HISTÓRIAS DE VIDA-DEZEMBRO
O
Joãozinho na igreja
Havia, certa
vez, um menino chamado Joãozinho. Ele gostava muito de Jesus. Sempre que
voltava da escola, entrava na igreja para conversar um pouquinho com o seu
amigo. Fazia uma oraçãozinha bem curta, depois saia depressa, para não chegar
atrasado à sua casa.
O padre, que morava
ao lado da igreja, começou a desconfiar do Joãozinho, pelo fato de ele sair apressado
da igreja. Será que esse menino não anda pegando dinheiro que o povo põe nos
pés das imagens?
E resolveu, um
dia, ficar dentro da igreja, escondido no Confessionário, para observar.
Na hora de
costume, o Joãozinho entrou, foi até perto do sacrário e, pensando que estava sozinho
na igreja, disse em voz alta: “Jesus, eu gosto muito do Senhor. Abençoe o
papai, a mamãe, a professora... Ah! Abençoe também o nosso padre vigário, tá?
Tchau!” E foi-se embora correndo.
O padre ficou
com a cara no chão, porque, ao entrar na igreja, tinha se esquecido de rezar!
Vamos imitar o
Joãozinho e, quando pudermos, ao passar na frente de uma igreja, entrar um
pouquinho para conversar com o nosso melhor amigo, Jesus Cristo.
Maria
Santíssima, rogai pelas nossas crianças.
O
melhor presente para Deus
Havia, certa
vez, um homem que queria muito ver a Deus. Ele procurava santificar-se ao
máximo, para que pudesse ver Deus. E pedia-lhe essa graça todos os dias.
Perto da sua casa,
havia uma montanha bem alta.
Numa noite, em
um sonho, Deus lhe disse: “Amanhã cedo, eu vou mostrar-me a você lá em cima da
montanha”.
O homem nem
dormiu no resto da noite, de tanta alegria. Levantou-se de madrugada e, ao sair
de casa, pensou: Vou levar um presente para Deus. Lembrou-se de uma jarra grande
e muito bonita que ele tinha. Era uma jarra preciosa, pintada a ouro. Pôs o enorme
objeto nos ombros e subiu a montanha.
Chegando em
cima, continuou com a jarra nas costas, sempre atento para ver Deus. Mas o
tempo passou, o sol subiu, e nada de Deus aparecer. Ele ficou preocupado. Será
que eu não vou ver Deus?
De repente,
ele ouviu uma voz que vinha de uma nuvem bem em cima dele. A voz disse o nome
dele e falou: “Onde você está? Eu desci à montanha e não o vi!” Na hora, o homem
gritou: “Estou aqui, carregando esta jarra para oferecer ao Senhor!”
Deus então
falou: “E por que você se esconde de mim debaixo desse objeto? Jogue-o montanha
abaixo, para que eu possa ver você, e você me ver!” O homem falou: “Mas eu a
trouxe de presente para o Senhor!”
Deus lhe
disse: “Eu quero você, não objetos. Jogue fora a jarra!” O homem, mais que depressa,
jogou a jarra montanha abaixo, a qual se espatifou em mil pedaços, batendo nas
pedras. Aí sim, o homem viu a Deus.
Deus gosta de
presentes. Mas o presente que ele mais aprecia somos nós mesmos. Por isso, não
vamos esconder-nos atrás de bens materiais, por mais preciosos e belos que sejam.
Maria
Santíssima, na anunciação, não estava escondida atrás de nada, porque ela gostava
muito de Deus e sabia que Deus gostava dela, não de seus bens. O grande presente
que ela ofereceu a Deus foi a si própria. Que Maria nos ajude a nos desapegarmos
de tudo, para ver a Deus.
A
oração egoísta
Certa vez, lá
no Céu, Jesus disse para S. Pedro: “Pedro, vá lá na terra ver se o povo reza”.
S. Pedro veio.
Andou, andou... Depois voltou e disse para Jesus: “Jesus, infelizmente, não vi
ninguém rezando. Chove muito lá. As plantações estão verdes e o povo está contente.
Eles fazem festas, dançam, na maior alegria. Mas rezar que é bom, nada”.
Passado um
ano, Jesus falou de novo para S. Pedro: “Pedro, vá lá na terra ver se o povo reza”.
S. Pedro respondeu: “Jesus, mas eu já fui, como o Senhor se lembra! Ninguém
reza lá!” Jesus insistiu: “Vá de novo, Pedro”.
S. Pedro veio.
Logo voltou admirado e disse: “Jesus, o Senhor nem imagina. Deu uma seca lá. Há
muito tempo que não chove, e todo mundo está rezando. Fazem novenas, vão às igrejas...
O Senhor precisa ver!”
Precisamos
lembrar-nos de Deus não só quando estamos passando por dificuldade, mas também nas
horas de alegria e de felicidade, pois ele é nosso Pai. Como bom Pai, ele é
nosso amigo, e um amigo merece mais que lhe pedir favores.
Raposa
salva coelho
Certa vez, um
leão caiu numa armadilha, preparada na floresta pelo dono de um circo. Era uma
grande jaula, cuja porta fechava-se automaticamente e depois só se abria pelo
lado de fora.
Passou um
coelho e o leão pediu: “Meu amigo, por favor, abra esta porta para mim!” O coelhinho
ficou com dó e abriu.
Lá fora, o
leão disse: “Coelho, eu vou comer você, porque estou com muita fome”. O coelhinho,
tremendo de medo, disse ao leão: “Isso é uma injustiça, pois eu acabo de
salvá-lo!”
O leão
respondeu: “Então vou pedir a opinião dos primeiros três animais que nós encontrarmos”.
Ele sabia que, como rei da floresta, ia comer o coelhinho de qualquer maneira.
O coelho, não tendo outra saída, concordou.
Primeiro,
consultaram o boi. Este respondeu: “Pode comer”. Falou assim porque ficou com
medo do leão.
O segundo
animal foi a onça. “Não”, disse ela. Isso porque ela mesma queria comer o coelho,
e onça não tem medo de leão. O coelho ficou preocupado.
O terceiro bicho
que encontraram foi a raposa. Esta ouviu toda a história e fingiu não entender.
Por mais que explicassem, ela não entendia. O jeito foi os dois levá-la até a armadilha
para explicar “in loco”.
Chegando lá,
ela disse: “Leão, entre aí dentro para eu ver direitinho como foi”. Quando o
leão entrou, a raposa, mais que depressa, bateu a porta e a travou, ficando o
leão novamente trancado. Em seguida, a raposa aconselhou o coelho a tomar
cuidado com leões.
“Eis que vos
envio como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10,3). Precisamos saber defender-nos
das armadilhas que o mundo pecador arma no nosso caminho. “Sede prudentes como
as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).
O
João de calça branca
Havia, certa
vez, um rapaz chamado João. Ele usava uma calça branca, camisa branca e tênis
brancos. E tinha na mão um balde limpinho.
Perto dele,
havia um poço bem sujo e barrento, mas com água limpinha no fundo.
O João desceu
o poço sujo, e saiu com água limpa no seu balde, sem se sujar. Não sujou nem a
calça branca, nem a camisa branca, nem os tênis brancos.
Nós somos o
João e o mundo é aquele poço. O mundo tem coisas boas, simbolizadas na água
limpa, mas tem também muitas coisas ruins e que podem nos sujar, tirando a
nossa felicidade.
Que bom se
nós, através do discernimento, identificássemos as coisas boas e aproveitássemos
delas, mas sem nos sujarmos. “Não temas as trevas, se trazes dentro de ti a luz”.
A
mulher que quebrou o pé
Certa vez, uma
senhora, que morava em um bairro distante do centro da cidade, parou de
participar das reuniões semanais do seu grupo cristão.
Após várias
semanas sem aparecer, o grupo concluiu que ela havia desistido.
Entretanto, um
dia ela apareceu, e explicou a história: Havia quebrado o pé e por isso não podia
caminhar longas distâncias.
O grupo ficou
envergonhado, pois ninguém a visitou!
Como é bom
sermos irmãos, irmãs, dentro da Comunidade, e não darmos interpretações preconceituosas
quando alguém se ausenta!
Os membros
daquele grupo se esqueceram de que nós cristãos católicos, quando nos reunimos,
somos mais do que uma equipe de trabalho ou de oração. Somos uma família.
Quando uma
ovelha se afasta do rebanho, o pastor deixa as 99 e vai atrás dela, a fim de
ver o que aconteceu, e trazê-la de volta.
Maria
Santíssima, Mãe das Comunidades cristãs católicas, rogai por nós.
Santo
Inácio e o mendigo
Santo Inácio
de Loyola viveu na Espanha, no Séc. XVI. Quando jovem, levou uma vida devassa.
Era inclinado ao jogo, aos instintos da carne e à boemia. Sua profissão era de
soldado cavaleiro.
Um dia, ele
foi ferido gravemente na perna.
Durante o
longo tratamento, as Irmãs do hospital colocavam, junto à cabeceira de sua cama,
livros de biografia de santos.
Lendo aqueles
livros, Inácio se entusiasmou pela busca da santidade. E começou a pensar: Se
eles puderam, por que eu não?
Logo que teve
alta, foi para um lugar deserto, a fim de repensar a sua vida.
Um dia,
enquanto caminhava, encontrou-se com um mendigo, o qual lhe pediu esmola. Como ele
não tinha nada para lhe oferecer, propôs ao mendigo uma troca: Ele lhe daria as
suas vestes, com bons agasalhos de frio, e vestiria as roupas do mendigo. Este
claro que aceitou.
E lá se foi
Inácio com as roupas do mendigo, e o mendigo com as roupas de Inácio.
Santo Inácio é
o fundador dos Jesuítas. Ele sempre foi radical em sua vida. Era um homem prático
e não suportava ter ideias bonitas, mas só na cabeça. Que ele nos ajude.
Olhem
a mangueira
Certa vez,
estava havendo uma procissão numa cidadezinha perto do Rio de Janeiro. Havia
anjinhos com asas, homens e mulheres com roupas típicas da festa, uma beleza.
A banda de
música ia no meio da multidão, tocando a todo vapor. Eram vivas, palmas, muita
animação e alegria, como o povo carioca gosta de fazer.
De repente, um
bêbado gritou: “Olhem a mangueira!” Os homens que estavam perto pensaram que
ele se referia à escola de samba que tem esse nome, e lhe disseram: “Fique quieto,
isso aqui é uma procissão!”
Segundos
depois, o santo, que ia no andor, bateu a cabeça no galho de uma mangueira,
caiu e se quebrou. Foi aí que entenderam que o bêbado tinha razão, pois estava
vendo o perigo.
Que estejamos
atentos, em nossa caminhada pela vida, pois Deus nos fala das mais diversas
formas. Até um bêbado pode ser um profeta de Deus para nós. Que acolhamos as
mensagens que o Espírito Santo nos envia. Cuidado, pois o santo é de barro!
Que Maria
Santíssima nos ajude a sempre ouvir as mensagens que Deus nos envia através de
seus profetas.
A
articulação política dos cristãos católicos
Certa vez, a Equipe
de Leitores de uma Paróquia estava reunida para distribuir as funções na Missa
do próximo domingo.
Aconteceu que
um dos Leitores, justamente o mais competente e que por isso costumava ser o comentarista,
foi eleito o Presidente do Diretório Municipal do seu partido político.
O grupo achou
por bem afastá-lo da Equipe de Leitores, para não misturar política com religião.
O padre ficou
sabendo, convocou uma reunião extraordinária da Equipe de Leitores e disse:
“Justamente agora que fulano assumiu o papel do cristão leigo na sociedade, vocês
vão afastá-lo da Equipe de Leitores? Nunca!”
Nós católicos
precisamos saber articular a vivência da nossa fé com a cidadania e a política.
Como dizia o Papa Paulo VI, a política é a ferramenta mais poderosa que temos,
para construir na terra o Reino de Deus.
Certamente, aquele
líder aprendeu na Comunidade que o cristão leigo precisa envolver-se na política.
Cabe à Comunidade, agora, apoiá-lo, sem querer puxar ninguém para o partido
dele, é claro.
Política é a
arte e a prática da busca do bem comum. O Espírito Santo dá para as Comunidades
cristãs católicas o dom de distinguir entre envolver-se na política como
cidadãos, e não envolver a Comunidade cristã na política partidária. Os cristãos,
como cidadãos que são, precisam envolver-se na política partidária. Não fazer
isso é ofender a Deus. Seria como ver uma casa pegando fogo e não fazer nada.
O
monge e o escorpião
Certa vez, um
monge e um discípulo caminhavam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte,
viram um escorpião sendo arrastado pelas águas.
O monge correu
pela margem do rio, jogou-se na água e estendeu o dedo para o bichinho.
Quando o
trazia para fora, o escorpião o picou. Devido à dor, o monge deixou-o cair novamente
na água. Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez
pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou.
Continuando a
caminhada, o discípulo lhe disse: “Mestre, deve estar doendo muito. Por que foi
salvar esse bicho ruim e venenoso? Picou a mão de quem o salvara. Que se afogasse!
Não merecia compaixão!
O monge ouviu
tranquilamente o comentário e respondeu: “Ele agiu conforme a sua natureza, e
eu de acordo com a minha”.
O monge foi
imprudente ao estender o dedo para o escorpião. Mas o fato nos faz refletir sobre
a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas com quem nos relacionamos.
Não podemos, nem temos o direito, de mudar o outro. Cada um dá o que tem e o
que pode. Devemos fazer a nossa parte, com muito amor e respeito ao próximo,
cada qual conforme a sua natureza.
E a nossa
natureza não é só humana. Temos uma “janela aberta ao infinito”. Participamos
da natureza divina. Só nos realizamos plenamente no amor, na doação, na união
com Deus e com o próximo, como bons membros da Igreja que Jesus fundou.
Que Maria
Santíssima nos ajude a reproduzir em nós a imagem de Cristo, pois a nossa natureza
ultrapassa a vida material.
A
alegria perfeita
Certa vez, S.
Francisco de Assis e Frei Leão estavam viajando, a pé, numa estrada deserta.
Caía a tarde. Era inverno e o frio os atormentava.
Frei Leão
perguntou a Francisco: “Onde está a verdadeira alegria?” Francisco respondeu:
“Ainda que eu falasse todas as línguas, fosse rico em dons e possuidor de muitos
bens, não está aí a alegria perfeita. Ainda que eu obedecesse a todos os
preceitos da Regra, a minha alegria ainda não seria perfeita” (Cf 1Cor 13).
Enquanto
Francisco falava, começou a soprar um vento forte, e veio a chuva, aumentando
ainda mais o frio. A noite começou a chegar.
S. Francisco
disse: “Eu vou exemplificar em que consiste a verdadeira alegria:
Imagine se nós
chegássemos ao convento para onde estamos indo, e o porteiro, por não nos conhecer,
recusasse receber-nos. Nós iríamos dizer: ‘Somos seus irmãos!’ Mas ele não acreditaria,
e nos dissesse: ‘Vocês estão mentindo, são vagabundos enganadores’. Em seguida,
irritado, ele nos esbofeteasse dizendo: ‘Fora daqui, ladrõezinhos!’ E nos expulsasse
para longe de sua presença.
E, assim, nós
tivéssemos de passar a noite fria em um estábulo. Esta sim, seria a nossa verdadeira
alegria”.
“Nós, porém,
devemos gloriar-nos na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,14).
“Felizes sois
vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra
vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa
nos céus” (Mt 5,11). Exultar é sentir uma alegria muito grande.
Maria
Santíssima exultou de alegria na casa da prima Isabel. Que ela nos ajude a
buscar a alegria perfeita.
Falam
mas não praticam
Certa vez, um
senhor estava fazendo uma palestra com o objetivo de convencer a plateia a não
usar produtos importados. Estava empolgado e todos gostando do belo e convincente
discurso.
Entretanto, um
dos ouvintes estragou tudo. Ergueu a mão e perguntou: “Doutor, este relógio que
o senhor tem no braço, onde foi fabricado?” Ele olhou e disse: “Na Suíça”.
“E a gravata?”
continuou o ouvinte. Ele olhou e teve de dizer a verdade: “Foi feita na China!”
“E esta caneta
bonita no bolso do paletó?” O palestrante olhou e respondeu: “Made in Hong
Kong”.
Pronto, todos
deram risada e o homem ficou desmoralizado. O que adiantaram as palavras tão
bonitas, se nem ele vivia o que falava?
“Os escribas e
os fariseus sentam-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que
eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles
falam, mas não fazem” (Mt 23,1-3).
Maria
Santíssima nunca fez pecado, e foi sempre obediente a Deus. Ela sim, tem moral
para nos dizer: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2). Discípula fiel do Senhor,
ajudai-nos.
Você
quer comprar uma gravata?
Certa vez, um
rapaz estava andando a pé no deserto e se perdeu. Caminhou muito, para lá e para
cá, e não encontrou o caminho. Era só areia quente e sol.
Dois dias depois,
sua água acabou. E agora? Quando já estava cansado e com sede, avistou um homem
que vinha na mesma direção.
Logo percebeu
que ele carregava muitas gravatas. O rapaz correu ao seu encontro e disse: “O senhor
sabe onde eu posso encontrar água?” Ele respondeu: “Não sei. Mas você quer comprar
uma gravata?” O rapaz respondeu secamente: “Não”. Imagine! pensou ele. O que eu
quero é água!
Caminhando um
pouco mais, avistou um hotel. Animou-se e foi até lá.
O hotel era
cercado de muros altos. Quando chegou, viu que o portão estava fechado, mas
havia um guarda. Pediu água ao guarda. Este respondeu: “Eu não tenho água aqui.
Só lá dentro do hotel. E eu não posso sair daqui a fim de buscá-la para você”.
“Você me
permite ir até a portaria do hotel?” pediu o viajante. O guarda respondeu: “Meu
caro, neste hotel só se entra de gravata!”
Muitas vezes,
nós não entendemos na hora certas exigências da Igreja, mas é melhor
cumpri-las, porque poderão ser necessárias quando estivermos para entrar no
Céu.
A nossa melhor
atitude é a de Maria: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim conforte a
tua palavra”. Isto significa muita disponibilidade em obedecer a Deus.
Humilhação
bem vinda
Conta-se que
S. Geraldo Magela um dia foi caluniado por uma moça. Ela procurou Santo Afonso,
o superior de Geraldo, e disse que havia transado com ele.
O padre Afonso
ficou surpreso, pois o irmão Geraldo era tido por todos como um santo.
Chamou-o,
deu-lhe uma enorme bronca, e determinou: Um mês de retiro, a pão e água, sem
falar com ninguém.
Magela
inclinou a cabeça, em sinal de submissão, e iniciou a penitência.
Dias depois, a
moça percebeu que o irmão estava ficando magro e abatido. Sentiu dó, procurou novamente
Santo Afonso e contou que aquilo tinha sido uma invenção dela, e que nada havia
acontecido entre os dois.
O superior
chamou Geraldo e perguntou por que ele não se defendeu, dizendo que aquilo não
era verdade.
Geraldo
respondeu: “Está escrito na nossa Regra que o redentorista, quando é advertido
pelo superior, não deve justificar-se”. Afonso ficou calado, porque estava
mesmo na Regra, e quem escreveu foi ele próprio.
O certo é que,
assim, S. Geraldo participou um pouquinho das humilhações e calúnias que Jesus
sofreu. E ele ficou muito contente por isso. Depois, Geraldo contou que este
incidente foi uma das maiores alegrias que ele sentiu na vida.
"Felizes
os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem
todo tipo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será
grande a vossa recompensa nos céus" (Mt 5,10-12).
Maria
Santíssima, ao pé da cruz, foi muito humilhada. Mas, após a Ressurreição do Filho,
ela sentiu a maior alegria do mundo. Pois, além de ver o mundo redimido, ela
sabia que colaborou, quando “uma espada de dor atravessou o seu coração”.
O
importante é levantar-se
S. Francisco
de Sales viveu na França, no Séc. XVI. Durante muitos anos, foi pároco numa
paróquia do interior.
Havia um rapaz
que se confessava frequentemente, e sempre contava o mesmo pecado. Todas as
vezes, o padre, com a maior bondade, dava a absolvição e dizia: “Vá em paz, filho!”
Na confissão seguinte, o jovem pensava: Agora ele vai dar bronca. Mas nada.
Sempre com a mesma bondade, ele dizia: “Vá em paz, filho!”
Um dia, após a
confissão, foi o moço que perdeu a paciência. Ele disse: “Sr. padre, o senhor
está me conhecendo? Lembra-se das minhas confissões anteriores?” Pe. Francisco
respondeu com bondade: “Sim, filho! Lembro-me muito bem”. “Então”, continuou o
jovem, “por que o senhor não fica bravo comigo, pelo fato de eu sempre contar o
mesmo pecado?”
Pe. Francisco
respondeu: “Filho, cada vez que você cair, levante-se. O importante é que, quando
Deus vier buscá-lo, o encontre em pé!”
Aí está o grande
segredo da vida cristã. O importante não é nunca fazer pecado, o que ninguém consegue,
mas é levantar-se cada vez que cai, porque assim, quando Deus vier nos buscar,
estaremos em pé.
A
festa da uva
Nos Alpes
italianos, existia um vilarejo que se dedicava ao cultivo da uva e à produção
de vinho.
Uma vez por
ano, eles faziam uma festa para comemorar o sucesso da colheita.
A tradição
exigia que, nesta festa, cada morador trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho
e o despejasse em um grande barril, colocado na praça central da vila, a fim de
que, durante a festa, todos saboreassem o bom vinho da região.
Entretanto, um
dos moradores pensou: Por que deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho?
Levarei uma garrafa d’água, pois, no meio de tanto vinho, o meu não fará falta.
Assim ele fez.
No auge dos acontecimentos, como de costume, todos se reuniram na praça, cada
um com sua caneca, para saborear daquele vinho, cuja fama se estendia além das
fronteiras do país.
Contudo, ao
abrir a torneira do barril, um silêncio tomou conta da multidão. Daquele barril
saiu apenas água! Como poderia ter acontecido isso? Na verdade, todos haviam
pensado como aquele morador: “A ausência da minha parte não fará falta”.
E a festa da
vida, na minha cidade, ou na sua, como vai ser? Se cada um de nós não fizer a nossa
parte, trazendo o nosso bom vinho, isso fará falta, fará diferença?
O Sl 71,
referindo-se à vinda do Messias, diz: “Nos seus dias a justiça florirá, e
grande paz há de reinar por muitos anos”. Dá impressão que esses dias de Jesus
ainda não chegaram ao mundo ou ao lugar onde moramos. Qual o motivo?
Maria
Santíssima pediu, e o Filho transformou água em vinho. Que ela nos ajude a imitá-la,
fazendo a nossa parte com muito amor.
Esquiadores
cegos
Certa vez,
houve uma competição de cegos. O desafio era descer uma montanha de neve,
usando esqui, e chegar primeiro lá embaixo.
Cada um tinha
ao seu lado um esquiador profissional, que ia dando ordens para ele. O profissional
gritava: “À esquerda”. “À direita”. “Em frente”...
Enquanto
obedeciam aos comandos, podiam fazer com segurança todos os ziguezagues do
percurso e cruzar a linha de chegada.
É assim que também
nós venceremos a luta pelo Reino de Deus. É obedecendo às ordens de Cristo e de
seus legítimos representantes: O Papa, o nosso Bispo, o nosso Pároco...
Estes nossos
chefes receberam de Cristo a missão de guiar o rebanho no caminho certo.
Quando Deus
chama alguém para representar seu Filho, ele lhe dá os meios necessários para
cumprir bem a missão.
É importante
também dar-nos as mãos, pois é assim que cada um de nós supre a sua deficiência,
já que todos somos deficientes em alguma coisa.
“Tu és a
glória de Jerusalém, a alegria de Israel e a honra do nosso povo!” (Jt 15,9).
Foi assim que o povo aclamou a Judite, a grande heroína na vitória contra o general
inimigo Holofernes. Judite é um símbolo de Maria Santíssima, a Estrela que nos
guia pelos caminhos tortuosos da vida. Que ela nos ajude a vencer a competição.
O
diabo quer tirar de nós a esperança
Certa vez, o
diabo chefe estava querendo mais gente no inferno. Então mandou um grupo de
capetas à terra, a fim de tentar as pessoas e arrastá-las para lá.
Os capetas
insuflavam nas pessoas o desejo de traição do casamento, a ganância, o ódio, a
violência...
Mas estava
dando pouco resultado. O povo percebia que era tentação, rezava, pronto, eles
tinham de cair fora.
Então o diabo
chefe disse: “Vocês são bobos. O jeito mais fácil de trazer gente para cá é
tirar deles a esperança, tornando-os pessimistas e desanimados. Assim, os
homens e mulheres não terão estímulo para praticar as virtudes e evitar o
pecado”. Pronto, foi só os capetas fazerem assim, o inferno se encheu.
Por isso, cuidado!
Se Jesus venceu, nós também venceremos. Não vamos permitir que o desânimo tome
conta de nós, tirando a nossa esperança.
“Salve
Rainha,... vida, doçura e esperança nossa, salve!”
A
ação de Deus e a ação do diabo
Certa vez, uma
mulher procurou o padre para conversar. Ela começou narrando os problemas: Com
o marido, com os filhos, dificuldades financeiras, doenças...
Depois de um
bom tempo, o padre cortou um pouco a conversa e disse: “Filha, até agora você
relatou a ação do anjo mau na sua casa. Fale agora da ação de Deus. Certamente
ele vai gostar muito”.
Aquela senhora
caiu em si e percebeu o seu erro. Dali para frente, naquela conversa, ela só falou
das coisas positivas e das bênçãos de Deus na sua família.
Maria
Santíssima quer também ser um dos membros da nossa família. E se ela estiver presente,
certamente vai pedir ao Filho e este transformará a água em vinho.
O
pobre visto com olhos de rico
Certa vez, na
escola de um bairro de classe rica, a professora pediu aos alunos uma redação
sobre os pobres.
Um aluno
escreveu: "Na casa do pobre, tudo é pobre. O mordomo é pobre, o aparelho
de ar condicionado é pobre, o microondas é pobre, a empregada é pobre..."
Aquele menino
certamente nunca havia entrado numa casa de família pobre. Não conhecia os
valores que existem no meio dos pobres, que vão muito além de ter ou não ter
bens materiais e mordomias. São valores que tornam a família muito mais feliz
que as famílias ricas.
A riqueza,
como pecado, está no coração, embora haja íntima ligação entre possuir muitos
bens e ser rico de coração, isto é, de forma contrária ao Evangelho.
“Eu te louvo,
Pai,... porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes
ao pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado” (Mt 11,25-26). Essa oração mostra-nos
como que é o coração de Jesus: Todo voltado para o pobre.
“A minha alma
engrandece o Senhor!... Ele encheu de bens os famintos e despediu os ricos de
mãos vazias” (Lc 1,47.53).
Todo
mundo faz assim
Certa vez, um
senhor estava dirigindo o seu carro em alta velocidade, e a polícia o parou.
Ele então pegou duas notas de dez Reais e entregou ao guarda, disfarçadamente.
E continuou a viagem.
Junto com ele
ia seu filho de dez anos. Este ficou assustado com o procedimento do pai. O pai
o acalmou dizendo: “Todo mundo faz assim”.
O menino
cresceu e foi trabalhar em um supermercado. Lá, ele colocava frutas podres embaixo
das boas, nas sacolas das freguesas. Um colega de serviço estranhou o procedimento,
mas ele explicou: “Todo mundo faz assim”.
Anos depois, ele
já era moço. Terminou o Ensino Médio e foi fazer o vestibular. Um colega mais
adiantado ofereceu-lhe por cinquenta Reais todas as respostas das questões que
iam cair na prova. Ele aceitou. Por que não? Todo mundo faz assim!
Aconteceu que
ele foi pego colando. Foi humilhado e expulso do vestibular. Chegando à sua
casa, o pai lhe deu a maior bronca: “A gente se mata para pagar seus estudos, e
você joga fora, e ainda nos causa a maior vergonha!” O rapaz respondeu: “Pai,
todo mundo faz assim!”
Tal pai tal
filho. Os filhos aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos. Eles imitam
o que os pais fazem, muito mais do que aprender o que eles ensinam.
Que Maria
Santíssima, a Mãe e educadora do próprio Filho de Deus, nos ajude a educar as
crianças pelo nosso exemplo.
A
sopa de pedra
Certa vez, um
monge estava viajando em
peregrinação. Após várias horas de caminhada, já cansado,
sentou-se à beira de um riacho, ao lado de um vilarejo.
Ajuntou lenha,
acendeu fogo e colocou sobre ele uma panela com água. Quando a água começou a
ferver, pôs nela uma pedra e sentou-se ao lado.
Os habitantes
da vila, que se aproximavam, ficaram intrigados com a atitude do monge. Estaria
ele fazendo sopa apenas com água e pedra?
Um garoto
perguntou-lhe: “Por que o senhor está cozinhando esta pedra?” “Porque esta é a
minha refeição. Estou fazendo uma sopa de pedra”, respondeu o monge. “Mas, só
com água e pedra! Vai ficar sem gosto. Espere aí. Em minha casa temos um pouco
de repolho. Vou trazer”. O menino trouxe o repolho e o monge o colocou na
panela, junto com a pedra.
Uma senhora
disse: “Eu tenho algumas cenouras. Elas vão deixar a sopa mais colorida”.
Trouxe as cenouras.
“Acho que
tenho duas batatas”, disse um homem. E trouxe as batatas.
Assim, vários
habitantes trouxeram ingredientes para enriquecer a sopa. No fim, ela ficou foi
muito saborosa. O monge convidou as várias pessoas ali presentes para compartilharem
a sua refeição. Todos comeram, riram e gostaram.
Ao cair da
noite, o monge continuou sua viagem. E as pessoas voltaram para suas casas com
a grande lição que aprenderam: O valor da partilha.
O mesmo
acontece quando resolvemos compartilhar o que temos de bom, seja um bem material,
ou espiritual.
A exemplo do
monge, vamos usar da nossa criatividade para despertar espírito comunitário.
Que Maria
Santíssima nos ajude a sermos cada vez mais unidos, solidários e organizados, a
fim de que todos tenham pão em abundância.
A
família que acolheu o soldado ferido
Certa vez, um
jovem soldado estava numa guerra, em um país distante. Sempre telefonava para a
família. Após vários meses, um dia ele disse no telefone, para a sua mãe:
“Mãe, terminou
minha missão aqui e vou voltar para casa. Eu tenho um amigo que, numa batalha,
perdeu as duas pernas. Ele vive hoje numa cadeira de rodas e depende um pouco
das pessoas com quem vive. Acontece que ele não tem família. Posso levá-lo comigo
para a nossa casa?”
A mãe
respondeu: “Filho, da minha parte, sim. Mas ligue após o almoço, porque vou consultar
seu pai e seus irmãos”.
Após o almoço,
o soldado ligou, e a mãe lhe disse: “Todos aqui concordamos em acolher o seu amigo.
Pode trazê-lo”.
No dia
seguinte, uma grande surpresa: Quem havia perdido as pernas era ele! O jovem soldado
quis fazer um teste para ver se sua família o aceitava de coração, agora que
era paralítico.
Todos somos
irmãos. Não é apenas o sangue que nos une. Existe um vínculo mais forte, que é
o amor cristão, selado pelo batismo, no qual nascemos para uma vida nova e uma
nova Família.
Mãe das
Comunidades cristãs católicas, rogai por nós.
Palestrante
oferece nota de cem Reais
Certa vez, um
famoso sábio estava fazendo uma palestra para um auditório repleto.
De repente,
ele tirou do bolso uma nota de cem Reais, mostrou-a para a plateia e disse:
"Quem quer esta nota?" Todos ergueram a mão.
Ele pegou a
nota e a amassou. Foi amassando até fazer dela uma bolinha. E fez a mesma
pergunta. Os ouvintes levantaram a mão do mesmo modo.
Ele jogou a nota
no chão, pisou nela e a sujou toda. Mostrou aquela feiura para a plateia. “E
agora, ainda querem esta nota?” Todos repetiram o gesta de sim.
“De fato”,
explicou a palestrante, “a nota não perdeu o seu valor. O que mudou nela foi apenas
a aparência. É só limpá-la, pronto”.
As pessoas são
como aquela nota do palestrante. A aparência não muda o nosso valor. O fato de
alguém ser pobre ou rico, doente ou sadio, bonito ou feio, velho ou moço, branco
ou negro, doutor ou analfabeto... são detalhes acidentais. O que vale é a
grande dignidade de sermos pessoas, e de sermos filhos e filhas de Deus.
A mãe ama
todos os filhos e filhas igualmente. Maria Santíssima é assim. Que ela nos
ajude a sermos assim também.
Sábio
é insultado e continua calmo
Havia, numa
cidade, um sábio que era conhecido pela sua calma e serenidade. Nunca perdia a
paciência nem ficava nervoso, em situação nenhuma.
Um rapaz da
cidade, muito briguento e perverso, apostou com os colegas que conseguiria
tirar o sábio da calma e fazê-lo até partir para uns tapas.
Foram para uma
praça onde ele costumava passar, e o esperaram. Quando o homem foi passando,
aquele moço começou a insultá-lo e a provocá-lo de todas as maneiras. Disse-lhe
palavrões, xingos, afrontas de todo tipo. Chegou até a cuspir no rosto do pobre
senhor.
Mas nada. O sábio
permaneceu impassível.
Ao ver-se
derrotado, o rapaz fugiu, como fazem os covardes.
Uma pessoa,
que viu a cena, perguntou ao sábio: “Como que o senhor conseguiu suportar tanta
injúria, sem perder a calma?”
Ele respondeu:
“Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, com quem fica o
presente?” “Com quem ofereceu”, respondeu a pessoa. “O mesmo vale para o
insulto, a malvadeza e a falta de compostura”, explicou. “Quando não são
aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo”.
Em outras
palavras, não é o outro que vai determinar o nosso modo de agir, muito menos
pessoas malvadas. Somos nós mesmos que escolhemos o nosso comportamento.
Não é porque
alguém nos trata com falta de educação, que vamos tratá-lo da mesma forma. Se o
fizermos, nós o tomaremos como nosso mestre, e perderemos até o direito de reprova-lo,
pois fazemos a mesma coisa.
“Não resistais
ao malvado. Se alguém te bate numa face, oferece-lhe também a outra” (Mt 5,39).
É
possível rezar sem se distrair?
Certa vez, um
padre foi celebrar a Missa numa comunidade rural, bem distante e sem estradas.
Foi a cavalo.
Na homilia,
ele falou sobre a oração. Explicou que a distração na oração é normal, pois ninguém
consegue rezar sem se distrair.
Na volta, como
era noite, um senhor arreou o seu cavalo e foi com ele até a cidade, para lhe
fazer companhia.
Os dois iam,
um ao lado do outro, conversando. O homem disse ao padre: “Eu gostei de tudo o
que o senhor falou. Mas de uma coisa eu discordo. É de que a gente não consegue
rezar sem se distrair. Eu consigo”.
O padre
insistiu: “Não dá, filho! Pelo menos um pouquinho você acaba se distraindo. Eu
dou este meu cavalo para você, se você conseguir rezar o Pai Nosso sem se
distrair”.
O homem topou
o desafio. É hoje, pensou ele, que vou ganhar um cavalo. E disse: “Posso
começar?” O padre respondeu que sim, e ele já foi logo rezando em voz alta: “Pai
Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso
reino... Sr. padre, é com arreio ou sem arreio?”
Pronto, perdeu
a aposta, pois estava pensando mais no cavalo que na oração.
A nossa
fantasia é chamada “a louca da casa”. É difícil controlá-la. Mas Deus é tão bom
que ninguém consegue pensar em pecado, enquanto está rezando. O terço, por exemplo,
é justamente uma oração para se rezar distraído, mas distraído em Deus e nos mistérios
da nossa salvação.
O
remédio amargo
Dom João II
foi rei de Portugal, de 1455
a 1495. O povo o chamava de “O Bom”.
Conta-se que
ele tinha um jovem criado, o qual ele estimava muito. Um dia, esse moço ficou
doente. Emagrecia dia por dia e médico nenhum conseguia curá-lo. O rei ficou desolado.
Resolveu chamar um médico estrangeiro, muito afamado.
O médico veio,
examinou o rapaz e receitou um remédio. Mas, como este remédio era extremamente
amargo, o doente não quis tomá-lo. Disse que preferia morrer.
Quando o rei ficou
sabendo, foi ao quarto do enfermo, pegou o vidro do remédio e, à vista dele,
tomou duas colheres cheias, e se retirou.
Minutos
depois, o moço pediu à enfermeira que lhe desse o remédio, e o tomou gostosamente,
sem demonstrar que era ruim.
Dali para
frente, ele foi se restabelecendo e logo sarou.
A primeira
coisa que fez foi procurar o rei e lhe agradecer. Dom João respondeu: “Meu filho,
por você eu tomaria vários litros daquele medicamento, se fosse necessário”.
Aquele remédio
era a porta estreita, pela qual o rapaz não queria entrar. Mas o rei, como um
pai, lhe ensinou.
A palavra
convence, o exemplo arrasta. O bom exemplo é um remédio eficaz, mas amargo. Por
isso preferimos, às vezes, ficar só na teoria, nas palavras bonitas.
O cálice da
amargura que Jesus tomou, Maria também o provou no seu coração. Mas o sacrifício
foi válido, e todos continuamos colhendo os frutos.
O
homem que tinha medo de rato
Havia, certa
vez, um homem que tinha um enorme medo de rato. Apareceu uma fada com sua
varinha e ele lhe suplicou: “Fada, transforme-me em um rato!” A fada estendeu a
varinha, pronto. Na hora ele foi transformado em um rato.
Mas agora,
como rato, o homem passou a ter medo de gato. Morria de medo de gato. Pediu novamente
à fada, esta estendeu sua varinha e ele foi transformado em um gato.
Agora sim,
pensou ele. Mas logo surgiu o medo de cachorro. Não podia nem pensar em cachorro.
Novamente lhe
apareceu a fada e ele pediu que fosse transformado em um cachorro. Instantaneamente,
tornou-se um cachorro.
Entretanto, o
problema continuou. Agora, ele tinha medo de onça. Só pensava em onça e nem
conseguia dormir.
Mais uma vez a
fada veio e o transformou em uma onça.
Agora o seu
medo era de homem, pois este, com sua arma, pode matar a onça. Vivia tremendo
de medo dos homens.
A fada veio, ele
pediu desculpas e disse: “Pela última vez eu lhe peço: Quero voltar a ser homem”.
Ela estendeu sua varinha e instantaneamente ele voltou a ser homem.
Não podemos
ter medo ou complexo de inferioridade diante de outros seres e de outras pessoas.
Ter fé, no fundo, é ter coragem.
O primeiro
passo da nossa realização e felicidade é aceitar-nos como somos, e procurar desenvolver
as qualidades que temos. Pois cada um de nós é único na natureza. E, se Deus
nos criou assim, é sinal que temos uma missão a cumprir na terra.
Você gosta da
sua cor, da sua altura, da sua idade? Se gosta, parabéns!
O
rapaz que ria na hora do sermão
Certa vez, um
missionário estava pregando as santas Missões numa cidade. Em um sermão, ele disse:
“O povo desta cidade precisa se converter!” Percebeu que um rapaz riu.
Minutos
depois, o padre repetiu a frase. O moço riu novamente.
Terminada a
pregação, o missionário foi até o jovem e, com muita gentileza, perguntou: “Por
que você dava risada quando eu dizia que o povo desta cidade precisa se converter?”
O rapaz respondeu: “É porque eu não sou daqui!”
Nós somos
assim. Sempre encontramos desculpas para escapar dos inúmeros e diversificados
convites que Deus nos faz, para a nossa conversão.
Vamos fechar o
guarda-chuva e deixar a graça de Deus cair em nós! Como terreno inclinado que somos,
vamos fazer curvas de nível em nosso coração, mesmo que doa, para que a graça
de Deus não escorra, e possa penetrar na nossa vida!
“Este povo me
honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mc 7,6. Is 29,13).
O
corcunda
Havia, certa
vez, um corcunda que, devido a essa deficiência, era desprezado pelo povo da
sua cidade. Ninguém ligava para ele, e alguns até zombavam. Por isso ele tinha
medo até de andar na rua.
Um dia, ele
fez um gesto admirável: Salvou uma jovem que estava se afogando no rio. Toda a
cidade ficou sabendo e, a partir daí, o povo mudou completamente a maneira de
tratá-lo. Ele passou a ser valorizado, estimado e querido, apesar de continuar
corcunda.
Nós,
infelizmente, somos assim. Olhamos somente a aparência, e arrasamos uma pessoa
devido a uma deficiência, física ou mental, da qual ela não tem culpa.
Jesus não era
assim. Ele valorizava a todos, especialmente os doentes e deficientes, e procurava
libertá-los dessas limitações.
“Jesus estava
ensinando numa sinagoga... Havia ali uma mulher encurvada... Ele impôs as mãos
sobre ela, que imediatamente se endireitou” (Lc 13,10-13).
Também Maria
Santíssima não ia na onda da sociedade pecadora. Nas Bodas de Caná, ela foi ousada,
e deu certo. Que sigamos o seu exemplo.
A
maledicência suja o outro, e nós também
Um senhor, nas
horas vagas, cultivava uma horta no quintal de sua casa, junto com o filho de
dez anos. Durante o trabalho, o garoto sempre falava mal dos colegas.
Um dia, o pai
estendeu uma camisa branca, bem limpinha, encostada ao muro. Foi à dispensa,
pegou um saco de carvão, deu-o ao garoto e disse: “Quero que você jogue todo esse
carvão naquela camisa. Depois eu volto para ver como ficou”. E o pai foi para
dentro de casa.
Minutos
depois, o menino gritou: “Terminei, pai”. O pai veio, trazendo um espelho. O garoto
disse, com ar de vitorioso: “Olhe a camisa, acertei quase todos”.
O pai lhe
disse: “Mas olhe suas mãos como ficaram, e também a sua roupa”. Depois colocou
o espelho na frente dele, para que visse que seu rosto também estava sujo de carvão.
E o pai
explicou: “Filho, você se sujou muito mais do que a camisa. É isso que acontece
quando falamos mal dos outros”.
O ódio
prejudica mais quem odeia do que a pessoa odiada. Quando jogamos uma pedra em
alguém, duas voltam em nós.
Que Maria
Santíssima, a imaculada, nos ajude a olhar para dentro de nós mesmos, antes de
atirar pedras.
São
Benedito e os anjos cozinheiros
Nós
sabemos que S. Benedito era cozinheiro. Diz a lenda que, quando ele ficou velho,
ficou meio esquecido. Um dia, ele estava fazendo o almoço e alguém bateu na
porta. Ele foi atender, era um menino pobre que tinha machucado o pé.
Benedito
levou o garoto à enfermaria do convento e fez curativo. Com isso, esqueceu-se
das panelas que ficaram no fogo.
Quando
se lembrou, voltou correndo à cozinha, e teve uma surpresa: Dois anjos estavam
cuidando do fogão e todas as panelas estavam em ordem, sem nada se queimar.
Naquele
dia, a Comunidade religiosa teve um almoço especial: feito por anjos.
Não
vamos diminuir os nossos trabalhos no Reino de Deus devido às limitações da idade,
especialmente da memória, porque Deus nos assiste.
De
perto, a visão á mais clara
Certa vez, um
grupo de pessoas estava numa praia e viram, bem distante, em alto mar, algo
parecido com um feixe de paus boiando. O objeto estava se aproximando. Pensaram
que era o vento que o trazia.
Quando estava
mais perto, passaram a achar que se tratava de um barco quebrado, balançando
nas ondas.
Chegando mais
próximo, viram que era um barco novinho e bonito, com vários turistas fazendo
um passeio em alto mar.
O mesmo
acontece com as pessoas, em relação a Jesus. Quem o vê apenas de longe, sem uma
aproximação afetiva, tem ideias erradas sobre ele, pensando até que age pela
força de Belzebu.
Mas quem o ama
e dele se aproxima com o coração aberto, recebe o dom da fé e descobre nele o
Filho de Deus, o nosso caminho, verdade e vida.
Maria
Santíssima vivia bem pertinho de Jesus, pois o gerou e criou. Ela o conhecia melhor
que ninguém. Que ela nos mostre o seu Filho, como mostrou aos pastores, aos
Reis Magos e a tantos outros.
A
disputa por uma sombra
Certa vez, um
viajante contratou um burro para levar uma carga a um lugar distante. O dono do
animal foi junto, porque sabia lidar com ele.
Como o sol
estava quente e fazia muito calor, o viajante parou para descansar e buscou abrigo
na sombra do burro.
Acontece que a
sombra só protegia uma pessoa, e o dono do burro achava que o direito era dele,
pois havia alugado apenas o burro, não a sua sombra.
Já o viajante
afirmava que, ao alugar o burro, alugou também a sua sombra. Por isso, surgiu
entre os dois uma violenta discussão sobre qual teria o direito de desfrutar da
sombra do burro.
A disputa
prosseguiu com palavras e socos e, enquanto os homens brigavam, o burro galopou
para longe.
Ao disputar pelo
secundário, frequentemente perdemos a substância. Muitas vezes, por questões pequenas
e sem importância, acabamos perdendo a amizade de pessoas que por longo tempo
estiveram ao nosso lado.
Muitas vezes,
afastamos pessoas queridas, simplesmente porque não concordamos com situações
que, sem esforço, poderiam ser desprezadas.
No meio de um
mundo de violência, que vivamos na paz.
No meio de um
mundo de mentira, que vivamos na verdade.
No meio de um
mundo de tristeza, que vivamos na alegria.
No meio de um
mundo de egoísmo, que vivamos no amor.
No meio de um
mundo ganancioso, que pratiquemos a partilha.
O
ladrão de machado
Certa vez, um
homem não encontrou o seu machado. Procurava-o por toda parte e nada.
Então
suspeitou de um rapaz, seu vizinho, e começou a observá-lo. Viu que seu jeito
era exatamente o de um ladrão de machado. O seu olhar, o seu rosto, o seu
semblante, as suas palavras... Todas as suas atitudes eram direitinho as de um
ladrão de machado.
O comportamento
do rapaz o traía. Então o homem teve certeza: Foi aquele jovem mesmo que havia
roubado o seu machado.
Entretanto, um
dia, sem esperar e mexendo nas coisas do seu quartinho de ferramentas, encontrou
o machado.
Na manhã
seguinte, ao olhar para o rapaz, viu que ele nada mais tinha de um ladrão de machado.
O seu rosto, comportamento... não tinham nada que lembrassem um ladrão de machado.
Como que nós
somos falhos nos julgamentos e suscetíveis de enganos! Quantos preconceitos e mal-entendidos
desunem pessoas! “Não julgueis e não sereis julgados” (Mt 7,1).
O
pai e os filhos no parque
Certa vez, um
pai e seus dois filhos foram a um parque de diversão. A tabela afixada na bilheteria
dizia: “Adultos: Dez Reais. Crianças: Cinco Reais. Criança até seis anos de idade
não paga”.
O rapaz da
bilheteria perguntou a idade dos meninos, e o pai disse: “Este tem três anos, e
este sete”.
O rapaz falou:
“O senhor acaba de ganhar na loteria? Se me dissesse que o maior tem seis anos,
eu acreditaria, pois esta é a aparência dele. E, assim, o senhor poderia ter economizado
cinco Reais!”
O pai
respondeu: “Você talvez não notasse que ele tem sete anos. Mas as crianças saberiam
que eu não falei a verdade”.
Quantas vezes,
para economizar pequena soma, desperdiçamos a oportunidade de dar testemunho
diante das crianças! A boa educação se dá mais pelo exemplo do que pelas
palavras.
Que Maria
Santíssima, e Mãe e educadora do Filho de Deus, ajude os pais e educadores a
cumprirem bem a sua missão.
Uma
tigela para o avô
Certa vez, um
senhor bem idoso foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos.
As mãos dele
eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família tomava
as refeições reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do idoso o
atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.
Quando pegava o copo, o leite era derramado na toalha. Frequentemente, um prato
escapava de suas mãos e se quebrava.
O filho e a
nora irritavam-se com a bagunça. “Precisamos tomar uma providência com respeito
ao papai”, dizia o filho.
Então eles
decidiram colocar uma pequena mesa num canto da sala, e o vovô usar uma tigela
de madeira em vez de prato. O menino assistia a tudo em silêncio.
Numa tarde,
antes do jantar, o pai percebeu que o filhinho estava no quintal, manuseando um
pedaço de madeira. Perguntou-lhe: “O que você está fazendo?” A criança respondeu
docemente: “Estou fazendo uma tigela para o senhor comer, quando eu crescer e o
senhor ficar velho”.
Aquelas
palavras tiveram um impacto tão grande no pai, que ele ficou mudo. Dali para
frente, o avô voltou a comer em pratos e junto com a família.
Nós somos
assim. Colocamos até um prato acima da pessoa do idoso. Tal pai tal filho.
S. Joaquim e
Sant’Ana, pais de Nossa Senhora, são os patronos dos idosos. Que eles os protejam!
A
passarinhada
Havia, certa
vez, uma Comunidade católica rural que estava lutando para construir a capela, entretanto
estava difícil. Faltava só o telhado, mas não havia jeito de angariar dinheiro.
Já tinham feito bingo, rifa, feijoada, almoço, chá, quermesse, leilão... tudo.
Então o coordenador
teve uma ideia: Fazer uma passarinhada, um almoço de passarinhos. A licença do
Ibama foi fácil, porque havia na região milhares e milhares de pardais, que
acabavam com as plantações de arroz. Precisava mesmo diminuir um pouco.
Havia uma
árvore seca caída, no meio de uma palha de arroz. Era ali que os pardais se
reuniam, às centenas, de manhã cedo. A árvore não tinha raízes presas ao chão,
era cheia de galhos e leve.
À noite, o coordenador
da Comunidade passou visgo (uma cola forte) em toda a árvore. De manhãzinha,
ele foi lá. Quando chegou, os pardais voaram todos da palha de arroz para a árvore
e ficaram grudados. A árvore ficou coberta de pardais.
O homem
pensou: É agora que eu pego todos esses bichinhos. Tomou sua espingarda, carregada
com chumbos pequenos, e deu um tiro na direção da árvore.
O barulho foi
tão grande que os passarinhos se assustaram e todos bateram asas ao mesmo tempo.
Como estavam grudados, levaram a árvore para os ares.
Claro que a
história é inventada. Mas nos trás um ensinamento: A união faz a força. Se estivermos
unidos, podemos não só levantar uma árvore, ou terminar uma capela, mas erguer
este mundo, construindo nele o Reino de Deus. Afinal, estamos com os pés grudados
no chão da realidade onde vivemos, e as mãos seguras em Deus. Se fizermos uma forcinha,
unidos, este mundo subirá.
Aquele
coordenador perdeu a chance, e teve de devolver o dinheiro dos ingressos para a
passarinhada. Também quem manda querer matar passarinho!
Para
o amigo, o melhor
Havia, certa
vez, um rapaz que tinha um carrinho de lanches e vendia cachorro quente numa
esquina. Colocava sempre uma só salsicha no pão.
Um dia,
apareceu um velho, mendigo, com um cachorrinho amarrado numa cordinha, e ficou
olhando o rapaz vender os lanches. O moço ficou com dó e fez um cachorro quente
para ele. Foi generoso e colocou duas salsichas.
O mendigo
caminhou um pouco e sentou-se. O cachorrinho sentou-se na sua frente.
Então ele
abriu o lanche, tirou as duas salsichas, deu-as para o cachorro e comeu só o
pão.
O rapaz do
carrinho viu aquilo e foi perguntar ao velho se ele não gostava de salsicha.
Ele respondeu: “A coisa que eu mais gosto é de salsicha. Mas o cachorro é meu
amigo, e para o amigo se dá o melhor”.
“Amigo fiel é
poderosa proteção. Quem o encontrou, encontrou um tesouro” (Eclo 6,14).
Catequistas
santas
Havia, certa
vez, duas moças, a Paulina e a Virgínia. Elas eram vizinhas e moravam na roça,
pertinho de uma vila, na qual eram catequistas, ajudavam na limpeza da capela e
visitavam os doentes.
Uma senhora
idosa que elas visitavam, que morava sozinha, piorou na saúde e passou a ter
necessidade de acompanhantes 24 horas por dia. Como aquela senhora não tinha
nenhum parente em condições de fazer isso, e era pobre, as duas catequistas conversaram
com suas famílias e vieram morar com a velha.
Quando a
senhora faleceu, Paulina e Virgínia, atendendo ao pedido de várias famílias,
continuaram morando na vila, a fim de acolher meninas da roça que queriam
estudar. Para isso, alugaram uma casa.
O aluguel da
casa aconteceu dia 12/07/1890, e foi o início da Congregação das Irmãzinhas da
Imaculada Conceição. A primeira das moças, hoje é canonizada: Santa Paulina. A
vila chama-se Nova Trento. Fica no Estado de Santa Catarina, e hoje é
Município.
O testemunho
da caridade, especialmente do acolhimento aos idosos, é abençoado por Deus e
por isso produz abundantes frutos.
Vence
quem se alimenta melhor
Havia, certa
vez, um rapaz que estava levando vida errada. Preocupado, o pai conseguiu
convencê-lo a ir conversar com o avô, que era um homem sábio e respeitado pelo
neto.
Quando o jovem
chegou à casa do avô, este o recebeu com muito afeto. Depois o convidou para ir
ao fundo do quintal. Lá, havia dois cães amarrados. Um era muito bravo e o
outro manso e amigo.
O avô disse:
“Como você vê, um desses cachorros é mau e o outro é bom. Qual dos dois
vencerá? O rapaz, sem entender a pergunta, arriscou: “Acho que é o manso, não
é?”
O avô, que já
esperava a resposta, discordou e disse: “Não, meu filho. Vencerá aquele que for
melhor alimentado”.
A partir da
comparação, o avô falou sobre os diversos alimentos, intelectuais, morais e religiosos,
que estão à nossa disposição. Se utilizarmos bem desses alimentos, seguramente
venceremos e teremos um futuro feliz.
Entre os
diversos alimentos que estão à nossa disposição, sobressaem a oração, a leitura
da Sagrada Escritura e a caridade para com os pobres.
Padre
leva ateu a se confessar
Certa vez, um
senhor, que se dizia ateu, foi conversar com o padre. Este já o conhecia e sabia
que ele era batizado, fez a Primeira Comunhão e a Crisma, depois entrou no mau
caminho.
Veja o diálogo
entre os dois:
- “Sr. padre,
eu sou ateu, não tenho fé. Prove para mim que Deus existe”.
- “Sim. Mas
primeiro faça uma boa confissão”.
- “Como, se
sou ateu?”
- “Por favor,
se confesse! Pode começar a confissão”.
O homem
abaixou a cabeça, meio confuso e, por respeito ao padre, começou a se confessar.
Foi só começar, a graça de Deus agiu e ele se abriu completamente. Chegou a chorar.
Terminada a
longa e bela confissão, o padre lhe disse: “Vamos agora conversar sobre a existência
de Deus”. “Deixemos para depois esse assunto, padre. Muito obrigado!” respondeu
o homem. E se retirou.
A fé está
muito ligada à obediência a Deus. Adão e Eva, depois que desobedeceram, esconderam-se
de Deus (Cf Gn 3,8).
Quem não obedece
a Deus, fica cego na fé, e não vê mais que um palmo na frente do nariz. Que nós
também acolhamos a Palavra encarnada, mas a acolhamos totalmente.
Em Maria,
temos o melhor exemplo de como acolher bem a Palavra de Deus. Que ela nos
ajude.
Rapaz
fe conf fé pe quer se confesse Certa vez, um rapaz procurou o padre, querendo resolver
umas dúvidas de fé. O padre levou-o para a sala de atendimento, os dois se sentaram
e o padre foi logo perguntando: “Quanto tempo faz que você se confessou?” O
rapaz respondeu: “Não é isso, padre, o meu problema são dúvidas de fé!” “Sim,
respondeu o padre, mas eu gostaria que você antes se confessasse. Depois a
gente conversa sobre a fé”. Após de muita conversa, o padre, com sua bondade,
conseguiu convencer o jovem a se confessar. Foi uma confissão longa, e o jovem
até se emocionou. Terminada, o padre lhe disse: “Agora vamos conversar sobre a
fé. Pode apresentar as suas dúvidas”. “Não tenho mais dúvidas”, respondeu o
moço. “Muito obrigado, senhor padre!” E deu-lhe um abraço. É sempre assim. A
desobediência a Deus interfere na nossa fé. Existe uma relação: Vida de pecado
> Diminuição ou desvio na fé. Prática das virtudes > Crescimento na fé. A
nossa fé cresce junto com a nossa obediência a Deus. A Encarnação aconteceu,
graças à obediência de uma mulher a Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Lembre-se:
Você é filho do rei
Havia
antigamente um rei muito bom. Ele tinha um filho jovem que gostava de festas,
passeios e de estar no meio do povo.
Um dia, o pai
lhe disse: “Filho, você pode frequentar todos os lugares que desejar. Mas nunca
se esqueça que você é filho do rei”.
Quer dizer:
Você não é um rapaz comum. A sua conduta compromete a família real e, com ela,
todo o reino.
A mesma coisa
acontece conosco, que somos batizados, filhos e filhas de Deus. Não somos pessoas
comuns. Somos “outro Cristo” presente no aqui e agora do mundo.
Deus nos criou
à sua imagem. Portanto, o nosso comportamento é uma expressão do comportamento
de Deus. Um mau exemplo nosso compromete a própria visão de Deus que o povo
tem.
Maria
Santíssima nos mostrou, com a sua vida, o que é amar, tanto a Deus como ao próximo.
Mãe do belo amor, rogai por nós.
O
peru que corria em volta do galinheiro
Certa vez, um
homem ganhou um peru. Como não tinha um local apropriado, colocou-o provisoriamente
em um galinheiro desativado, que havia no fundo do quintal. O galinheiro era
redondo e cercado de tela.
Como o peru
era meio selvagem, começou logo a correr em volta do galinheiro. O homem o
deixou lá e foi-se embora.
No dia
seguinte, ao voltar para por mais água e comida, viu que o peru continuava correndo,
sem parar. E já havia um sulco no chão, ao lado da tela. Um trilho redondo, de
tanto o peru passar.
Naturalmente,
o homem libertou a pobre ave.
A nossa Comunidade
não pode ser como aquele peru, ficando o tempo todo girando em torno de si
mesma, do seu grupinho, e se esquecer das milhares de ovelhas perdidas que
estão lá fora.
O amor é
criativo. Quem ama a Deus e ao próximo, sempre encontra caminhos novos e novos
métodos, evitando o “mesmismo”.
Oito
reis decidem acabar com o mundo
Certa vez,
oito reis se reuniram e decidiram acabar com o mundo. Mas, antes, cada um ia
ficar com uma parte da herança.
O primeiro
escolheu os morros e as montanhas. Ele gostava de morro.
O segundo
escolheu as árvores, plantas, flores... Todos os vegetais eram dele.
O terceiro já
escolheu as águas. Rios, lagos, oceanos... Este gostava era de água. E lá foram
as águas atrás dele.
O quarto
disse: “Eu adoro o céu: Estrelas, astros, sol, lua... eclipse melhor ainda”. E
todos os astros ficaram sendo dele.
O quinto
escolheu o diamante e todas as pedras preciosas. Sua paixão era por joias.
O sexto já
gostava era de dinheiro. Ele ficou com todas as moedas do mundo: Real, Dólar,
Euro, Peso, Marco, Franco... Eram montanhas de dinheiro de todo tipo.
O sétimo rei
adorava bicho: Leão, onça, jacaré, passarinho... Todos os animais ficaram para
ele.
O oitavo
disse: “Eu quero todo o poder do mundo para mim”. Este gostava de mandar.
Nisto, entrou
na sala um anjo. Os reis ficaram com medo. Será que ele vai dar bronca em nós?
Mas o anjo lhes disse: “Deus me mandou aqui para agradecer a vocês. Vocês não
pegaram a herança dele. A herança de Deus é o seu povo!”
“Vós sois a
raça escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que Deus escolheu
para sua herança” (1Pd 2,9).
Nós também
queremos escolher o povo para ser a nossa herança, pois “quem ama o próximo, cumpriu
toda a Lei”. “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o
fim” (Jo 13,1).
Maria Santíssima
era pobre de bens materiais, mas muito rica em amor. Santa Maria, rogai por
nós.
Náufrago
é salvo providencialmente
Certa vez, um
navio afundou em alto mar. O naufrágio foi tão rápido que não deu para soltarem
os botes salva-vidas.
Um homem
começou a debater-se nas ondas, e viu um pedaço de madeira do navio. Mais que depressa,
agarrou-se nele. O próprio vento o levou a uma ilha. Ele ficou feliz e agradeceu
a Deus a sua vida salva.
Andando pela
ilha, viu que nela não morava ninguém. Era uma ilha deserta. Improvisou um
barraco e ali passou a viver.
Batendo duas
pedras uma na outra, conseguiu fazer fogo. Zelava daquele fogo, mantendo-o
sempre aceso. Passaram-se várias semanas e ninguém aparecia.
Um dia, ele
saiu a procura de alimento. Quando chegou, encontrou sua tenda em chamas. O fogo
alastrou-se e queimava tudo. O desespero tomou conta daquele homem. Deus me abandonou,
pensou ele.
Como estava
cansado, deitou-se de bruços no chão e dormiu. Horas depois, acordou com alguém
batendo nas suas costas. Olhou assustado e viu um senhor com uniforme de
marinheiro.
Perguntou-lhe:
“Como o senhor descobriu que eu estava aqui?” O marinheiro respondeu: “Vi
fumaça nesta ilha e vim aqui, pensando que alguém estava pedindo socorro”.
“Sabemos que
tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28-30). Às vezes, não
percebemos a mão amorosa de nosso Pai do Céu.
Maria
Santíssima é a filha predileta de Deus Pai. Que ela nos ajude a sermos bons
filhos e filhas desse Pai tão querido.
O
restaurador de estátuas
Certa vez, um
homem ia viajar, para ficar fora de casa durante uns dois meses. Ele tinha uma
estátua de estimação e não quis deixá-la em casa, porque a sua casa não era
muito segura. Pediu então para um amigo guardá-la na casa dele.
Aconteceu que,
um dia, o amigo se descuidou, a estátua caiu e se quebrou. E agora? Ele procurou
na redondeza um restaurador de estátuas e não encontrou.
Então decidiu
ele mesmo restaurar a estátua. Comprou as ferramentas e o material necessário e
restaurou o objeto de arte. Ficou uma beleza. Quem a conhecia antes, não
conseguia descobrir onde foi quebrada.
Os vizinhos
começaram a levar estátuas quebradas, e objetos de arte, para que ele os restaurasse.
As pessoas
gostavam tanto do serviço daquele homem, que ele montou um atelier especializado
em restauração de estátuas e obras de arte.
Esse homem era
um artista e não sabia. Precisou de um acidente para que ele descobrisse o seu
talento.
Jesus nos
restaurou, e o fez com tanto amor que quis ficar entre nós para dar constante
manutenção, e assim não quebrarmos mais a imagem de Deus que somos.
O
jovem rei que se igualou ao pastor
Certa vez, um
jovem rei, durante uma caçada, travou conversa com um pastor, que lhe pareceu
simpático. O pastor era também jovem.
Depois do bate
papo, o príncipe quis fazer amizade com o rapaz. Mas este, consciente da distância
social que os separava, recusou a amizade.
Então, o jovem
rei encontrou uma maneira de fazer amizade com aquele moço. Voltou para o
palácio e vestiu-se de pastor, como se fosse da mesma classe social do
simpático jovem. E surgiu uma bela amizade entre os dois.
Deus usou conosco
a mesma estratégia, ao nos enviar Jesus Cristo.
Se com o jovem
rei deu certo, queremos que dê certo conosco também. Queremos aproximar-nos de Jesus
e ser eternamente seus amigos e amigas.
Os
cachorros nos deixam falar
Havia, certa
vez, uma moça que falava muito. Ela arrumou um namorado, mas, nos encontros, falava
quase o tempo todo, sem deixar o rapaz falar.
Entretanto, o
amor encobre os defeitos e eles se casaram. Em casa, ela continuou falando.
Tiveram filhos... E ela falando sem parar.
Com o tempo,
os filhos todos se casaram. Mas aquela mulher não parava de falar. Eram só os
dois em casa, e mesmo assim ele tinha de ouvi-la o tempo todo, porque ela
falava constantemente.
Um dia, ele se
aposentou, e aí ficou pior. Tinha de ouvi-la o dia todo. Então ele arrumou um
cachorro. Ela foi contra, não queria saber de cachorro. Mas ele foi firme, e
levou o cachorro para dentro da casa.
Tempo depois,
ele arrumou outro cachorro, e depois mais um. Agora eram três cachorros dentro
de casa.
Ela, como
sempre, era contra ter cachorros no lar. Ele tocava violão e os cães ficavam ouvindo.
Um dia, ela
ficou irritada com os cachorros e insistiu mais uma vez para que ele desse um
fim naqueles cães, que estavam sempre ao lado dele, na sala, no refeitório e
até ao lado da cama no quarto.
Então ele
explicou: “Eles me ouvem, e você não. Eu falo com eles e eles me escutam com
atenção, o que não acontece com você, que quer sempre falar, e falar o tempo
todo”.
Venha
visitar o nosso santuário
Certa vez, um
padre era novo na paróquia e estava visitando as famílias mais ligadas à Igreja.
Em um domingo,
ele foi a uma casa, e a família o recebeu com muita alegria. Ofereceram-lhe
café com bolo etc.
Depois, o dono
da casa lhe disse: “Padre, agora eu o convido a visitar o nosso santuário”.
“Com prazer”, respondeu o padre. E foram caminhando casa a dentro. Deve ser
algum oratório, pensou o padre.
Mas, para a
sua surpresa, chegaram a um quarto onde estava, em um leito, um velhinho já
todo encolhido, parecendo um pedacinho de gente. Era o bisavô das crianças. Na
mesa, havia um vaso com rosas fresquinhas, que representavam o carinho da
família por ele.
O homem tinha
razão, porque Jesus disse: “Eu estava doente e cuidastes de mim” (Mt 25,36). E,
se Jesus estava naquele quarto, ali era um santuário.
Maria
Santíssima, na Ladainha, é chamada de Casa de Ouro, porque o seu seio abrigou o
Rei do universo, que é representado pelo ouro, o rei dos metais. Casa de Ouro, ajudai-nos
a reconhecer e respeitar a presença do vosso Filho nos idosos!
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