se vestia como as mulheres da favela. Por isso trabalhava como empregada doméstica.

Nos fins de semana, dava catecismo e celebrava o culto dominical. Fundou cinco Comunidades, todas com culto aos domingos e catequese.

Foi transferida para uma cidadezinha do interior da Argentina. Lá, ela se uniu com os boias-frias, indo de caminhão trabalhar na roça.

Aconteceu um conflito agrário e a Irmã Alice, junto com a colega Ir. Leonice, envolveram-se. E aí aconteceu o pior: Dia 08/12/1977, as duas estavam caminhando em uma estrada rural e desapareceram. Até hoje não se teve mais notícia delas.

Mas ficou a lembrança e o testemunho. Numa Missa celebrada em memória delas, uma senhora disse: “A Irmã Alice era a Bíblia para nós. Ela tinha o dom de falar o que a gente precisa ouvir”.

Esta sim, não apenas participava da Eucaristia, mas era uma memória viva de Jesus eucarístico. Que o bom Deus nos dê muitos cristãos e cristãs assim.


O medo de atravessar a mata escura

Certa vez, um adolescente, que morava na roça, arrumou um emprego a alguns km de sua casa. Ele tinha de atravessar uma mata bem fechada. Quando atrasava a volta e começava a escurecer, ou vinha chuva, ele sentia medo.

Um dia, o rapazinho teve de esperar passar uma forte chuva, e foi para casa à noite. Sentia medo de tudo.

Mas qual não foi a sua surpresa quando, na entrada da mata, estava o seu pai esperando! Agora sim, pensou ele, estou protegido. E o medo acabou completamente.

Deus é para nós como aquele pai. “O Senhor é o meu pastor, nada me falta. Se eu tiver de atravessar um vale tenebroso, nenhum mal temerei, porque vós estais comigo” (Sl 23,1-4).


Irmã Adelaide Molinari

Irmã Adelaide nasceu em Garibaldi, RS, mas trabalha na cidade Curionópolis, no Pará, que pertence à diocese de Marabá. Seu trabalho principal era dar catequese para crianças e jovens. Cuidava também de vários clubes de mães da região. Muito simpática, era a alegria da juventude e das crianças.

Isso foi suficiente para provocar o ódio dos grileiros. Um dia, ela estava na rodoviária de Eldorado dos Carajás, esperando o ônibus, ao lado do presidente do sindicato rural da cidade, Arnaldo Delcídio Ferreira e, como sempre, rodeada de crianças e adolescentes. Arnaldo era alvo de ameaças de vários grileiros e fazendeiros da região.

Um pistoleiro atirou a queima roupa em Arnaldo. A bala atravessou seu tórax e atingiu o pescoço da Irmã, que não resistiu ao ferimento e veio a falecer. Arnaldo foi socorrido e se recuperou. Isso aconteceu dia 14/04/1985. Irmã Adelaide tinha 47 anos de idade.

Logo que seus pais souberam, viajaram do Rio Grande do Sul até o Pará, a fim de participar do enterro. Na Missa de corpo presente, sua mãe, Dona Cecília, disse:

“Nossa filha sempre desejou trabalhar com os pobres. E nós sempre a apoiamos. Estamos chorando diante desta tragédia, que ainda é difícil de acreditar. Mas o que ela fazia é o que todos nós devemos fazer”.

Todos bateram palmas para a filha e a mãe. A atitude de Dona Cecília foi parecida com a de Maria Santíssima ao pé da cruz do seu Filho.

O fato é mais uma prova de que o sangue dos mártires continua fecundando o nosso chão eclesial. Quando assumimos com ousadia profética a missão de anunciar a Boa Nova da vida e da liberdade aos pobres, somos, de uma forma ou de outra, perseguidos.

Vamos pedir a Deus que nos mande muitas vocações como as da Irmã Adelaide e de Dona Cecília. Que muitos rapazes e moças, impulsionados pelo amor a Cristo, se deixem tocar pelo fascínio de abandonar a sua terra e ir em socorro dos excluídos.


Pescador honesto

Certa vez, um homem foi pescar em um lugar distante. Quando estava chegando perto do rio, um cavalo assustou-se com ele, entrou no rio, ficou com as patas presas embaixo, devido ao atoleiro, e morreu. O homem fez de tudo para salvar o animal, mas não houve jeito.

Então ele procurou o dono do cavalo e propôs comprá-lo. Acabaram fechando o negócio. Depois de tudo acertado, o pescador disse: “Amanhã eu venho aqui trazer o dinheiro e levar o cavalo”.

No outro dia, ao chegar, o sitiante lamentou dizendo: “Eu procurei o cavalo, mas aconteceu um desastre: ele está atolado no rio e morto! Por isso, o negócio está desfeito”.

O comprador explicou direitinho como foi que o cavalo morreu, e disse: “De modo nenhum vamos desfazer o negócio. Desde ontem o cavalo é meu. Foi meu cavalo que atolou”. E forçou o sitiante a aceitar o dinheiro.

Este sim, é parecido com S. José: “Um homem justo”.


O bombeiro por um dia

Havia, certa vez, um garotinho de cinco anos que sempre dizia que queria ser bombeiro. Um dia, ele ficou doente, com uma doença grave, sem cura.

O médico foi claro com a família: “O menino terá no máximo seis meses de vida”. Isso, apesar de estar aparentemente bem.

Um dia, ele disse para o pai: “Pai, será que eu consigo ser bombeiro?” O pai respondeu: “Claro que sim, filho! Você vai ser bombeiro”.

O pai explicou o caso para o chefe do corpo de bombeiros, fez o uniforme de bombeiro para o filho e, no dia combinado, levou-o para o corpo de bombeiros. Naquele dia houve um chamado, e o garoto foi no carro dos paramédicos. Ajudava naquilo que podia. No fim, o chefe afixou na sua farda um brasão de bombeiro. O menino ficou súper feliz e realizado.

Quando ele estava já bem mal, o chefe do corpo de bombeiros foi visitá-lo no hospital. O garoto perguntou: “Chefe, eu sou um bombeiro de verdade mesmo?” O chefe respondeu: “Sim! Você não só é um bombeiro, mas é um dos nossos melhores bombeiros”. Então, o menino deu um sorriso e faleceu.

Ideal á um sonho de futuro, é uma meta, algo que queremos ser na vida. Que nós tenhamos um ideal e nos empolguemos por ele, como este garoto.


Bêbado zomba de José, Maria e Jesus

Certa vez, um bêbado encheu demais a cara, aprontou umas bagunças e foi preso. Ao entrar na cadeia, viu uma imagem de S. José, e começou a zombar. O soldado falou: “Cuidado, respeite. Ele é esposo de Maria e pai de Jesus”. No outro dia, ele foi solto.

Na semana seguinte, encheu de novo a cara. Desta vez ficou mal e foi levado para o hospital. Lá, ele viu uma imagem de Nossa Senhora e começou a zombar. A enfermeira falou: “Cuidado! Respeite. Ela é esposa de José e mãe de Jesus”. No dia seguinte, ele teve alta.

Dias depois, ele estava andando na rua e viu a procissão de Corpus Christi. Uma enorme multidão cantando e dando vivas a Jesus. No meio, ia o padre segurando o Hostensório com a Hóstia consagrada.

O bêbado começou a rir e a zombar. Um senhor ouviu e lhe disse: “Cuidado! Respeite. Ele é Jesus, filho de Maria e de José”. O alcoólatra falou: “Onde já se viu? O pai na cadeia, a mãe no hospital e ele aqui na rua fazendo festa?”

Aquelas advertências ao viciado valem também para nós: Cuidado! Estão conosco Jesus, Maria e José. Deus nos visita diariamente, convidando-nos à conversão e a dar um passo à frente na vida cristã. Não vamos deixar passar o tempo da graça. Com Deus não se brinca!

Entre os dons do Espírito Santo, nós temor o temor de Deus. Consiste em ter certo medo de Deus, medo filial, e consequentemente respeitá-lo e obedecer-lhe. Amá-lo sobre todas as coisas e não pecar. O único mal do mundo é o pecado.

O fundador que ressuscitou

Certa vez, um homem apresentou a Napoleão Bonaparte uma nova religião, propondo que ele a seguisse. O imperador respondeu:

“Traga o fundador dessa religião aqui e pregue-o em uma cruz. Espere o homem morrer. Depois que estiver morto, coloque-o numa sepultura. Feche o túmulo bem fechado e ponha guardas vigiando. Se ao terceiro dia esse tal ressuscitar, passarei a crer na religião que você me propõe.”

Não é verdade que todas as religiões são boas. Somente a Igreja Católica Apostólica Romana apresenta-nos o Deus revelado por seu Filho Jesus Cristo.

“Creio em Deus, uno, trino e eterno, que criou o céu, a terra e o mar. Sou católico firme e sincero, a meu Deus aprendi adorar.”

Um sinal fácil e bonito para identificarmos a Igreja que Jesus fundou é a presença de sua Mãe, Maria Santíssima.


Filho encontra pai através dos rastos

Em uma pequena aldeia alemã, morava uma família: o casal e um filho de sete anos. Certo dia, nevou durante toda a noite, cobrindo de branco a paisagem, as árvores e as estradas.

O pai levantou-se antes de o sol raiar, calçou as grossas botas de frio, agasalhou-se e saiu para um compromisso no campo.

Quando estava a uma 500 metros da casa, ouviu atrás de si um barulho. Olhou e que surpresa! Era seu garoto que o alcançava.

Ergueu-o nos braços e perguntou-lhe admirado: “Como você conseguiu encontrar-me, filho?” A criança respondeu: “Foi fácil, pai. Eu punha os meus pés nas marcas que o senhor deixou na neve”.

Os filhos seguem as rastos dos pais: As filhas, da mãe e os meninos, do pai. Mais do que seguir conselhos, eles imitam a vida dos pais. Aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos.

Para nós cristãos, seguir a Cristo é por os nossos pés nas pegadas que ele deixou na terra. “Andar como Jesus andou, sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus viveu.”

“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).

Maria Santíssima é a discípula mais fiel do seu Filho em todos os tempos. Assim, ela se torna ponte: Imitando Maria, seguimos Jesus.


Os vergões passam, Jesus Cristo fica

Certa vez, dois irmãozinhos começaram a frequentar o catecismo, contra a vontade do pai, que era um homem rude e não gostava de religião. Eles iam no período da tarde, quando o pai estava trabalhando. As crianças estavam entusiasmadas com os ensinamentos da doutrina cristã. Não viam a hora de poderem receber Jesus.

Chegou a semana da Primeira Comunhão, e os dois contaram ao pai que estavam assistindo às aulas de catequese e que no próximo domingo iam fazer a Primeira Comunhão.

O pai, estupidamente, perguntou-lhes o que era isso e, depois de ouvi-los, proibiu-os de irem ao catecismo. No dia seguinte, o pai foi para o trabalho e os filhos, às escondidas, foram ouvir as belezas que a catequista falava.

À noite, era sábado, o pai, voltando do trabalho, descobriu que os filhos tinham ido ao catecismo e os açoitou com uma vara.

No dia seguinte, domingo de manhã, as crianças foram à Missa da Primeira Comunhão. Ao vê-los machucados, com marcas de varas nas costas e pernas, admirada, a catequista perguntou: “O que é isso, meus filhinhos?

E ouviu a santa resposta das crianças: “Não é nada. Os vergões passam, Jesus Cristo fica”.

“Chegou o dia da querida festa, chegou a hora em que vamos comungar. A inocência brilha em nossa testa, queremos sempre a Jesus amar.”

Quando comungamos, comemos daquele Corpo que foi gerado dentro de Maria. Assim, o nosso amor a Cristo se estende também à ela.


Quando um filho pede dinheiro

Certa vez, um sábio passeava na praça, quando um homem aproximou-se dele e disse: “Sei que és um grande mestre. Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar algo que custa caro. Devo dar?”

O sábio respondeu: “Se essa não é uma situação de emergência, aguarde uma semana, antes de atender o seu filho”.

O pai questionou: “Mas, se tenho condições de ajudá-lo agora, que diferença faz?” “Uma diferença muito grande”, explicou o mestre. “As pessoas só dão o real valor a algo, quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não consegui-lo”.

Criança que recebe tudo fácil, não valoriza o que recebe.

Maria, Mãe dos educadores, rogai por nós.


A lição da caveira

Certa vez, um príncipe, orgulhoso da sua condição de filho do rei, foi caçar em um lugar montanhoso e afastado. A certa altura, viu um velho eremita, sentado diante de sua gruta, e muito atento a observar uma caveira.

Indignado por não lhe ter o velho dado a atenção devida a um príncipe, nem ter se levantado para cumprimentá-lo, aproximou-se dele e disse, entre rude e zombeteiro:

“Levanta-te, pois está aqui um príncipe, o filho do rei. O que observas de tão interessante nessa pobre caveira, que chegas a te abstrair da passagem de uma pessoa ilustre?”

O monge disse: “Perdoe-me, senhor. Eu estava procurando descobrir se esta caveira é de um mendigo ou de um príncipe, mas não consigo distinguir. Nestes ossos, nada há que me diga se a carne que os revestia repousava em travesseiro de plumas ou nas pedras das estradas”.

O príncipe abaixou a cabeça e prosseguiu, mas a caçada não lhe teve, naquele dia, qualquer encanto. A lição da caveira abatera-lhe o orgulho.

“Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares ao solo, do qual feste tirado. Porque tu és pó e ao pós hás de voltar” (Gn 3,19).


O casamento no santuário

Muitos noivos preferem casar-se, não na própria igreja, mas em um santuário. Entretanto, para isso, especialmente se o santuário fica em outra Diocese, são exigidos vários documentos, além dos normais, necessários para todos os casamentos. Antigamente, as exigências eram ainda maiores.

Mas um casal de noivos simples, da roça, decidiu casar-se em um santuário. Providenciaram toda a documentação exigida, tendo inclusive de ir à Cúria Diocesana.

No dia marcado, os dois chegaram à sacristia do santuário e entregaram a pilha de papéis para o sacristão.

Durante a celebração, o padre perguntou, primeiro para o noivo: “Fulano, você quer casar-se com fulana de tal?” Na hora, o noivo respondeu: “O senhor ainda pergunta, sr. vigário?” Quer dizer: Depois de tanta luta, o senhor ainda vem me perguntar se quero casar-me com ela?

A Igreja, como mãe, faz essas exigências, inclusive o cursinho de noivos, para alertar os pretendentes de que o casamento é indissolúvel, uma lei divina que a Igreja não pode mudar. Que pena que, apesar de tudo isso, tantos casais ainda se separam!

A Família de Nazaré é modelo. S. José é modelo de pai e esposo; Maria é modelo de Mãe e esposa; e Jesus é modelo de filho. Que eles abençoem as nossas famílias.


Adolescente é jogado na água

No Norte do Brasil, existe, em algumas aldeias de índios, uma forma original de ensinar os filhos a nadar.

Quando o menino está entrando à adolescência, o pai, junto com alguns amigos bons nadadores, levam o garoto de barco para o meio de um rio ou lago que não dá pé.

Lá, fingindo uma brincadeira, jogam-no na água. E ficam observando. Se ele consegue boiar, passou no teste. Se está se afogando, os homens o tiram da água. Mas geralmente o moleque se debate e acaba voltando ao barco. Neste momento, ele passa de criança para adolescente.

Podemos dizer que o sacramento da Crisma é um bom curso de natação. Ele nos dá a graça do Espírito Santo, o qual nos permite nadar até contra a correnteza, neste mar revolto da vida.

Que Maria Santíssima, como Mãe, acompanhe nossos adolescentes, para que consigam vencer as tentações do mundo.


Os dois viajantes e o urso

Certa vez, dois homens viajavam a pé dentro de uma floresta. De repente, um enorme urso lhes apareceu. Um deles correu e subiu em uma árvore. O outro, incapaz de enfrentar sozinho a enorme fera, deitou-se no chão e permaneceu imóvel, fingindo estar morto.

O urso aproximou-se, cheirou-o de cima a baixo e, aparentemente convencido de que o homem estava morto, foi embora.

Aquele que estava em cima da árvore desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, perguntou ao colega: “Pareceu-me que o urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?”

“Sim”, respondeu o outro. “Disse-me que não é nada sábio e sensato andar na companhia de um amigo que, no primeiro momento de perigo, me deixa na mão”.

Um amigo verdadeiro não abandona o outro nas horas de aflição. Amigo da onça é aquele que, nas horas em que mais precisamos, se afasta de nós.

O nosso melhor amigo é Jesus Cristo. Veja o que ele mesmo diz: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi” (Jo 15,13-16).

Jesus é tão amigo que nos deu sua própria Mãe. Ela é a nossa grande amiga, sempre pronta a nos socorrer com seu carinho materno.


Raposa cai em contradição

Certa vez, um galo estava de sentinela, empoleirado em um alto galho de árvore, vigando o campo para ver se não havia perigo para as galinhas e os pintinhos que ciscavam o solo.

A raposa, que passava por ali, logo os viu e imaginou o maravilhoso almoço que teria se comesse um deles. Quando viu o galo de vigia, ela logo inventou uma história:

“Amigo galo, pode ficar sossegado. Não precisa cantar para avisar as galinhas e os pintinhos que estou chegando. Eu vim em paz.”

O galo, desconfiado, perguntou: “O que aconteceu? As raposas sempre foram nossas inimigas. Nossos amigos são os patos, os coelhos e os cachorros. Que é isso agora?”

A espertalhona continuou: “Caro amigo, esse tempo já passou. Todos os bichos fizeram as pazes e estão convivendo em harmonia. Não somos mais inimigos. Para provar o que digo, desça daí para que eu possa dar-lhe um abraço”.

O que a raposa queria era impedir que o galo voasse para longe. Se ele descesse até onde ela estava, seria fácil dar-lhe um bote. Mas o galo não era bobo. Desconfiado, perguntou:

“Você tem certeza que os bichos são todos amigos agora? Isso quer dizer que você não tem mais medo dos cães?” “Claro que não tenho medo deles”, confirmou a raposa. Então o galo disse: “Ainda bem. Porque daqui de cima estou avistando um bando que vem correndo para cá”.

“O quê?” Gritou a raposa, apavorada. Tremendo de medo, ela saiu correndo em disparada.

Muitas vezes, quando uma pessoa quer enganar-nos, ela acaba caindo em contradição. É importante ter consciência crítica e, através de perguntas, descobrir essas contradições.

Dn 13 narra um fato parecido, em que o juiz leva dois velhos malandros a caírem em contradição. É a bela história de Susana.

“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.”


O cavalo desgovernado

Certa vez, um jovem saiu para dar uma volta no seu novo cavalo. Infelizmente, o que ele não sabia, o cavalo ainda era quase selvagem.

Assim que sentiu o cavaleiro sobre a sela, o animal pôs as orelhas para traz e disparou a toda pela estrada.

Em vão o rapaz tentou controlá-lo. O animal não obedecia. Tudo o que o jovem podia fazer era lançar os braços ao redor do pescoço do bicho e se segurar da melhor maneira possível.

“Onde você vai com tanta pressa?” gritou outro cavaleiro. “Como vou saber?” respondeu o jovem. “Não sou eu quem está no controle. Pergunte ao cavalo”.

Temos de saber ao certo quem está no comando da nossa vida, se é a nossa razão, a nossa fé, ou os nossos instintos e vícios.

“Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando. Olho pra terra e vejo uma multidão que vai caminhando. Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você meu Pai” (Música Jesus Cristo, de Roberto Carlos)

“Ó Virgem Maria, Rainha de amor, tu és a Mãe santa de Cristo Senhor. Nas dores e angústias, nas lutas da vida, tu és a Mãe nossa, por Deus concedida”.


A mulher eucarística

Havia, certa vez, uma senhora que gostava muito da Eucaristia. Era Ministra da Eucaristia e catequista de Primeira Comunhão. Durante o dia, procurava dar com a vida o Cristo que dava com as mãos, na igreja e aos doentes.

Além dos domingos, participava da Missa durante a semana, sempre que podia. E quando passava na frente de uma igreja, entrava e rezava diante do Santíssimo.

O amor à Eucaristia levou aquela senhora ter um carinho especial pelos sacerdotes. No aniversário de Ordenação, ela lhes mandava um cartão com palavras bonitas sobre o sacerdócio. Foi madrinha de vários seminaristas. A sua maior alegria era quando o padre ia à sua casa almoçar.

E quando seu filho foi para o seminário, aconteceu uma cena comovente: Na rodoviária, enquanto ele partia, ela, de fora do ônibus, acenava, rindo e chorando ao mesmo tempo. Ria de alegria e chorava pela separação, pois o seminário ficava a dois dias de viagem.

Um dia, ela foi atropelada quando atravessava a rua para ir à Missa, e o pároco teve de proibi-la de ir à igreja sozinha, antes da completa recuperação.

Essa senhora certamente está no Céu e continua intercedendo junto de Deus pelos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais.

Que Maria Santíssima, Mãe do primeiro Sacerdote Jesus Cristo, interceda junto de Deus pelas famílias, pois o padre de amanhã hoje mora em nossa casa.


Mãe prendia filho no seu avental

Havia, certa vez, uma mãe que prendia o filho com uma tira de pano, amarrada na cintura do menino e no seu avental. Isso para que ele não caísse e ela pudesse trabalhar.

Mas o garoto foi crescendo, adquirindo forças e, um dia, arrebentou a tira e saiu correndo, com o pedaço da tira amarrado à cintura. Foi para a beira do, no qual havia uma cachoeira logo abaixo.

Ao chegar perto, escorregou no barranco e caiu dentro da água. Felizmente, a tira prendeu-se em um toco de árvore e o segurou na correnteza. Assim deu tempo de a mãe chegar e salvá-lo.

A educação que os pais dão, mesmo que o método não seja dos melhores, é abençoada por Deus.

“Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é de justiça: ‘Honra teu pai e tua mãe’. Este é o primeiro mandamento, que vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim de que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,1-3). “Quem usa de brutalidade para com o pai ou a mãe, é um filho desonrado e infame” (Pv 19,26).


Mãe bate na “sacristia”

Havia, certa vez, um menino de sete anos que era muito levado. Começou a frequentar o catecismo, e ficou encantado quando a catequista disse que nós somos filhos de Deus, irmãos de Jesus e que somos templos do Espírito Santo.

Em casa, tendo aprontado mais uma de suas traquinices, a mãe o pegou para dar-lhe umas boas palmadas. Ele esperneou e disse: “A senhora não pode me bater, porque eu sou templo do Espírito Santo”.

A mãe o pôs de bruços no colo, pegou o chinelo e disse: “Fique tranquilo. Não vou profanar o templo do Espírito Santo. Vou bater só na sacristia”. E as chineladas estalaram em seu bumbum.

“O pai que poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24).


Deus em primeiro lugar

Certa vez, um menino recebeu duas moedas do pai. As duas tinham o mesmo valor. O pai lhe disse: “Uma é para você pôr na sacolinha, na hora da Missa. A outra é sua”.

Quando caminhava para a igreja, uma das moedas caiu em um bueiro, e desapareceu.

Foi a da igreja, disse o menino para si mesmo. Por isso não fez a oferta e comprou um sorvete.

Há pessoas que fazem o mesmo em relação à Missa no domingo. Se aparece outro compromisso, este passa na frente da Missa. Alguns fazem isso até em relação à oração.

Um fariseu perguntou a Jesus: “Qual é o maior mandamento?” Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento’. O segundo é semelhante a este: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’. Toda Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22,34-39).


A ganância do mendigo

Havia, certa vez, um mendigo que andava pelas ruas pedindo esmola. Ele sempre reclamava da sua pobreza. Carregava nas costas uma mochila.

Um dia, apareceu-lhe a Fortuna. Ela lhe disse: “Há muito tempo venho querendo ajudá-lo. Segure sua mochila enquanto eu despejo nela umas moedas de ouro. Mas só faço isso com uma condição: O que ficar na mochila será ouro puro, mas o que cair no chão vai virar poeira”.

“Combinado”, respondeu o mendigo. “Então tome cuidado” insistiu a Fortuna. “Sua mochila é velha. É melhor não enchê-la muito”.

O mendigo estava tão contente que quase não cabia em si. Abriu a mochila e uma torrente de moedas de ouro foi sendo despejada. Logo a mochila foi ficando pesada.

“Já é o bastante?” perguntou a Fortuna.
- “Ainda não.”
- “Mas a mochila já está começando a se romper!”
- “Só mais um pouquinho.”

Caiu mais uma moeda e a mochila se rompeu. O tesouro caiu no chão e virou poeira. Nessa hora, a Fortuna já havia desaparecido.

Agora o mendigo só tinha mesmo a mochila vazia, e ainda rasgada. Estava mais pobre do que antes.

“Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens” (Lc 12,15).

É mera sombra o amor de todas as mães a seus filhos, quando comparado ao de Maria para conosco.


A não violência ativa

Mahatma Gandhi foi um grande líder indiano, assassinado em 1948. Certa vez, uma região da Índia estava sendo invadida por estrangeiros. Eles bloquearam as estradas, de modo que o povo do lugar não podia passar, nem a pé.

Então Gandhi organizou uma fila e pediu que passassem pelo bloqueio, sem usar violência, mesmo sacrificando a própria vida.

Veio o primeiro da fila, o soldado o matou. Veio o segundo, idem. O terceiro também... Quando havia várias pessoas mortas, e a fila continuava firme querendo passar, fila composta de homens, mulheres e crianças, o soldado invasor ficou desesperado e saiu correndo. Assim, os indianos puderam passar.

Algum tempo depois, todos os invasores ingleses abandonaram a Índia e a deixaram livre.

Esta tática chama-se não violência ativa. Foi a mesma usada por Jesus. Não podemos responder à violência com violência, mas também não podemos curvar-nos diante das injustiças.

“Apresentei minhas costas aos que me queriam bater, ofereci o queijo aos que me queriam arrancar a barba e nem escondi o rosto dos insultos e dos escarros” (Is 50,6).

“Um verdadeiro devoto de Maria não se perde”. (Santo Afonso)


Aposentado continua em frente à fábrica

Certa vez, um senhor, depois de trinta anos de trabalho em uma fábrica, recebeu a aposentadoria. Mas ele não aguentava ficar em casa. Todos os dias de manhã, ia para a frente da fábrica e ali passava o dia, olhando para o lugar onde trabalhava.

Aquele senhor não soube envelhecer. Nós cristãos não precisamos fazer isso, porque a nossa missão na Comunidade vai até onde nossas forças aguentarem. E há vaga para todos.

“Não desanimemos. Enquanto o homem exterior se corrompe, o interior se renova dia a dia” (2Cor 4,16). “Por acaso os anciãos não estão destinados a ter sabedoria, e os velhos prudência?” (Jó 12,12). Por isso que as primeiras Comunidades católicas escolhiam os anciãos para presidi-las: “Os Apóstolos designavam presbíteros (ancião) para cada Comunidade” (At 14,23).

O amor é sempre novo. Ele faz com que cada dia que amanhece seja como o primeiro da nossa vida.


Tudo na natureza é bem feito

Certa vez, Jesus e os Apóstolos estavam viajando, e pararam debaixo de uma figueira, para descansar. Ao lado, havia uma plantação de melancia, com frutas bem grandes. Então S. Pedro, deitado de costas, disse a Jesus: “Este mundo está errado. Veja esta figueira: Uma árvore tão grande e com frutas tão pequenas. E olhe aquele pé de melancia: Uma plantinha fraca e que dá frutas tão grandes!”

Logo em seguida, Pedro dormiu. De repente, acordou assustado com um figo que caiu na ponta do seu nariz. Pôs a mão no nariz, reclamando de dor. Jesus lhe disse apenas: “Imagine se fosse uma melancia!”

“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Deus disse: A terra faça brotar vegetação: Plantas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto... E Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1).

A natureza é maravilhosa. Tudo foi pensado e organizado por Alguém muito inteligente e pai. Cabe a nós seguir esse plano tão sábio e amoroso, e colaborar na criação.


O Sr. Bispo vai na frente

Certa vez, no final de uma Assembleia Diocesana, ia haver uma caminhada até a catedral para a Missa de encerramento. Uma jovem era a encarregada de organizar a caminhada. Ela pegou o microfone e disse:

“Agora, todos nós iremos para a Catedral, a fim de participar da santa Missa. O sr. Bispo vai na frente. Depois dele, irão os sacerdotes, as religiosas e, logo atrás, todos nós”.

Aquela procissão expressava simbolicamente toda a caminhada da Diocese. O Bispo vai na frente, e quem o coloca na frente é o povo, especialmente os cristãos leigos. Vamos respeitar a hierarquia da Igreja. Não só respeitar, mas promovê-la, colocando-a na nossa frente para nos conduzir, pois eles têm o dom do Espírito Santo para isso. São a presença viva de Cristo entre nós.

E se tivermos alguma crítica, vamos procurar diretamente a autoridade e dialogar. Assim, muitos equívocos e mal entendidos são superados, e ajudaremos os nossos irmãos da hierarquia, que também são pecadores.


O raio da bicicleta

Certa vez, um dos raios da roda de uma bicicleta quis abandonar o seu serviço. Há tantos raios ao meu lado, pensou, só eu que vou sair, não haverá problema”. E caiu fora, deixando lá o buraco na roda da bicicleta.

Aconteceu que o dono da bicicleta era meio gordo. Quando saiu cedo para trabalhar, colocou a filha na garupa para levá-la à escola. No caminho, aquela roda logo começou a cambetear, até que se entortou. Era bem numa descida. Os dois caíram e a menina machucou o bracinho.

Nós, na Comunidade, somos como raios de uma bicicleta. Todos somos importantes.

“Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Um prédio tem tijolos, vigas, telhas, portas... Se um falha, o edifício corre o risco de cair. Assim somos nós na Comunidade. Cada um tem uma função diferente e insubstituível.


A comunhão de bens nas Comunidades

Certa vez, o bispo de uma diocese extremamente pobre deu um testemunho: “O nosso povo sofre, mas sofreria muito mais se não fossem as Comunidades católicas. Nelas, as famílias se ajudam nas necessidades. Temos as diversas pastorais, como a da saúde, da criança, da moradia, da terra, a conferência vicentina... Nem dá para imaginar o que seria do povo da nossa diocese, se não houvessem as Comunidades”.

No meio de tanto pecado, há sinais claros da presença do Reino de Deus entre nós.

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).

Maria Santíssima, nas Bodas de Caná, foi ousada. Ou melhor, foi uma mulher de fé, quando pediu ao Filho que resolva o problema da falta de vinho, apesar de ele ter dito que sua hora ainda não tinha chegado. E deu certo. Que tenhamos a mesma ousadia diante das necessidades dos nossos irmãos e irmãs.


O bêbado que vendeu o cavalo

Certa vez, um pai de família estava em um bar, bebendo. De repente, o dinheiro acabou. Como ele queria beber mais, ofereceu o seu cavalo para os homens que estavam ali.

E aconteceu o seguinte: Quanto mais o álcool lhe subia na cabeça, mais ele abaixava o preço do cavalo. Até que um senhor desconhecido comprou o cavalo quase de graça, com arreio e tudo, e levou embora. E o pai de família voltou para casa a pé.

Como é triste o ambiente de certos bares, onde 90% das vendas são de bebida alcoólica!

O livrinho infantil O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, conta que um dia o Pequeno Príncipe encontrou-se com um bêbado. Ele perguntou:
- “Por que o senhor bebe?”
- “Para esquecer”.
- “Esquecer de quê?”
- “De que eu tenho vergonha”.
- “Vergonha de quê?”
- “De beber”.

É um círculo vicioso, ou, em termos populares, o cachorro correndo atrás do rabo. Os alcoólatras vivem exatamente assim: Tentando escapar de si mesmos.


O bolo era para todos

Havia, certa vez, uma família que tinha quatro filhos homens. Os dois mais velhos estudavam à noite e trabalhavam durante o dia, e os outros, adolescentes, estudavam à tarde.

Em uma tarde, a mãe resolveu fazer um bolo. Preparou a massa e assou. Depois de pronto, ela o colocou sobre a mesa e foi visitar uma vizinha que tinha dado à luz.

Os dois chegaram da escola e, logo ao entrar, sentiram o cheiro do bolo. Ao vê-lo sobre a mesa, cada um cortou para si um pedaço. Gostaram tanto que foram pegando, cada um uma fatia, até que o bolo quase acabou.

Quando a mãe chegou, só havia um pedacinho de bolo sobre a mesa! De vergonha, eles se esconderam em seus aposentos. Imagina a tristeza daquela mãe, ao ver tamanho egoísmo em seus filhos!

Com certeza, Jesus Cristo também anda decepcionado com a ambição de muitos de nós. Podemos comparar o Brasil com um bolo que Deus preparou para seus filhos brasileiros. Mas ele quer que seja dividido entre todos, o que não acontece. Um país tão rico em terras, águas, montanhas, sol, chuva e riquezas naturais das mais diversas. No entanto, tudo isso é abocanhado por poucos!

“Toda a terra pertence a mim” (Êx 19,05). “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela contém” (Sl 24,1). “A terra não pode ser vendida, porque pertence a mim, e vós todos sois hóspedes sobre ela” (Lv 25,23). “Ai daqueles que vão ajuntando campo a campo, até que não sobre espaço para meus filhos morarem. Eu juro por mim mesmo: Serão arrasados” (Is 5,8).

Maria Santíssima não tinha nenhum apego aos bens da terra. Seu coração estava grudado em Deus, que era a sua paixão.


O cavalo cego

Existe um sitiante que tem dois cavalos. De longe, parecem normais. Mas quando se olha de perto, percebe-se que um deles é cego.

Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um companheiro, um cavalo mais jovem. Quando alguém fica observando, logo ouve o barulho de um sino amarrado no pescoço do cavalo mais novo. Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele.

Ambos passam o dia comendo. No fim do dia, o cavalo cego vai atrás do companheiro até o estábulo. Quem observa, logo percebe que o cavalo que tem o sino está sempre olhando se o outro o acompanha. Às vezes para e o espera chegar. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.

Como colocou no instinto dos animais, Deus não se desfaz de nós, quando temos alguma deficiência ou limitação. A pobreza é uma limitação, e Deus quer amparar os pobres, através daqueles que têm mais.

O Anjo Gabriel saudou Maria Santíssima com a expressão “cheia de graça”. Esta é a sua riqueza. Que ela nos ajude a ter a coragem de renunciar a tudo, a fim de ganhar as riquezas do Céu. (Adaptação Maria Olívia)


A educação integral

Existe, na capital da Guatemala, um colégio de Irmãs. Na década de 1940, uma jovem chamada Lígia Isabel Martinez estudou nesse colégio.

Através das Irmãs, ela conheceu uma região muito pobre e sofrida da Guatemala. Encheu-se de amor por aquele povo, e seu coração não se desgrudou mais de lá.

Logo que concluiu os estudos, Lígia foi morar no meio daquele povo sofrido, trabalhando ali como agente de pastoral. Ela inculturou-se totalmente com a população local: Vestia-se como as moças do lugar, sua casa era um barraco igual aos do povo, a alimentação... Em tudo ela se identificou com aquela gente.

A origem desse ideal foi o colégio onde Lígia estudou, no qual as Irmãs sabiam passar para os alunos, junto com as ciências humanas, as virtudes cristãs.

“Jesus crescia em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Que as nossas escolas tenham como modelo o lar de Nazaré. “Quão bem-vindos os pés dos que anunciam boas novas!” (Rm 10,15).


Os animais fazem concurso

Certa vez, os bichos fizeram uma assembleia, a fim de escolher um que fosse o representante de toda a bicharada.

Pediram ao macaco, que era sábio e conhecia todos os animais, que coordenasse a reunião. O macaco, para ser democrático, propôs um concurso: Aquele animal que preparasse o melhor banquete seria o escolhido.

O primeiro que se inscreveu foi o leão, depois o lobo e por fim o coelho. Ao ver o coelho se candidatar, os outros deram risada.

O primeiro banquete foi preparado pelo leão, que para isso matou um búfalo. A segunda festa foi preparada pelo lobo, que matou um cordeiro. Mas o coelho não aparecia. Mais tarde, ele chegou cansado, e disse para o macaco:

“Eu corri atrás de vários animais, mas não consegui pegar nem um. Por isso, eu renuncio a candidatura para o honroso cargo e ofereço a minha carne, para, com ela, vocês prepararem um banquete”. O macaco ficou comovido e declarou o coelho o representante de todos os animais.

A atitude do coelho foi parecida com a de Jesus, que ofereceu a sua própria carne para ser o nosso banquete. Banquete precioso, que nos alimenta para toda a eternidade.

Maria Santíssima colaborou no banquete eucarístico, pois o Pão sagrado que comemos foi gerado no seu seio. Por isso lhe somos eternamente gratos.


Deus nos deu duas mães

Certa vez, uma menina estava sentadinha na escada de uma igreja, com aparência de muito pobre e com o rostinho triste.

Uma senhora, ao entrar, viu a garota e perguntou: “Você precisa de alguma coisa, filha?” Ela respondeu, quase chorando: “A minha mãe morreu, e eu gostava tanto dela! Quero minha mãe!”

A senhora disfarçou a sua emoção e explicou que Deus nos deu duas mães, as duas muito bonitas e carinhosas: a nossa mãe da terra e a do Céu, que é Nossa Senhora. Em seguida, convidou a criança a entrar com ela na igreja. Levou-a até a imagem de Maria e as duas rezaram juntas uma Ave Maria. Em seguida, conversaram com Nossa Senhora espontaneamente.

Nesta hora, a bela garotinha deu um sorriso encantador. Este foi apenas o primeiro contato entre as duas, porque logo depois a senhora foi com ela até a sua casa.

A mãe abre para a criança o horizonte da vida e lhe dá segurança. A mãe sabe unir a ternura com a firmeza, o carinho com a correção. Sabe sorrir, mas sabe também ficar séria e ameaçar. Deus nos ama tanto que nos deu duas mães, uma carnal e outra espiritual.

Nós queremos pedir à Santa Mãe de Deus e nossa pelas crianças abandonadas, especialmente por aquelas que perderam a mãe, para que preencham o vazio que ficou em seus coraçõezinhos com o amor filial a Nossa Senhora.

Com o apoio de Maria, todos nós temos coragem de atravessar o mar revolto da vida, cumprindo assim a nossa missão. Nessa travessia, temos uma pinguela, e Maria é o corrimão. Segurando nela, com certeza não cairemos.


A misericórdia não tem limites

Certa vez, a polícia prendeu em flagrante um assaltante, já conhecido dos policiais. Dois homens assistiram a cena e comentavam: “A solução é matar! Um homem desse não pode viver!”

Um pouquinho mais distante, estavam duas mães, que também viram o crime. Elas tinham o terço na mão e rezavam pelo criminoso, para que se convertesse.

A grande contribuição de Maria Santíssima é que ela nos ensina a olhar as pessoas com olhos de mãe, isto é, a ter um olhar misericordioso, que acredita na recuperação dos piores bandidos.

Toda pessoa humana, mesmo os piores criminosos, tem o seu lado bom, aquele que foi criado por Deus. Precisamos ver as pessoas por esse seu lado bom e ajuda-las.


Menino deficiente joga futebol

Havia, certa vez, um garoto que era excepcional. O pai o amava muito e costumava sair com ele para passear na cidade.

Um dia, eles estavam passando perto de um campo de futebol, onde havia um grupo de meninos jogando. O garoto olhou o jogo com os olhos arregalados e disse ao pai que queria jogar.

O pai transmitiu o pedido a um dos jogadores. Este olhou para os demais, como que buscando aprovação. O grupo não disse uma palavra. Então o aceitou e o colocou no seu time. O jogo estava empatado por dois a dois.

De repente, o time adversário sofreu um pênalti. Para batê-lo, resolveram chamar o garoto excepcional. Ao ver o caminhar desengonçado do menino, o goleiro se adiantou um pouco, na certeza de que a bola não chegaria até o gol. Entretanto, o garoto chutou com toda a sua força e a bola, apesar de meio lenta, passou por cima do goleiro e entrou.

A alegria do seu time foi tão grande que o carregaram pelo campo. Foi o dia mais feliz da vida daquela criança excepcional, e também do seu pai. E o resultado foi sentido na escolinha de excepcionais que ele frequentava.

Todos nós temos talentos, inclusive os deficientes. O que eles precisam é de amor, apoio, confiança, e de espaço para se desenvolver.

Maria Santíssima usou muito bem os dons que possuía, especialmente o de ser esposa e Mãe. Que ela interceda por nós junto do seu Filho, a fim de fazermos as nossas moedas renderem dez vezes mais.


O garoto faminto no restaurante

Certa vez, um garoto estava do lado de fora de um restaurante, olhando, pela janela de vidro, as pessoas comerem. Um senhor viu e, antes de almoçar, foi até ele com a intenção de lhe dar o almoço.

Mas viu que o menino estava descalço e mal vestido, não combinando com o ambiente do restaurante. Então lhe disse: “Se você estivesse arrumadinho, eu ia convidá-lo para almoçar comigo”.

A criança deu um sorriso, passou suas mãozinhas magras sobre os cabelos e falou: “Estou pronto agora”. O homem, comovido, pegou-o pela mão, levou a uma loja vizinha, comprou para ele uma calça, uma camiseta e um par de tênis, e os dois almoçaram juntos.

“Estou pronto agora”. Mal sabia o garoto que a preparação devia ser maior, não apenas arrumar os cabelos. Mas ele fez a sua parte, e prontamente.

Is 49,1-4: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome. Queria fazer de mim um profeta e luz dos povos. E ele disse: ‘Tu és o meu servo, em quem serei glorificado”.

Nós fomos chamados por Deus, já antes de nascermos. E a nossa resposta deve ser pronta. “Estou pronto agora”.

No domingo, Deus nos convida para entrar no restaurante de Deus, na Ceia pascal, onde o alimento é o seu próprio Filho. Mas precisamos estar preparados. Da nossa parte, a preparação é simples, basta passar as mãos nos cabelos. Se fizermos isso, Deus fará a parte dele e entraremos para o banquete do Reino de Deus.


A diretora sem tempo para se casar

Havia, certa vez, uma Diretora de escola que era jovem, bonita, mas não namorava. A escola ficava na periferia de uma cidade grande e tinha 400 alunos.

Um dia, um aluno perguntou a ela: “Por que a senhora não se casa?” Ela disse: “Eu não tenho tempo para isso”.

De fato, aquela diretora era como uma mãe, não só dos alunos, mas dos professores e funcionários da escola. E com isso ela se realizava afetivamente e era feliz.

Ninguém vive sem amor. Mas o amor não se plenifica só na relação homem-mulher. Uma pessoa pode realizar-se plenamente, amando o próximo por amor a Deus.

Existem pessoas que têm um amor apaixonado por Deus. O amor a Deus torna-se para elas algo tão forte, que supera todos os outros amores, inclusive o matrimônio. E, como Jesus disse que o amor ao próximo é inseparável do amor a Deus, essas pessoas começam a dedicar-se ao próximo, com alegria e gratuidade. A sua confiança em D é tão grande, que não olham para trás. É semelhante ao amor de uma noiva nos dias que antecedem o casamento. Que venha sobre nós pelo menos uma faísca desse amor.

Mãe do belo amor, rogai por nós.

 MAIS HISTÓRIAS DO PADRE QUEIROZ

50 HISTORINHAS

2014

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A festa de Deus

Certa vez, estava havendo as Santas Missões em uma cidade. Um missionário foi visitar o colega que estava em outro bairro. Como neste bairro não havia igreja, a Missão estava acontecendo em um barracão.

O visitante chegou pelas dez horas da manhã, e centenas de crianças estavam nas ruas, voltando da missãozinha. Então ele parou o carro e resolveu brincar com as crianças.

Perguntou para um grupinho que passava: “O que está havendo aí?” Um garoto respondeu: “Festa”. “Que hora é a festa?” perguntou o padre, que estava à paisana. O garoto ficou confuso, mas os outros responderam: “Aqui tem festa de manhã, à tarde, à noite... o dia inteiro”.

Uma missão popular parece uma festa. O objetivo é atrair o povo para a nova vida apresentada.

A vida de Igreja é também uma festa, festa de Deus. Por isso que, na Missa, cantamos e aclamamos.

Maria Santíssima é uma atriz que dá brilho à festa. Que ela nos ajude a celebrar tão bem a festa que o próprio Deus possa sorrir.


Missão, tempo de alegria e de graça

Certa vez, uma unidade do exército construiu um clube de campo para seus oficiais, numa cidade do interior. Ficou uma beleza: Várias casas para os oficiais com suas famílias, piscina aquecida, campos de esportes...

O povo da cidade ficou orgulhoso com a honra, e também com as vantagens econômicas, pois além da parte comercial, a obra ia gerar muitos empregos.

No dia da inauguração, veio o próprio general, que ia ficar ali vinte dias de férias. O prefeito fez um discurso, no qual disse: “Há uma só coisa desagradável, Sr. General. Um grupo de missionários está aqui, e vão começar hoje à noite uma missão, que vai durar duas semanas. Tentamos impedir este desmancha-prazeres, mas não conseguimos”.

Quando ele terminou o discurso, o general tomou a palavra e disse: “Sr. prefeito, nós não vemos as missões como desmancha-prezares. Programamos as nossas férias para estes dias justamente para participarmos das santas missões”.

Houve uma longa salva de palmas por todos os convidados. E o prefeito não sabia onde por a cara.

A missão é um tempo de graça e de conversão. É também um tempo de alegria e de festa, festa de Deus. Nela escutamos a Palavra de Deus, que é o caminho da felicidade verdadeira para todos nós.


A tia mentirosa

Certa vez, um menino visitava sua tia, e esta o repreendeu por contar uma mentira. A tia o advertiu: “Você sabe o que acontece com quem mente?” “Não, tia. O que acontece?” respondeu o garoto.

A tia explicou: “Existe um homem que mora na lua, de cor esverdeada e tem um olho só. Ele desce no meio da noite e voa de volta para a lua, levando todos os que dizem mentiras. Lá, eles são espancados com varas pelo resto da vida. Você ainda dirá mentiras?”

O menino disse: “Tia, acho que ele vai levar nós dois, porque a senhora também está falando uma grande mentira”.

Aí está o erro daquela tia: Querer motivar uma criança a não dizer mentiras, através de uma mentira, e daquelas cabeludas. Se quisermos condenar os pecadores, caímos no mesmo erro, porque nós também somos pecadores.

“Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt 5,37). Jesus é a verdade. Já o demônio é o pai da mentira.


A humilhação salutar

Havia, certa vez, um rapazinho que era coroinha. Ele começou a trabalhar em uma loja de tecidos, junto com uma funcionária e o patrão. Os dois pertenciam a uma seita evangélica.

Como a loja tinha pouco movimento, o dono e a moça começaram a argumentar com ele contra a Igreja Católica. Diziam que os católicos adoram imagens e mostravam, na Bíblia deles, que isto é proibido. Diziam também que os católicos adoram Nossa Senhora, que também não pode, pois só Deus deve ser adorado. E outras coisas mais.

O rapazinho ficou confuso, porque não sabia responder àquelas acusações.

Aconteceu que um missionário de fora veio à paróquia fazer uma palestra sobre fé, com oportunidade de a plateia fazer perguntas.

O mocinho foi e levou a Bíblia do patrão, com aquelas passagens marcadas, para perguntar ao missionário.

Ele era o único homem presente na palestra. O resto eram senhoras.

O palestrante logo viu a Bíblia na mão do rapaz e percebeu que era protestante.

Quando chegou a hora das perguntas, o mocinho levantou a mão e começou perguntando sobre adorar imagens.

O padre, que não o conhecia, pensou tratar-se de um evangélico que veio para perturbar. Em vez de responder, ficou sério e disse: “Aqui não é lugar para protestantes!” E virou o rosto para outra pessoa que havia levantado a mão.

Todas as senhoras conheciam o coroinha, mas nenhuma o defendeu, explicando que ele não era protestante!

Foi a maior humilhação que aquele rapazinho teve na vida. A partir dali, nunca mais duvidou da fé católica.

O encontro com Deus, a conversão, joga-nos no chão, quebrando assim o nosso orgulho. Isso aconteceu com S. Paulo, com Santo Inácio de Loyola e tantos outros e outras.


O homem que pulava de Missa em Missa

Havia, certa vez, um senhor que morava em uma cidade grande, e desgostou-se do padre, porque este todos os domingos, na homilia, começou a colocar-se do lado dos pobres e defendê-los, criticando os ricos.

O homem resolveu mudar de igreja. Mas logo percebeu que nesta outra o padre falava a mesma coisa. Mal sabia ele que era tema da Campanha da Fraternidade e que todos os padres deviam falar sobre isso.

Mudou pela segunda vez, pela terceira, e assim foi percorrendo as igrejas da cidade. Mas não havia jeito, todos os padres batiam na mesma tecla.

Um dia, ele foi a uma igreja e gostou. O padre não falou nada a favor de pobre nem contra ricos. Só comentou sobre rezas e as bênçãos de Deus.

Terminada a Missa, aquele senhor foi à sacristia e disse para o celebrante: “Parabéns, sr. padre. Até que enfim encontrei um padre que fala de Deus. Todos os domingos eu virei participar da Missa aqui. Vou ser seu paroquiano.

O padre lhe disse: “Meu caro, devo dizer-lhe que o senhor ainda não encontrou a igreja que procura, porque esta aqui é igualzinho a essas que frequentou. Hoje, foi por acaso que não falei de pobre e de justiça social. Aliás, na religião católica o senhor não vai encontrar a igreja que procura”.

Certamente aquele senhor continuou quebrando a cara, até entender que o errado era ele. A Igreja de Jesus é um caminho seguro que leva para o Céu. Mas esse caminho passa necessariamente pelo amor ao próximo, especialmente aos mais pequeninos e excluídos.


A menina, a boneca e o seu amigo

Certa vez, uma menina bem pobre e descalça estava andando no centro da cidade. Faltavam poucos dias para o Natal. Ela viu, em uma loja, uma boneca muito linda. Parou um pouquinho e ficou admirando a boneca.

Ela tinha apenas algumas moedas, sabia que não podia comprar aquela boneca. Mas, observando as outras prateleiras, viu uma boneca pequenina e bem simples. Para esta acho que meu dinheiro dá, pensou. E entrou na loja.

Mas, ao dar dois passos, veio o balconista e lhe disse: “Nesta loja, quem está descalço não pode entrar”. Ela, mais que depressa, voltou para a calçada e foi caminhando.

Um homem que estava na loja viu a cena, saiu, alcançou a menina, que estava com os olhos cheios de lágrimas, devido à vergonha que passou. O homem tirou seus sapatos e disse a ela: “Calce os meus sapatos”.

A garotinha quase não conseguia andar com aqueles sapatos. Ele deu-lhe o dinheiro e disse: “Agora você pode entrar na loja, porque está calçada”. Ela entrou, comprou a boneca bonita, enquanto seu amigo esperava na calçada, pois agora era ele que não podia entrar.

Neste nosso mundo cão, felizes aqueles e aquelas que invertem as coisas: Ficam pobres para que os pobres possam ter vez.

“Certamente conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo: de rico que era, tornou-se pobre..., para que vos tornásseis ricos por sua pobreza” (2Cor 8,9)


A sobrinha “desobediente”

Havia, certa vez, uma menina que perdeu o pai e a mãe, e foi morar com o tio. Este não tinha religião, mas a garota, seguindo seus pais, participava da igreja. Quando tinha 17 anos, ela entrou no grupo de jovens da paróquia.

Um dia, o tio lhe disse: “O que você vai fazer lá na igreja? Ficar durante uma hora olhando para a cara do padre! Você está namorando o padre?” Mas a jovem continuava indo à igreja assim mesmo.

As brigas entre os dois aumentaram tanto que ela, orientada pelo grupo de jovens, resolveu fazer um teste. Entrou totalmente na do tio, fazendo tudo o que ele queria.

E sabe o que ele fez? Em um sábado à noite, levou a sobrinha para uma boate que ele frequentava. Ali, ela teve de se sentar e tomar cerveja ao lado de mulheres de vida leviana. Nesse momento, ela percebeu tudo. O que o tio queria era que ela fosse igual a ele. Querias! pensou a mocinha.

Ainda bem que esta jovem tinha boas orientações no grupo de jovens. A maioria, infelizmente, devido à falta de experiência, cai nas armadilhas e se desvia do caminho certo.

A fé leva-nos a ver o invisível, o transcendente, o que vai além dos olhos da carne. Uma pessoa de fé querer explicar a razão de suas atitudes para uma que não tem fé, é como jogar pérolas aos porcos.

“Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos. Pois estes, ao pisoteá-las se voltariam contra vós e vos estraçalhariam” (Mt 7,6).


Margarida Maria Alves

Margarida morava no município de Alagoa Grande, Paraíba. Era uma senhora católica atuante e líder da Comunidade cristã rural a que pertencia. Em 1973, foi eleita presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, cargo que exerceu durante 12 anos. Assumiu o trabalho no sindicato, movida por sua fé.

Foi uma das fundadoras do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, que tem por objetivo contribuir para o processo de construção de um modelo de desenvolvimento rural sustentável, a partir do fortalecimento da agricultura familiar.

Margarida lutava pela defesa dos direitos do homem do campo: Pelo décimo terceiro salário, registro em carteira de trabalho, jornada de oito horas, férias obrigatórias...

Ela obteve grande destaque na região, por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na justiça a garantia dos seus direitos, protegidos pela legislação trabalhista. Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais que, assistidos pelo sindicato, moviam ações na justiça do trabalho contra usineiros e latifundiários, para o cumprimento dos direitos trabalhistas.

A liderança da Margarida era tamanha que ultrapassava o Município de Alagoa Grande e até o Estado da Paraíba. Os trabalhadores rurais tinham nela uma mãe, uma companheira, uma amiga.

Em consequência disso, Margarida Maria Alves passou a receber diversas ameaças. Eram “recomendações” para que ela parasse de “criar caso” e deixasse de atuar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Infelizmente, dia 12/08/1983, ela foi assassinada a tiros, à porta de sua casa, na frente do marido e dos filhos. Tinha 50 anos de idade.

Até hoje, não se descobriu quem a matou, nem os mandantes. Mas todos por lá sabem que foi algum latifundiário ou usineiro da região, que tratava os trabalhadores rurais quase como escravos. Margarida é um modelo para todos nós.

“Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos fincar nosso pé e fazer a nossa História.”


São Camilo de Lélis

S. Camilo nasceu na Itália, em 1550. Quando adolescente, os pais faleceram e ele se viu sozinho no mundo. Entregou-se à vida devassa e ao vício do jogo.

Ficou doente e, sem dinheiro, foi recolhido em um hospital de caridade, em Roma. A convivência com os religiosos, e os bons conselhos que lhe davam, fizeram com que Camilo mudasse de vida.

Recuperada a saúde, continuou trabalhando no próprio hospital, como enfermeiro. Ele via Jesus Cristo em cada doente.

Em 1575, uma peste encheu os hospitais de Roma, a maioria gente pobre e sem nenhum recurso. Camilo desdobrava-se no atendimento aos enfermos.

Vários cristãos juntaram-se a ele nesse trabalho, e daí nasceram os camilianos, religiosos, religiosas e leigos que se dedicam aos doentes.

S. Camilo faleceu dia 14/06/1614, com 64 anos de idade. É o padroeiro dos enfermos. S. Camilo, rogai por nós.


A cadeira de balanço

Havia, certa vez, uma cadeira de balanço feita de vime, que era muito bonita. Todos gostavam dela. Era macia, anatômica e própria para descansar.

Um dia, o dono resolveu colocar um motor na cadeira, para que ela balançasse sem o esforço dele. Funcionou durante um tempo, mas logo ela se quebrou toda.

Foi abandonada em um quarto de despejo. Tornou-se feia, empoeirada e cheia de pontas de vime. Meses depois, houve uma limpeza naquele quarto de despejo, e jogaram a cadeira em um terreno baldio. Aí que foi pior. Ela levava chuva, sol...

Um dia, um senhor, ao passar pelo terreno, conheceu a cadeira. Ele que a tinha fabricado. Pegou-a, retirou todas as adaptações para motor, deixando-a como era antes. Depois reformou-a e envernizou. A cadeira voltou a ser bonita e preferida pelas pessoas.

Essa cadeira se parece com a caminhada de um pecador convertido. A pessoa é desviada da sua finalidade e se estraga, a ponto de ir para o lixo. Mas Deus, que nos fez, passa por ali e nos acolhe. Ele nos recupera tão bem que passamos a ficar bonitos e úteis como antes, e até melhores. “Ó feliz culpa que mereceu tão grande Salvador!” (Cântico do Sábado Santo)


As bolhas de sabão nos ensinam

Certa vez, um menino de cinco anos perguntou para a mãe: “Mamãe, como que Deus pode estar presente em todas as pessoas ao mesmo tempo?” Na hora, a mãe não soube responder na linguagem da criança.

Dias depois, ela estava lavando roupa no tanque, o menino chegou e viu o reflexo do seu rostinho nas inúmeras bolhas de sabão. Ele disse admirado: “Mamãe, eu estou me vendo em todas as bolhas!”

A mãe lembrou-se da pergunta e disse: “Está vendo, filho? A presença de Deus nas pessoas é assim. Ele está em todos ao mesmo tempo. Estas bolhas pequeninas, onde o seu rostinho é menor, são as pessoas que desobedecem. Elas estão afastadas de Deus, mas Deus não se afasta delas. As bolhas grandes são as pessoas que obedecem e estão mais próximas de Deus”.

“Deus está em toda parte, tudo sabe, tudo vê. Por isso, não estou só. Ele está comigo e com você.”


O chá da bisavó

Certa vez, um rapaz e uma moça começaram a namorar. Um dia, ela o convidou para ir à sua casa conhecer a sua família. Ele aceitou o convite com prazer.

No dia da visita, quando ele chegou, a bisavó da menina logo notou a insegurança do moço. Foi então à cozinha, preparou um delicioso chá e trouxe para os dois.

Mas o rapaz não quis tomar. Sem que a avó percebesse, a garota deu-lhe um sinal, pedindo que tomasse o chá. Ele entendeu o gesto e tomou. Depois ela explicou:

“Minha bisavó, apesar das limitações da idade, preparou o chá com muito carinho para você. Ela ficaria ofendida se você não tomasse”.

Aquele namoro estava começando de forma correta e bonita. Os dois eram sinceros e se corrigiam, quando necessário. Namoro é escola de amor e de vida.


A virtude do acolhimento

Certa vez uma família estava passando o dia na praia. Os pais debaixo do guarda-sol e as crianças fazendo castelo na areia. Veio se aproximando uma senhora idosa, mal vestida e com aparência de bem pobre, apanhando objetos no chão e colocando em um saco que trazia nas costas.

Ao vê-la, os pais advertiram as crianças a tomarem cuidado. Quando a senhora passou perto deles, sorriu para as crianças, mas estas não corresponderam.

Dias depois, ficaram sabendo que a velhinha havia falecido. Ela passava o dia catando cacos de vidro na praia, para não machucar as crianças.

Os pobres e os idosos são queridos e preferidos de Deus. Se fizermos algum mal a eles, ou tivermos preconceito, ofendemos muito a Deus.


A Irmã Alice Dumont

A Irmã Alice era francesa e em 1965 veio trabalhar na Argentina como missionária. Foi morar em uma favela, na periferia do Buenos Ayres. Vivia e se vestia como as mulheres da favela. Por isso trabalhava como empregada doméstica.

Nos fins de semana, dava catecismo e celebrava o culto dominical. Fundou cinco Comunidades, todas com culto aos domingos e catequese.

Foi transferida para uma cidadezinha do interior da Argentina. Lá, ela se uniu com os boias-frias, indo de caminhão trabalhar na roça.

Aconteceu um conflito agrário e a Irmã Alice, junto com a colega Ir. Leonice, envolveram-se. E aí aconteceu o pior: Dia 08/12/1977, as duas estavam caminhando em uma estrada rural e desapareceram. Até hoje não se teve mais notícia delas.

Mas ficou a lembrança e o testemunho. Numa Missa celebrada em memória delas, uma senhora disse: “A Irmã Alice era a Bíblia para nós. Ela tinha o dom de falar o que a gente precisa ouvir”.

Esta sim, não apenas participava da Eucaristia, mas era uma memória viva de Jesus eucarístico. Que o bom Deus nos dê muitos cristãos e cristãs assim.


O medo de atravessar a mata escura

Certa vez, um adolescente, que morava na roça, arrumou um emprego a alguns km de sua casa. Ele tinha de atravessar uma mata bem fechada. Quando atrasava a volta e começava a escurecer, ou vinha chuva, ele sentia medo.

Um dia, o rapazinho teve de esperar passar uma forte chuva, e foi para casa à noite. Sentia medo de tudo.

Mas qual não foi a sua surpresa quando, na entrada da mata, estava o seu pai esperando! Agora sim, pensou ele, estou protegido. E o medo acabou completamente.

Deus é para nós como aquele pai. “O Senhor é o meu pastor, nada me falta. Se eu tiver de atravessar um vale tenebroso, nenhum mal temerei, porque vós estais comigo” (Sl 23,1-4).


Irmã Adelaide Molinari

Irmã Adelaide nasceu em Garibaldi, RS, mas trabalha na cidade Curionópolis, no Pará, que pertence à diocese de Marabá. Seu trabalho principal era dar catequese para crianças e jovens. Cuidava também de vários clubes de mães da região. Muito simpática, era a alegria da juventude e das crianças.

Isso foi suficiente para provocar o ódio dos grileiros. Um dia, ela estava na rodoviária de Eldorado dos Carajás, esperando o ônibus, ao lado do presidente do sindicato rural da cidade, Arnaldo Delcídio Ferreira e, como sempre, rodeada de crianças e adolescentes. Arnaldo era alvo de ameaças de vários grileiros e fazendeiros da região.

Um pistoleiro atirou a queima roupa em Arnaldo. A bala atravessou seu tórax e atingiu o pescoço da Irmã, que não resistiu ao ferimento e veio a falecer. Arnaldo foi socorrido e se recuperou. Isso aconteceu dia 14/04/1985. Irmã Adelaide tinha 47 anos de idade.

Logo que seus pais souberam, viajaram do Rio Grande do Sul até o Pará, a fim de participar do enterro. Na Missa de corpo presente, sua mãe, Dona Cecília, disse:

“Nossa filha sempre desejou trabalhar com os pobres. E nós sempre a apoiamos. Estamos chorando diante desta tragédia, que ainda é difícil de acreditar. Mas o que ela fazia é o que todos nós devemos fazer”.

Todos bateram palmas para a filha e a mãe. A atitude de Dona Cecília foi parecida com a de Maria Santíssima ao pé da cruz do seu Filho.

O fato é mais uma prova de que o sangue dos mártires continua fecundando o nosso chão eclesial. Quando assumimos com ousadia profética a missão de anunciar a Boa Nova da vida e da liberdade aos pobres, somos, de uma forma ou de outra, perseguidos.

Vamos pedir a Deus que nos mande muitas vocações como as da Irmã Adelaide e de Dona Cecília. Que muitos rapazes e moças, impulsionados pelo amor a Cristo, se deixem tocar pelo fascínio de abandonar a sua terra e ir em socorro dos excluídos.


Pescador honesto

Certa vez, um homem foi pescar em um lugar distante. Quando estava chegando perto do rio, um cavalo assustou-se com ele, entrou no rio, ficou com as patas presas embaixo, devido ao atoleiro, e morreu. O homem fez de tudo para salvar o animal, mas não houve jeito.

Então ele procurou o dono do cavalo e propôs comprá-lo. Acabaram fechando o negócio. Depois de tudo acertado, o pescador disse: “Amanhã eu venho aqui trazer o dinheiro e levar o cavalo”.

No outro dia, ao chegar, o sitiante lamentou dizendo: “Eu procurei o cavalo, mas aconteceu um desastre: ele está atolado no rio e morto! Por isso, o negócio está desfeito”.

O comprador explicou direitinho como foi que o cavalo morreu, e disse: “De modo nenhum vamos desfazer o negócio. Desde ontem o cavalo é meu. Foi meu cavalo que atolou”. E forçou o sitiante a aceitar o dinheiro.

Este sim, é parecido com S. José: “Um homem justo”.


O bombeiro por um dia

Havia, certa vez, um garotinho de cinco anos que sempre dizia que queria ser bombeiro. Um dia, ele ficou doente, com uma doença grave, sem cura.

O médico foi claro com a família: “O menino terá no máximo seis meses de vida”. Isso, apesar de estar aparentemente bem.

Um dia, ele disse para o pai: “Pai, será que eu consigo ser bombeiro?” O pai respondeu: “Claro que sim, filho! Você vai ser bombeiro”.

O pai explicou o caso para o chefe do corpo de bombeiros, fez o uniforme de bombeiro para o filho e, no dia combinado, levou-o para o corpo de bombeiros. Naquele dia houve um chamado, e o garoto foi no carro dos paramédicos. Ajudava naquilo que podia. No fim, o chefe afixou na sua farda um brasão de bombeiro. O menino ficou súper feliz e realizado.

Quando ele estava já bem mal, o chefe do corpo de bombeiros foi visitá-lo no hospital. O garoto perguntou: “Chefe, eu sou um bombeiro de verdade mesmo?” O chefe respondeu: “Sim! Você não só é um bombeiro, mas é um dos nossos melhores bombeiros”. Então, o menino deu um sorriso e faleceu.

Ideal á um sonho de futuro, é uma meta, algo que queremos ser na vida. Que nós tenhamos um ideal e nos empolguemos por ele, como este garoto.


Bêbado zomba de José, Maria e Jesus

Certa vez, um bêbado encheu demais a cara, aprontou umas bagunças e foi preso. Ao entrar na cadeia, viu uma imagem de S. José, e começou a zombar. O soldado falou: “Cuidado, respeite. Ele é esposo de Maria e pai de Jesus”. No outro dia, ele foi solto.

Na semana seguinte, encheu de novo a cara. Desta vez ficou mal e foi levado para o hospital. Lá, ele viu uma imagem de Nossa Senhora e começou a zombar. A enfermeira falou: “Cuidado! Respeite. Ela é esposa de José e mãe de Jesus”. No dia seguinte, ele teve alta.

Dias depois, ele estava andando na rua e viu a procissão de Corpus Christi. Uma enorme multidão cantando e dando vivas a Jesus. No meio, ia o padre segurando o Hostensório com a Hóstia consagrada.

O bêbado começou a rir e a zombar. Um senhor ouviu e lhe disse: “Cuidado! Respeite. Ele é Jesus, filho de Maria e de José”. O alcoólatra falou: “Onde já se viu? O pai na cadeia, a mãe no hospital e ele aqui na rua fazendo festa?”

Aquelas advertências ao viciado valem também para nós: Cuidado! Estão conosco Jesus, Maria e José. Deus nos visita diariamente, convidando-nos à conversão e a dar um passo à frente na vida cristã. Não vamos deixar passar o tempo da graça. Com Deus não se brinca!

Entre os dons do Espírito Santo, nós temor o temor de Deus. Consiste em ter certo medo de Deus, medo filial, e consequentemente respeitá-lo e obedecer-lhe. Amá-lo sobre todas as coisas e não pecar. O único mal do mundo é o pecado.

O fundador que ressuscitou

Certa vez, um homem apresentou a Napoleão Bonaparte uma nova religião, propondo que ele a seguisse. O imperador respondeu:

“Traga o fundador dessa religião aqui e pregue-o em uma cruz. Espere o homem morrer. Depois que estiver morto, coloque-o numa sepultura. Feche o túmulo bem fechado e ponha guardas vigiando. Se ao terceiro dia esse tal ressuscitar, passarei a crer na religião que você me propõe.”

Não é verdade que todas as religiões são boas. Somente a Igreja Católica Apostólica Romana apresenta-nos o Deus revelado por seu Filho Jesus Cristo.

“Creio em Deus, uno, trino e eterno, que criou o céu, a terra e o mar. Sou católico firme e sincero, a meu Deus aprendi adorar.”

Um sinal fácil e bonito para identificarmos a Igreja que Jesus fundou é a presença de sua Mãe, Maria Santíssima.


Filho encontra pai através dos rastos

Em uma pequena aldeia alemã, morava uma família: o casal e um filho de sete anos. Certo dia, nevou durante toda a noite, cobrindo de branco a paisagem, as árvores e as estradas.

O pai levantou-se antes de o sol raiar, calçou as grossas botas de frio, agasalhou-se e saiu para um compromisso no campo.

Quando estava a uma 500 metros da casa, ouviu atrás de si um barulho. Olhou e que surpresa! Era seu garoto que o alcançava.

Ergueu-o nos braços e perguntou-lhe admirado: “Como você conseguiu encontrar-me, filho?” A criança respondeu: “Foi fácil, pai. Eu punha os meus pés nas marcas que o senhor deixou na neve”.

Os filhos seguem as rastos dos pais: As filhas, da mãe e os meninos, do pai. Mais do que seguir conselhos, eles imitam a vida dos pais. Aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos.

Para nós cristãos, seguir a Cristo é por os nossos pés nas pegadas que ele deixou na terra. “Andar como Jesus andou, sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus viveu.”

“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).

Maria Santíssima é a discípula mais fiel do seu Filho em todos os tempos. Assim, ela se torna ponte: Imitando Maria, seguimos Jesus.


Os vergões passam, Jesus Cristo fica

Certa vez, dois irmãozinhos começaram a frequentar o catecismo, contra a vontade do pai, que era um homem rude e não gostava de religião. Eles iam no período da tarde, quando o pai estava trabalhando. As crianças estavam entusiasmadas com os ensinamentos da doutrina cristã. Não viam a hora de poderem receber Jesus.

Chegou a semana da Primeira Comunhão, e os dois contaram ao pai que estavam assistindo às aulas de catequese e que no próximo domingo iam fazer a Primeira Comunhão.

O pai, estupidamente, perguntou-lhes o que era isso e, depois de ouvi-los, proibiu-os de irem ao catecismo. No dia seguinte, o pai foi para o trabalho e os filhos, às escondidas, foram ouvir as belezas que a catequista falava.

À noite, era sábado, o pai, voltando do trabalho, descobriu que os filhos tinham ido ao catecismo e os açoitou com uma vara.

No dia seguinte, domingo de manhã, as crianças foram à Missa da Primeira Comunhão. Ao vê-los machucados, com marcas de varas nas costas e pernas, admirada, a catequista perguntou: “O que é isso, meus filhinhos?

E ouviu a santa resposta das crianças: “Não é nada. Os vergões passam, Jesus Cristo fica”.

“Chegou o dia da querida festa, chegou a hora em que vamos comungar. A inocência brilha em nossa testa, queremos sempre a Jesus amar.”

Quando comungamos, comemos daquele Corpo que foi gerado dentro de Maria. Assim, o nosso amor a Cristo se estende também à ela.


Quando um filho pede dinheiro

Certa vez, um sábio passeava na praça, quando um homem aproximou-se dele e disse: “Sei que és um grande mestre. Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar algo que custa caro. Devo dar?”

O sábio respondeu: “Se essa não é uma situação de emergência, aguarde uma semana, antes de atender o seu filho”.

O pai questionou: “Mas, se tenho condições de ajudá-lo agora, que diferença faz?” “Uma diferença muito grande”, explicou o mestre. “As pessoas só dão o real valor a algo, quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não consegui-lo”.

Criança que recebe tudo fácil, não valoriza o que recebe.

Maria, Mãe dos educadores, rogai por nós.


A lição da caveira

Certa vez, um príncipe, orgulhoso da sua condição de filho do rei, foi caçar em um lugar montanhoso e afastado. A certa altura, viu um velho eremita, sentado diante de sua gruta, e muito atento a observar uma caveira.

Indignado por não lhe ter o velho dado a atenção devida a um príncipe, nem ter se levantado para cumprimentá-lo, aproximou-se dele e disse, entre rude e zombeteiro:

“Levanta-te, pois está aqui um príncipe, o filho do rei. O que observas de tão interessante nessa pobre caveira, que chegas a te abstrair da passagem de uma pessoa ilustre?”

O monge disse: “Perdoe-me, senhor. Eu estava procurando descobrir se esta caveira é de um mendigo ou de um príncipe, mas não consigo distinguir. Nestes ossos, nada há que me diga se a carne que os revestia repousava em travesseiro de plumas ou nas pedras das estradas”.

O príncipe abaixou a cabeça e prosseguiu, mas a caçada não lhe teve, naquele dia, qualquer encanto. A lição da caveira abatera-lhe o orgulho.

“Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares ao solo, do qual feste tirado. Porque tu és pó e ao pós hás de voltar” (Gn 3,19).


O casamento no santuário

Muitos noivos preferem casar-se, não na própria igreja, mas em um santuário. Entretanto, para isso, especialmente se o santuário fica em outra Diocese, são exigidos vários documentos, além dos normais, necessários para todos os casamentos. Antigamente, as exigências eram ainda maiores.

Mas um casal de noivos simples, da roça, decidiu casar-se em um santuário. Providenciaram toda a documentação exigida, tendo inclusive de ir à Cúria Diocesana.

No dia marcado, os dois chegaram à sacristia do santuário e entregaram a pilha de papéis para o sacristão.

Durante a celebração, o padre perguntou, primeiro para o noivo: “Fulano, você quer casar-se com fulana de tal?” Na hora, o noivo respondeu: “O senhor ainda pergunta, sr. vigário?” Quer dizer: Depois de tanta luta, o senhor ainda vem me perguntar se quero casar-me com ela?

A Igreja, como mãe, faz essas exigências, inclusive o cursinho de noivos, para alertar os pretendentes de que o casamento é indissolúvel, uma lei divina que a Igreja não pode mudar. Que pena que, apesar de tudo isso, tantos casais ainda se separam!

A Família de Nazaré é modelo. S. José é modelo de pai e esposo; Maria é modelo de Mãe e esposa; e Jesus é modelo de filho. Que eles abençoem as nossas famílias.


Adolescente é jogado na água

No Norte do Brasil, existe, em algumas aldeias de índios, uma forma original de ensinar os filhos a nadar.

Quando o menino está entrando à adolescência, o pai, junto com alguns amigos bons nadadores, levam o garoto de barco para o meio de um rio ou lago que não dá pé.

Lá, fingindo uma brincadeira, jogam-no na água. E ficam observando. Se ele consegue boiar, passou no teste. Se está se afogando, os homens o tiram da água. Mas geralmente o moleque se debate e acaba voltando ao barco. Neste momento, ele passa de criança para adolescente.

Podemos dizer que o sacramento da Crisma é um bom curso de natação. Ele nos dá a graça do Espírito Santo, o qual nos permite nadar até contra a correnteza, neste mar revolto da vida.

Que Maria Santíssima, como Mãe, acompanhe nossos adolescentes, para que consigam vencer as tentações do mundo.


Os dois viajantes e o urso

Certa vez, dois homens viajavam a pé dentro de uma floresta. De repente, um enorme urso lhes apareceu. Um deles correu e subiu em uma árvore. O outro, incapaz de enfrentar sozinho a enorme fera, deitou-se no chão e permaneceu imóvel, fingindo estar morto.

O urso aproximou-se, cheirou-o de cima a baixo e, aparentemente convencido de que o homem estava morto, foi embora.

Aquele que estava em cima da árvore desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, perguntou ao colega: “Pareceu-me que o urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?”

“Sim”, respondeu o outro. “Disse-me que não é nada sábio e sensato andar na companhia de um amigo que, no primeiro momento de perigo, me deixa na mão”.

Um amigo verdadeiro não abandona o outro nas horas de aflição. Amigo da onça é aquele que, nas horas em que mais precisamos, se afasta de nós.

O nosso melhor amigo é Jesus Cristo. Veja o que ele mesmo diz: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi” (Jo 15,13-16).

Jesus é tão amigo que nos deu sua própria Mãe. Ela é a nossa grande amiga, sempre pronta a nos socorrer com seu carinho materno.


Raposa cai em contradição

Certa vez, um galo estava de sentinela, empoleirado em um alto galho de árvore, vigando o campo para ver se não havia perigo para as galinhas e os pintinhos que ciscavam o solo.

A raposa, que passava por ali, logo os viu e imaginou o maravilhoso almoço que teria se comesse um deles. Quando viu o galo de vigia, ela logo inventou uma história:

“Amigo galo, pode ficar sossegado. Não precisa cantar para avisar as galinhas e os pintinhos que estou chegando. Eu vim em paz.”

O galo, desconfiado, perguntou: “O que aconteceu? As raposas sempre foram nossas inimigas. Nossos amigos são os patos, os coelhos e os cachorros. Que é isso agora?”

A espertalhona continuou: “Caro amigo, esse tempo já passou. Todos os bichos fizeram as pazes e estão convivendo em harmonia. Não somos mais inimigos. Para provar o que digo, desça daí para que eu possa dar-lhe um abraço”.

O que a raposa queria era impedir que o galo voasse para longe. Se ele descesse até onde ela estava, seria fácil dar-lhe um bote. Mas o galo não era bobo. Desconfiado, perguntou:

“Você tem certeza que os bichos são todos amigos agora? Isso quer dizer que você não tem mais medo dos cães?” “Claro que não tenho medo deles”, confirmou a raposa. Então o galo disse: “Ainda bem. Porque daqui de cima estou avistando um bando que vem correndo para cá”.

“O quê?” Gritou a raposa, apavorada. Tremendo de medo, ela saiu correndo em disparada.

Muitas vezes, quando uma pessoa quer enganar-nos, ela acaba caindo em contradição. É importante ter consciência crítica e, através de perguntas, descobrir essas contradições.

Dn 13 narra um fato parecido, em que o juiz leva dois velhos malandros a caírem em contradição. É a bela história de Susana.

“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.”


O cavalo desgovernado

Certa vez, um jovem saiu para dar uma volta no seu novo cavalo. Infelizmente, o que ele não sabia, o cavalo ainda era quase selvagem.

Assim que sentiu o cavaleiro sobre a sela, o animal pôs as orelhas para traz e disparou a toda pela estrada.

Em vão o rapaz tentou controlá-lo. O animal não obedecia. Tudo o que o jovem podia fazer era lançar os braços ao redor do pescoço do bicho e se segurar da melhor maneira possível.

“Onde você vai com tanta pressa?” gritou outro cavaleiro. “Como vou saber?” respondeu o jovem. “Não sou eu quem está no controle. Pergunte ao cavalo”.

Temos de saber ao certo quem está no comando da nossa vida, se é a nossa razão, a nossa fé, ou os nossos instintos e vícios.

“Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando. Olho pra terra e vejo uma multidão que vai caminhando. Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você meu Pai” (Música Jesus Cristo, de Roberto Carlos)

“Ó Virgem Maria, Rainha de amor, tu és a Mãe santa de Cristo Senhor. Nas dores e angústias, nas lutas da vida, tu és a Mãe nossa, por Deus concedida”.


A mulher eucarística

Havia, certa vez, uma senhora que gostava muito da Eucaristia. Era Ministra da Eucaristia e catequista de Primeira Comunhão. Durante o dia, procurava dar com a vida o Cristo que dava com as mãos, na igreja e aos doentes.

Além dos domingos, participava da Missa durante a semana, sempre que podia. E quando passava na frente de uma igreja, entrava e rezava diante do Santíssimo.

O amor à Eucaristia levou aquela senhora ter um carinho especial pelos sacerdotes. No aniversário de Ordenação, ela lhes mandava um cartão com palavras bonitas sobre o sacerdócio. Foi madrinha de vários seminaristas. A sua maior alegria era quando o padre ia à sua casa almoçar.

E quando seu filho foi para o seminário, aconteceu uma cena comovente: Na rodoviária, enquanto ele partia, ela, de fora do ônibus, acenava, rindo e chorando ao mesmo tempo. Ria de alegria e chorava pela separação, pois o seminário ficava a dois dias de viagem.

Um dia, ela foi atropelada quando atravessava a rua para ir à Missa, e o pároco teve de proibi-la de ir à igreja sozinha, antes da completa recuperação.

Essa senhora certamente está no Céu e continua intercedendo junto de Deus pelos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais.

Que Maria Santíssima, Mãe do primeiro Sacerdote Jesus Cristo, interceda junto de Deus pelas famílias, pois o padre de amanhã hoje mora em nossa casa.


Mãe prendia filho no seu avental

Havia, certa vez, uma mãe que prendia o filho com uma tira de pano, amarrada na cintura do menino e no seu avental. Isso para que ele não caísse e ela pudesse trabalhar.

Mas o garoto foi crescendo, adquirindo forças e, um dia, arrebentou a tira e saiu correndo, com o pedaço da tira amarrado à cintura. Foi para a beira do, no qual havia uma cachoeira logo abaixo.

Ao chegar perto, escorregou no barranco e caiu dentro da água. Felizmente, a tira prendeu-se em um toco de árvore e o segurou na correnteza. Assim deu tempo de a mãe chegar e salvá-lo.

A educação que os pais dão, mesmo que o método não seja dos melhores, é abençoada por Deus.

“Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é de justiça: ‘Honra teu pai e tua mãe’. Este é o primeiro mandamento, que vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim de que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,1-3). “Quem usa de brutalidade para com o pai ou a mãe, é um filho desonrado e infame” (Pv 19,26).


Mãe bate na “sacristia”

Havia, certa vez, um menino de sete anos que era muito levado. Começou a frequentar o catecismo, e ficou encantado quando a catequista disse que nós somos filhos de Deus, irmãos de Jesus e que somos templos do Espírito Santo.

Em casa, tendo aprontado mais uma de suas traquinices, a mãe o pegou para dar-lhe umas boas palmadas. Ele esperneou e disse: “A senhora não pode me bater, porque eu sou templo do Espírito Santo”.

A mãe o pôs de bruços no colo, pegou o chinelo e disse: “Fique tranquilo. Não vou profanar o templo do Espírito Santo. Vou bater só na sacristia”. E as chineladas estalaram em seu bumbum.

“O pai que poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24).


Deus em primeiro lugar

Certa vez, um menino recebeu duas moedas do pai. As duas tinham o mesmo valor. O pai lhe disse: “Uma é para você pôr na sacolinha, na hora da Missa. A outra é sua”.

Quando caminhava para a igreja, uma das moedas caiu em um bueiro, e desapareceu.

Foi a da igreja, disse o menino para si mesmo. Por isso não fez a oferta e comprou um sorvete.

Há pessoas que fazem o mesmo em relação à Missa no domingo. Se aparece outro compromisso, este passa na frente da Missa. Alguns fazem isso até em relação à oração.

Um fariseu perguntou a Jesus: “Qual é o maior mandamento?” Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento’. O segundo é semelhante a este: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’. Toda Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22,34-39).


A ganância do mendigo

Havia, certa vez, um mendigo que andava pelas ruas pedindo esmola. Ele sempre reclamava da sua pobreza. Carregava nas costas uma mochila.

Um dia, apareceu-lhe a Fortuna. Ela lhe disse: “Há muito tempo venho querendo ajudá-lo. Segure sua mochila enquanto eu despejo nela umas moedas de ouro. Mas só faço isso com uma condição: O que ficar na mochila será ouro puro, mas o que cair no chão vai virar poeira”.

“Combinado”, respondeu o mendigo. “Então tome cuidado” insistiu a Fortuna. “Sua mochila é velha. É melhor não enchê-la muito”.

O mendigo estava tão contente que quase não cabia em si. Abriu a mochila e uma torrente de moedas de ouro foi sendo despejada. Logo a mochila foi ficando pesada.

“Já é o bastante?” perguntou a Fortuna.
- “Ainda não.”
- “Mas a mochila já está começando a se romper!”
- “Só mais um pouquinho.”

Caiu mais uma moeda e a mochila se rompeu. O tesouro caiu no chão e virou poeira. Nessa hora, a Fortuna já havia desaparecido.

Agora o mendigo só tinha mesmo a mochila vazia, e ainda rasgada. Estava mais pobre do que antes.

“Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens” (Lc 12,15).

É mera sombra o amor de todas as mães a seus filhos, quando comparado ao de Maria para conosco.


A não violência ativa

Mahatma Gandhi foi um grande líder indiano, assassinado em 1948. Certa vez, uma região da Índia estava sendo invadida por estrangeiros. Eles bloquearam as estradas, de modo que o povo do lugar não podia passar, nem a pé.

Então Gandhi organizou uma fila e pediu que passassem pelo bloqueio, sem usar violência, mesmo sacrificando a própria vida.

Veio o primeiro da fila, o soldado o matou. Veio o segundo, idem. O terceiro também... Quando havia várias pessoas mortas, e a fila continuava firme querendo passar, fila composta de homens, mulheres e crianças, o soldado invasor ficou desesperado e saiu correndo. Assim, os indianos puderam passar.

Algum tempo depois, todos os invasores ingleses abandonaram a Índia e a deixaram livre.

Esta tática chama-se não violência ativa. Foi a mesma usada por Jesus. Não podemos responder à violência com violência, mas também não podemos curvar-nos diante das injustiças.

“Apresentei minhas costas aos que me queriam bater, ofereci o queijo aos que me queriam arrancar a barba e nem escondi o rosto dos insultos e dos escarros” (Is 50,6).

“Um verdadeiro devoto de Maria não se perde”. (Santo Afonso)


Aposentado continua em frente à fábrica

Certa vez, um senhor, depois de trinta anos de trabalho em uma fábrica, recebeu a aposentadoria. Mas ele não aguentava ficar em casa. Todos os dias de manhã, ia para a frente da fábrica e ali passava o dia, olhando para o lugar onde trabalhava.

Aquele senhor não soube envelhecer. Nós cristãos não precisamos fazer isso, porque a nossa missão na Comunidade vai até onde nossas forças aguentarem. E há vaga para todos.

“Não desanimemos. Enquanto o homem exterior se corrompe, o interior se renova dia a dia” (2Cor 4,16). “Por acaso os anciãos não estão destinados a ter sabedoria, e os velhos prudência?” (Jó 12,12). Por isso que as primeiras Comunidades católicas escolhiam os anciãos para presidi-las: “Os Apóstolos designavam presbíteros (ancião) para cada Comunidade” (At 14,23).

O amor é sempre novo. Ele faz com que cada dia que amanhece seja como o primeiro da nossa vida.


Tudo na natureza é bem feito

Certa vez, Jesus e os Apóstolos estavam viajando, e pararam debaixo de uma figueira, para descansar. Ao lado, havia uma plantação de melancia, com frutas bem grandes. Então S. Pedro, deitado de costas, disse a Jesus: “Este mundo está errado. Veja esta figueira: Uma árvore tão grande e com frutas tão pequenas. E olhe aquele pé de melancia: Uma plantinha fraca e que dá frutas tão grandes!”

Logo em seguida, Pedro dormiu. De repente, acordou assustado com um figo que caiu na ponta do seu nariz. Pôs a mão no nariz, reclamando de dor. Jesus lhe disse apenas: “Imagine se fosse uma melancia!”

“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Deus disse: A terra faça brotar vegetação: Plantas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto... E Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1).

A natureza é maravilhosa. Tudo foi pensado e organizado por Alguém muito inteligente e pai. Cabe a nós seguir esse plano tão sábio e amoroso, e colaborar na criação.


O Sr. Bispo vai na frente

Certa vez, no final de uma Assembleia Diocesana, ia haver uma caminhada até a catedral para a Missa de encerramento. Uma jovem era a encarregada de organizar a caminhada. Ela pegou o microfone e disse:

“Agora, todos nós iremos para a Catedral, a fim de participar da santa Missa. O sr. Bispo vai na frente. Depois dele, irão os sacerdotes, as religiosas e, logo atrás, todos nós”.

Aquela procissão expressava simbolicamente toda a caminhada da Diocese. O Bispo vai na frente, e quem o coloca na frente é o povo, especialmente os cristãos leigos. Vamos respeitar a hierarquia da Igreja. Não só respeitar, mas promovê-la, colocando-a na nossa frente para nos conduzir, pois eles têm o dom do Espírito Santo para isso. São a presença viva de Cristo entre nós.

E se tivermos alguma crítica, vamos procurar diretamente a autoridade e dialogar. Assim, muitos equívocos e mal entendidos são superados, e ajudaremos os nossos irmãos da hierarquia, que também são pecadores.


O raio da bicicleta

Certa vez, um dos raios da roda de uma bicicleta quis abandonar o seu serviço. Há tantos raios ao meu lado, pensou, só eu que vou sair, não haverá problema”. E caiu fora, deixando lá o buraco na roda da bicicleta.

Aconteceu que o dono da bicicleta era meio gordo. Quando saiu cedo para trabalhar, colocou a filha na garupa para levá-la à escola. No caminho, aquela roda logo começou a cambetear, até que se entortou. Era bem numa descida. Os dois caíram e a menina machucou o bracinho.

Nós, na Comunidade, somos como raios de uma bicicleta. Todos somos importantes.

“Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Um prédio tem tijolos, vigas, telhas, portas... Se um falha, o edifício corre o risco de cair. Assim somos nós na Comunidade. Cada um tem uma função diferente e insubstituível.


A comunhão de bens nas Comunidades

Certa vez, o bispo de uma diocese extremamente pobre deu um testemunho: “O nosso povo sofre, mas sofreria muito mais se não fossem as Comunidades católicas. Nelas, as famílias se ajudam nas necessidades. Temos as diversas pastorais, como a da saúde, da criança, da moradia, da terra, a conferência vicentina... Nem dá para imaginar o que seria do povo da nossa diocese, se não houvessem as Comunidades”.

No meio de tanto pecado, há sinais claros da presença do Reino de Deus entre nós.

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).

Maria Santíssima, nas Bodas de Caná, foi ousada. Ou melhor, foi uma mulher de fé, quando pediu ao Filho que resolva o problema da falta de vinho, apesar de ele ter dito que sua hora ainda não tinha chegado. E deu certo. Que tenhamos a mesma ousadia diante das necessidades dos nossos irmãos e irmãs.


O bêbado que vendeu o cavalo

Certa vez, um pai de família estava em um bar, bebendo. De repente, o dinheiro acabou. Como ele queria beber mais, ofereceu o seu cavalo para os homens que estavam ali.

E aconteceu o seguinte: Quanto mais o álcool lhe subia na cabeça, mais ele abaixava o preço do cavalo. Até que um senhor desconhecido comprou o cavalo quase de graça, com arreio e tudo, e levou embora. E o pai de família voltou para casa a pé.

Como é triste o ambiente de certos bares, onde 90% das vendas são de bebida alcoólica!

O livrinho infantil O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, conta que um dia o Pequeno Príncipe encontrou-se com um bêbado. Ele perguntou:
- “Por que o senhor bebe?”
- “Para esquecer”.
- “Esquecer de quê?”
- “De que eu tenho vergonha”.
- “Vergonha de quê?”
- “De beber”.

É um círculo vicioso, ou, em termos populares, o cachorro correndo atrás do rabo. Os alcoólatras vivem exatamente assim: Tentando escapar de si mesmos.


O bolo era para todos

Havia, certa vez, uma família que tinha quatro filhos homens. Os dois mais velhos estudavam à noite e trabalhavam durante o dia, e os outros, adolescentes, estudavam à tarde.

Em uma tarde, a mãe resolveu fazer um bolo. Preparou a massa e assou. Depois de pronto, ela o colocou sobre a mesa e foi visitar uma vizinha que tinha dado à luz.

Os dois chegaram da escola e, logo ao entrar, sentiram o cheiro do bolo. Ao vê-lo sobre a mesa, cada um cortou para si um pedaço. Gostaram tanto que foram pegando, cada um uma fatia, até que o bolo quase acabou.

Quando a mãe chegou, só havia um pedacinho de bolo sobre a mesa! De vergonha, eles se esconderam em seus aposentos. Imagina a tristeza daquela mãe, ao ver tamanho egoísmo em seus filhos!

Com certeza, Jesus Cristo também anda decepcionado com a ambição de muitos de nós. Podemos comparar o Brasil com um bolo que Deus preparou para seus filhos brasileiros. Mas ele quer que seja dividido entre todos, o que não acontece. Um país tão rico em terras, águas, montanhas, sol, chuva e riquezas naturais das mais diversas. No entanto, tudo isso é abocanhado por poucos!

“Toda a terra pertence a mim” (Êx 19,05). “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela contém” (Sl 24,1). “A terra não pode ser vendida, porque pertence a mim, e vós todos sois hóspedes sobre ela” (Lv 25,23). “Ai daqueles que vão ajuntando campo a campo, até que não sobre espaço para meus filhos morarem. Eu juro por mim mesmo: Serão arrasados” (Is 5,8).

Maria Santíssima não tinha nenhum apego aos bens da terra. Seu coração estava grudado em Deus, que era a sua paixão.


O cavalo cego

Existe um sitiante que tem dois cavalos. De longe, parecem normais. Mas quando se olha de perto, percebe-se que um deles é cego.

Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um companheiro, um cavalo mais jovem. Quando alguém fica observando, logo ouve o barulho de um sino amarrado no pescoço do cavalo mais novo. Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele.

Ambos passam o dia comendo. No fim do dia, o cavalo cego vai atrás do companheiro até o estábulo. Quem observa, logo percebe que o cavalo que tem o sino está sempre olhando se o outro o acompanha. Às vezes para e o espera chegar. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.

Como colocou no instinto dos animais, Deus não se desfaz de nós, quando temos alguma deficiência ou limitação. A pobreza é uma limitação, e Deus quer amparar os pobres, através daqueles que têm mais.

O Anjo Gabriel saudou Maria Santíssima com a expressão “cheia de graça”. Esta é a sua riqueza. Que ela nos ajude a ter a coragem de renunciar a tudo, a fim de ganhar as riquezas do Céu. (Adaptação Maria Olívia)


A educação integral

Existe, na capital da Guatemala, um colégio de Irmãs. Na década de 1940, uma jovem chamada Lígia Isabel Martinez estudou nesse colégio.

Através das Irmãs, ela conheceu uma região muito pobre e sofrida da Guatemala. Encheu-se de amor por aquele povo, e seu coração não se desgrudou mais de lá.

Logo que concluiu os estudos, Lígia foi morar no meio daquele povo sofrido, trabalhando ali como agente de pastoral. Ela inculturou-se totalmente com a população local: Vestia-se como as moças do lugar, sua casa era um barraco igual aos do povo, a alimentação... Em tudo ela se identificou com aquela gente.

A origem desse ideal foi o colégio onde Lígia estudou, no qual as Irmãs sabiam passar para os alunos, junto com as ciências humanas, as virtudes cristãs.

“Jesus crescia em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Que as nossas escolas tenham como modelo o lar de Nazaré. “Quão bem-vindos os pés dos que anunciam boas novas!” (Rm 10,15).


Os animais fazem concurso

Certa vez, os bichos fizeram uma assembleia, a fim de escolher um que fosse o representante de toda a bicharada.

Pediram ao macaco, que era sábio e conhecia todos os animais, que coordenasse a reunião. O macaco, para ser democrático, propôs um concurso: Aquele animal que preparasse o melhor banquete seria o escolhido.

O primeiro que se inscreveu foi o leão, depois o lobo e por fim o coelho. Ao ver o coelho se candidatar, os outros deram risada.

O primeiro banquete foi preparado pelo leão, que para isso matou um búfalo. A segunda festa foi preparada pelo lobo, que matou um cordeiro. Mas o coelho não aparecia. Mais tarde, ele chegou cansado, e disse para o macaco:

“Eu corri atrás de vários animais, mas não consegui pegar nem um. Por isso, eu renuncio a candidatura para o honroso cargo e ofereço a minha carne, para, com ela, vocês prepararem um banquete”. O macaco ficou comovido e declarou o coelho o representante de todos os animais.

A atitude do coelho foi parecida com a de Jesus, que ofereceu a sua própria carne para ser o nosso banquete. Banquete precioso, que nos alimenta para toda a eternidade.

Maria Santíssima colaborou no banquete eucarístico, pois o Pão sagrado que comemos foi gerado no seu seio. Por isso lhe somos eternamente gratos.


Deus nos deu duas mães

Certa vez, uma menina estava sentadinha na escada de uma igreja, com aparência de muito pobre e com o rostinho triste.

Uma senhora, ao entrar, viu a garota e perguntou: “Você precisa de alguma coisa, filha?” Ela respondeu, quase chorando: “A minha mãe morreu, e eu gostava tanto dela! Quero minha mãe!”

A senhora disfarçou a sua emoção e explicou que Deus nos deu duas mães, as duas muito bonitas e carinhosas: a nossa mãe da terra e a do Céu, que é Nossa Senhora. Em seguida, convidou a criança a entrar com ela na igreja. Levou-a até a imagem de Maria e as duas rezaram juntas uma Ave Maria. Em seguida, conversaram com Nossa Senhora espontaneamente.

Nesta hora, a bela garotinha deu um sorriso encantador. Este foi apenas o primeiro contato entre as duas, porque logo depois a senhora foi com ela até a sua casa.

A mãe abre para a criança o horizonte da vida e lhe dá segurança. A mãe sabe unir a ternura com a firmeza, o carinho com a correção. Sabe sorrir, mas sabe também ficar séria e ameaçar. Deus nos ama tanto que nos deu duas mães, uma carnal e outra espiritual.

Nós queremos pedir à Santa Mãe de Deus e nossa pelas crianças abandonadas, especialmente por aquelas que perderam a mãe, para que preencham o vazio que ficou em seus coraçõezinhos com o amor filial a Nossa Senhora.

Com o apoio de Maria, todos nós temos coragem de atravessar o mar revolto da vida, cumprindo assim a nossa missão. Nessa travessia, temos uma pinguela, e Maria é o corrimão. Segurando nela, com certeza não cairemos.


A misericórdia não tem limites

Certa vez, a polícia prendeu em flagrante um assaltante, já conhecido dos policiais. Dois homens assistiram a cena e comentavam: “A solução é matar! Um homem desse não pode viver!”

Um pouquinho mais distante, estavam duas mães, que também viram o crime. Elas tinham o terço na mão e rezavam pelo criminoso, para que se convertesse.

A grande contribuição de Maria Santíssima é que ela nos ensina a olhar as pessoas com olhos de mãe, isto é, a ter um olhar misericordioso, que acredita na recuperação dos piores bandidos.

Toda pessoa humana, mesmo os piores criminosos, tem o seu lado bom, aquele que foi criado por Deus. Precisamos ver as pessoas por esse seu lado bom e ajuda-las.


Menino deficiente joga futebol

Havia, certa vez, um garoto que era excepcional. O pai o amava muito e costumava sair com ele para passear na cidade.

Um dia, eles estavam passando perto de um campo de futebol, onde havia um grupo de meninos jogando. O garoto olhou o jogo com os olhos arregalados e disse ao pai que queria jogar.

O pai transmitiu o pedido a um dos jogadores. Este olhou para os demais, como que buscando aprovação. O grupo não disse uma palavra. Então o aceitou e o colocou no seu time. O jogo estava empatado por dois a dois.

De repente, o time adversário sofreu um pênalti. Para batê-lo, resolveram chamar o garoto excepcional. Ao ver o caminhar desengonçado do menino, o goleiro se adiantou um pouco, na certeza de que a bola não chegaria até o gol. Entretanto, o garoto chutou com toda a sua força e a bola, apesar de meio lenta, passou por cima do goleiro e entrou.

A alegria do seu time foi tão grande que o carregaram pelo campo. Foi o dia mais feliz da vida daquela criança excepcional, e também do seu pai. E o resultado foi sentido na escolinha de excepcionais que ele frequentava.

Todos nós temos talentos, inclusive os deficientes. O que eles precisam é de amor, apoio, confiança, e de espaço para se desenvolver.

Maria Santíssima usou muito bem os dons que possuía, especialmente o de ser esposa e Mãe. Que ela interceda por nós junto do seu Filho, a fim de fazermos as nossas moedas renderem dez vezes mais.


O garoto faminto no restaurante

Certa vez, um garoto estava do lado de fora de um restaurante, olhando, pela janela de vidro, as pessoas comerem. Um senhor viu e, antes de almoçar, foi até ele com a intenção de lhe dar o almoço.

Mas viu que o menino estava descalço e mal vestido, não combinando com o ambiente do restaurante. Então lhe disse: “Se você estivesse arrumadinho, eu ia convidá-lo para almoçar comigo”.

A criança deu um sorriso, passou suas mãozinhas magras sobre os cabelos e falou: “Estou pronto agora”. O homem, comovido, pegou-o pela mão, levou a uma loja vizinha, comprou para ele uma calça, uma camiseta e um par de tênis, e os dois almoçaram juntos.

“Estou pronto agora”. Mal sabia o garoto que a preparação devia ser maior, não apenas arrumar os cabelos. Mas ele fez a sua parte, e prontamente.

Is 49,1-4: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome. Queria fazer de mim um profeta e luz dos povos. E ele disse: ‘Tu és o meu servo, em quem serei glorificado”.

Nós fomos chamados por Deus, já antes de nascermos. E a nossa resposta deve ser pronta. “Estou pronto agora”.

No domingo, Deus nos convida para entrar no restaurante de Deus, na Ceia pascal, onde o alimento é o seu próprio Filho. Mas precisamos estar preparados. Da nossa parte, a preparação é simples, basta passar as mãos nos cabelos. Se fizermos isso, Deus fará a parte dele e entraremos para o banquete do Reino de Deus.


A diretora sem tempo para se casar

Havia, certa vez, uma Diretora de escola que era jovem, bonita, mas não namorava. A escola ficava na periferia de uma cidade grande e tinha 400 alunos.

Um dia, um aluno perguntou a ela: “Por que a senhora não se casa?” Ela disse: “Eu não tenho tempo para isso”.

De fato, aquela diretora era como uma mãe, não só dos alunos, mas dos professores e funcionários da escola. E com isso ela se realizava afetivamente e era feliz.

Ninguém vive sem amor. Mas o amor não se plenifica só na relação homem-mulher. Uma pessoa pode realizar-se plenamente, amando o próximo por amor a Deus.

Existem pessoas que têm um amor apaixonado por Deus. O amor a Deus torna-se para elas algo tão forte, que supera todos os outros amores, inclusive o matrimônio. E, como Jesus disse que o amor ao próximo é inseparável do amor a Deus, essas pessoas começam a dedicar-se ao próximo, com alegria e gratuidade. A sua confiança em D é tão grande, que não olham para trás. É semelhante ao amor de uma noiva nos dias que antecedem o casamento. Que venha sobre nós pelo menos uma faísca desse amor.

Mãe do belo amor, rogai por nós.
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50 HISTORINHAS

2014

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A festa de Deus

Certa vez, estava havendo as Santas Missões em uma cidade. Um missionário foi visitar o colega que estava em outro bairro. Como neste bairro não havia igreja, a Missão estava acontecendo em um barracão.

O visitante chegou pelas dez horas da manhã, e centenas de crianças estavam nas ruas, voltando da missãozinha. Então ele parou o carro e resolveu brincar com as crianças.

Perguntou para um grupinho que passava: “O que está havendo aí?” Um garoto respondeu: “Festa”. “Que hora é a festa?” perguntou o padre, que estava à paisana. O garoto ficou confuso, mas os outros responderam: “Aqui tem festa de manhã, à tarde, à noite... o dia inteiro”.

Uma missão popular parece uma festa. O objetivo é atrair o povo para a nova vida apresentada.

A vida de Igreja é também uma festa, festa de Deus. Por isso que, na Missa, cantamos e aclamamos.

Maria Santíssima é uma atriz que dá brilho à festa. Que ela nos ajude a celebrar tão bem a festa que o próprio Deus possa sorrir.


Missão, tempo de alegria e de graça

Certa vez, uma unidade do exército construiu um clube de campo para seus oficiais, numa cidade do interior. Ficou uma beleza: Várias casas para os oficiais com suas famílias, piscina aquecida, campos de esportes...

O povo da cidade ficou orgulhoso com a honra, e também com as vantagens econômicas, pois além da parte comercial, a obra ia gerar muitos empregos.

No dia da inauguração, veio o próprio general, que ia ficar ali vinte dias de férias. O prefeito fez um discurso, no qual disse: “Há uma só coisa desagradável, Sr. General. Um grupo de missionários está aqui, e vão começar hoje à noite uma missão, que vai durar duas semanas. Tentamos impedir este desmancha-prazeres, mas não conseguimos”.

Quando ele terminou o discurso, o general tomou a palavra e disse: “Sr. prefeito, nós não vemos as missões como desmancha-prezares. Programamos as nossas férias para estes dias justamente para participarmos das santas missões”.

Houve uma longa salva de palmas por todos os convidados. E o prefeito não sabia onde por a cara.

A missão é um tempo de graça e de conversão. É também um tempo de alegria e de festa, festa de Deus. Nela escutamos a Palavra de Deus, que é o caminho da felicidade verdadeira para todos nós.


A tia mentirosa

Certa vez, um menino visitava sua tia, e esta o repreendeu por contar uma mentira. A tia o advertiu: “Você sabe o que acontece com quem mente?” “Não, tia. O que acontece?” respondeu o garoto.

A tia explicou: “Existe um homem que mora na lua, de cor esverdeada e tem um olho só. Ele desce no meio da noite e voa de volta para a lua, levando todos os que dizem mentiras. Lá, eles são espancados com varas pelo resto da vida. Você ainda dirá mentiras?”

O menino disse: “Tia, acho que ele vai levar nós dois, porque a senhora também está falando uma grande mentira”.

Aí está o erro daquela tia: Querer motivar uma criança a não dizer mentiras, através de uma mentira, e daquelas cabeludas. Se quisermos condenar os pecadores, caímos no mesmo erro, porque nós também somos pecadores.

“Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt 5,37). Jesus é a verdade. Já o demônio é o pai da mentira.


A humilhação salutar

Havia, certa vez, um rapazinho que era coroinha. Ele começou a trabalhar em uma loja de tecidos, junto com uma funcionária e o patrão. Os dois pertenciam a uma seita evangélica.

Como a loja tinha pouco movimento, o dono e a moça começaram a argumentar com ele contra a Igreja Católica. Diziam que os católicos adoram imagens e mostravam, na Bíblia deles, que isto é proibido. Diziam também que os católicos adoram Nossa Senhora, que também não pode, pois só Deus deve ser adorado. E outras coisas mais.

O rapazinho ficou confuso, porque não sabia responder àquelas acusações.

Aconteceu que um missionário de fora veio à paróquia fazer uma palestra sobre fé, com oportunidade de a plateia fazer perguntas.

O mocinho foi e levou a Bíblia do patrão, com aquelas passagens marcadas, para perguntar ao missionário.

Ele era o único homem presente na palestra. O resto eram senhoras.

O palestrante logo viu a Bíblia na mão do rapaz e percebeu que era protestante.

Quando chegou a hora das perguntas, o mocinho levantou a mão e começou perguntando sobre adorar imagens.

O padre, que não o conhecia, pensou tratar-se de um evangélico que veio para perturbar. Em vez de responder, ficou sério e disse: “Aqui não é lugar para protestantes!” E virou o rosto para outra pessoa que havia levantado a mão.

Todas as senhoras conheciam o coroinha, mas nenhuma o defendeu, explicando que ele não era protestante!

Foi a maior humilhação que aquele rapazinho teve na vida. A partir dali, nunca mais duvidou da fé católica.

O encontro com Deus, a conversão, joga-nos no chão, quebrando assim o nosso orgulho. Isso aconteceu com S. Paulo, com Santo Inácio de Loyola e tantos outros e outras.


O homem que pulava de Missa em Missa

Havia, certa vez, um senhor que morava em uma cidade grande, e desgostou-se do padre, porque este todos os domingos, na homilia, começou a colocar-se do lado dos pobres e defendê-los, criticando os ricos.

O homem resolveu mudar de igreja. Mas logo percebeu que nesta outra o padre falava a mesma coisa. Mal sabia ele que era tema da Campanha da Fraternidade e que todos os padres deviam falar sobre isso.

Mudou pela segunda vez, pela terceira, e assim foi percorrendo as igrejas da cidade. Mas não havia jeito, todos os padres batiam na mesma tecla.

Um dia, ele foi a uma igreja e gostou. O padre não falou nada a favor de pobre nem contra ricos. Só comentou sobre rezas e as bênçãos de Deus.

Terminada a Missa, aquele senhor foi à sacristia e disse para o celebrante: “Parabéns, sr. padre. Até que enfim encontrei um padre que fala de Deus. Todos os domingos eu virei participar da Missa aqui. Vou ser seu paroquiano.

O padre lhe disse: “Meu caro, devo dizer-lhe que o senhor ainda não encontrou a igreja que procura, porque esta aqui é igualzinho a essas que frequentou. Hoje, foi por acaso que não falei de pobre e de justiça social. Aliás, na religião católica o senhor não vai encontrar a igreja que procura”.

Certamente aquele senhor continuou quebrando a cara, até entender que o errado era ele. A Igreja de Jesus é um caminho seguro que leva para o Céu. Mas esse caminho passa necessariamente pelo amor ao próximo, especialmente aos mais pequeninos e excluídos.


A menina, a boneca e o seu amigo

Certa vez, uma menina bem pobre e descalça estava andando no centro da cidade. Faltavam poucos dias para o Natal. Ela viu, em uma loja, uma boneca muito linda. Parou um pouquinho e ficou admirando a boneca.

Ela tinha apenas algumas moedas, sabia que não podia comprar aquela boneca. Mas, observando as outras prateleiras, viu uma boneca pequenina e bem simples. Para esta acho que meu dinheiro dá, pensou. E entrou na loja.

Mas, ao dar dois passos, veio o balconista e lhe disse: “Nesta loja, quem está descalço não pode entrar”. Ela, mais que depressa, voltou para a calçada e foi caminhando.

Um homem que estava na loja viu a cena, saiu, alcançou a menina, que estava com os olhos cheios de lágrimas, devido à vergonha que passou. O homem tirou seus sapatos e disse a ela: “Calce os meus sapatos”.

A garotinha quase não conseguia andar com aqueles sapatos. Ele deu-lhe o dinheiro e disse: “Agora você pode entrar na loja, porque está calçada”. Ela entrou, comprou a boneca bonita, enquanto seu amigo esperava na calçada, pois agora era ele que não podia entrar.

Neste nosso mundo cão, felizes aqueles e aquelas que invertem as coisas: Ficam pobres para que os pobres possam ter vez.

“Certamente conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo: de rico que era, tornou-se pobre..., para que vos tornásseis ricos por sua pobreza” (2Cor 8,9)


A sobrinha “desobediente”

Havia, certa vez, uma menina que perdeu o pai e a mãe, e foi morar com o tio. Este não tinha religião, mas a garota, seguindo seus pais, participava da igreja. Quando tinha 17 anos, ela entrou no grupo de jovens da paróquia.

Um dia, o tio lhe disse: “O que você vai fazer lá na igreja? Ficar durante uma hora olhando para a cara do padre! Você está namorando o padre?” Mas a jovem continuava indo à igreja assim mesmo.

As brigas entre os dois aumentaram tanto que ela, orientada pelo grupo de jovens, resolveu fazer um teste. Entrou totalmente na do tio, fazendo tudo o que ele queria.

E sabe o que ele fez? Em um sábado à noite, levou a sobrinha para uma boate que ele frequentava. Ali, ela teve de se sentar e tomar cerveja ao lado de mulheres de vida leviana. Nesse momento, ela percebeu tudo. O que o tio queria era que ela fosse igual a ele. Querias! pensou a mocinha.

Ainda bem que esta jovem tinha boas orientações no grupo de jovens. A maioria, infelizmente, devido à falta de experiência, cai nas armadilhas e se desvia do caminho certo.

A fé leva-nos a ver o invisível, o transcendente, o que vai além dos olhos da carne. Uma pessoa de fé querer explicar a razão de suas atitudes para uma que não tem fé, é como jogar pérolas aos porcos.

“Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos. Pois estes, ao pisoteá-las se voltariam contra vós e vos estraçalhariam” (Mt 7,6).


Margarida Maria Alves

Margarida morava no município de Alagoa Grande, Paraíba. Era uma senhora católica atuante e líder da Comunidade cristã rural a que pertencia. Em 1973, foi eleita presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, cargo que exerceu durante 12 anos. Assumiu o trabalho no sindicato, movida por sua fé.

Foi uma das fundadoras do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, que tem por objetivo contribuir para o processo de construção de um modelo de desenvolvimento rural sustentável, a partir do fortalecimento da agricultura familiar.

Margarida lutava pela defesa dos direitos do homem do campo: Pelo décimo terceiro salário, registro em carteira de trabalho, jornada de oito horas, férias obrigatórias...

Ela obteve grande destaque na região, por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na justiça a garantia dos seus direitos, protegidos pela legislação trabalhista. Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais que, assistidos pelo sindicato, moviam ações na justiça do trabalho contra usineiros e latifundiários, para o cumprimento dos direitos trabalhistas.

A liderança da Margarida era tamanha que ultrapassava o Município de Alagoa Grande e até o Estado da Paraíba. Os trabalhadores rurais tinham nela uma mãe, uma companheira, uma amiga.

Em consequência disso, Margarida Maria Alves passou a receber diversas ameaças. Eram “recomendações” para que ela parasse de “criar caso” e deixasse de atuar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Infelizmente, dia 12/08/1983, ela foi assassinada a tiros, à porta de sua casa, na frente do marido e dos filhos. Tinha 50 anos de idade.

Até hoje, não se descobriu quem a matou, nem os mandantes. Mas todos por lá sabem que foi algum latifundiário ou usineiro da região, que tratava os trabalhadores rurais quase como escravos. Margarida é um modelo para todos nós.

“Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos fincar nosso pé e fazer a nossa História.”


São Camilo de Lélis

S. Camilo nasceu na Itália, em 1550. Quando adolescente, os pais faleceram e ele se viu sozinho no mundo. Entregou-se à vida devassa e ao vício do jogo.

Ficou doente e, sem dinheiro, foi recolhido em um hospital de caridade, em Roma. A convivência com os religiosos, e os bons conselhos que lhe davam, fizeram com que Camilo mudasse de vida.

Recuperada a saúde, continuou trabalhando no próprio hospital, como enfermeiro. Ele via Jesus Cristo em cada doente.

Em 1575, uma peste encheu os hospitais de Roma, a maioria gente pobre e sem nenhum recurso. Camilo desdobrava-se no atendimento aos enfermos.

Vários cristãos juntaram-se a ele nesse trabalho, e daí nasceram os camilianos, religiosos, religiosas e leigos que se dedicam aos doentes.

S. Camilo faleceu dia 14/06/1614, com 64 anos de idade. É o padroeiro dos enfermos. S. Camilo, rogai por nós.


A cadeira de balanço

Havia, certa vez, uma cadeira de balanço feita de vime, que era muito bonita. Todos gostavam dela. Era macia, anatômica e própria para descansar.

Um dia, o dono resolveu colocar um motor na cadeira, para que ela balançasse sem o esforço dele. Funcionou durante um tempo, mas logo ela se quebrou toda.

Foi abandonada em um quarto de despejo. Tornou-se feia, empoeirada e cheia de pontas de vime. Meses depois, houve uma limpeza naquele quarto de despejo, e jogaram a cadeira em um terreno baldio. Aí que foi pior. Ela levava chuva, sol...

Um dia, um senhor, ao passar pelo terreno, conheceu a cadeira. Ele que a tinha fabricado. Pegou-a, retirou todas as adaptações para motor, deixando-a como era antes. Depois reformou-a e envernizou. A cadeira voltou a ser bonita e preferida pelas pessoas.

Essa cadeira se parece com a caminhada de um pecador convertido. A pessoa é desviada da sua finalidade e se estraga, a ponto de ir para o lixo. Mas Deus, que nos fez, passa por ali e nos acolhe. Ele nos recupera tão bem que passamos a ficar bonitos e úteis como antes, e até melhores. “Ó feliz culpa que mereceu tão grande Salvador!” (Cântico do Sábado Santo)


As bolhas de sabão nos ensinam

Certa vez, um menino de cinco anos perguntou para a mãe: “Mamãe, como que Deus pode estar presente em todas as pessoas ao mesmo tempo?” Na hora, a mãe não soube responder na linguagem da criança.

Dias depois, ela estava lavando roupa no tanque, o menino chegou e viu o reflexo do seu rostinho nas inúmeras bolhas de sabão. Ele disse admirado: “Mamãe, eu estou me vendo em todas as bolhas!”

A mãe lembrou-se da pergunta e disse: “Está vendo, filho? A presença de Deus nas pessoas é assim. Ele está em todos ao mesmo tempo. Estas bolhas pequeninas, onde o seu rostinho é menor, são as pessoas que desobedecem. Elas estão afastadas de Deus, mas Deus não se afasta delas. As bolhas grandes são as pessoas que obedecem e estão mais próximas de Deus”.

“Deus está em toda parte, tudo sabe, tudo vê. Por isso, não estou só. Ele está comigo e com você.”


O chá da bisavó

Certa vez, um rapaz e uma moça começaram a namorar. Um dia, ela o convidou para ir à sua casa conhecer a sua família. Ele aceitou o convite com prazer.

No dia da visita, quando ele chegou, a bisavó da menina logo notou a insegurança do moço. Foi então à cozinha, preparou um delicioso chá e trouxe para os dois.

Mas o rapaz não quis tomar. Sem que a avó percebesse, a garota deu-lhe um sinal, pedindo que tomasse o chá. Ele entendeu o gesto e tomou. Depois ela explicou:

“Minha bisavó, apesar das limitações da idade, preparou o chá com muito carinho para você. Ela ficaria ofendida se você não tomasse”.

Aquele namoro estava começando de forma correta e bonita. Os dois eram sinceros e se corrigiam, quando necessário. Namoro é escola de amor e de vida.


A virtude do acolhimento

Certa vez uma família estava passando o dia na praia. Os pais debaixo do guarda-sol e as crianças fazendo castelo na areia. Veio se aproximando uma senhora idosa, mal vestida e com aparência de bem pobre, apanhando objetos no chão e colocando em um saco que trazia nas costas.

Ao vê-la, os pais advertiram as crianças a tomarem cuidado. Quando a senhora passou perto deles, sorriu para as crianças, mas estas não corresponderam.

Dias depois, ficaram sabendo que a velhinha havia falecido. Ela passava o dia catando cacos de vidro na praia, para não machucar as crianças.

Os pobres e os idosos são queridos e preferidos de Deus. Se fizermos algum mal a eles, ou tivermos preconceito, ofendemos muito a Deus.


A Irmã Alice Dumont

A Irmã Alice era francesa e em 1965 veio trabalhar na Argentina como missionária. Foi morar em uma favela, na periferia do Buenos Ayres. Vivia e se vestia como as mulheres da favela. Por isso trabalhava como empregada doméstica.

Nos fins de semana, dava catecismo e celebrava o culto dominical. Fundou cinco Comunidades, todas com culto aos domingos e catequese.

Foi transferida para uma cidadezinha do interior da Argentina. Lá, ela se uniu com os boias-frias, indo de caminhão trabalhar na roça.

Aconteceu um conflito agrário e a Irmã Alice, junto com a colega Ir. Leonice, envolveram-se. E aí aconteceu o pior: Dia 08/12/1977, as duas estavam caminhando em uma estrada rural e desapareceram. Até hoje não se teve mais notícia delas.

Mas ficou a lembrança e o testemunho. Numa Missa celebrada em memória delas, uma senhora disse: “A Irmã Alice era a Bíblia para nós. Ela tinha o dom de falar o que a gente precisa ouvir”.

Esta sim, não apenas participava da Eucaristia, mas era uma memória viva de Jesus eucarístico. Que o bom Deus nos dê muitos cristãos e cristãs assim.


O medo de atravessar a mata escura

Certa vez, um adolescente, que morava na roça, arrumou um emprego a alguns km de sua casa. Ele tinha de atravessar uma mata bem fechada. Quando atrasava a volta e começava a escurecer, ou vinha chuva, ele sentia medo.

Um dia, o rapazinho teve de esperar passar uma forte chuva, e foi para casa à noite. Sentia medo de tudo.

Mas qual não foi a sua surpresa quando, na entrada da mata, estava o seu pai esperando! Agora sim, pensou ele, estou protegido. E o medo acabou completamente.

Deus é para nós como aquele pai. “O Senhor é o meu pastor, nada me falta. Se eu tiver de atravessar um vale tenebroso, nenhum mal temerei, porque vós estais comigo” (Sl 23,1-4).


Irmã Adelaide Molinari

Irmã Adelaide nasceu em Garibaldi, RS, mas trabalha na cidade Curionópolis, no Pará, que pertence à diocese de Marabá. Seu trabalho principal era dar catequese para crianças e jovens. Cuidava também de vários clubes de mães da região. Muito simpática, era a alegria da juventude e das crianças.

Isso foi suficiente para provocar o ódio dos grileiros. Um dia, ela estava na rodoviária de Eldorado dos Carajás, esperando o ônibus, ao lado do presidente do sindicato rural da cidade, Arnaldo Delcídio Ferreira e, como sempre, rodeada de crianças e adolescentes. Arnaldo era alvo de ameaças de vários grileiros e fazendeiros da região.

Um pistoleiro atirou a queima roupa em Arnaldo. A bala atravessou seu tórax e atingiu o pescoço da Irmã, que não resistiu ao ferimento e veio a falecer. Arnaldo foi socorrido e se recuperou. Isso aconteceu dia 14/04/1985. Irmã Adelaide tinha 47 anos de idade.

Logo que seus pais souberam, viajaram do Rio Grande do Sul até o Pará, a fim de participar do enterro. Na Missa de corpo presente, sua mãe, Dona Cecília, disse:

“Nossa filha sempre desejou trabalhar com os pobres. E nós sempre a apoiamos. Estamos chorando diante desta tragédia, que ainda é difícil de acreditar. Mas o que ela fazia é o que todos nós devemos fazer”.

Todos bateram palmas para a filha e a mãe. A atitude de Dona Cecília foi parecida com a de Maria Santíssima ao pé da cruz do seu Filho.

O fato é mais uma prova de que o sangue dos mártires continua fecundando o nosso chão eclesial. Quando assumimos com ousadia profética a missão de anunciar a Boa Nova da vida e da liberdade aos pobres, somos, de uma forma ou de outra, perseguidos.

Vamos pedir a Deus que nos mande muitas vocações como as da Irmã Adelaide e de Dona Cecília. Que muitos rapazes e moças, impulsionados pelo amor a Cristo, se deixem tocar pelo fascínio de abandonar a sua terra e ir em socorro dos excluídos.


Pescador honesto

Certa vez, um homem foi pescar em um lugar distante. Quando estava chegando perto do rio, um cavalo assustou-se com ele, entrou no rio, ficou com as patas presas embaixo, devido ao atoleiro, e morreu. O homem fez de tudo para salvar o animal, mas não houve jeito.

Então ele procurou o dono do cavalo e propôs comprá-lo. Acabaram fechando o negócio. Depois de tudo acertado, o pescador disse: “Amanhã eu venho aqui trazer o dinheiro e levar o cavalo”.

No outro dia, ao chegar, o sitiante lamentou dizendo: “Eu procurei o cavalo, mas aconteceu um desastre: ele está atolado no rio e morto! Por isso, o negócio está desfeito”.

O comprador explicou direitinho como foi que o cavalo morreu, e disse: “De modo nenhum vamos desfazer o negócio. Desde ontem o cavalo é meu. Foi meu cavalo que atolou”. E forçou o sitiante a aceitar o dinheiro.

Este sim, é parecido com S. José: “Um homem justo”.


O bombeiro por um dia

Havia, certa vez, um garotinho de cinco anos que sempre dizia que queria ser bombeiro. Um dia, ele ficou doente, com uma doença grave, sem cura.

O médico foi claro com a família: “O menino terá no máximo seis meses de vida”. Isso, apesar de estar aparentemente bem.

Um dia, ele disse para o pai: “Pai, será que eu consigo ser bombeiro?” O pai respondeu: “Claro que sim, filho! Você vai ser bombeiro”.

O pai explicou o caso para o chefe do corpo de bombeiros, fez o uniforme de bombeiro para o filho e, no dia combinado, levou-o para o corpo de bombeiros. Naquele dia houve um chamado, e o garoto foi no carro dos paramédicos. Ajudava naquilo que podia. No fim, o chefe afixou na sua farda um brasão de bombeiro. O menino ficou súper feliz e realizado.

Quando ele estava já bem mal, o chefe do corpo de bombeiros foi visitá-lo no hospital. O garoto perguntou: “Chefe, eu sou um bombeiro de verdade mesmo?” O chefe respondeu: “Sim! Você não só é um bombeiro, mas é um dos nossos melhores bombeiros”. Então, o menino deu um sorriso e faleceu.

Ideal á um sonho de futuro, é uma meta, algo que queremos ser na vida. Que nós tenhamos um ideal e nos empolguemos por ele, como este garoto.


Bêbado zomba de José, Maria e Jesus

Certa vez, um bêbado encheu demais a cara, aprontou umas bagunças e foi preso. Ao entrar na cadeia, viu uma imagem de S. José, e começou a zombar. O soldado falou: “Cuidado, respeite. Ele é esposo de Maria e pai de Jesus”. No outro dia, ele foi solto.

Na semana seguinte, encheu de novo a cara. Desta vez ficou mal e foi levado para o hospital. Lá, ele viu uma imagem de Nossa Senhora e começou a zombar. A enfermeira falou: “Cuidado! Respeite. Ela é esposa de José e mãe de Jesus”. No dia seguinte, ele teve alta.

Dias depois, ele estava andando na rua e viu a procissão de Corpus Christi. Uma enorme multidão cantando e dando vivas a Jesus. No meio, ia o padre segurando o Hostensório com a Hóstia consagrada.

O bêbado começou a rir e a zombar. Um senhor ouviu e lhe disse: “Cuidado! Respeite. Ele é Jesus, filho de Maria e de José”. O alcoólatra falou: “Onde já se viu? O pai na cadeia, a mãe no hospital e ele aqui na rua fazendo festa?”

Aquelas advertências ao viciado valem também para nós: Cuidado! Estão conosco Jesus, Maria e José. Deus nos visita diariamente, convidando-nos à conversão e a dar um passo à frente na vida cristã. Não vamos deixar passar o tempo da graça. Com Deus não se brinca!

Entre os dons do Espírito Santo, nós temor o temor de Deus. Consiste em ter certo medo de Deus, medo filial, e consequentemente respeitá-lo e obedecer-lhe. Amá-lo sobre todas as coisas e não pecar. O único mal do mundo é o pecado.

O fundador que ressuscitou

Certa vez, um homem apresentou a Napoleão Bonaparte uma nova religião, propondo que ele a seguisse. O imperador respondeu:

“Traga o fundador dessa religião aqui e pregue-o em uma cruz. Espere o homem morrer. Depois que estiver morto, coloque-o numa sepultura. Feche o túmulo bem fechado e ponha guardas vigiando. Se ao terceiro dia esse tal ressuscitar, passarei a crer na religião que você me propõe.”

Não é verdade que todas as religiões são boas. Somente a Igreja Católica Apostólica Romana apresenta-nos o Deus revelado por seu Filho Jesus Cristo.

“Creio em Deus, uno, trino e eterno, que criou o céu, a terra e o mar. Sou católico firme e sincero, a meu Deus aprendi adorar.”

Um sinal fácil e bonito para identificarmos a Igreja que Jesus fundou é a presença de sua Mãe, Maria Santíssima.


Filho encontra pai através dos rastos

Em uma pequena aldeia alemã, morava uma família: o casal e um filho de sete anos. Certo dia, nevou durante toda a noite, cobrindo de branco a paisagem, as árvores e as estradas.

O pai levantou-se antes de o sol raiar, calçou as grossas botas de frio, agasalhou-se e saiu para um compromisso no campo.

Quando estava a uma 500 metros da casa, ouviu atrás de si um barulho. Olhou e que surpresa! Era seu garoto que o alcançava.

Ergueu-o nos braços e perguntou-lhe admirado: “Como você conseguiu encontrar-me, filho?” A criança respondeu: “Foi fácil, pai. Eu punha os meus pés nas marcas que o senhor deixou na neve”.

Os filhos seguem as rastos dos pais: As filhas, da mãe e os meninos, do pai. Mais do que seguir conselhos, eles imitam a vida dos pais. Aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos.

Para nós cristãos, seguir a Cristo é por os nossos pés nas pegadas que ele deixou na terra. “Andar como Jesus andou, sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus viveu.”

“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).

Maria Santíssima é a discípula mais fiel do seu Filho em todos os tempos. Assim, ela se torna ponte: Imitando Maria, seguimos Jesus.


Os vergões passam, Jesus Cristo fica

Certa vez, dois irmãozinhos começaram a frequentar o catecismo, contra a vontade do pai, que era um homem rude e não gostava de religião. Eles iam no período da tarde, quando o pai estava trabalhando. As crianças estavam entusiasmadas com os ensinamentos da doutrina cristã. Não viam a hora de poderem receber Jesus.

Chegou a semana da Primeira Comunhão, e os dois contaram ao pai que estavam assistindo às aulas de catequese e que no próximo domingo iam fazer a Primeira Comunhão.

O pai, estupidamente, perguntou-lhes o que era isso e, depois de ouvi-los, proibiu-os de irem ao catecismo. No dia seguinte, o pai foi para o trabalho e os filhos, às escondidas, foram ouvir as belezas que a catequista falava.

À noite, era sábado, o pai, voltando do trabalho, descobriu que os filhos tinham ido ao catecismo e os açoitou com uma vara.

No dia seguinte, domingo de manhã, as crianças foram à Missa da Primeira Comunhão. Ao vê-los machucados, com marcas de varas nas costas e pernas, admirada, a catequista perguntou: “O que é isso, meus filhinhos?

E ouviu a santa resposta das crianças: “Não é nada. Os vergões passam, Jesus Cristo fica”.

“Chegou o dia da querida festa, chegou a hora em que vamos comungar. A inocência brilha em nossa testa, queremos sempre a Jesus amar.”

Quando comungamos, comemos daquele Corpo que foi gerado dentro de Maria. Assim, o nosso amor a Cristo se estende também à ela.


Quando um filho pede dinheiro

Certa vez, um sábio passeava na praça, quando um homem aproximou-se dele e disse: “Sei que és um grande mestre. Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar algo que custa caro. Devo dar?”

O sábio respondeu: “Se essa não é uma situação de emergência, aguarde uma semana, antes de atender o seu filho”.

O pai questionou: “Mas, se tenho condições de ajudá-lo agora, que diferença faz?” “Uma diferença muito grande”, explicou o mestre. “As pessoas só dão o real valor a algo, quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não consegui-lo”.

Criança que recebe tudo fácil, não valoriza o que recebe.

Maria, Mãe dos educadores, rogai por nós.


A lição da caveira

Certa vez, um príncipe, orgulhoso da sua condição de filho do rei, foi caçar em um lugar montanhoso e afastado. A certa altura, viu um velho eremita, sentado diante de sua gruta, e muito atento a observar uma caveira.

Indignado por não lhe ter o velho dado a atenção devida a um príncipe, nem ter se levantado para cumprimentá-lo, aproximou-se dele e disse, entre rude e zombeteiro:

“Levanta-te, pois está aqui um príncipe, o filho do rei. O que observas de tão interessante nessa pobre caveira, que chegas a te abstrair da passagem de uma pessoa ilustre?”

O monge disse: “Perdoe-me, senhor. Eu estava procurando descobrir se esta caveira é de um mendigo ou de um príncipe, mas não consigo distinguir. Nestes ossos, nada há que me diga se a carne que os revestia repousava em travesseiro de plumas ou nas pedras das estradas”.

O príncipe abaixou a cabeça e prosseguiu, mas a caçada não lhe teve, naquele dia, qualquer encanto. A lição da caveira abatera-lhe o orgulho.

“Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares ao solo, do qual feste tirado. Porque tu és pó e ao pós hás de voltar” (Gn 3,19).


O casamento no santuário

Muitos noivos preferem casar-se, não na própria igreja, mas em um santuário. Entretanto, para isso, especialmente se o santuário fica em outra Diocese, são exigidos vários documentos, além dos normais, necessários para todos os casamentos. Antigamente, as exigências eram ainda maiores.

Mas um casal de noivos simples, da roça, decidiu casar-se em um santuário. Providenciaram toda a documentação exigida, tendo inclusive de ir à Cúria Diocesana.

No dia marcado, os dois chegaram à sacristia do santuário e entregaram a pilha de papéis para o sacristão.

Durante a celebração, o padre perguntou, primeiro para o noivo: “Fulano, você quer casar-se com fulana de tal?” Na hora, o noivo respondeu: “O senhor ainda pergunta, sr. vigário?” Quer dizer: Depois de tanta luta, o senhor ainda vem me perguntar se quero casar-me com ela?

A Igreja, como mãe, faz essas exigências, inclusive o cursinho de noivos, para alertar os pretendentes de que o casamento é indissolúvel, uma lei divina que a Igreja não pode mudar. Que pena que, apesar de tudo isso, tantos casais ainda se separam!

A Família de Nazaré é modelo. S. José é modelo de pai e esposo; Maria é modelo de Mãe e esposa; e Jesus é modelo de filho. Que eles abençoem as nossas famílias.


Adolescente é jogado na água

No Norte do Brasil, existe, em algumas aldeias de índios, uma forma original de ensinar os filhos a nadar.

Quando o menino está entrando à adolescência, o pai, junto com alguns amigos bons nadadores, levam o garoto de barco para o meio de um rio ou lago que não dá pé.

Lá, fingindo uma brincadeira, jogam-no na água. E ficam observando. Se ele consegue boiar, passou no teste. Se está se afogando, os homens o tiram da água. Mas geralmente o moleque se debate e acaba voltando ao barco. Neste momento, ele passa de criança para adolescente.

Podemos dizer que o sacramento da Crisma é um bom curso de natação. Ele nos dá a graça do Espírito Santo, o qual nos permite nadar até contra a correnteza, neste mar revolto da vida.

Que Maria Santíssima, como Mãe, acompanhe nossos adolescentes, para que consigam vencer as tentações do mundo.


Os dois viajantes e o urso

Certa vez, dois homens viajavam a pé dentro de uma floresta. De repente, um enorme urso lhes apareceu. Um deles correu e subiu em uma árvore. O outro, incapaz de enfrentar sozinho a enorme fera, deitou-se no chão e permaneceu imóvel, fingindo estar morto.

O urso aproximou-se, cheirou-o de cima a baixo e, aparentemente convencido de que o homem estava morto, foi embora.

Aquele que estava em cima da árvore desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, perguntou ao colega: “Pareceu-me que o urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?”

“Sim”, respondeu o outro. “Disse-me que não é nada sábio e sensato andar na companhia de um amigo que, no primeiro momento de perigo, me deixa na mão”.

Um amigo verdadeiro não abandona o outro nas horas de aflição. Amigo da onça é aquele que, nas horas em que mais precisamos, se afasta de nós.

O nosso melhor amigo é Jesus Cristo. Veja o que ele mesmo diz: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi” (Jo 15,13-16).

Jesus é tão amigo que nos deu sua própria Mãe. Ela é a nossa grande amiga, sempre pronta a nos socorrer com seu carinho materno.


Raposa cai em contradição

Certa vez, um galo estava de sentinela, empoleirado em um alto galho de árvore, vigando o campo para ver se não havia perigo para as galinhas e os pintinhos que ciscavam o solo.

A raposa, que passava por ali, logo os viu e imaginou o maravilhoso almoço que teria se comesse um deles. Quando viu o galo de vigia, ela logo inventou uma história:

“Amigo galo, pode ficar sossegado. Não precisa cantar para avisar as galinhas e os pintinhos que estou chegando. Eu vim em paz.”

O galo, desconfiado, perguntou: “O que aconteceu? As raposas sempre foram nossas inimigas. Nossos amigos são os patos, os coelhos e os cachorros. Que é isso agora?”

A espertalhona continuou: “Caro amigo, esse tempo já passou. Todos os bichos fizeram as pazes e estão convivendo em harmonia. Não somos mais inimigos. Para provar o que digo, desça daí para que eu possa dar-lhe um abraço”.

O que a raposa queria era impedir que o galo voasse para longe. Se ele descesse até onde ela estava, seria fácil dar-lhe um bote. Mas o galo não era bobo. Desconfiado, perguntou:

“Você tem certeza que os bichos são todos amigos agora? Isso quer dizer que você não tem mais medo dos cães?” “Claro que não tenho medo deles”, confirmou a raposa. Então o galo disse: “Ainda bem. Porque daqui de cima estou avistando um bando que vem correndo para cá”.

“O quê?” Gritou a raposa, apavorada. Tremendo de medo, ela saiu correndo em disparada.

Muitas vezes, quando uma pessoa quer enganar-nos, ela acaba caindo em contradição. É importante ter consciência crítica e, através de perguntas, descobrir essas contradições.

Dn 13 narra um fato parecido, em que o juiz leva dois velhos malandros a caírem em contradição. É a bela história de Susana.

“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.”


O cavalo desgovernado

Certa vez, um jovem saiu para dar uma volta no seu novo cavalo. Infelizmente, o que ele não sabia, o cavalo ainda era quase selvagem.

Assim que sentiu o cavaleiro sobre a sela, o animal pôs as orelhas para traz e disparou a toda pela estrada.

Em vão o rapaz tentou controlá-lo. O animal não obedecia. Tudo o que o jovem podia fazer era lançar os braços ao redor do pescoço do bicho e se segurar da melhor maneira possível.

“Onde você vai com tanta pressa?” gritou outro cavaleiro. “Como vou saber?” respondeu o jovem. “Não sou eu quem está no controle. Pergunte ao cavalo”.

Temos de saber ao certo quem está no comando da nossa vida, se é a nossa razão, a nossa fé, ou os nossos instintos e vícios.

“Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando. Olho pra terra e vejo uma multidão que vai caminhando. Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você meu Pai” (Música Jesus Cristo, de Roberto Carlos)

“Ó Virgem Maria, Rainha de amor, tu és a Mãe santa de Cristo Senhor. Nas dores e angústias, nas lutas da vida, tu és a Mãe nossa, por Deus concedida”.


A mulher eucarística

Havia, certa vez, uma senhora que gostava muito da Eucaristia. Era Ministra da Eucaristia e catequista de Primeira Comunhão. Durante o dia, procurava dar com a vida o Cristo que dava com as mãos, na igreja e aos doentes.

Além dos domingos, participava da Missa durante a semana, sempre que podia. E quando passava na frente de uma igreja, entrava e rezava diante do Santíssimo.

O amor à Eucaristia levou aquela senhora ter um carinho especial pelos sacerdotes. No aniversário de Ordenação, ela lhes mandava um cartão com palavras bonitas sobre o sacerdócio. Foi madrinha de vários seminaristas. A sua maior alegria era quando o padre ia à sua casa almoçar.

E quando seu filho foi para o seminário, aconteceu uma cena comovente: Na rodoviária, enquanto ele partia, ela, de fora do ônibus, acenava, rindo e chorando ao mesmo tempo. Ria de alegria e chorava pela separação, pois o seminário ficava a dois dias de viagem.

Um dia, ela foi atropelada quando atravessava a rua para ir à Missa, e o pároco teve de proibi-la de ir à igreja sozinha, antes da completa recuperação.

Essa senhora certamente está no Céu e continua intercedendo junto de Deus pelos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais.

Que Maria Santíssima, Mãe do primeiro Sacerdote Jesus Cristo, interceda junto de Deus pelas famílias, pois o padre de amanhã hoje mora em nossa casa.


Mãe prendia filho no seu avental

Havia, certa vez, uma mãe que prendia o filho com uma tira de pano, amarrada na cintura do menino e no seu avental. Isso para que ele não caísse e ela pudesse trabalhar.

Mas o garoto foi crescendo, adquirindo forças e, um dia, arrebentou a tira e saiu correndo, com o pedaço da tira amarrado à cintura. Foi para a beira do, no qual havia uma cachoeira logo abaixo.

Ao chegar perto, escorregou no barranco e caiu dentro da água. Felizmente, a tira prendeu-se em um toco de árvore e o segurou na correnteza. Assim deu tempo de a mãe chegar e salvá-lo.

A educação que os pais dão, mesmo que o método não seja dos melhores, é abençoada por Deus.

“Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é de justiça: ‘Honra teu pai e tua mãe’. Este é o primeiro mandamento, que vem acompanhado de uma promessa: ‘a fim de que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,1-3). “Quem usa de brutalidade para com o pai ou a mãe, é um filho desonrado e infame” (Pv 19,26).


Mãe bate na “sacristia”

Havia, certa vez, um menino de sete anos que era muito levado. Começou a frequentar o catecismo, e ficou encantado quando a catequista disse que nós somos filhos de Deus, irmãos de Jesus e que somos templos do Espírito Santo.

Em casa, tendo aprontado mais uma de suas traquinices, a mãe o pegou para dar-lhe umas boas palmadas. Ele esperneou e disse: “A senhora não pode me bater, porque eu sou templo do Espírito Santo”.

A mãe o pôs de bruços no colo, pegou o chinelo e disse: “Fique tranquilo. Não vou profanar o templo do Espírito Santo. Vou bater só na sacristia”. E as chineladas estalaram em seu bumbum.

“O pai que poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24).


Deus em primeiro lugar

Certa vez, um menino recebeu duas moedas do pai. As duas tinham o mesmo valor. O pai lhe disse: “Uma é para você pôr na sacolinha, na hora da Missa. A outra é sua”.

Quando caminhava para a igreja, uma das moedas caiu em um bueiro, e desapareceu.

Foi a da igreja, disse o menino para si mesmo. Por isso não fez a oferta e comprou um sorvete.

Há pessoas que fazem o mesmo em relação à Missa no domingo. Se aparece outro compromisso, este passa na frente da Missa. Alguns fazem isso até em relação à oração.

Um fariseu perguntou a Jesus: “Qual é o maior mandamento?” Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento’. O segundo é semelhante a este: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’. Toda Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22,34-39).


A ganância do mendigo

Havia, certa vez, um mendigo que andava pelas ruas pedindo esmola. Ele sempre reclamava da sua pobreza. Carregava nas costas uma mochila.

Um dia, apareceu-lhe a Fortuna. Ela lhe disse: “Há muito tempo venho querendo ajudá-lo. Segure sua mochila enquanto eu despejo nela umas moedas de ouro. Mas só faço isso com uma condição: O que ficar na mochila será ouro puro, mas o que cair no chão vai virar poeira”.

“Combinado”, respondeu o mendigo. “Então tome cuidado” insistiu a Fortuna. “Sua mochila é velha. É melhor não enchê-la muito”.

O mendigo estava tão contente que quase não cabia em si. Abriu a mochila e uma torrente de moedas de ouro foi sendo despejada. Logo a mochila foi ficando pesada.

“Já é o bastante?” perguntou a Fortuna.
- “Ainda não.”
- “Mas a mochila já está começando a se romper!”
- “Só mais um pouquinho.”

Caiu mais uma moeda e a mochila se rompeu. O tesouro caiu no chão e virou poeira. Nessa hora, a Fortuna já havia desaparecido.

Agora o mendigo só tinha mesmo a mochila vazia, e ainda rasgada. Estava mais pobre do que antes.

“Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens” (Lc 12,15).

É mera sombra o amor de todas as mães a seus filhos, quando comparado ao de Maria para conosco.


A não violência ativa

Mahatma Gandhi foi um grande líder indiano, assassinado em 1948. Certa vez, uma região da Índia estava sendo invadida por estrangeiros. Eles bloquearam as estradas, de modo que o povo do lugar não podia passar, nem a pé.

Então Gandhi organizou uma fila e pediu que passassem pelo bloqueio, sem usar violência, mesmo sacrificando a própria vida.

Veio o primeiro da fila, o soldado o matou. Veio o segundo, idem. O terceiro também... Quando havia várias pessoas mortas, e a fila continuava firme querendo passar, fila composta de homens, mulheres e crianças, o soldado invasor ficou desesperado e saiu correndo. Assim, os indianos puderam passar.

Algum tempo depois, todos os invasores ingleses abandonaram a Índia e a deixaram livre.

Esta tática chama-se não violência ativa. Foi a mesma usada por Jesus. Não podemos responder à violência com violência, mas também não podemos curvar-nos diante das injustiças.

“Apresentei minhas costas aos que me queriam bater, ofereci o queijo aos que me queriam arrancar a barba e nem escondi o rosto dos insultos e dos escarros” (Is 50,6).

“Um verdadeiro devoto de Maria não se perde”. (Santo Afonso)


Aposentado continua em frente à fábrica

Certa vez, um senhor, depois de trinta anos de trabalho em uma fábrica, recebeu a aposentadoria. Mas ele não aguentava ficar em casa. Todos os dias de manhã, ia para a frente da fábrica e ali passava o dia, olhando para o lugar onde trabalhava.

Aquele senhor não soube envelhecer. Nós cristãos não precisamos fazer isso, porque a nossa missão na Comunidade vai até onde nossas forças aguentarem. E há vaga para todos.

“Não desanimemos. Enquanto o homem exterior se corrompe, o interior se renova dia a dia” (2Cor 4,16). “Por acaso os anciãos não estão destinados a ter sabedoria, e os velhos prudência?” (Jó 12,12). Por isso que as primeiras Comunidades católicas escolhiam os anciãos para presidi-las: “Os Apóstolos designavam presbíteros (ancião) para cada Comunidade” (At 14,23).

O amor é sempre novo. Ele faz com que cada dia que amanhece seja como o primeiro da nossa vida.


Tudo na natureza é bem feito

Certa vez, Jesus e os Apóstolos estavam viajando, e pararam debaixo de uma figueira, para descansar. Ao lado, havia uma plantação de melancia, com frutas bem grandes. Então S. Pedro, deitado de costas, disse a Jesus: “Este mundo está errado. Veja esta figueira: Uma árvore tão grande e com frutas tão pequenas. E olhe aquele pé de melancia: Uma plantinha fraca e que dá frutas tão grandes!”

Logo em seguida, Pedro dormiu. De repente, acordou assustado com um figo que caiu na ponta do seu nariz. Pôs a mão no nariz, reclamando de dor. Jesus lhe disse apenas: “Imagine se fosse uma melancia!”

“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Deus disse: A terra faça brotar vegetação: Plantas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto... E Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1).

A natureza é maravilhosa. Tudo foi pensado e organizado por Alguém muito inteligente e pai. Cabe a nós seguir esse plano tão sábio e amoroso, e colaborar na criação.


O Sr. Bispo vai na frente

Certa vez, no final de uma Assembleia Diocesana, ia haver uma caminhada até a catedral para a Missa de encerramento. Uma jovem era a encarregada de organizar a caminhada. Ela pegou o microfone e disse:

“Agora, todos nós iremos para a Catedral, a fim de participar da santa Missa. O sr. Bispo vai na frente. Depois dele, irão os sacerdotes, as religiosas e, logo atrás, todos nós”.

Aquela procissão expressava simbolicamente toda a caminhada da Diocese. O Bispo vai na frente, e quem o coloca na frente é o povo, especialmente os cristãos leigos. Vamos respeitar a hierarquia da Igreja. Não só respeitar, mas promovê-la, colocando-a na nossa frente para nos conduzir, pois eles têm o dom do Espírito Santo para isso. São a presença viva de Cristo entre nós.

E se tivermos alguma crítica, vamos procurar diretamente a autoridade e dialogar. Assim, muitos equívocos e mal entendidos são superados, e ajudaremos os nossos irmãos da hierarquia, que também são pecadores.


O raio da bicicleta

Certa vez, um dos raios da roda de uma bicicleta quis abandonar o seu serviço. Há tantos raios ao meu lado, pensou, só eu que vou sair, não haverá problema”. E caiu fora, deixando lá o buraco na roda da bicicleta.

Aconteceu que o dono da bicicleta era meio gordo. Quando saiu cedo para trabalhar, colocou a filha na garupa para levá-la à escola. No caminho, aquela roda logo começou a cambetear, até que se entortou. Era bem numa descida. Os dois caíram e a menina machucou o bracinho.

Nós, na Comunidade, somos como raios de uma bicicleta. Todos somos importantes.

“Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Um prédio tem tijolos, vigas, telhas, portas... Se um falha, o edifício corre o risco de cair. Assim somos nós na Comunidade. Cada um tem uma função diferente e insubstituível.


A comunhão de bens nas Comunidades

Certa vez, o bispo de uma diocese extremamente pobre deu um testemunho: “O nosso povo sofre, mas sofreria muito mais se não fossem as Comunidades católicas. Nelas, as famílias se ajudam nas necessidades. Temos as diversas pastorais, como a da saúde, da criança, da moradia, da terra, a conferência vicentina... Nem dá para imaginar o que seria do povo da nossa diocese, se não houvessem as Comunidades”.

No meio de tanto pecado, há sinais claros da presença do Reino de Deus entre nós.

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32).

Maria Santíssima, nas Bodas de Caná, foi ousada. Ou melhor, foi uma mulher de fé, quando pediu ao Filho que resolva o problema da falta de vinho, apesar de ele ter dito que sua hora ainda não tinha chegado. E deu certo. Que tenhamos a mesma ousadia diante das necessidades dos nossos irmãos e irmãs.


O bêbado que vendeu o cavalo

Certa vez, um pai de família estava em um bar, bebendo. De repente, o dinheiro acabou. Como ele queria beber mais, ofereceu o seu cavalo para os homens que estavam ali.

E aconteceu o seguinte: Quanto mais o álcool lhe subia na cabeça, mais ele abaixava o preço do cavalo. Até que um senhor desconhecido comprou o cavalo quase de graça, com arreio e tudo, e levou embora. E o pai de família voltou para casa a pé.

Como é triste o ambiente de certos bares, onde 90% das vendas são de bebida alcoólica!

O livrinho infantil O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, conta que um dia o Pequeno Príncipe encontrou-se com um bêbado. Ele perguntou:
- “Por que o senhor bebe?”
- “Para esquecer”.
- “Esquecer de quê?”
- “De que eu tenho vergonha”.
- “Vergonha de quê?”
- “De beber”.

É um círculo vicioso, ou, em termos populares, o cachorro correndo atrás do rabo. Os alcoólatras vivem exatamente assim: Tentando escapar de si mesmos.


O bolo era para todos

Havia, certa vez, uma família que tinha quatro filhos homens. Os dois mais velhos estudavam à noite e trabalhavam durante o dia, e os outros, adolescentes, estudavam à tarde.

Em uma tarde, a mãe resolveu fazer um bolo. Preparou a massa e assou. Depois de pronto, ela o colocou sobre a mesa e foi visitar uma vizinha que tinha dado à luz.

Os dois chegaram da escola e, logo ao entrar, sentiram o cheiro do bolo. Ao vê-lo sobre a mesa, cada um cortou para si um pedaço. Gostaram tanto que foram pegando, cada um uma fatia, até que o bolo quase acabou.

Quando a mãe chegou, só havia um pedacinho de bolo sobre a mesa! De vergonha, eles se esconderam em seus aposentos. Imagina a tristeza daquela mãe, ao ver tamanho egoísmo em seus filhos!

Com certeza, Jesus Cristo também anda decepcionado com a ambição de muitos de nós. Podemos comparar o Brasil com um bolo que Deus preparou para seus filhos brasileiros. Mas ele quer que seja dividido entre todos, o que não acontece. Um país tão rico em terras, águas, montanhas, sol, chuva e riquezas naturais das mais diversas. No entanto, tudo isso é abocanhado por poucos!

“Toda a terra pertence a mim” (Êx 19,05). “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela contém” (Sl 24,1). “A terra não pode ser vendida, porque pertence a mim, e vós todos sois hóspedes sobre ela” (Lv 25,23). “Ai daqueles que vão ajuntando campo a campo, até que não sobre espaço para meus filhos morarem. Eu juro por mim mesmo: Serão arrasados” (Is 5,8).

Maria Santíssima não tinha nenhum apego aos bens da terra. Seu coração estava grudado em Deus, que era a sua paixão.


O cavalo cego

Existe um sitiante que tem dois cavalos. De longe, parecem normais. Mas quando se olha de perto, percebe-se que um deles é cego.

Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um companheiro, um cavalo mais jovem. Quando alguém fica observando, logo ouve o barulho de um sino amarrado no pescoço do cavalo mais novo. Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele.

Ambos passam o dia comendo. No fim do dia, o cavalo cego vai atrás do companheiro até o estábulo. Quem observa, logo percebe que o cavalo que tem o sino está sempre olhando se o outro o acompanha. Às vezes para e o espera chegar. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.

Como colocou no instinto dos animais, Deus não se desfaz de nós, quando temos alguma deficiência ou limitação. A pobreza é uma limitação, e Deus quer amparar os pobres, através daqueles que têm mais.

O Anjo Gabriel saudou Maria Santíssima com a expressão “cheia de graça”. Esta é a sua riqueza. Que ela nos ajude a ter a coragem de renunciar a tudo, a fim de ganhar as riquezas do Céu. (Adaptação Maria Olívia)


A educação integral

Existe, na capital da Guatemala, um colégio de Irmãs. Na década de 1940, uma jovem chamada Lígia Isabel Martinez estudou nesse colégio.

Através das Irmãs, ela conheceu uma região muito pobre e sofrida da Guatemala. Encheu-se de amor por aquele povo, e seu coração não se desgrudou mais de lá.

Logo que concluiu os estudos, Lígia foi morar no meio daquele povo sofrido, trabalhando ali como agente de pastoral. Ela inculturou-se totalmente com a população local: Vestia-se como as moças do lugar, sua casa era um barraco igual aos do povo, a alimentação... Em tudo ela se identificou com aquela gente.

A origem desse ideal foi o colégio onde Lígia estudou, no qual as Irmãs sabiam passar para os alunos, junto com as ciências humanas, as virtudes cristãs.

“Jesus crescia em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Que as nossas escolas tenham como modelo o lar de Nazaré. “Quão bem-vindos os pés dos que anunciam boas novas!” (Rm 10,15).


Os animais fazem concurso

Certa vez, os bichos fizeram uma assembleia, a fim de escolher um que fosse o representante de toda a bicharada.

Pediram ao macaco, que era sábio e conhecia todos os animais, que coordenasse a reunião. O macaco, para ser democrático, propôs um concurso: Aquele animal que preparasse o melhor banquete seria o escolhido.

O primeiro que se inscreveu foi o leão, depois o lobo e por fim o coelho. Ao ver o coelho se candidatar, os outros deram risada.

O primeiro banquete foi preparado pelo leão, que para isso matou um búfalo. A segunda festa foi preparada pelo lobo, que matou um cordeiro. Mas o coelho não aparecia. Mais tarde, ele chegou cansado, e disse para o macaco:

“Eu corri atrás de vários animais, mas não consegui pegar nem um. Por isso, eu renuncio a candidatura para o honroso cargo e ofereço a minha carne, para, com ela, vocês prepararem um banquete”. O macaco ficou comovido e declarou o coelho o representante de todos os animais.

A atitude do coelho foi parecida com a de Jesus, que ofereceu a sua própria carne para ser o nosso banquete. Banquete precioso, que nos alimenta para toda a eternidade.

Maria Santíssima colaborou no banquete eucarístico, pois o Pão sagrado que comemos foi gerado no seu seio. Por isso lhe somos eternamente gratos.


Deus nos deu duas mães

Certa vez, uma menina estava sentadinha na escada de uma igreja, com aparência de muito pobre e com o rostinho triste.

Uma senhora, ao entrar, viu a garota e perguntou: “Você precisa de alguma coisa, filha?” Ela respondeu, quase chorando: “A minha mãe morreu, e eu gostava tanto dela! Quero minha mãe!”

A senhora disfarçou a sua emoção e explicou que Deus nos deu duas mães, as duas muito bonitas e carinhosas: a nossa mãe da terra e a do Céu, que é Nossa Senhora. Em seguida, convidou a criança a entrar com ela na igreja. Levou-a até a imagem de Maria e as duas rezaram juntas uma Ave Maria. Em seguida, conversaram com Nossa Senhora espontaneamente.

Nesta hora, a bela garotinha deu um sorriso encantador. Este foi apenas o primeiro contato entre as duas, porque logo depois a senhora foi com ela até a sua casa.

A mãe abre para a criança o horizonte da vida e lhe dá segurança. A mãe sabe unir a ternura com a firmeza, o carinho com a correção. Sabe sorrir, mas sabe também ficar séria e ameaçar. Deus nos ama tanto que nos deu duas mães, uma carnal e outra espiritual.

Nós queremos pedir à Santa Mãe de Deus e nossa pelas crianças abandonadas, especialmente por aquelas que perderam a mãe, para que preencham o vazio que ficou em seus coraçõezinhos com o amor filial a Nossa Senhora.

Com o apoio de Maria, todos nós temos coragem de atravessar o mar revolto da vida, cumprindo assim a nossa missão. Nessa travessia, temos uma pinguela, e Maria é o corrimão. Segurando nela, com certeza não cairemos.


A misericórdia não tem limites

Certa vez, a polícia prendeu em flagrante um assaltante, já conhecido dos policiais. Dois homens assistiram a cena e comentavam: “A solução é matar! Um homem desse não pode viver!”

Um pouquinho mais distante, estavam duas mães, que também viram o crime. Elas tinham o terço na mão e rezavam pelo criminoso, para que se convertesse.

A grande contribuição de Maria Santíssima é que ela nos ensina a olhar as pessoas com olhos de mãe, isto é, a ter um olhar misericordioso, que acredita na recuperação dos piores bandidos.

Toda pessoa humana, mesmo os piores criminosos, tem o seu lado bom, aquele que foi criado por Deus. Precisamos ver as pessoas por esse seu lado bom e ajuda-las.


Menino deficiente joga futebol

Havia, certa vez, um garoto que era excepcional. O pai o amava muito e costumava sair com ele para passear na cidade.

Um dia, eles estavam passando perto de um campo de futebol, onde havia um grupo de meninos jogando. O garoto olhou o jogo com os olhos arregalados e disse ao pai que queria jogar.

O pai transmitiu o pedido a um dos jogadores. Este olhou para os demais, como que buscando aprovação. O grupo não disse uma palavra. Então o aceitou e o colocou no seu time. O jogo estava empatado por dois a dois.

De repente, o time adversário sofreu um pênalti. Para batê-lo, resolveram chamar o garoto excepcional. Ao ver o caminhar desengonçado do menino, o goleiro se adiantou um pouco, na certeza de que a bola não chegaria até o gol. Entretanto, o garoto chutou com toda a sua força e a bola, apesar de meio lenta, passou por cima do goleiro e entrou.

A alegria do seu time foi tão grande que o carregaram pelo campo. Foi o dia mais feliz da vida daquela criança excepcional, e também do seu pai. E o resultado foi sentido na escolinha de excepcionais que ele frequentava.

Todos nós temos talentos, inclusive os deficientes. O que eles precisam é de amor, apoio, confiança, e de espaço para se desenvolver.

Maria Santíssima usou muito bem os dons que possuía, especialmente o de ser esposa e Mãe. Que ela interceda por nós junto do seu Filho, a fim de fazermos as nossas moedas renderem dez vezes mais.


O garoto faminto no restaurante

Certa vez, um garoto estava do lado de fora de um restaurante, olhando, pela janela de vidro, as pessoas comerem. Um senhor viu e, antes de almoçar, foi até ele com a intenção de lhe dar o almoço.

Mas viu que o menino estava descalço e mal vestido, não combinando com o ambiente do restaurante. Então lhe disse: “Se você estivesse arrumadinho, eu ia convidá-lo para almoçar comigo”.

A criança deu um sorriso, passou suas mãozinhas magras sobre os cabelos e falou: “Estou pronto agora”. O homem, comovido, pegou-o pela mão, levou a uma loja vizinha, comprou para ele uma calça, uma camiseta e um par de tênis, e os dois almoçaram juntos.

“Estou pronto agora”. Mal sabia o garoto que a preparação devia ser maior, não apenas arrumar os cabelos. Mas ele fez a sua parte, e prontamente.

Is 49,1-4: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome. Queria fazer de mim um profeta e luz dos povos. E ele disse: ‘Tu és o meu servo, em quem serei glorificado”.

Nós fomos chamados por Deus, já antes de nascermos. E a nossa resposta deve ser pronta. “Estou pronto agora”.

No domingo, Deus nos convida para entrar no restaurante de Deus, na Ceia pascal, onde o alimento é o seu próprio Filho. Mas precisamos estar preparados. Da nossa parte, a preparação é simples, basta passar as mãos nos cabelos. Se fizermos isso, Deus fará a parte dele e entraremos para o banquete do Reino de Deus.


A diretora sem tempo para se casar

Havia, certa vez, uma Diretora de escola que era jovem, bonita, mas não namorava. A escola ficava na periferia de uma cidade grande e tinha 400 alunos.

Um dia, um aluno perguntou a ela: “Por que a senhora não se casa?” Ela disse: “Eu não tenho tempo para isso”.

De fato, aquela diretora era como uma mãe, não só dos alunos, mas dos professores e funcionários da escola. E com isso ela se realizava afetivamente e era feliz.

Ninguém vive sem amor. Mas o amor não se plenifica só na relação homem-mulher. Uma pessoa pode realizar-se plenamente, amando o próximo por amor a Deus.

Existem pessoas que têm um amor apaixonado por Deus. O amor a Deus torna-se para elas algo tão forte, que supera todos os outros amores, inclusive o matrimônio. E, como Jesus disse que o amor ao próximo é inseparável do amor a Deus, essas pessoas começam a dedicar-se ao próximo, com alegria e gratuidade. A sua confiança em D é tão grande, que não olham para trás. É semelhante ao amor de uma noiva nos dias que antecedem o casamento. Que venha sobre nós pelo menos uma faísca desse amor.

Mãe do belo amor, rogai por nós.