PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Novembro

HISTÓRIAS DE VIDA-NOVEMBRO


O bispo idoso e a sua charrete

Santo Afonso Maria de Ligório é o fundador da Congregação Redentorista. É italiano e faleceu em 1696, com 91 anos de idade. Quando era já idoso, foi sagrado bispo de Santa Ágata dos Godos, na Itália. Apesar da saúde fraca, ele viajava muito, visitando as Paróquias da Diocese.

Um dia, alguém o viu passar na rua, em sua charrete, e comentou: “Veja ali: O bispo é velho; a charrete é velha; o cocheiro é velho; o burro é velho... Tudo velho!”

Em Afonso, só não era velho o amor que ele carregava no peito. Amor a Cristo e à copiosa Redenção que Cristo deixou, e que precisa ser distribuída.

Enquanto a saúde nos permitir, nós queremos dedicar-nos com generosidade ao serviço da Santa Igreja e do próximo.


Pão velho

Um dia, uma senhora ouviu tocar a campainha da sua casa e foi atender. Era um menino pobre. Ele disse: “A senhora tem pão velho?” Ela falou: “Novo serve?” “Sim” respondeu ele, todo acanhado.

Ela foi lá dentro e veio com um pedaço de bolo, leite com café e outras coisas gostosas. Enquanto ele comia, ela sentou-se ao lado e começaram a conversar.

Perguntou: “Filho, onde você mora?" "Depois do zoológico" disse o garoto. A senhora comentou: "Bem longe, hein!" “É”, respondeu ele. “Mas eu venho aqui ao centro porque tenho de pedir as coisas para nós comermos".

A mulher perguntou:
- “Nós quem?”
- “Eu, minha mãe e meus irmãos”.
- “Você está na escola?”
- “Não. Minha mãe não pode comprar o material escolar”.
- “Seu pai mora com vocês?”
- “Ele sumiu”.

E o papo continuou, até que ela disse:
- "Vou buscar o pão”.
- “Não precisa não. A senhora já conversou comigo, isso é o suficiente”.

E o menino queria ir embora. Só com muito custo, esperou que ela buscasse o pão e uma caixinha de leite.

Ele ficou tão contente de conversar com uma senhora distinta, que nem queria dar trabalho a ela, de ir buscar pães. Queria salvar a amizade.

Aquela senhora comentou depois: “Eu tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquele menino. Um garoto de nove anos, sem sonhos, sem brinquedos, sem escola, sem comida... E tive a felicidade de ver seus olhinhos brilharem, refletindo dentro da pupila o meu rosto.

Aquele dia foi muito rico para mim. E está sendo até hoje, porque sei onde ele mora, e de vez em quando eu e meu marido vamos à casa deles”.

Devemos dar ao pobre o que é melhor para ele, o que nem sempre é o que ele pede.


O quarto dos espelhos

Havia, certa vez, uma casa que tinha um quarto chamado quarto dos espelhos. As paredes eram todas revestidas de espelhos, do piso até o teto. As crianças gostavam de levar cães para esse quarto. Alguns abanavam o rabo e até brincavam com o colega do outro lado.

Mas a maioria, ao ver cães dos quatro lados, ficavam bravos. Os “colegas” também ficavam, pronto. O animal acabava batendo o focinho nos espelhos.

Quem vive na verdade, não tem medo de olhar de frente para si mesmo. Essas pessoas gostam do silêncio e da contemplação, porque assim podem interiorizar-se.

A alma transparente manifesta-se em um olhar tranquilo, um rosto sereno e um sorriso aberto, irradiando paz e felicidade.

Maria Santíssima era totalmente “sim”. Peçamos a ela que nos ajude a amar a verdade e sempre honrar a nossa palavra dada. Maria do “sim”, rogai por nós.


Agar não queria ver seu bebê morrer

O capítulo 16 do livro do Gênesis conta que Abraão teve um filho com a sua escrava, chamada Agar. Naquele tempo era permitida a poligamia. Mas a esposa de Abraão, Sara, não gostou nada da história. Foi só a criança nascer, ela expulsou Agar de sua casa.

Agar pegou o filhinho e saiu, sem rumo, pelo deserto. Levou apenas um corote de água e um pouco de comida, o que ela podia carregar.

Depois de muito caminhar, a água acabou e a comida também. Naquele calor do deserto, onde só se via pedra e areia quente, o menino começou a chorar de sede. Agar então perdeu a esperança. Colocou o bebê sobre uma pedra e retirou-se a uns cem metros, a fim de não vê-lo morrer. Lá, ela se sentou em uma pedra, cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar.

Nesta hora, um anjo do Senhor lhe apareceu e disse: “Que moleza é esta, Agar! Você ainda tem forças! Pegue o menino, ande mais um pouco e encontrará água!”

De fato, ela pegou a criança e, andando mais um pouco, já avistou um poço. Foi lá, deu água para o bebê e ela também tomou à vontade, salvando os dois.

Este menino se chamava Ismael. Ele cresceu e tornou-se o pai de um povo numeroso, os Ismaelitas, que existe até hoje e é uma parte do povo árabe.

A certeza do amor de Deus acaba com o nosso desânimo.

Maria Santíssima encontrou também muitas pedras, e até barreiras em seu caminho. A primeira veio logo na Anunciação: “Como acontecerá isso, já que eu não convivo com um homem?” (Lc 1,34). Mas o anjo logo retirou essa pedra: “O Espírito Santo descerá sobre ti...”

Quando S. José queria deixá-la, foi outra pedra no seu caminho. Mas Deus interveio e, através de um sonho, anunciou a José a sua sublime vocação de pai adotivo.

As sete dores de Maria foram sete pedras, e foram todas removidas. Vamos pedir a ela que nos ajude também a remover todas as pedras que aparecerem em nosso caminho.


A casa amarela

Certa vez, uma catequista estava falando para as crianças sobre o Céu. E perguntou onde fica o Céu.

Um menino de nove anos disse: “Eu sei onde fica o Céu”. Todos olharam para ele curiosos. A catequista perguntou: “Onde fica?” Ele respondeu: “O Céu fica numa casa amarela, que tem um portão de ferro azul e um jardim na frente”.

“Quem mora nesta casa amarela?” indagou a catequista. O garotinho estranhou a pergunta e disse: “Ora! Eu, minha mãe, meu pai e meus irmãos! Tem também um gato e um cachorrinho”.

“Por quê”, insistiu a catequista, “a sua casa é o Céu?” O menino disse: “É porque eu sempre ouço minha mãe falar: A nossa casa é um Céu!”

A cor amarela representa o ouro. Maria Santíssima, a Rainha do Céu, na Ladainha é chamada de Casa de Ouro, porque o seu seio abrigou o Rei do universo, que é representado pelo ouro, o rei dos metais.

Vamos convidar Maria para morar na nossa casa, a fim de que ela nos ajude a transformá-la em um Céu.


Pedro Chanel consulta N. Senhora

No começo do Séc. XIX, havia na França um adolescente de quinze anos, que era seminarista. Ele se chamava Pedro e tinha o apelido de Pedrinho.

Pedrinho estava achando os estudos muito difíceis, e a vida no seminário muito pesada. Deu-lhe a vontade de sair do seminário. Um dia, ele resolveu fugir. Arrumou sua malinha, ganhou a rua e estava voltando para a casa dos pais.

Logo na frente, encontrou-se com uma velhinha que lhe perguntou: “Pedrinho, para onde você vai com essa mala? Vai viajar?” Ele respondeu: “Eu vou-me embora. Os estudos estão muito difíceis e a vida do seminário está muito apertada”.

A velhinha perguntou: “Você já consultou Nossa Senhora? Já falou com a mãezinha do Céu?” “Não!” respondeu o menino.

Na hora, ele voltou, ajoelhou-se na frente de uma imagem de Nossa Senhora e rezou. Resultado: desistiu de ir embora, e ficou no seminário.

Foi ordenado padre, morou muitos anos na Oceania como missionário. Lá, foi sagrado bispo, e morreu mártir. É o nosso conhecido e querido São Pedro Chanel.

A oração, às vezes, nos faz mudar de rumo, de uma hora para outra. Maria ama muito a obra redentora do seu Filho. Não só ama, mas colabora. Ela está interessada em nos ajudar a perseverar na nossa vocação cristã.


A figueira que não resistiu ao vendaval

Havia, certa vez, uma alta figueira, cujo tronco era bem grosso. Os animais gostavam de ficar debaixo dela, por causa da sombra que ela fazia. Também os jovens faziam piquenique debaixo da figueira, nos fins de semana. Ela era bonita e frondosa. Tinha folhas o ano inteiro.

Um dia, deu um vendaval e a figueira caiu. Aí que descobriram que ela estava oca. Sem ninguém perceber, as brocas comeram todo o miolo daquela bela árvore.

Pelo batismo, Deus fez de nós uma frondosa figueira. Somos participantes da natureza divina e as pessoas buscam apoio em nós.

Além disso, temos a missão de testemunhar Jesus para a sociedade. Não podemos deixar que a broca do pecado nos corroa por dentro, pois assim não resistiremos aos vendavais do mundo corrompido que sopra contra nós.

Que Maria Santíssima nos ajude a ser árvores frondosas, em cuja sombra as pessoas podem se abrigar.


O melhor Natal

Anos atrás, um pai saiu para o trabalho, dia 24 de dezembro. Em casa, ficaram a esposa e os quatro filhos. As crianças esperavam um presente de Natal.

Quando o pai chegou, à noite, disse: “Eu pedi ao patrão um adiantamento, mas ele disse que não podia dar. Por isso, comprei para vocês apenas esta maçã". E lhes deu a bela e cheirosa maçã.

A mãe a partiu em quatro partes, uma para cada filho.

Quem contou essa história foi um desses filhos que hoje é moço, já formado e bem empregado. E ele acrescentou emocionado:

“Depois disso, eu já saboreei muitas maçãs. Mas nunca mais comi uma tão gostosa como aquela. E aquele Natal nosso foi o mais delicioso da minha vida. Foi pobre, mas cercado de amor”.

Em quantas famílias acontece o contrário: Natal rico, mas pobre de amor. Que isso não aconteça em nossas casas.


Constrangimento saudável

Certa vez, alguns dias antes do Natal, uma garotinha perguntou aos pais se podia convidar uma colega da escola para a Ceia de Natal. Os pais permitiram.

Na hora da festa, a convidada chegou. Ela deixou todos constrangidos. Era uma menina muito pobre, mal vestida e suja, com os cabelinhos despenteados. Isso, numa sala onde todos estavam perfumados e vestidos com roupas finas.

Aquela criança que convidou sua amiga foi, sem perceber, uma profetiza. Ela mostrou que o Natal não deve ser festejado de maneira isolada dos necessitados, pois Jesus nasceu na extrema pobreza.

E aquela garota convidada era, ali, a mais parecida com o aniversariante.

Que a festa do Natal nos ajude a trazer para a nossa casa as lições que Deus nos quis dar na gruta de Belém.


O passeio do Menino Jesus

Certa vez, no dia do Natal, uma catequista entrou na igreja para rezar, e viu que o Menino Jesus não estava no presépio.

Ele saiu fora da igreja e viu um menino na calçada, puxando um caminhãozinho, no qual estava o Menino Jesus.

Ela disfarçou a surpresa, aproximou-se do garotinho, pôs a mão no seu ombro e disse: “Você está brincando um pouquinho, não é?” O menino respondeu:

“Sim. É porque eu prometi para Jesus que, se eu ganhasse um caminhãozinho, ia dar uma voltinha com ele. Mas eu já dei a voltinha e estou voltando para colocá-lo de novo no presépio”.

Na sua inocência, aquela criança nos deu uma boa dica para o tempo do Natal: Levar o Menino Jesus para fora da igreja, e carregá-lo conosco.

E se alguém nos perguntar por quê, vamos responder claramente: É porque eu fiz uma promessa. Prometi no meu santo Batismo. Fiel serei, por toda a vida.

Maria Santíssima carregou o Menino Jesus em seu seio e em seus braços. Que ela nos ajude a reproduzir, hoje, e aqui, o seu gesto.


O papagaio que falava palavrões

Certa vez, uma família convidou o padre da paróquia para almoçar na sua casa, no domingo. A família tinha um papagaio, devidamente registrado no Ibama.

Durante a refeição, o padre percebeu que o papagaio estava com o bico amarrado com uma tira de pano. Curioso, perguntou por que aquilo.

“É porque ele fala muito palavrão”, responderam. “Nós ficaríamos com vergonha aqui, se ele falasse na frente do senhor”.

Ficou pior! O concerto ficou pior que o soneto. Papagaio não tem inteligência; ele simplesmente repete aquilo que ouve com frequência.

E o fato de amarrarem o bico dele, para o padre não ouvir, mostra que a família tinha consciência de que é errado falar palavrões. Mostra ainda que, mesmo sabendo que é errado, queriam dar uma de santos diante do padre, o que caracteriza a atitude farisaica.

Portanto, foi muito pior amarrar o bico do papagaio, do que se não tivessem amarrado e a ave falasse os palavrões.

“Não há nada oculto que não seja revelado”, mesmo que seja por um papagaio. Há vários tipos de palavrões: Se é baixaria em torno de sexo, o povo chama de “boca suja”. Se é falar mal dos outros, o povo chama de “linguinha afiada”. Se é zombar das coisas santas, como o casamento, ou das pessoas consagradas a Deus, é sacrilégio.

Deus nos livre disso! Mãe Imaculada, rogai por nós.


O feitiço contra o feiticeiro

Certa vez, numa faculdade, estava marcada uma prova para uma segunda-feira.

No final de semana, quatro alunos saíram em um carro, para um passeio a outra cidade. Gostaram do passeio e acabaram ficando por lá, também na segunda-feira, não comparecendo na prova.

Na terça-feira, antes de começar a aula, eles se dirigiram ao professor e disseram: “Fizemos um passeio em tal cidade. Aconteceu que, na viagem de volta, um pneu do carro furou e não tínhamos estepe nem havia borracharia perto. Foi um imprevisto. Por isso não conseguimos chegar aqui em tempo para fazer a prova. Pedimos ao senhor que a repita, só para nós”.

O professor foi compreensivo e disse: “Sim. Vocês podem fazê-la amanhã após o almoço”.

Eles estudaram bastante. No outro dia, na hora marcada os quatro chegaram à faculdade para fazer a prova. O professor os colocou, cada um em uma sala, e passou pelas salas entregando a folha com as perguntas. Eram apenas duas:

Primeira, valendo um ponto: Descreva a lei de Ohm. Os quatro haviam estudado a lei e responderam com facilidade.

Segunda pergunta, valendo nove pontos: Qual pneu do carro furou? Dançaram!

Mentira tem perna curta.


A toalha de Penélope

Existe um casal mitológico, da Grécia antiga, chamados Ulysses e Penélope. Ulysses ficou célebre devido à guerra de Troia, na qual aconteceu o caso do Cavalo de Troia.

Terminada a guerra, Ulysses voltava para casa, pelo mar, e a embarcação desviou-se da rota e se perdeu. Assim, ele ficou errante, em muitas regiões, durante dez anos.

Como ele não chagava em casa, e Penélope não sabia do paradeiro do marido, apareceram alguns pretendentes querendo casar-se com ela. Mas Penélope continuava firme na fidelidade ao esposo.

Entretanto, a insistência era tanta, pois ela era uma mulher muito bonita, que Penélope passou a dizer aos pretendentes que só se casaria depois que terminasse de tecer uma toalha que ela estava tecendo.

Mas Penélope, à noite e sem ninguém ver, sempre desmanchava o que havia tecido no dia anterior. Assim, dez anos depois, Ulysses, ao voltar, encontrou a esposa fiel a ele, para alegria dos dois.

Sempre é possível evitar o pecado. Deus nos inspira algum recurso, mesmo que seja desmanchar, à noite, um trabalho feito no dia anterior.


Capitalismo selvagem

Certa vez, uma viúva pobre e mãe de quatro filhos pequenos, foi de manhã à padaria comprar um litro de leite.

Ela disse ao o dono da padaria: “Por favor, meus filhos estão com fome e eu não tenho dinheiro agora. O senhor me vende um litro de leite? Daqui a uma semana eu vou receber um dinheiro e pagarei”.

O homem lhe disse friamente: “Desculpe, minha senhora, mas nós aqui não vendemos fiado”.

E foi logo atender outra senhora. Esta lhe disse: “Eu quero um litro de leite tipo B, para dar aos o meu cachorro”. Com um sorriso, o dono da padaria lhe vendeu o leite e ela voltou para casa, enquanto a viúva saía de mãos vazias.

Maria Santíssima, através do seu hino Magnificat, mostrou-se indignada com esse tipo de sociedade. No Reino de Deus, quem vai voltar de mãos vazias é a dona do cachorro, disse ela.


A roupa suja da vizinha

Certa vez, um casal mudou-se para uma cidade pequena. No dia seguinte, na hora do almoço, a esposa comentou com o marido: “Essa vizinha não lava roupa direito. Olhe lá no varal, as manchas!”

Dias depois, ela comentou novamente: “Que mulher porca! Dê uma olhadinha no varal!”

O esposo não falou nada. Mas, quando chegou do serviço, ela tinha saído de casa e ele aproveitou para limpar os vidros da janela.

Foi só a vizinha lavar roupas novamente e estender no varal, a esposa comentou: “Interessante. A vizinha aprendeu a lavar roupa. Olhe agora no varal, como estão limpinhas”.

O esposo disse: “Querida, o que aconteceu foi que eu limpei os vidros da nossa janela!”

“A lâmpada do corpo é o olho: se teu olho for transparente, ficarás todo cheio de luz. Mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas” (Mt 6,22-23). Quem é humilde, enxerga os próprios defeitos, mais que os dos outros. E assim está aberto à graça de Deus.


Cuidado com as palmas

Certa vez, um casal de filhotes de pernilongo ficou crescidinho. Então a mãe lhes disse:

“Filhinhos, vocês agora podem sair pelo mundo e procurar alimento. Podem entrar em qualquer ambiente. Só lhes faço uma recomendação: Cuidado com as palmas!” Claro, as palmas podem matar pernilongos.

A mesma recomendação vale para nós. Cuidado com as palmas! Elas podem nos envaidecer, deixar-nos cheios de si, orgulhosos, convencidos e arrogantes, afastando-nos, assim, de Deus.

Na vida pública de Jesus, quando ele fazia um milagre espetacular, mostrando ser um súper-homem, sempre recomendava: “Não contem para ninguém” (Mt 17,9). Só no Evangelho de S. Marcos, veja quantas vezes aparece essa recomendação: 1,14-25; 1,33-34; 1,42-44; 3,11-12; 5,41-43; 7,35-36; 8,29-32; 9,2-13; 9,31-35; 10,32-45...

Maria Santíssima também não era vaidosa. Quando o Filho era aclamado, ela não é citada, porque estava escondida, certamente cuidando da logística do grupo e da alimentação. Mas, na cruz, naquela extrema humilhação para ele e a mãe, lá estava ela, de pé, participando das humilhações. Humilde serva do Senhor, rogai por nós.


A beleza e a feiura trocam de roupa

Certa vez, a beleza e a feiura encontraram-se numa praia. As duas resolveram tomar banho. Tiraram suas roupas e puseram-se a nadar nas águas azuis e belas.

Após um tempo, a feiura voltou à praia, vestiu-se com os trajes da beleza e foi-se embora.

Minutos depois, a beleza também resolveu sair. Como não encontrou suas roupas, vestiu-se com as roupas da feiura, seguindo o seu caminho.

Daí para frente, as pessoas confundiram e não sabiam mais distinguir qual das duas era a beleza e qual era a feiura.

A roupa, ou a aparência, não é o mais importante em nós. Nem a cor da nossa pele, a cultura, ou a quantidade de bens que possuímos, nos distingue.

O que vale é o fato de sermos filhos e filhas de Deus, o que nós iguala a todos. Por isso, devemos tratar as pessoas igualmente, sem discriminar ninguém.

A mãe vê seus filhos todos iguais, e quer que os oprimidos sejam libertados. Que a nossa Mãe do Céus nos liberte, tanto das correntes como dos preconceitos.


A astúcia do réu

Certa vez, na antiguidade, um homem foi acusado injustamente de ter assassinado uma mulher. Quem a matou foi outro homem, que era influente no reino. Por isso, arrumaram esse "bode expiatório".

No dia do julgamento, o juiz, que fora "comprado" pelo verdadeiro assassino, resolveu decidir a questão através de um sorteio.

Aberta a sessão, ele mostrou para o réu e para todos os presentes uma sacola de pano e disse: “Dentro desta sacola estão dois papeizinhos. Em um deles está escrito: ‘Inocente’ e no outro: ‘Culpado’. O próprio réu vai pegar um desses papeis. Aquele que ele pegar será a sua sentença”.

O acusado rezou em silêncio: “Senhor, tenho família para tratar, livra-me da forca! Ajuda-me neste momento difícil!” Em sua casa, a família também estava rezando.

Na hora, o homem teve uma inspiração. imaginou que, para condená-lo, escreveram “culpado” nos dois papeizinhos. Por isso, na hora em que o juiz o mandou pegar um dos papéis, ele enfiou a mão na sacola e, mais que depressa, pegou um dos papeizinhos e o engoliu.

Foi aquela surpresa para todos. Ele então disse: "É muito simples, Senhor Juiz. É só Vossa Excelência ler o papel que ficou na sacola e saberá qual engoli".

Todos os jurados concordaram. Assim, o juiz não teve outra saída senão abrir o outro papel e ler: "Culpado". Pronto, na hora o homem foi declarado inocente, e solto.

Em Jesus, Deus a força de seu braço. Com ele, o deserto será transformado em mata verde. Não existe nada e ninguém mais forte nem mais inteligente que Deus. E nada é capaz de barrar o avanço do seu Reino.


Mulher grávida não é acolhida

Certa vez, um rapaz e uma moça, que moravam numa cidade grande e pertenciam ao grupo de jovens de uma paróquia, resolveram fazer um teste.

Alguns dias antes do Natal, eles vestiram roupas de mendigos, maquiaram-se de andarilhos, ela aumentou a barriga, fingindo estar grávida, e saíram à noite pelas ruas de um bairro rico.

Apertavam o interfone das casas e pediam hospedagem. O resultado foi o esperado: Receberam orientações, endereços de albergues e tudo o mais. Menos acolhida.

A sociedade pecadora continua a mesma do tempo de Jesus. Mudou apenas de cara e cultura, mas a mentalidade é idêntica. O egoísmo fecha-nos, torna-nos preconceituosos em relação aos necessitados, insensíveis e de coração duro como pedra.


A hospitalidade que custou a vida

Na década de 1970, aconteceu, em Honduras, um fato tocante. O País vizinho, El Salvador, estava em guerra interna. Foi nessa época que o Sr. Bispo de San Salvador, Dom Oscar Romero, foi assassinado.

Havia, em Honduras, um casal católico, Sr. Elpídio e Dona Vitória, que moravam em um sítio.

Devido à guerra, seis famílias de El Salvador atravessaram a fronteira clandestinamente e foram acolhidas pelo casal, em sua casa. Eles dividiam entre si o espaço e o pouco que tinham de alimentos. Também os vizinhos ajudavam.

Os guerrilheiros de El Salvador localizaram as famílias fugitivas e ameaçaram o Sr. Elpídio: “Se você não mandar embora da sua casa esse povo, nós o mataremos”. Ele respondeu: “As famílias não têm para onde ir. Se me matarem por ter acolhido a elas, que assim seja”.

Um dia, veio um aviso de que na fronteira entre os dois Países havia uma doação grande de alimentos para eles. Elpídio, junto com um dos abrigados, foram buscar.

Na volta, Elpídio foi assassinado a tiros, carregando nas costas 60 kg de alimentos. O companheiro escapou.

Dona Vitória disse para as famílias acolhidas: “Vocês podem ficar tranquilos, porque vão continuar aqui em casa. Daqui para frente, eu ocupo o lugar do meu marido”.

“Quem nos separará do amor de Cristo?... Nada. Nem a morte” (Rm 8,35). Sr. Elpídio deve estar brilhando no Céu como uma estrela.

Maria Santíssima está no Céu em corpo e alma. Que ela nos ajude a ser testemunhas do seu Filho, na vida e na morte.


O cão e a vida futura

Certa vez, um grupo de católicos estava reunido na casa de um deles, para reavivar a sua fé. Havia um senhor que participava pela primeira vez. Naquela noite, o tema era o nosso destino futuro. Eles não chegavam a um acordo sobre como será a vida após a morte.

De repente, ouviram um barulho de arranhões e ganidos, do outro lado da porta. Abriram. Era o cachorro do novo membro do grupo, que estava ali, querendo estar junto com o seu dono. Foi só abrirem a porta, o cão entrou e, cheio de alegria. Sentou-se ao lado do seu dono e ali ficou.

Estava aí a resposta. O cachorro nunca havia entrado naquela casa. Mas entrou sem medo, porque sabia que seu dono estava lá. Nós também sabemos muito pouco a respeito da vida futura, mas sabemos que nosso dono, e nosso grande amigo, que é Cristo, está lá. E isso nos basta.


Aluno cola sem olhar para cima

Certa vez, dois adolescentes estavam conversando, e um disse: “Hoje eu colei na prova. Observei bem e vi que ninguém estava me vendo”.

“Mas você não olhou para todos os lados”, disse o colega. Ele respondeu: “Olhei sim. Olhei para frente, para trás, à minha direita e à minha esquerda”. “Você não olhou para cima”, explicou o amigo. “Deus estava vendo você”.

Este menino deu um belo testemunho diante do colega que errou, colando na prova. Ele foi uma luz de Deus na vida do companheiro.

Maria Santíssima é a Estrela da Manhã, anunciando o Sol Nascente que é Cristo. Que ela nos ajude a sermos luz do mundo, uma luz cada vez mais brilhante.


O Terço de miolo de pão

No tempo da segunda guerra mundial, uma senhora contou a seguinte história, acontecida com ela:

“Quando eu e minhas colegas fomos levadas para o campo de concentração, na Rússia, nossos Terços foram recolhidos. Começamos então a rezar contando as Ave Marias nos dedos.

 Um dia, uma de nossas companheiras teve uma ideia. Foi quando comíamos nossa minguada porção de pão.

Ela separou o miolo, misturou com água, amassou bem e fez dezenas de bolinhas. Depois de secas, nós as furamos com cuidado e ligamos as bolinhas por um barbante. Até a cruzinha foi feita com miolo de pão. Estava feito o primeiro Terço de pão da História.

E assim foram feitos outros Terços para as demais companheiras. Poucos dias depois, fomos denunciadas e chamadas a depor perante o oficial do campo de concentração.

Mas aconteceu o inesperado. Ele ficou tão admirado com a nossa fé e a nossa criatividade, que resolveu dar-nos a liberdade.

Assim, acabamos sendo libertadas por causa de um Terço de miolo de pão. Ou melhor, fomos libertadas através da intercessão de Maria Santíssima, que gostou do nosso Terço, fruto da nossa fé e perseverança.

Este fato nos faz lembrar o pequeno Davi que enfrentou o gigante Golias e o venceu, com uma pequena pedra de estilingue (Cf 1Sm 17,49).


O cego de Jericó e a varinha

Certa vez, dois rapazes, o João e o José, estavam examinando uma pintura de um célebre artista, que retratava a cura do cego de Jericó (Cf Mc 10,46-52).

O João perguntou ao José: “O que lhe parece que é mais notável nesta pintura?” O José respondeu: “Tudo é excelente: A forma dada a Cristo, as pessoas agrupadas, a expressão do rosto do cego... Tudo”.

O João pareceu achar o toque mais importante em outro lugar. Apontando para a estrada que passava ao lado, ele disse: “Você vê uma varinha descartada ali?” “Sim” respondeu o José. “Mas o que tem a ver isso?” O João explicou:

“Meu amigo, o toque mais importante está naquela varinha. O cego estava sentado naquela pedra ali, tinha na mão a varinha que os cegos usam para andar. Mas quando ouviu falar que era Jesus que passava, jogou a varinha longe. Isso porque ele estava certíssimo de que seria curado, e assim deixaria de usá-la. Cheio de alegria, ele foi pulando em direção ao Senhor, como se já estivesse recebido a graça”.

De fato, todos os milagres de Jesus são precedidos de um ato de fé da pessoa. E várias vezes ele falou: “A tua fé te curou”. Também hoje os milagres acontecem, mas somente se tivermos fé, isto é, se acreditarmos que realmente o milagre vai acontecer.

Maria Santíssima, no Magnificat, fez a mesma coisa: Cantou as maravilhas operadas pelo seu Filho, antes mesmo de ele nascer.


O senhor tem mais um?

Certa vez, um pai e seu filho de seis anos estavam andando numa calçada, e o pai encontrou-se com um amigo. Os dois se alegraram com o encontro e começaram a conversar.

A certa altura, o homem tirou do bolso um bombom e deu para o garoto. O menino, mais que depressa, desembrulhou o bombom e o começou.

O pai perguntou ao filho: "O que que fala?" O menino olhou para o homem e disse: "O senhor tem mais um?"

Muitas vezes, nós também agimos assim. Em vez de agradecer, pedimos mais. Fazemos isso não só com o próximo, mas principalmente com Deus. Recebemos diariamente tantas coisas dele, e sempre pedimos mais, sem nos lembrar de agradecer.

Que a nossa reação diante dos favores recebidos não seja “O senhor tem mais um?”, mas “Muito obrigado!”

Quando curou os dez leprosos, Jesus reclamou que só um voltou para agradecer (Cf. Lc 17,11-19).

“Irmãos, sede agradecidos. Cantai a Deus, em vossos corações, com Salmos, hinos e cânticos inspirados pelo Espírito. E tudo o que disserdes ou fizerdes, que seja sempre no nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a Deus Pai” (Cl 3,16-17).

A palavra “Eucaristia” significa ação de graças. A Missa é uma festa de agradecimento a Deus.


Não esconda seus bolinhos

Certa vez, numa tarde, uma jovem senhora, recém-casada, estava fritando bolinhos de chuva para o marido que ia chegar.

Olhando pela janela, viu que a vizinha estava vindo à sua casa. Mais que depressa, despejou os bolinhos num prato, cobriu com outro prato e pôs na prateleira de cima. Depois guardou a panela no forno do fogão e foi receber a amiga.

As duas foram para a cozinha e a vizinha sentou-se de frente à prateleira onde estavam os bolinhos. A dona da casa sentou-se do outro lado da mesa, de costas para a prateleira.

O assunto entrou nos falecidos da família. Uma descrevia, com saudades, um ente querido que morreu, e a outra fazia o mesmo.

A vizinha logo viu, pela fresta dos dois pratos, os bolinhos. Aconteceu que, sem a dona da casa ver, o gato subiu na prateleira, enfiava a patinha entre os pratos, pegava um bolinho e comia.

Então a vizinha comentou: “Pois é, comadre, a vida é assim: De um em um, vão indo todos”. O gato pegava mais um bolinho e a vizinha repetia a frase. A dona da casa, sem saber que se tratava dos bolinhos, confirmava e contava mais uma história de falecido.

Nós não podemos ser mesquinhos, especialmente com os vizinhos, pois de vez em quando um precisa do outro. E mais: De um em um, todos vamos morrer, e o que fica é o testemunho que demos e o amor que tivemos uns pelos outros.

Só o amor que praticamos uns pelos outros, passa para a outra vida. O resto, de um em um vão indo todos, e vão apagando na memória, até dos parentes.

Maria Santíssima amou tão bem a Deus e ao próximo que, mesmo depois que foi para o Céu, a sua memória perdura de geração em geração e todos a chamamos de bem-aventurada. Que ela nos ajude a nunca escondermos dos nossos vizinhos os bolinhos de chuva.


O mandarim e o seu manto

Certa vez, um homem recebeu a notícia de que acabava de ser nomeado mandarim. Mandarim era um alto funcionário público na China antiga, que mandava em todos os funcionários do palácio e era conselheiro do rei. Foi daí que surgiu a palavra “mandar”.

O homem ficou muito feliz com a promoção. Agora sim, pensou ele, serei um grande homem aqui no reino. Preciso então providenciar logo uma roupa adequada, que faça jus à minha nova posição e à minha dignidade.

Foi ao alfaiate mais famoso do reino e lhe pediu que fizesse para ele o manto próprio de mandarim. O alfaiate tirou todas as medidas, cuidadosamente, depois perguntou ao cliente: “Há quanto tempo o senhor é mandarim?” O homem estranhou a pergunta e disse: “O que tem a ver isso com o manto?”

O alfaiate explicou: “Acontece que um mandarim recém nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Por isso tenho de fazer a parte da frente do manto maior que a de trás.

Agora, anos mais tarde, quando ele está ocupado com o seu trabalho e cansado, devido aos transtornos advindos do cargo, ele fica mais sensato e costuma olhar para frente, a fim de ver o que vem na sua direção e o que precisa ser feito. Aí eu costuro o manto de modo que as partes da frente e de trás tenham o mesmo comprimento.

Mais tarde, depois que o seu corpo está curvado pelos anos de trabalho e ele está mais humilde devido às humilhações que sofreu, então eu faço o manto de forma que as costas fiquem mais longas que a frente. Por isso que eu preciso saber do senhor há quanto tempo está neste cargo”.

O novo mandarim saiu da alfaiataria pensando menos no manto e mais na explicação do alfaiate. Naquele dia, ele já recebeu o primeiro impacto, para rebater o seu orgulho de ser mandarim.

“Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4,6). Ninguém é mais que ninguém. Para Deus, todos os serviços têm a mesma dignidade. O prefeito da cidade não está acima do lixeiro; o que vale é o amor e a dedicação que colocamos em nossos serviços.

“Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,26-28).


Deus nos fala de muitas maneiras

Havia, certa vez, um casal que não teve filhos. Por isso, adotaram duas crianças, um menino e uma menina. O menino é deficiente mental. Eles sabiam, mas mesmo assim adotaram.

Uma vizinha ia à casa deles e dizia que Nossa Senhora é uma mulher qualquer, e que imagem é coisa errada. A mãe começou a ser envolvida. Ficou triste, tirou as imagens e o crucifixo de sua casa, e parou de rezar o Terço.

Num domingo, eles estavam sentados no banco da igreja, esperando o início da Santa Missa. Estavam o casal e as duas crianças.

De repente, o menino se levantou, foi lá na frente, abraçou a imagem de Nossa Senhora e lhe deu um beijo. Depois volta para o banco.

A mãe sentiu na hora um grande medo, e ficou maravilhada, pois viu ali a presença de Deus.

Voltando para casa, imediatamente recolocou as imagens e o crucifixo nos seus lugares, voltou a rezar o Terço, e nunca mais teve dúvidas em relação à fé católica.

Ela ficou com medo porque o recado de Deus foi direto. Viu Deus se manifestando a ela claramente, através de uma criança deficiente mental.

Vamos pedir a Maria Santíssima, nossa Rainha, que nos ajude a seguir melhor o seu Filho, o Rei do universo, a fim de não cairmos em tentações.


Os dois senhores

Certa vez, um rapaz, muito angustiado, procurou um sábio, a fim de pedir ajuda.

O sábio, depois de ouvi-lo, levou-o até uma janela de vidro transparente, que estava fechada, e perguntou: “O que você está vendo lá fora?” Ele respondeu: “Ah! Vejo carros passando na rua, pessoas na calçada, crianças brincando, flores bonitas no jardim...”

Em seguida, o sábio tirou da parede um grande espelho, levou-o até o jovem, e fez a mesma pergunta: “O que você está vendo?” “Vejo a mim mesmo” disse o moço.

O sábio explicou: Os dois vidros são iguais. A diferença é que este da parede está revestido, atrás, com uma camada de prata. A prata, ao mesmo tempo em que impede ver o mundo lá fora, leva a pessoa a ver somente a si mesma.

Prata é símbolo do dinheiro. Se nos apegamos demais ao dinheiro, ele nos fecha em nós mesmos, o que nos traz preocupação e angústia. Não vemos a Deus, não vemos o próximo... Nada. Só vemos os nossos interesses egoístas.

“Ninguém pode servir a dois senhores. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc16,13).

Maria Santíssima tinha uma única riqueza: A graça de Deus. Na Anunciação, o Anjo a chamou de: “Cheia de graça”. Que ela nos ajude a servir a Deus e não ao dinheiro.


O maravilhoso bambu

Havia um sitiante que tinha em seu quintal um bambual, no qual havia um bambu que se destacava. Ele era alto, imponente e muito bonito. Seu dono o apreciava muito.

Mas, um dia, o sitiante chegou para este bambu e disse: “Meu querido bambu, eu preciso de você!” O bambu respondeu na hora: “Pois não!” E até se inclinou com o vento, em sinal de disponibilidade.

Mas o dono continuou: “Para o que eu quero de você, devo podá-lo, cortar as suas folhas e os seus galhos”. Nesta hora, o bambu ficou pensativo... Mas recuperou as forças e disse: “Sim. Pode fazer de mim o que o senhor quiser”.

O dono continuou: “Querido bambu, além de podar, devo rachá-lo no meio!” Nesta hora, os outros bambus até pararam de balançar. Os passarinhos se calaram. O maravilhoso bambu inclinou-se mais que pôde e disse: “Senhor, corte-me, divida-me, tome-me por inteiro. Sou todo seu”.

O sitiante cortou-o e fez dele duas grandes bicas. Emendou-as e levou água para a sua horta. As verduras deram boas vindas ao bambu rachado, e começaram a crescer e ficar verdes.

Tudo ficou verde, e a família do sitiante se alegrou, ao colher as verduras e legumes.

“Descubra a felicidade de servir”. “Eu estou no meio de vós como aquele que serve”. “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve” (Mt 23,11).


O monge e as bananas

Certa vez, um grupo de jovens foi visitar um mosteiro. Foram muito bem recebidos pelos monges, e um deles foi mostrar-lhes o mosteiro.

Viram a capela, a biblioteca, o refeitório, a sala de recreio, entraram em um quarto...

Depois que andaram pela casa, saíram para o quintal. Numa varanda, viram um monge cuidando de bananas. Este monge resolveu dar para os jovens uma mensagem.

Pegou uma banana podre e disse: “Esta não serve para comer. Vamos jogá-la fora”. E jogou a banana podre no lixo.

Depois pegou um cacho de bananas verdes e disse: “Estas bananas estão verdes. Ainda não chegou o tempo delas. Por isso vamos guardá-las”. E guardou o cacho.

Em seguida, pegou uma penca de bananas maduras, e explicou: “Estas sim, estão maduras. Agora é o tempo delas. Por isso vamos comê-las”. E distribuiu as gostosas bananas para os jovens.

Aquele monge passou para aqueles moços e moças uma grande mensagem. Quem vive preocupado com o passado, está comendo bananas podres. Faz mal.

Quem vive preocupado com o futuro, está comendo bananas verdes. Também faz mal.

É o tempo presente, simbolizado nas bananas maduras, que está nas nossas mãos. A dedicação ao tempo presente constrói o mundo e é saudável, não faz mal.

Cada dia que amanhece é um novo presente que Deus nos dá. Cabe a nós agradecer-lhe com a nossa vida, dizendo “sim”, e viver este “sim” até o fim do dia.

Maria Santíssima disse “sim” para Deus, desde a sua concepção. E o manteve tão bem que Deus a tomou para si em corpo e alma. Maria do “sim”, rogai por nós.


O seminarista e sua primeira pregação

Padre João Noiman nasceu na Checoslováquia, no Séc. XIX. Seus pais se chamavam Felipe e Inês.

Quando era seminarista, um dia, ele estava em casa, de férias, e o pároco lhe pediu que fizesse a homilia na Missa do próximo domingo. Noiman aceitou e ficou emocionado, pois era a primeira vez que ia fazer uma pregação dentro da Missa.

Quando chegou a hora, o jovem falou bonito. E terminou recitando uma oraçãozinha a Nossa Senhora. As lágrimas correram dos olhos de sua mãe, pois era a oração que ela lhe havia ensinado, quando ele ainda estava em seu colo.

Naquele momento, sem querer, o jovem seminarista mostrou que a vocação sacerdotal depende muito dos pais. A família é a terra adubada onde Deus semeia as vocações.

Quantas mães se esforçam para dar tudo aos filhos, menos ensinar-lhes a rezar! A educação dos filhos precisa ser baseada no tripé: Saúde, estudo e vida cristã. Faltando este último pé, os filhos não se manterão felizes na vida, como um banquinho não pode se manter com apenas dois pés.

Que Maria Santíssima, o missionário redentorista São João Noiman e seus santos pais, nos ajudem a viver bem a nossa vocação.


Por que um discípulo aprendia e o outro não

Havia, certa vez, dois discípulos que acompanhavam o mestre. Um se chamava João e o outro José. Um dia, o José perguntou ao João: “Por que você aprende as coisas facilmente, e eu não?”

O João lhe perguntou: “Por que você acompanha o mestre?” “Para adquirir a sabedoria”, respondeu o José. “E você?” O João respondeu: “Eu vim para conhecer o mestre, conviver com ele e aprender como que ele amarra as sandálias”.

O mesmo vale para os discípulos de Jesus. Ele disse: “Quem acolhe e observa os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14,21).

Cristo só se manifesta a quem o ama e obedece aos seus mandamentos. Quem não o ama, não entende o seu Evangelho. Se alguém se aproxima de Jesus, não por um afeto à pessoa dele, mas para aprender a sua doutrina, nunca a aprenderá.

Ser cristão não é apenas acreditar numa doutrina, mas é encontrar-se com Jesus Cristo, conhecê-lo, amá-lo e segui-lo.


Isso é falta de sabão

Certa vez, um líder católico falou, e muito bem, sobre a Igreja. Mas um homem observou, ironicamente: “Tudo muito bonito. Mas eu sei de tanta sujeira nessa Igreja!”

Enquanto o homem ia enumerando os abusos, inventando ou aumentando outros, o líder observava o colarinho da camisa dele, bastante sujo. E com a mesma sem-cerimônia do interlocutor, apontou para o colarinho e perguntou: “Desculpe a minha liberdade, mas isso é falta de sabão ou defeito de fábrica?” “É falta de sabão mesmo”, respondeu o homem.

O líder continuou: “O mesmo acontece na nossa Igreja. Se existe tanta sujeira, descontando os exageros do amigo, a culpa não é da Igreja, mas dos maus cristãos. Ela tem bons tipos de sabão: Sacramentos, oração, ajuda mútua, etc. Se usássemos esses recursos, tudo seria melhor. A Igreja teria filhos mais limpos. A Igreja seria mais limpa”.

“Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa no Céu” (Mt 5,11,-12).

A maior prova de que a Igreja Católica é a verdadeira é que só ela é perseguida. Os grupos “evangélicos” são separados entre si. Eles só se unem em um ponto: Quando é para combater a Igreja Católica.


A diferença entre o Céu e o inferno

Certa vez, em uma região rural, um grupo de homens estava em uma venda, dessas vendas de roça que funcionam também como bar.

Eles estavam com muita alegria, tomando cerveja. O líder da Comunidade entrou, para comprar algumas coisas.

Um daqueles homens perguntou a ele: “Existe Céu e inferno?” “Sim”, disse o líder. “Então eu quero que você me explique o que é Céu e o que é inferno”. O líder disse: “Céu é isso que vocês estão fazendo agora: Todos unidos, na alegria e na paz”.

Enquanto o líder fazia as comprar, aqueles homens se desentenderam e começaram a brigar. Um deles apontou até para a faca que trazia na cintura. O líder então levantou os braços, parou por um instante as discussões e disse ao que lhe havia perguntado: “Você quer saber o que é inferno? É isto que vocês estão fazendo agora”.

Tanto o Céu como o inferno começam aqui na terra. O que haverá na outra vida será uma continuidade e uma radicalização ou plenificação. Céu, onde está Deus e a sua família, que são os anjos e os santos, é um lugar onde reina a alegria, a união e o amor.

Maria Santíssima é a nossa Rainha, coroada de doze estrelas (Cf Ap 12,4). Ela amava tanto a Deus, que foi escolhida para nos dar O Sol Nascente que é Jesus. Que nós também sejamos estrelas, a fim de que o mundo tenha mais luz.


A sacristã que queria ser santa

Certa vez, uma sacristã falou para o padre: “Senhor padre, eu ouço sempre o senhor falar a respeito da santidade. Eu quero ser santa. O que devo fazer?”

O padre fez de conta que não ouviu e falou de outro assunto.

No dia seguinte, ele chegou à sacristia e foi logo passando o dedo na mesa. Mostrou o dedo sujo de poeira para ela e disse: “Esta mesa está suja, não?” Abriu o armário de paramentos e mostrou para ela as golas das túnicas, também sujas...

A mulher emburrou. À tarde, no final do seu horário de trabalho, ela foi à casa paroquial e disse ao padre que queria deixar o emprego. O pároco perguntou o motivo, e ela disse: “Hoje de manhã o senhor me destratou lá na sacristia!”

O padre então disse: “Mas filha, você não me perguntou o que fazer para se tornar santa? O primeiro passo é cumprir bem os nossos deveres de estado, isto é, as nossas obrigações diárias!” A sacristã entendeu e desistiu de pedir as contas.

Maria Santíssima é a Rainha de todos os santos. Que ela nos ajude a colocar em primeiro lugar na vida a busca da santidade.


Os três espelhos

Havia, certa vez, uma moça que era muito vaidosa. Passava o dia diante do espelho. A família morava na roça.

Um dia, ela mudou-se para a cidade, a fim de estudar.

Aconteceu que, chegando à cidade, ao desarrumar as malas, viu que seu espelho não tinha ido!

Ficou desesperada, e mandou para a mão o seguinte bilhete: “Mãe, mande-me meu espelho com urgência. Eu não consigo viver sem ele!”

A mãe atendeu o pedido, mas resolveu dar uma lição na filha. Providenciou dois quadros do mesmo tamanho do espelho, embrulhou os três separadamente, numerou-os: 1, 2, 3, e mandou para a filha, com o recado: “Abra na ordem: Primeiro o número 1, depois o 2 e por último o 3.

Logo que a filha recebeu, desembrulhou rapidamente o quadro número 1. Levou um susto, pois no quadro havia uma caveira, com a frase embaixo: “Filha, eis o que você será”.

Desembrulhou o segundo quadro e viu uma linda foto de Nossa Senhora, com a frase: “Querida, eis o que você deve ser”.

Finalmente, o quadro número 3 era o espelho dela, com a frase: “Minha filha, eis aí o que você é”.

Aquela mãe, de forma criativa e sábia, chamou a atenção da filha para o essencial da nossa vida, que supera de longe a vaidade de ficar constantemente olhando no espelho.

Realmente, Maria é modelo para todos nós, não apenas para as mulheres.


Depois de seis

No Séc. XIII, havia, na Alemanha, um jovem duque chamado Henrique. Ele era muito amigo de um santo bispo, chamado Dom Wolfgang.

Aconteceu que o bispo ficou doente. Estava mal, e o Henrique foi visitá-lo. O bispo disse a ele: “Depois de seis”. Falou apenas isso e entrou em estado de coma, vindo depois a falecer.

Henrique pensou que seis dias depois ele também ia morrer. Por isso se preparou para a morte. Mas nada, não morreu.

Então ele pensou que a morte chegaria seis meses depois. Passou meio ano se preparando. Mas nada de morrrer.

Já sei, pensou Henrique, é daqui a seis anos que vou morrer. E continuou a sua preparação para a vida futura, dedicando-se à caridade.

Passados os seis anos, ele não morreu, mas foi coroado rei da Alemanha, sucedendo, no trono, a Oto III.

E os dois, tanto o Bispo Dom Wolfgang como o Rei Henrique, foram canonizados. Temos Santo Henrique e S. Wolfgang.

Como Henrique, muitos recebem graças especiais que os ajudam na vigilância. Mas, para nós, as palavras de Jesus são suficientes: “Ficai de prontidão, com as lâmpadas acesas...”, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Senhor virá (Lc 12,35).

Maria Santíssima vivia sempre preparada. Ela tinha a vigilância amorosa de quem espera um grande amor. Por isso, no fim de sua vida terrena, nem precisou morrer, já passou direto para a convivência com a Santíssima Trindade. Afinal, ela é filha de Deus Pai, esposa de Deus Espírito Santo e mãe de Deus Filho. Virgem fiel, rogai por nós.


A mulher mais bela

Certa vez, uma próspera empresa de produtos de beleza pediu aos habitantes de uma cidade grande que enviassem fotografias, acompanhadas de um breve relato explicativo, das mulheres mais belas que eles conheciam. Em poucas semanas, milhares de fotos chegaram à empresa.

Uma chamou a atenção da equipe, e foi levada à mesa diretora. Junto com a foto estava uma carta escrita por um menino pobre da periferia, um bairro de extrema pobreza.

Veja um trecho da carta: “Na minha rua mora uma mulher bonita. Vou à casa dela todos os dias. Ela me faz sentir o menino mais importante do mundo. Jogamos dama, e ela houve os meus problemas. Ela me entende e, quando vou embora, sempre diz bem alto, na porta, que gosta de mim e quer que eu volte”.

E o menino termina a carta dizendo: “Esta fotografia mostra que ela é a mulher mais bonita do mundo”.

A foto trazia uma velhinha sorridente, sem nenhum dente na boca, sentada em uma cadeira de rodas. Os ralos cabelos grisalhos estavam presos em forma de birote, e as rugas, que marcavam o seu rosto, eram suavizadas pelo brilho dos seus olhos.

“Não podemos usar esta fotografia”, explicou o diretor, sorrindo. “Ela mostra para o mundo que nossos produtos não são necessários para uma mulher ser bela”.

“O encanto é enganador e a beleza, passageira; a mulher que teme o Senhor, essa sim, merece elogio” (Pr 31,30).


O palhaço e o circo pegando fogo

Certa vez, havia um circo numa cidade, e este circo pegou fogo. Foi terrível. Era à tardezinha.

Como a equipe não conseguia apagar o fogo, o palhaço saiu pelas ruas, gritando, desesperado, pedindo ajuda para apagar o fogo.

Mas as pessoas, ao vê-lo, em vez de acreditar no que ele dizia, davam risada, pensando ser mais uma palhaçada dele.

Assim, não houve jeito. Em pouco tempo o circo se transformou em um montão de cinzas.

A imagem que damos para o povo da nossa pessoa influi no peso das nossas palavras. Se alguém não dá bom exemplo, quando explica a Palavra de Deus, não convence muito.

Por isso que o povo preferia ouvir Jesus e João Batista, a ouvir os seus líderes.

Maria Santíssima, imaculada, exerceu um profetismo completo, com a vida e com as palavras. Por isso, é a Rainha dos profetas. Que ela nos ajude a reforçar as nossas palavras com o exemplo da nossa vida.


Deus nos protege das tempestades

Havia, verta vez, um menino que era muito sapeca, muito arteiro e irrequieto. Vivia quebrando coisas em casa.

A mãe sempre lhe dizia: “Pára com isso! Jesus não gosta! Jesus fica triste com você!”

Um dia, ele estava andando numa estrada e veio um vento muito forte. O vento era tão forte que levantou uma pedra e esta bateu na testa dele.

O menino pensou: Bem que minha mãe fala que Jesus fica triste comigo! Mas, andando um pouco para frente, o vento aumentou ainda mais.

Havia, na beira da estrada, um crucifixo grande. As pedras que vinham na direção do garoto batiam no crucifixo e caiam no chão, não chegando até ele. Eram pedras que batiam nos braços de Cristo, nas pernas, no seu corpo e até na sua cabeça.

Foi então que o menino entendeu: Não foi o Cristo que jogou aquela pedra nele, mas a tempestade. Cristo fazia o contrário: Segurava as pedras para não baterem nele.

Não é Deus que nos manda as tempestades da vida. Pelo contrário, ele nos protege na hora.


A coroa de flores e a faixa

Certa vez, um senhor faleceu e a esposa foi à floricultura encomendar uma coroa de flores para o funeral.

Quem atendeu foi um rapazinho. Pediu a ele que colocasse uma faixa com as palavras: ‘Descanse em paz’. Pediu que a própria floricultura levasse a coroa ao velório e a colocasse ao lado do caixão do querido esposo.

Uma hora depois, a esposa telefonou à floricultura e disse para o jovem funcionário: "Por favor, acrescente na faixa: ‘No Céu’, se houver lugar".

Quando a esposa chegou ao velório, deparou-se com um vexame. Na faixa estava escrito: ‘Descanse em paz no Céu, se houver lugar’.

Evidentemente, foi um mal-entendido do jovem funcionário, pois era para acrescentar só ‘no Céu’; isso, se houvesse lugar na faixa, sem precisar fazer outra.

No Céu, sempre há lugar para todos nós. Aliás, como disse Jesus, cada um de nós já tem o seu lugar preparado lá: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14,2-3).

Deus Pai deseja que todos nós estejamos um dia ao lado dele, na sua casa. Não só juntos com ele, mas com os anjos e todos os santos e santas, a começar com os nossos parentes. E, se aqui na terra, alguém se afasta de Deus, ele espera a sua volta, como o pai da parábola do filho pródigo.


A boneca feia

Certa vez, numa casa de roça, uma menina de uns seis anos estava sentadinha na porta da sala, com uma boneca de pano no colo.

Passou alguém e disse: “Feia esta boneca, hein?” Ela beijou a boneca com carinho, depois a mostrou para a pessoa e disse: “Veja como ficou bonita agora!”

O amor transforma o feio em bonito, o mau em bom, o chato em simpático, o estúpido em delicado, o detestado em querido, o pecador em santo...

Onde existe amor, Deus aí está. O amor é sempre novo. É ele que dá sentido à vida e dá gosto de viver. O amor tudo suporta, tudo crê, tudo espera. Nada vence o amor.

As três Pessoas divinas se amam tanto, e são tão unidas, que são um só Deus. É neste ambiente de amor que entra quem comunga sempre.

Quando o Ministro da Eucaristia nos dá a comunhão, primeiro ele levanta a hóstia e nos fala: “O corpo de Cristo”. Nós respondemos: “Amém”. Aquele amém é parecido com o “Sim” que Maria deu a Deus, representado, na Anunciação pelo Anjo Gabriel.

Após aquele “Sim”, aconteceu a Encarnação do Verbo. Conosco também acontece algo semelhante. Após o nosso “Amém” na comunhão, o Verbo de Deus “se encarna” em nós, o corpo dele funde-se com o nosso corpo, tornando-nos “uma só carne” com ele.

É importante perseverarmos no nosso “Amém”, como Maria perseverou no seu “Sim”. Os Santos Padres diziam que aquela viagem de Maria, visitando a sua prima Isabel, foi a primeira procissão de Corpus Christi. O Ostensório era o seio de Maria, carregando Jesus. Por isso que Isabel se entusiasmou, e até o seu filho, João Batista, pulou no seu ventre.


Sapato cai, ao entrar no ônibus

Certa vez, um homem, ao entrar no ônibus urbano lotado, um de seus sapatos escapou do pé e ficou para trás. O motorista nem viu.

Mais que depressa, ele tirou o outro sapato e jogou pela janela. O passageiro que estava ao lado perguntou por que ele fez aquilo. O homem disse: “Porque o sapato era bom e novo, alguém pode aproveitá-lo.

De fato, os dois sapatos separados, ambos perderiam o valor. O amor se reveste de mil roupas. Lá no Céu, esse homem vai ganhar um par de sapatos melhor ainda.


Guilhermina, rainha da Holanda

Guilhermina foi rainha da Holanda no final do Séc. XVII. Quando seu pai, o rei Guilherme III, faleceu, ela tinha apenas dez aninhos. Como era a única filha, pois seus dois irmãos haviam morrido, ela recebeu a coroa.

Na festa de posse, a garota estava toda enfeitadinha, em cima de um palanque, recebendo as homenagens.

Em certo momento, ela virou-se para a mãe e perguntou: “Mãe, todo este povo agora vai me servir?” A mãe respondeu: “Não, filha! Você é que vai servir a todo este povo”.

Todo cidadão, toda cidadã consciente é assim, especialmente quem tem cargo político. Só é feliz de fato quem se descobre como servidor. Descubra a felicidade de servir.

Maria Santíssima se via como uma simples serva do Senhor (Cf Lc 1,38). “Ele olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1,48).


Anjo dentro de uma pedra-sabão

Existe, no interior do Brasil, uma pedra chamada pedra-sabão. Ela é fácil de ser lapidada, porque é macia, não se racha e é consistente. Por isso, é muito usada pelos escultores para fazerem obras de arte.

Um dia, um escultor estava, com o seu cinzel, lapidando uma grande pedra-sabão. Um menino, ao passar pela rua, viu a cena e foi-se embora.

Dias depois, o garoto voltou a passar por ali e viu, não mais uma pedra rústica, mas um lindo anjo, e o mesmo escultor fazendo os últimos retoques.

O menino perguntou-lhe, admirado: “Este anjo estava dentro daquela pedra?” “Sim”, respondeu o escultor. “Foi só descobri-lo”.

As crianças são como uma pedra-sabão. Os pais, os professores e nós adultos somos os escultores. Dentro de cada criança existe um anjo ou um demônio, depende dos escultores.

Pela criação e pelo plano de Deus, de cada criança surgirá um anjo. Mas o mundo pecador quer transformá-la em um demônio. Que estejamos atentos.

“Quem acolher em meu nome uma criança, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt 18,5). Acolher uma criança é orientá-la, ensinar-lhe, educá-la. “O pai que poupa a vara odeia seu filho” (Pr 13,24).


A rosa, o vento, a chuva e o lírio

Havia, certa vez, uma flor que vivia sozinha em um descampado. Não havia nenhuma flor perto, e ela gostaria muito de ter uma colega.

Um dia, ela disse ao vento: “Eu sou triste. Ajude-me a encontrar outra flor, para que eu possa ter uma amiga!”

O vento resolveu ajudá-la. Pediu para a chuva, e esta choveu três dias e três noites sem parar. Depois o vento veio, soprou forte, tão forte que a flor se arrancou do chão molhado, com raiz e tudo, e foi cair em um precipício, ao lado do lírio.

Ali, devido ao chão molhado, ela não morreu. Então o lírio lhe disse: “Rosa, como você é linda e como seu perfume é agradável!”

A bela flor lhe disse: “Eu me chamo rosa, é? Não sabia! Não sabia também que sou bonita, nem que meu perfume é agradável!”

E, assim, a linda rosa ficou alegre e feliz.

Jesus é esse lírio, e nós somos o vento. Longe de Cristo, ninguém consegue responder às perguntas fundamentais de vida: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Para que vivo? Longe de Cristo, ninguém descobre as suas qualidades e o seu valor.

Como missionários e missionárias de Deus, somos um vento tão forte que transportamos as pessoas para perto de Cristo. Assim, ninguém viverá só nem será triste e infeliz.

A maior missionária é Maria Santíssima. Ela não apenas nos levou a Cristo, mas trouxe Cristo a nós.


S. Vianney e o homem que “olhava para ele”

S. João Vianney era pároco da cidade de Ars, na França, no Séc. XVIII. É o padroeiro dos padres.

Certa vez, ele começou a observar que todos os dias um homem entrava na igreja e ficava horas ajoelhado, olhando para frente, mas sem dizer nada.

Um dia, o padre aproximou-se dele e perguntou: “O que o senhor faz aqui na igreja, desse jeito, sem dizer nada para Deus?”

O homem respondeu, apontando para o sacrário: “Eu olho para Ele, e Ele olha para mim!”

Esta é a oração de contemplação. As palavras desaparecem e os corações se encontram e se comunicam de maneira muito mais profunda do que através de palavras.

Nas congregações religiosas contemplativas, masculinas e femininas, quando um membro faz aniversário, ganha de presente um dia de retiro, isto é, um dia livre de todas as ocupações, a fim de estar só, com o Senhor. E este é o melhor presente de aniversário.

Se perseveramos firmes na oração, acontece em nós uma evolução, ou um crescimento. No começo, só rezamos orações decoradas. Depois, começamos a falar com Deus espontaneamente. Por fim, até as palavras desaparecem e os corações, o nosso e o de Deus, se tocam, em um encontro de amor. “Quem reza se salva, quem não reza se perde”.


Santa Joana Mola

Havia, certa vez, uma senhora casada, que era médica pediatra. Quando estava no segundo mês de gravidez de seu quarto filho, ela se vê atingida pelo câncer no útero.

Antes de ser operada, embora sabendo do grave perigo que corria se continuasse a gravidez, ela pediu ao cirurgião que salvasse a vida que ela trazia em seu seio. Rezando, entregou-se à Divina Providência.

Com o feliz sucesso da cirurgia, agradeceu intensamente a Deus a salvação da vida que trazia dentro de si.

Passou os sete meses restantes da gravidez na mesma alegria de sempre, e na dedicação à missão de esposa, de mãe e de médica. Temia que seu filho ou filha nascesse doente e suplicava a Deus que isso não acontecesse.

Alguns dias antes do parto, sempre com grande confiança na Providência Divina, ela faz a Deus esta oração: “Senhor, se deveis decidir entre mim e o meu filho, por favor, escolhei a criança!”

Na manhã de 21/04/1962, nasceu a menina, que recebeu o nome da mãe: Joana. Uma criança linda e saudável.

Apesar dos esforços médicos, uma semana depois, dia 28/04/1962, Joana vem a falecer. Tinha 39 anos de idade. Suas últimas palavras foram: “Jesus, eu te amo”.

O seu esposo, Pedro Mola, viúvo, e os quatro filhos, estavam presentes na cerimônia de canonização da italiana Santa Joana Mola, na praça de S. Pedro, em Roma, no ano de 2004.

Hoje, a filha mais nova, Joana, é também médica pediatra. Ela disse aos jornalistas: “Agradeço à mamãe ter sacrificado sua vida por mim. Eu a sinto diariamente junto comigo”.

Que Santa Joana nos ajude a amar mais a pessoa humana, especialmente antes de esta ver a luz do dia. À medida em que cresce em nós o amor à vida humana antes de nascer, cresce também o nosso respeito para com a relação sexual, pois esta é o berço da vida.


O balde furado

Certa vez, um dos monges de um mosteiro cometeu uma falta grave. Chamaram, então, o ermitão mais sábio da região, para ir até o mosteiro julgá-lo. O ermitão se recusou. Mas, insistiram tanto que ele terminou por ir.

Antes, porém, pegou um balde e fez vários furos embaixo. Ao chegar perto do mosteiro, encheu o balde de areia e foi caminhando, enquanto a areia escorria pelos furos e caía no chão.

Os monges o avistaram e vieram ao seu encontro. Um deles lhe perguntou o que era aquilo. O ermitão respondeu: “Vim julgar o meu próximo. Meus pecados estão escorrendo atrás de mim, como esta areia. Mas, como eu não olho para trás, não os vejo”.

Diante da lição, os monges desistiram da punição ao pobre infrator.

Nossos pecados escorrem atrás de nós como a areia daquele balde. “Por que observas o cisco que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave que está no teu olho e, então, enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Lc 6,41-42).

No caso da mulher adúltera, Jesus nos dá o mesmo ensinamento, de forma diferente (Cf Jo 8,1-11).


Maria Santíssima é chamada Mãe de Misericórdia. A virtude da misericórdia nos leva a ser rigorosos conosco mesmos, mas muito compreensivos com as falhas do próximo.

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