PADRE QUEIROZ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Histórias de vida-Março 13



HISTÓRIAS DE VIDA-MARÇO 13


Quem fez este relógio?

Certa vez, um piloto estava sozinho em seu avião pequeno, atravessando a floresta amazônica. O motor foi perdendo força e ele teve de fazer uma aterrissagem forçada, em um rio. Não sofreu ferimentos graves.

Comunicou-se com a torre de controle e informaram que naquele lugar não existia ser humano.

Caminhando um pouco pela mata, enquanto esperava a chegada do resgate, ele encontrou, no chão, entre as folhas secas, um relógio. Viu que estava funcionando!

Seria possível a natureza ter fabricado aquele relógio, por si mesma, sem a ação de um ser inteligente? Evidentemente não. Ou um ser humano passou por ali e perdeu o relógio, ou ele caiu de um avião.

O universo sideral é uma grande máquina em funcionamento, muito mais perfeita e exata que um relógio. Afirmar que Deus não existe é o mesmo que dizer que aquele relógio foi feito ali, por acaso, apenas pela ação do vento.

“São vãs todas essas pessoas nas quais não há o conhecimento de Deus. Porquanto, partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer Aquele que É; nem tampouco, pela consideração das obras, chegaram a conhecer o Artífice” (Sb 13,1).

“Quando olho para o céu, obra de tuas mãos, vejo a lua e as estrelas que criaste: Que coisa é o homem, para dele te lembrares, que é o ser humano, para o visitares?” (Sl 8,4-5).


A saída para a liberdade

Certa vez, na antiguidade, um rei quis testar um prisioneiro. Combinou com o carcereiro e este chegou para o preso e disse: “Existe uma saída nesta cela. Se você encontrá-la e sair, estará livre”. E o carcereiro retirou-se.

O homem começou a procurar. Foi verificar as janelas, mas as grades eram fortes. Depois de muita procura, encontrou, atrás da porta do banheiro, uma pequena porta secreta. Pensou: É por aqui. Saindo por aquela porta, encontrou uma escada. Desceu-a até o fim e não viu saída. Voltou e subiu a escada. Encontrou uma sala totalmente fechada. Procurou em todo canto e não viu nenhuma saída. Depois de procurar até altas horas da noite, desistiu e foi dormir.

No outro dia, apareceu o carcereiro e lhe disse: “Você perdeu a chance. A porta principal da cela estava apenas encostada, sem nenhuma chave ou cadeado!”

O preso se esqueceu de conferir a porta principal. Estava tão acostumado a vê-la trancada, que nem imaginou essa possibilidade.

A oração é esta saída fácil que temos na vida. Tão fácil que muitas vezes não a descobrimos. Na luta para vencer nossos problemas, procuramos outros meios mais complexos e nos esquecemos de usar essa saída tão fácil, apesar de Deus estar ao nosso lado, esperando para nos ajudar.

E, entre as orações, destaca-se a reza do Terço.


O bambu chinês

Existe uma espécie de bambu, chamada bambu chinês, que demora para nascer. Depois que a semente é plantada, não aparece nada fora da terra durante quatro anos, exceto o lento desabrochar de um minúsculo broto. Nesse tempo, o arbusto fica formando raízes.

Quando começa a crescer, ele tem uma resistência incrível. Aguenta a seca, o sol quente... E cresce tanto que chega a atingir vinte e quatro metros.

Que exemplo bonito de persistência a natureza nos oferece! Podemos resumir a lição do bambu chinês com aquele provérbio: “Devagar se vai ao longe”.

Quantas vezes trabalhamos durante anos e anos, sem ver resultado. Mas, quando vem, ele é sólido, resistente e durável.

“Tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2,4). “Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida” (Ap 2,10). “Quem perseverar até o fim, será salvo” (Mt 10,22).


Maneira original de rezar

Certa vez, em um asilo, a Irmã começou a perceber algo estranho em um velhinho. Ele levava o baralho para a capela e lá ficava olhando as cartas.

Um dia, ela resolveu tomar uma atitude. Aproximou-se do vovô e disse: “O senhor precisa rezar aqui na capela, e não ficar mexendo com baralho! Há uma hora para cada coisa”.

Ele respondeu: “Não, Irmã! É justamente para rezar que eu trago o baralho”.

“Como assim?” perguntou a Irmã, espantada. Ele explicou:
- “Quando eu vejo este Ás, lembro-me que há um só Deus.
- Quando pego o Dois, me recordo que Jesus tem duas naturezas: A humana e a divina. A Igreja também é humana e divina.
- Ao ver um Três, logo me vem na cabeça a Santíssima Trindade.
- O Quatro traz para mim os quatro Evangelhos, cada um com a sua riqueza própria.
- Quando pego o Cinco, eu me recordo das cinco chagas de Jesus, que ele sofreu por mim”.

Ao chegar ao Seis, a Irmã pensou: Agora ele vai se enroscar. Mas não. O velho pegou a carta e disse:
- “Este Seis me trás à mente a primeira página da Bíblia: Os seis dias da criação. No sétimo Deus descansou, e determinou que fosse o Dia do Senhor. Por isso que o chamamos de Domingo.
- O Sete me traz na mente os sete sacramentos; penso em cada um deles.
- E o Oito me leva até as Bem-Aventuranças. Eu já as sei de cor.
- O Nove me faz recordar a novena do Padroeiro que fazemos aqui no asilo, que é muito bonita.
- E o Dez me lembra os dez mandamentos da Lei de Deus”.

Impressionada, a Irmã lhe disse: “Meu querido, pode continuar usando o baralho na capela”.


A capela construída em trinta dias

Certa vez, um missionário foi a uma Comunidade rural para iniciar a Santa Missão. Era bem distante da cidade.

A Irmã, que havia preparado o povo para a Missão, escreveu no relatório: “Não existe capela, nem qualquer local grande onde o povo possa se reunir. A Comunidade ficou de construir um barracão coberto com folhas de coqueiro”.

Entretanto, quando o padre chegou, ficou surpreso, ao ver uma capela grande e bonita. Primeiro, ele perguntou o nome daquele local, pensando ter errado o bairro. Mas confirmaram que era ali mesmo.

Então ele mostrou o relatório da Irmã, e perguntou qual o motivo daquela diferença.

Um senhor explicou: “Sr. Padre, depois que a Irmã foi embora, faltava ainda um mês para o início da Missão. Um dia, eu e três colegas estávamos almoçando, na roça, debaixo de uma árvore. Como sempre, estávamos criticando a nossa Comunidade, porque ninguém assume nada.

A certa altura da conversa, eu me levantei e disse: ‘Nós estamos criticando a nós mesmos, pois a Comunidade somos nós. Vamos fazer alguma coisa?”

Nesta hora, o homem se emocionou e não conseguia continuar a explicação. O padre pôs a mão no ombro dele, com carinho, e disse: “Não precisa continuar. Já entendi”.

E, também emocionado, o padre olhou para cima, a fim de contemplar aquela linda capela, construída em trinta dias.

Para que uma Comunidade realize qualquer trabalho, é preciso que alguém assuma, tome a frente e dê o primeiro passo. Aquele desafio do homem: “Vamos fazer alguma coisa?” foi fundamental, não só na construção daquela capela, mas na vida da Comunidade.

Aqueles quatro homens se uniram e, a partir deles, a Comunidade toda se uniu e colaborou.

“Eu sou Igreja”. Diga para você mesmo(a) essa frase, e verá que dentro de você acontecerá uma transformação.


O cavalo que pulava cerca

Havia um homem da roça que tinha um cavalo. Na medida em que o cavalo foi crescendo, começou a pular cerca. O homem levantava a cerca, mas não adiantava; o cavalo saltava por cima.

O homem amarrou o cavalo. Também não adiantou, ele arrebentou a corda. Não havia jeito.

Sem saber mais o que fazer, o homem expôs o problema a um vizinho, um senhor experiente.

Logo que este ouviu o problema, disse: “O cercado em que o cavalo está é muito pequeno. Ele quer mais espaço para correr!”

Pronto, foi só o homem aumentar o tamanho do cercado, o cavalo parou de pular a cerca.

Isso não vale só para cavalos. Vale também para o ser humano, especialmente para crianças e adolescentes. Eles precisam de espaço, de um pouco de liberdade para crescer e desenvolver suas capacidades. Se não lhes damos, eles se tornam rebeldes e desobedientes.

Aí está a arte da educação: Saber ir dando liberdade na medida em que a criança cresce. E, ao mesmo tempo, acompanhar a criança, orientando-a. Unir a firmeza com a ternura, a disciplina com o diálogo.


Cinco kg de carne por cinco kg de manteiga

Certa vez, um sitiante e o dono de um mercadinho fizeram um trato: Toda semana o sitiante levaria para o dono do mercadinho cinco kg de manteiga, e este pagaria com cinco kg de carne. Assim foi feito, durante várias semanas.

Um dia, o dono do mercadinho reclamou com o sitiante. Ele disse: “Eu pesei a manteiga e não deu cinco kg!”

O sitiante respondeu, surpreso: “Acontece que lá em casa nós não temos o peso de cinco kg. Por isso, eu coloco a carne que o senhor me dá, de um lado da balança, e do outro lado vou pondo a manteiga, até chegar ao mesmo nível”.

O dono do mercadinho queria exigir justiça, sendo que ele próprio era injusto!

“Entre o forte e o fraco, o justo e o injusto, a liberdade oprime; é a lei que salva” (Lacordaire).


As cisternas que se comunicavam

Em certa região, havia muitas cisternas. Todas tinham aquela borda, de mais ou menos um metro de altura, feita de tijolos, que em alguns lugares é chamada de boca da cisterna.

As bordas eram todas pintadas e enfeitadas, cada uma de um jeito diferente, numa espécie de competição entre as cisternas. Afinal, era o que todo mundo via.

Algumas até preenchiam a parte interna da borda com algum objeto bonito, para chamar a atenção, se alguém se aproximasse e olhasse para dentro.

As cisternas chegaram até a esquecer do principal delas, que é a água.

Um dia, uma delas, no afã de se enfeitar, tocou a água lá no fundo e teve uma sensação de paz maravilhosa.

Molhou-se toda e percebeu que se refrescou do calor do sol. Ela experimentou uma felicidade que nunca sentira.

Resolveu tirar um pouco de água e jogar na terra, em volta de si mesma. Resultado: Começaram a brotar flores e grama, ficando tudo verde e bonito.

As outras cisternas viram aquela transformação e imitaram. Assim, toda a região tornou-se um jardim.

O interessante foi que elas, um dia, descobriram que eram unidas, pois a água que tinham vinha de uma fonte suberrânea só, que estava na montanha ao lado. Sentiram-se irmãs e começaram a valorizar a montanha.

As cisternas somos nós. Preocupados com a nossa aparência, esquecemo-nos da Água Viva que trazemos dentro de nós. Isto gera um vazio insaciável, que vai encobrindo a graça de Deus, e assim não descobrimos a nossa identidade mais bela: Somos filhos de Deus.


A coruja mal feita

Certa vez, dois rapazes entraram numa loja de lembranças. Um deles era muito crítico e começou logo a ver defeito em tudo. O vaso de flor estava feio, o cavalinho não parecia cavalo...

De repente, viram uma coruja. Ele logo disse: “Eu conheço coruja. Não é assim. A cabeça não está proporcional ao corpo, a pose dela não é essa...”

Quando acabou de falar, a coruja virou a cabeça e piscou para eles. Era uma coruja viva e ele pensava que estava vendo uma imitação. O coitado ficou envergonhado.

É isso que dá ser pessimista e só ver defeitos nas coisas.


O sultão sonha que seus dentes estão caindo

Sultão era o nome que se dava, na antiguidade, a alguns imperadores maometanos. Eles eram senhores absolutos.

Certa vez, um sultão teve um sonho triste. Sonhou que seus dentes iam caindo, um por um, até ele ficar banguela.

No dia seguinte, chamou um adivinho e lhe pediu que interpretasse o sonho.

O adivinho lhe disse, com um ar triste: “Majestade, este sonho prediz uma grande desgraça. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade”.

O sultão, enfurecido, lhe respondeu: “Mas que atrevimento! Fora daqui”. E mandou que aquele adivinho fosse açoitado.

Mandou chamar outro adivinho. Este, após ouvir o sonho, sorriu e disse: “Grande felicidade está reservada para vossa majestade. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes”.

A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso. E mandou dar cem moedas de ouro a este adivinho.

Os dois adivinhos disseram a mesma coisa, só que de maneira diferente. O primeiro, de forma negativa, e o segundo, de forma positiva.

Este é o segredo da evangelização. Apresentar a nossa fé de maneira positiva, como fazia Jesus. Ele a comparava com o banquete, com o casamento, com a descoberta de um tesouro... E o povo chamava o projeto de Boa Nova, notícia alegre.


Pode amar os irmãos?

Certa vez, um seminarista foi convidado pela diretora de uma escola pública para fazer uma palestra aos alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental, cuja disciplina dentro da classe deixava muito a desejar.

Quando o seminarista entrou na sala, viu 45 adolescentes de olhos brilhantes e cheios de vida. Meninas lindas, garotos sorridentes... Ficou entusiasmado e começou a falar, apesar de ser a primeira vez que fazia esse tipo de trabalho.

Depois de alguns minutos, ele disse: “Nós devemos amar os irmãos!” Percebeu que a maioria dos alunos ficou assustada com a afirmação.

Ele não se deu por vencido e repetiu a frase ainda com mais ênfase: “Nós precisamos amar os irmãos!”

Foi aquele silêncio. A classe toda ficou escandalizada. Uma garota teve coragem, levantou a mão e disse: “Mas a gente pode amar os irmãos?!”

Foi aí que caiu a ficha e o seminarista entendeu o equívoco. As palavras que ele falava tinham sentido diferente para ele e para os alunos.

Para estes, amar era paquerar, namorar ou “fazer amor”. Para ele era servir e fazer o bem. Irmãos, para os alunos eram os filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Para o seminarista eram todos os filhos e filhas de Deus.

Isso, apesar de todos aqueles alunos terem sido batizados. Somos, às vezes, sem perceber, dominados pelo modo de pensar do mundo pecador.

Como é importante ensinar a fé verdadeira nas escolas! “Os que tiverem ensinado a muitos o caminho da virtude, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade” (Dn 12,3).


O nó górdio

Alexandre Magno foi rei da Macedônia, no Séc. IV A/C. Tinha fama de ser muito inteligente. Como todos os chefes, ele também tinha opositores.

Havia, na época, o célebre “nó górdio”, um nó que se dava numa corda, que ninguém conseguia desatar.

Um dia, seus adversários resolveram, para desmoralizá-lo, desafiá-lo em público, e de surpresa, a desatar o nó górdio, que ele não conhecia.

Numa sessão solene, com toda a corte reunida, foram-lhe apresentadas duas cordas amarradas uma na outra com o nó, para que ele o desatasse.

O rei observou o nó de todos os lados e viu que era mesmo dificílimo de ser desamarrado. Na hora, desembainhou sua espada e, com um só golpe, cortou o nó no meio.

Em seguida, no meio dos aplausos da plateia, pegou as duas cordas, antes amarradas, e entregou ao que o havia desafiado. Isto aumentou ainda mais a fama e o prestígio do rei Alexandre Magno.

Daí surgiu a expressão “cortar o nó górdio”, que significa resolver um problema complexo, de maneira simples e direta.

Às vezes, em nossa vida, há situações semelhantes ao nó górdio. São difíceis de solucionar. Nestes casos, existe a saída de Alexandre Magno: Em vez de achar a ponta da miada, cortar o nó.


O pai e os três filhos deficientes

Havia, certa vez, um pai que tinha três filhos rapazes, os três deficientes. Um andava batendo com o calcanhar no chão. O outro sacudia a mão direita o tempo todo. E o terceiro arrastava um pé.

O que o pai fez. Preparou um terreno para plantar feijão e encarregou os três de fazer o plantio.

O primeiro, com o calcanhar, ia na frente fazendo as covas. O segundo, que sacudia a mão, ia jogando as sementes nas covas. E o terceiro, que arrastava o pé, ia cobrindo as sementes com terra. Foi um sucesso.

A pessoa humana tem uma grande riqueza de qualidades e uma capacidade enorme de superação das limitações. Um deficiente deve usar as possibilidades que tem, e não ficar lamentando as que não tem. Afinal, até uma deficiência pode ser transformada em instrumento de serviço e de realização pessoal.

Vale aqui o provérbio: Em vez de maldizer a escuridão, acendo um fósforo. Ou: Transformar os obstáculos em trampolim.


Mal que veio para o bem

Certa vez, faltou energia elétrica em um bairro, à noite, bem na hora das novelas. O "black-out" foi geral. O bairro todo ficou no escuro, inclusive as ruas.

Felizmente, a lua estava clara. Assim, as pessoas começaram a sair de suas casas e se encontrar nas calçadas. Trouxeram cadeiras e começaram a bater papo. E acabou virando um belo encontro de vizinhos.

Gente que há tempo não conversava, só cumprimentava, agora teve oportunidade de se divertir juntos.

E ninguém mais se esqueceu da feliz noite em que faltou luz.

Não vamos esperar faltar luz para nos encontrarmos com os nossos vizinhos. Não custa nada parar um pouco, pedir notícias mais detalhadas e dialogar, ou mesmo convidar para um aniversário. Principalmente se entre os vizinhos existir alguém que mora sozinho, ou está doente.


A criança testemunha

Em um bairro, havia uma escola, e perto havia uma pinguela grande para atravessar o rio.

Um dia, na hora em que as crianças saíam da escola, uma senhora bem idosa estava querendo passar na pinguela, mas sentia medo. Ela caminhava alguns metros e voltava. Os moleques riam dela.

Uma menina correu até a velhinha, segurou-a pela mão e as duas atravessaram com facilidade a pinguela. A garotinha estava tão acostumada a passar ali, que o fazia até com os olhos fechados.

Infelizmente, nem sempre valorizamos os idosos. Respeitar o idoso é respeitar a si mesmo.

Diariamente Deus coloca em nosso caminho situações que nos dão oportunidade de fazer o bem, dando testemunho do Evangelho.

Maria Santíssima era solícita em ajudar os necessitados. Por isso era uma mulher feliz.


Exemplo de persistência

Thomas Alva Edison (1847 - 1931) era americano e foi um cientista inventor. Ele já havia feito 995 experiências, todas fracassadas.

Alguém o questionou, dizendo: “O que você está ganhando com isso? Está perdendo tempo!” Ele respondeu: “Eu estou aproveitando sim. Aprendi 995 maneiras de não fazer”.

Na 996a experiência, descobriu a lâmpada elétrica.

Na sua vida, Thomas Edison registrou 2.332 patentes. Desenvolveu muitos dispositivos importantes e de grande interesse para a indústria e para a nossa vida diária, como o aperfeiçoamento do telefone, da máquina de escrever, e o sistema de alimentos empacotados a vácuo, para a conservação. Ele é um dos precursores da revolução tecnológica do Séc. XX.

Nossos fracassos também nos ajudam, pois aprendemos como não fazer as coisas.

“Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono” (Ap 3,21).

“Ó Mãe da perseverança, teus olhos volve a nós!”


O guarda penitenciário repreendido

Certa vez, um jovem guarda penitenciário começou a tratar um dos presos com muita afetuosidade. Um dos chefes chamou a sua atenção: “Você precisa mostrar autoridade. Para isso, deve manter certa distância dos detentos. Esses homens não prestam. Não lhes dê confiança nem fique mostrando os dentes”. O guarda respondeu: “Ele é meu pai!” O diretor pediu desculpas.

Todos os presidiários são nossos pais, irmãos, irmãs, filhos... Por isso precisamos tratá-los bem. Eles são para nós a presença de Jesus: “Eu estava na prisão e me fostes visitar” (Mt 25,36).

Nós cristãos testemunhamos aos encarcerados o amor que Deus tem por eles. Qualquer pessoa necessitada está livre para se locomover e ir atrás de uma ajuda, de um socorro. Já o preso não. A única esperança dele é aparecer alguém ali, do outro lado da grade, com quem possa expor suas necessidades. Por isso, seus olhos ficam horas e horas voltados para a grade, esperando um parente, uma visita. “Hoje não veio. Quem sabe amanhã.”

O criminoso não é só culpado, é também vítima. Há outros culpados atrás deles, muitos de gravata.


Pare! Até aqui arrastei meu pai

Havia, certa vez, um senhor já bastante idoso, que vivia há alguns anos doente e prostrado numa cama, sem poder levantar-se. Ele era viúvo e morava com um filho, casado. O filho andava sempre nervoso com o pai.

Um dia, o filho resolveu transferir o pai para um quartinho de despejo que ficava no fundo do quintal. Levantou um lado da cama e começou a arrastá-la pelo terreiro.

A certa altura, o pai falou: “Pare! Foi só até aqui que arrastei meu pai”.

Tal pai tal filho. Os filhos aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos.

“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os seus dias na terra que o Senhor teu Deus te dará” (Êx 20,12).

A família cristã é chamada de “Igreja doméstica”, porque seus membros vivem unidos na fé, na esperança e na caridade. Ela reproduz, em nível menor, tudo o que se faz na Comunidade cristã.

A família deve, pelo exemplo, ensinar seus membros a cuidar dos idosos e mais fracos. “A religião pura e sem mancha diante de Deus é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas em suas necessidades, e conservar-se puro da corrupção deste mundo” (Tg 1,27).


O exemplo das abóboras

Certa vez, um sitiante estava levando para a cidade uma carroça cheia de abóboras. Em casa, ele as havia ajeitado bem na carroça. Mas, devido aos solavancos, as abóboras saíram de seus lugares, ficando desarrumadas.

O homem parava a carroça, ajeitava as abóboras, mas era só começar a andar, desarrumava tudo de novo.

A certa altura, passou por ele um vizinho, que também levava abóboras em sua carroça. Mas este nem ligava para as suas abóboras, se estavam arrumadas ou não.

Quando chegaram à cidade, as duas carroças estavam com as abóboras do mesmo jeito. Foi daí que surgiu o provérbio: “É no saculejar da carroça que as abóboras se ajeitam”.

Isto vale não só para abóboras, mas para o nosso dia a dia. É vivendo que aprendemos a viver. “Caminheiro, você sabe, não existe caminho. Passo a passo, pouco a pouco, o caminho se faz”.

Deus gosta de ajudar quem está andando, e fazendo a sua parte.


O vendedor de balões

Certa vez, um senhor vendia balões numa quermesse. Tinha balões de todas as cores. De vez em quando, ele soltava um, para chamar a atenção da criançada. Soltou um vermelho, minutos depois, um azul, e depois um branco.

Havia, ali perto, um menino negro, que observava. Olhava atentamente cada balão que ia subindo, até sumir de vista.

Quando o último subiu, ele se aproximou do vendedor e perguntou: “Se o senhor soltasse o balão preto, ele sobia também?”

O homem sorriu compreensivamente, arrebentou a linha que prendia um balão preto e, enquanto este se elevava nos ares, disse ao garoto:

“Filho, não é a cor que faz o balão subir, mas o que está dentro dele. Eu sempre solto balões pretos também”. A cor não faz diferença entre nós. A diferença está no que cada um traz dentro de si”.

”Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28).


O cliente das quinze horas

Havia, certa vez, um menino de dez anos que tinha muita vontade de bater um papo com o pai, mas este nunca tinha tempo para ele.

O pai era psicólogo famoso, e seu consultório estava sempre cheio.

Um dia, o garoto teve uma ideia: Foi ao consultório e marcou uma consulta com o pai, mas pediu à secretária que não lhe contasse que era ele. No primeiro dia vago, a consulta foi marcada para as quinze horas.

No dia e horário marcados, o menino apareceu. Quando saiu o cliente das catorze horas, o médico telefonou à secretária pedindo que mandasse o cliente das quinze horas.

Quando o pai viu o filho entrando em sua sala, enfiou a mão no bolso e disse, em tom repreensivo: “Fale logo quanto você quer, porque eu vou atender o cliente das quinze horas”. O menino respondeu: O cliente das quinze horas sou eu, pai.

Nesta hora, o pai, que se julgava um homem bom, caiu das nuvens. Entendeu o pecado que vinha cometendo, de não conversar com o filho em casa.

Sentou-se ao lado do menino, abraçou-o, os dois choraram de emoção, depois disse: “Pode falar, filho. Você tem uma hora para conversar com o seu pai. E hoje à noite, terá mais tempo. Não só hoje, mas todas as noites”. E os dois conversaram, como velhos amigos, sobre as bobaginhas de criança.

Para que os pais possam ter filhos que se tornem bons cidadãos e bons cristãos, e assim lhes deem alegria no futuro, é necessário ter tempo para eles.

Maria Santíssima e S. José são modelos de pais. Que eles ajudem os pais e mães a cumprirem bem a sua missão.


A garra faz a diferença

Havia, certa vez, um senhor que era muito criativo. Sua profissão era consertar aparelhos domésticos.

Um dia, ele inventou uma máquina. Mas, para construí-la, teve de vender tudo o que possuía.

Depois de pronta, levou-a a uma indústria, mas não quiseram aceitar, dizendo que a máquina não atendia ao padrão de qualidade da empresa.

Ele voltou para a sua oficina e continuou aperfeiçoando a máquina. Trabalhou dois anos. Os colegas diziam: “Você está louco!”

Veio a Segunda Guerra Mundial e por duas vezes a sua oficina foi bombardeada, destruindo tudo, inclusive a máquina. Mas ele não desanimou e a reconstruiu.

Terminada a guerra, havia pouca gasolina no País. Não podendo usar o carro, adaptou um pequeno motor na sua bicicleta.

No início, zombaram dele. Entretanto, um vizinho lhe pediu que fizesse uma para ele também. Outros foram pedindo... A fábrica daquele motorzinho teve de aumentar a produção.

Isso aconteceu no Japão, e o nome desse senhor é Soichiro Honda, o inventor da motocicleta.

Tudo porque o sr. Honda era persistente e não desistia diante dos obstáculos. Vale aqui o dito popular: “Isso eu tiro de letra”.


A lágrima mais bonita

Certa vez, no Céu, Jesus mandou um anjo à terra com a incumbência de recolher a lágrima mais bonita que ele encontrasse. Para isso, deu-lhe um cálice.

O anjo veio e começou a andar... Viu um menino chorando. Achou bonito, colheu uma lágrima dele e levou. Jesus lhe disse: “Não serviu. Esta lágrima é bonita, mas não é a mais bela que existe lá na terra”.

O anjo voltou e começou a procurar... Depois de andar muito, viu um velhinho agonizando. Recolheu uma lágrima dele e levou. Também não serviu. O anjo veio novamente à terra e continuou a procura.

Um dia, ele viu um rapaz inocente, em um tribunal, sendo condenado. O anjo entrou no tribunal, pediu a palavra e fez um discurso belíssimo, em defesa do réu. Todos ficaram impressionados e o réu foi absolvido. O rapaz, feliz, deu um abraço na sua mãe e esta chorou de alegria.

O anjo recolheu no cálice uma lágrima dela e levou. Desta fez, foi aceita. A lágrima da mãe, seja de dor ou de alegria, é a mais bela que existe na terra.


Viva Deus e mais ninguém

Havia, certa vez, um rei que era muito dominador. Ele criou uma lei obrigando todos os cidadãos a dizerem: “Viva o rei e mais ninguém”.

Na beira da praia, morava um pescador que nunca obedeceu a esta lei. Ele dizia: “Viva Deus e mais ninguém”.

Um dia, o rei ficou sabendo. Mandou chamar o pescador e lhe disse: “Ouvi dizer que você não está cumprindo minha determinação”. O pescador respondeu: “Viva Deus e mais ninguém”.

O rei ficou furioso e decidiu matá-lo. Para isso, criou um estratagema: Pegou um precioso anel, entregou-o ao homem e disse: “Guarde este anel e daqui a um mês traga-o para mim. Se você não o trouxer, morrerá junto com a esposa e os filhos. Se trouxer, ganhará uma fazenda”.

O homem levou o anel para casa, colocou-o dentro de um vidro, fechou bem e o enterrou no meio da floresta, em um lugar secreto.

Mal sabia ele que o rei tinha mandado um espião que, de longe, viu tudo. À noite, o espião retirou o anel e jogou-o no mar.

Trinta dias depois, o pobre homem foi desenterrar o anel, e não o encontrou. O vidro estava lá, mas vazio.

Ele disse para a esposa: “Como todos nós vamos morrer, vou pegar um peixe para comermos pela última vez”.

Aconteceu que, ao abrir o peixe, encontrou dentro dele o anel! Muito feliz, o pescador foi ao palácio e entregar o anel.

Na frente do palácio, viu a forca já preparada para ele e a família. Foi o contrário, acabou ganhando a fazenda, porque palavra de rei não volta atrás.

Só Deus é o Senhor absoluto, acima de todas as autoridades do mundo. Ele não é só poderoso, mas é nosso Pai querido.


Céu verdadeiro e céu falso

Certa vez, três rapazes morreram juntos, num acidente. De repente, eles acordaram na outra vida. Estavam andando numa estrada bonita, cheia de árvores, e sentiam muita sede.

Um pouco na frente, viram uma chácara muito bonita. Tinha um jardim na frente, o piso da entrada era todo de mármore e o portão de entrada era alto.

Um dos rapazes falou para os outros: “Vocês fiquem aqui, que eu vou lá ver se encontro água para nós”.

Apertou a campainha, veio o porteiro e ele perguntou: “Que lugar é este?” “É o céu”, respondeu o porteiro. O rapaz então pediu água. O porteiro disse que podia entrar e beber à vontade.

“Mas eu tenho dois colegas que também estão com sede. Posso chamá-los?” “Lamento muito”, respondeu o porteiro. “Aqui não se permite a entrada de mais de uma pessoa”.

O rapaz ficou muito desapontado e não teve coragem de beber água, deixando os colegas com sede.

Juntou-se novamente com os dois e continuaram caminhando.

Lá na frente, viram outra chácara. Fizeram a mesma coisa. Aquele rapaz aproximou-se e os outros ficaram esperando à distância.

Logo percebeu que não havia portão. Era tudo aberto. Ele chegou até a porta da casa, que também estava aberta, e bateu palmas. Veio uma pessoa que o recebeu com muito carinho.

O jovem pediu água. A pessoa disse que podia entrar e beber à vontade. “Eu tenho mais dois colegas”, disse ele. “Posso chamá-los?” “Sim”, respondeu a pessoa. “Pode chamá-los”.

Depois que os três beberam, à vontade, de uma água gostosa e cristalina, a pessoa disse a eles: “Podem voltar na hora que quiserem. Aqui não há chaves, é dia e noite aberto”.

Eles agradeceram. Aquele rapaz que havia chegado primeiro perguntou: “Como se chama este lugar?” “É o Céu”, respondeu a pessoa. “Céu?! Mas o porteiro de uma chácara lá atrás disse que lá é que é o céu”.

“É nada”, disse a pessoa. “Lá é o inferno”. O jovem disse: “Mas essa informação falsa deve causar grandes confusões”. “De forma alguma”, respondeu a pessoa. “Na verdade, eles nos fazem um grande favor, porque os egoístas ficam todos lá”.

Vamos pedir a Maria Santíssima, a Rainha do Céu e da terra, que nos ajude a não ser egoístas, e já começar aqui na terra a construção do Céu, onde queremos viver eternamente. Jesus chamou este “Céu antecipado” de Reino de Deus.


Os cegos e o elefante

Certa vez, cinco cegos estavam andando numa estrada, um ao lado do outro, cada um com sua bengalinha.

De repente, toparam com um elefante que estava em pé, atravessado no meio da estrada.

Quando eles tocaram no animal, cada um teve uma opinião diferente:
- O cego que estava no meio disse: “Iii! Há um paredão aqui!” É que ele estava passando a mão na barriga do elefante.
- O outro falou: “Não é parede, é uma palmeira”. Este tocava a perna do bicho.
- O cego que estava ao lado retrucou: “Nada disso, é uma vassoura”. Este tocava o rabo do animal.
- Aquele que estava do outro lado deu risada e disse: “O que é isso, gente! O que nós encontramos foi um cobertor”. Ele esfregava a orelha do elefante.
- O último interrompeu a conversa e disse: “Eu é que sei o que é isto aqui. É uma cobra bem grossa”. Ele tocava a tromba do elefante.

E começaram uma discussão sem fim. Até que chegou alguém e os acalmou, dizendo que todos estavam certos, mas ao mesmo tempo nem um, pois o que eles tinham encontrado era um elefante.

As coisas deste mundo têm vários aspectos, e cada pessoa as vê do seu lado. As nossas experiências são parciais. Mesmo enxergando, nós não vemos senão um aspecto, uma parte da realidade. As outras pessoas podem ver outros aspectos e nos enriquecer.

Como é difícil conviver com pessoas convencidas demais e que têm a pretensão de saber tudo!

Por outro lado, como é fácil, como é gostoso conviver com pessoas humildes e conscientes de suas limitações.


Esposa salva firma do marido

Certa vez, uma senhora percebeu que a firma do marido estava quebrando, e ele não contava a ela para não preocupá-la. O jovem empresário vivia calado e meio triste.

Um dia, ela disse ao esposo: “Bem, eu não estou suportando mais ficar em casa à toa. Gostaria de trabalhar na firma. Posso?” Ele concordou.

Ela era formada em contabilidade. Assumiu logo a parte contábil da firma.

Chegava antes dos funcionários, fiscalizava tudo, saía na rua para fazer cobranças...

Meses depois, a firma saiu do vermelho e começou a dar lucro.

Um dia, o marido não aguentou mais. Deu um abraço e um beijo na amada esposa e disse emocionado: “Querida, muito obrigado. Desde que você começou a trabalhar na firma, eu já sabia o motivo”.

Há mil caminhos de reconstrução da paz e da alegria dentro de casa.

O amor, muitas vezes, se comunica sem palavras. O mundo está cheio de palavras bonitas, mas vazias de testemunho.

Em qualquer parte da terra, se ligarmos um celular, captaremos milhões de palavras, em todas as línguas. Se palavras, sem o testemunho, resolvessem, não teríamos problemas.

Vamos também difundir o amor, principalmente por ações.


Guido e a fita branca

No começo do Séc. XIX, foi batizado, na França, um bebê chamado Guido. A mãe guardou a vela do batismo, que tinha uma fitinha branca amarrada.

No dia da Primeira Comunhão, Guido recebeu Jesus tendo na mão aquela vela, acesa. Na crisma, foi a mesma coisa.

Terminada a crisma, a mãe tirou a fitinha branca da vela, entregou-a ao filho e disse: “Guido, carregue sempre esta fita com você, e nunca a manche com o pecado”. “Está bom, mamãe”, respondeu ele. E a mãe ainda disse: “Antes morrer que pecar, viu filho?” “Sim, mamãe”, respondeu o adolescente.

Daí para frente, Guido carregava sempre a fitinha branca no bolso.

Era o tempo de Napoleão Bonaparte, e Guido foi chamado para a guerra. Tornou-se soldado de Napoleão.

Um dia, numa batalha, Guido foi ferido gravemente. Pediu um padre. O padre veio. Ele se confessou, recebeu a Unção dos Enfermos e a Comunhão. Depois, pediu ao padre: “Por favor, tire do meu bolso uma fitinha branca e a entregue à minha mãe. Diga-lhe que nunca a manchei”.

O padre, ao tirar a fita do seu bolso, ficou comovido e disse: “Filho, a fita está manchada, mas com o seu sangue!” Minutos depois, Guido morreu.

Benditas as mães que nos ajudam a conservar a graça batismal até a morte, mesmo que ela fique manchada com o nosso sangue. Este é o melhor gesto de amor que uma mãe pode fazer ao filho ou à filha. E é também o melhor presente que um filho pode dar à sua mãe.


O executivo estressado, e o esterco

Certa vez, um executivo de uma grande empresa ficou estressado, e foi aconselhado pelo médico a fazer umas férias, de preferência bem longe da cidade, isolando-se das preocupações do dia a dia.

O jovem senhor foi para a fazenda de um amigo.

Mas lá continuava inquieto. Pensou em alguma atividade física para vencer a ansiedade.

Conversou com o administrador da fazenda e este lhe pediu para espalhar esterco na lavoura.

Ele concordou e começou a trabalhar. Uma semana depois, já não havia mais esterco para espalhar.

O administrador lhe disse: “Como você vê, estamos iniciando a colheita de laranjas. Peço-lhe que vá para o laranjal e lá separe as laranjas por tamanho: Pequenas, médias e grandes”.

No fim daquele primeiro dia, o administrador dirigiu-se ao laranjal e, ao se aproximar, viu a seguinte cena: O nosso executivo estava com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, e ele dizendo para si mesmo: “Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena?” Pegava outra e dizia: “Esta é pequena. Não, é grande. Ou será média?”...

Conclusão: A única coisa que aquele executivo sabia mesmo era espalhar esterco.

O difícil para ele era tomar decisões; por isso que ficou com stress.

A sociedade e a Santa Igreja precisam urgentemente de cidadãos e de cristãos, mas não para espalhar merda; alguns a jogam até no ventilador para que se espalhe mais rapidamente. Precisam de pessoas que saibam tomar decisões.


Haja o que houver, estarei ao seu lado

Havia, certa vez, um pai que dizia para o seu filho: “Haja o que houver, sempre estarei ao seu lado”.

Aconteceu, naquela região, um terremoto muito forte. Quase todas as casas foram destruídas, e muita gente morreu.

O pai estava numa estrada, voltando para casa. Ao chegar, viu que sua esposa estava bem, mas o filho estava na escola.

Ele correu para a escola. Ao chegar, ficou estarrecido: O prédio havia caído; era um monte de ruínas.

O homem caminhou sobre os escombros, gritou o nome do filho, mas nada.

Ele calculou bem o local da sala em que o filho estudava, e começou a retirar escombros, do jeito que podia.

Aquela frase que dizia ao filho, agora se tornou compromisso: “Haja o que houver, sempre estarei ao seu lado”.

Muita gente apareceu, insistindo para ele desistir, pois não havia mais esperança de sobreviventes, e o que ele fazia era perigoso.

Mas o homem não deu ouvidos. Ele sempre respondia: “Você vai me ajudar?” Até os bombeiros tentaram dissuadi-lo.

A única coisa que aquele pai queria era cumprir a promessa. Alguns até diziam: “Pobre pai, ficou louco!”

Após dois dias e duas noites de trabalho, sempre chamando pelo filho, ele ouviu uma voz: “Pai, estou aqui!” Feliz, e ainda com mais força, continuou retirando escombros.

Resultado: O menino estava vivo, quase morrendo de fome e sede, protegido por uma viga, junto com mais nove colegas da classe.

Ele disse ao pai: “Eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar”.

Deus é nosso Pai. Haja o que houver, ele estará sempre ao nosso lado.

Vamos imitar esse menino, tendo mais confiança em Deus.


O baile no inferno

Certa vez, um rapaz morreu e estava na fila, esperando para entrar no Céu. Dali, avistou uma festa na porta do inferno. Eram músicas, danças, garotas bonitas com roupas eróticas...

Ele pensou: “Está vendo aí? Inferno não é nada daquilo que diziam lá na terra”.

Mais tarde, ele acabou deixando a fila e indo para lá. Ao chegar, o diabo o pôs para dentro e trancou a porta.

Nesta hora, o rapaz reclamou: “E aquela festa que eu vi lá fora ontem à noite?” “Aquilo era só propaganda”, disse o diabo. “É para atrair vocês. Aqui dentro a realidade é outra”.

Em seguida, usando um grande garfo, fincou-o no rapaz e a jogou no tacho de enxofre fervendo.

É sempre assim. O pecado se apresenta a nós com uma cara, mas a realidade é bem outra.

Na hora da tentação, nós pensamos: Isso não é nada, ninguém vai ficar sabendo. Após o pecado, vem o tentador e nos fala: Aquele ato acabou com você. Agora é um caminho sem retorno, pode vir comigo.

Na realidade, é tudo o contrário: Na hora da tentação, devemos pensar: Isso é ruim, ofende a Deus. Depois que caímos, o certo é pensar: Isso não foi nada; Deus é meu Pai e me perdoa.

Não nos deixeis cair em tentação.


A montanha de cristal

Havia, certa vez, um rapaz que morava em um vale. Ao lado, havia uma montanha de cristal. O povo assim a chamava porque ela tinha coisas lá em cima que à noite brilhavam como cristal.

O rapaz tinha muita vontade de escalar a montanha, para ver o que era. Mas todo mundo diziam que era proibido. Ele perguntava por que era proibido, ninguém sabia. “É uma tradição aqui da nossa região”, diziam.

Por isso ele decidiu subir assim mesmo. Quebrar a tradição. Foi aquele escândalo geral. É um rebelde! diziam. E muita gente nem falava mais com ele.

Apenas um amigo seu o apoiava. Quando chegou o dia da partida, o amigo foi se despedir e lhe deu uma caixinha amarrada em um cordão. “Pendure esta caixinha no seu pescoço e leve com você”, disse ele. “Quando você se sentir muito só, sentir a solidão, abra a caixinha”.

Ele colocou o cordão com a caixinha no pescoço, a mochila nas costas, e foi.

Depois de um dia de caminhada, quando já escurecia, ele estava bem no meio da mata, e começou a escutar vozes que vinham de todos os lados. As vozes diziam: “Pare! Não suba! Isso é nosso! Está invadindo a nossa propriedade!”

Ele ouvia as vozes mas não via ninguém. Gritou bem alto: “Fale um de cada vez! Vamos conversar!” Mas nada. As vozes continuavam falando todas ao mesmo tempo.

Ele disse: “Já que ninguém quer conversar comigo, vou subir”. E continuou escalando a montanha.

Mais em cima, quando já estava escuro, armou uma forte tempestade. Eram ventos fortes, trovões, nuvens carregadas... Iiih! Esqueci de trazer guarda-chuva! pensou.

Nisto, ouviu uma voz suave, no meio da floresta: “Venha para cá, meu jovem. Você pode pegar resfriado!”

Ele olhou e viu um velho, com uma túnica branca, sorrindo para ele. Atendeu o convite e entrou na gruta daquele senhor.

Lá dentro, já bem agasalhado, perguntou para o homem: “Que vozes eram aquelas que me mandavam parar de subir?” O velho respondeu: “É um pessoal que vive aí na montanha. Eles pensam que são donos disto aqui. Mas não ligue para eles. Vá em frente”.

No outro dia cedo, o jovem continuou sua viagem. Depois de várias horas, chegou finalmente ao pico da montanha. Que beleza! Realmente havia muitos cristais, por isso que brilhava à noite.

Naquela emoção, sentiu vontade de partilhar sua alegria com alguém. Mas estava só! Lembrou-se da caixinha e a abriu. Dentro havia um vidrinho com água cristalina, e um papelzinho escrito: “São as lágrimas que chorei na sua partida”.

O jovem não se sentiu mais só. Mesmo de longe, havia alguém pensando nele.

Todos nós temos ao nosso lado uma montanha de cristal. É o nosso ideal, o nosso sonho de vida. Para escalar, nada melhor que ter um amigo. Mesmo longe dele, mesmo nas horas duras, não nos sentiremos sozinhos. É como se ele ou ela estivesse ali ao nosso lado.

E temos ao nosso lado, nas vinte e quatro horas do dia, o nosso melhor Amigo: Jesus Cristo: “Eu não vos chamo servos, mas amigos” (Jo 15,15).


O marinheiro que não olhava para cima

Havia, na antiguidade, um jovem marinheiro que estava fazendo a sua primeira viagem em alto mar. E começou uma forte tempestade. O navio balançava. O marinheiro subiu à parte mais alta do navio, a fim de verificar as condições das velas.

Mas, lá em cima, cometeu um erro: Começou a olhar para baixo. O movimento do navio, combinado com o das ondas, o deixava tonto.

Ele já estava desistindo, quando um colega gritou: “Olhe para cima!” Foi só ele olhar para cima, passou a tontura e pôde verificar as condições das velas.

Aquele grito do colega é dirigido também a nós, que vivemos neste mar revolto da vida. Olhando para cima, encontramos um Pai amoroso que nos dá a mão e tudo irá bem, pois ele é infinitamente poderoso.

A intercessão de Maria é um desígnio divino. Olhando para ela, estamos vendo a face materna de Deus.


Não sei, mas não estou perdido

Certa vez, um senhor estava dirigindo o seu carro numa estrada de terra, e se perdeu. Ia para um lado e para o outro e, quanto mais andava, mais perdido se sentia.

Viu um homem com uma enxada nas costas, parou e perguntou:
- “Por favor, qual é a distância daqui até a cidade?”
- “Não sei não senhor”, respondeu o homem.
- “Existe algum telefone público por aqui?”
- “Não sei não senhor”.
- “E um posto policial, para a gente pedir informação, existe?”
- “Não sei não senhor”.

Nessa hora, o motorista comentou: “Puxa vida, você não sabe nada!” O agricultor respondeu: “Mas não estou perdido, não senhor”.

Mesmo que não saibamos muitas coisas, o importante é não estarmos perdidos na vida. Saber de onde viemos, para onde vamos e qual é a nossa missão neste mundo. Sabemos que fomos criados para conhecer, amar e servir a Deus na terra, e gozar com ele no Céu.

Maria Santíssima é “como o farol que lá se vê nos mares, que indica aos lares que buscando vão”. Ela esteve unida à Igreja apostólica, como presença orante. Hoje ela faz o mesmo.


O mendigo e seu saco de bugigangas

Certa vez, vivia numa pequena cidade um mendigo. Carregava sempre um saco sujo nas costas e pedia esmolas. Todo mundo o conhecia, mas ninguém olhava o que ele carregava dentro daquele saco. Um dia, ele morreu.

A polícia abriu o saco e, para surpresa de todos, encontrou uma grande pedra de diamante, que valia milhões.

Se ele tivesse descoberto, teria se tornado o homem mais rico da cidade. Morreu mendigo porque não sabia o que carregava.

Todos carregamos em nossa bagagem um valiosíssimo tesouro: O amor que Deus, nosso Pai querido, tem por cada um de nós.

Pena que muitas vezes não temos consciência disso, e passamos a vida como mendigos, em busca da felicidade e da paz.

Vamos abrir a nossa bagarem e ajudar o nosso irmão a abrir a dele, a fim de descobrirmos as riquezas que trazemos.

“Como crerão naquele que não ouviram? E como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E como proclamarão, se não houver enviados? Assim é que está escrito: Quão bem-vindos os pés dos que anunciam boas novas!” (Rm 10,14-15).


O egoísmo é tóxico que mata

Certa vez, um homem, que morava sozinho, ganhou uma herança bem grande, e comprou uma chácara. Construiu nela um jardim, um viveiro de pássaros raros e bonitos, e um pomar.

Para que ninguém pegasse frutas do pomar, nem flores do jardim, nem pássaros, ele construiu em volta um muro alto.

Para que ninguém ouvisse o canto dos pássaros, ele cercou o viveiro com isolamento acústico.

As flores do jardim começaram a exalar seu agradável perfume. Para que ninguém o sentisse, ele cercou o jardim com vidros.

Tempo depois, esse homem começou a atrasar no pagamento dos impostos municipais. Os fiscais comunicaram à polícia e esta invadiu a propriedade. Coisa triste. Os pássaros estavam mortos, as flores murchas, as frutas podres no chão, e o homem estava morto, trancado dentro de sua casa.

O egoísmo é tóxico, ele mata. O egoísmo escraviza e destrói, o amor liberta e constrói.

Somos “expert” em identificar o egoísmo alheio, e com isso estamos acentuando o nosso. Nenhum egoísta aceita ser chamado assim, e sempre tem um bom argumento para justificar suas atitudes. O egoísmo é a raiz que conduz ao vício. Viciado é todo aquele que perde o comando da sua mente aprisionada à busca de si mesmo.

Que sejamos bem o contrário desse homem, e vivamos para amar e servir.


Pe. Josimo de Marais Tavares

Pe Josimo trabalhava na Diocese de Imperatriz, MA. Dia 27/04/1986, ele disse, na Assembleia Diocesana:

“Vocês sabem que alguns latifundiários querem me matar, unicamente porque eu celebro a santa Missa nas Comunidades cristãs rurais da minha Paróquia, nas quais existem áreas invadidas por eles. Quero deixar claro a vocês que essa perseguição não é fruto de nenhuma ideologia política da minha parte. É unicamente porque sou padre e estou ao lado do povo sofrido. Mas Jesus disse: ‘O discípulo não é superior ao mestre. Se perseguiram a mim, vão perseguir a vós também’ (Jo 15,20).

Muitos me pedem para ir embora daqui. Mas eu não vou, a não ser que o Sr. Bispo me mande. Eu penso que, se me afastasse da minha Paróquia, seria como um pastor que abandona o seu rebanho”.

Duas semanas depois, dia 10/05/1986, um pistoleiro atirou no Pe. Josimo pelas costas, e o matou.

Ele estudou filosofia e teologia em Aparecida SP, no Seminário Bom Jesus. Morreu com trinta e três anos de idade.

“Aqueles que se entregam aos outros por amor a Cristo, se morrem, morrem só aparentemente. Todo esforço para melhorar a sociedade é abençoado por Deus. Mesmo que passem pela dor, pelo sofrimento e até pela morte, continuam vivos em Deus e presentes no meio de nós. Nós cristãos sabemos que a última palavra não é a da morte, mas da vida” (Dom Oscar Romero, Arcebispo de El Salvador, também assassinado).


A Loja Sete Sinos

Havia, certa vez, um comerciante que tinha a sua loja em uma rua central da cidade. Entretanto, havia tantas lojas do mesmo ramo, que ele não vendia quase nada. As pessoas passavam, olhavam, mas nem entravam.

Ele resolveu consultar um especialista em marketing, para ver o que fazer. Este lhe disse: “Coloque na frente da loja o seguinte nome: ‘Loja Sete Sinos’. Embaixo do nome, pendure apenas seis sinos”. O proprietário estranhou a sugestão, mas resolveu tentar.

O resultado foi imediato. As pessoas entravam para alertá-lo do erro e, vendo seus produtos, acabavam comprando. E, assim, a loja ficou famosa na cidade.

Mesmo que seja para alertar dos erros, vamos participar da nossa Comunidade e de suas pastorais.


A estratégia santa

Certa vez, uma moça estava chorando, devido ao falecimento do irmão. Eles eram muito amigos.

Já estava chegando a hora do enterro, e ela não conseguia chegar perto do caixão. A família estava preocupada, porque, se ela não o visse, no futuro o seu sofrimento poderia ser maior.

Uma amiga dela rezou, e teve uma ideia: Tirou da bolsa o seu Terço, aproximou-se da amiga, abraçou-a e lhe pediu que colocasse o Terço nas mãos do seu irmão.

A moça atendeu o pedido. Não só colocou o Terço, mas beijou o irmão. Daí para frente ficou calma, e não saiu mais de junto do caixão.

Maria Santíssima é nossa Mãe e nos ajuda, especialmente nas nossas horas mais difíceis, intercedendo por nós. Mas precisamos rezar, como fez a amiga.


O home mais forte do mundo

Certa vez, uma catequista deu para seus alunos a seguinte tarefa: Cada um vai fazer um desenho, mostrando o homem mais forte do mundo.

Saiu de tudo: Popó, Mike Tyson, Sansão, Barack Obama...

Mas uma criança fez um desenho original. Desenhou um homem de joelhos, rezando. A catequista disse que aquela criança fez o melhor desenho.

Todos somos fracos, mas Deus é forte. Ele está ao nosso lado, querendo nos ajudar, mas não entra na nossa vida, se não pedirmos. E, quando ele entra, nós nos tornamos a pessoa mais forte do mundo.


Para o outro, o melhor

Certa vez, um casal estava tomando o café da manhã, exatamente no dia das bodas de ouro. A esposa passou a margarina na casca do pão, deu para ele e ficou com o miolo.

Ela pensou: Durante cinquenta anos eu quis agradar o meu marido, dando-lhe a parte melhor do pão, que é o miolo. Mas hoje ele me desculpe, eu é que vou comer a parte melhor.

Para sua surpresa, o rosto do esposo iluminou-se em um belo sorriso e ele disse: “Querida, muito obrigado por este presente. Sempre eu quis comer a casca do pão, mas, como você gosta mais da casca, eu nunca disse nada”.

Dá para entender por que eles perseveraram unidos e felizes. Cada um sempre quis agradar o outro, mesmo se sacrificando.

Deus é amor. É pelo amor, vivido com perseverança, que nós nos tornamos continuadores de Jesus na terra.

Que Maria Santíssima, a Esposa e Mãe modelo, abençoe os casais.


O burrinho verde

Havia, certa vez, um burrinho que nasceu diferente dos outros. Era verde. Logo que cresceu e percebeu a diferença, ele ficou complexado, com vergonha de não ser igual aos demais. Por isso, sempre se isolava.

Os colegas percebiam e o tratavam diferente. Entretanto, a sua mãe o valorizava. Ela dizia: “Meu filho, você é especial para mim. Você será um burro especial, e muito importante, quando crescer”.

Isso animava o burrinho e o levava a procurar o seu lugar na sociedade dos burros.

Até que a encontrou. Apareceu na cidade um circo, cujo dono o contratou, justamente por ser verde. Ensinou-lhe algumas artes, e o burrinho verde começou a ser fonte de lucro para o circo. O dono ficou feliz, e o burrinho também.

Todos nós somos importantes e temos um lugar na sociedade. Cada um do seu jeito, podemos nos realizar, servindo o próximo e sendo felizes.

Até um doente acamado pode sorrir para quem o serve, e assim ser feliz.


O vento e o sol apostam quem é mais forte

Certa vez, o sol e o vento fizeram uma aposta para ver qual deles conseguia fazer um homem tirar a sua capa.

O vento foi o primeiro a agir. Começou a soprar sobre o homem, com toda a força. Mas, ao invés de tirar a capa, o homem enrolava-se mais nela.

O vento entrou por baixo da capa, levantou-a, mas o homem a segurava. Soprou do outro lado, depois fez um redemoinho em volta do homem, e nada; ele não tirou a capa. Cansado, o vento desistiu.

Chegou a vez do sol. Ele apareceu de mansinho lá no horizonte, com a sua cara cinzenta, e começou a bater sobre o homem. Logo este desabotoou a capa.

O sol levantou-se mais, descobriu o seu rosto dourado, e jogou sobre o homem os seus fortes raios de fogo. Em poucos minutos, o homem já transpirava, e tirou a capa.

O sol deu uma piscadinha para o vento e este, envergonhado, foi esconder-se nas rochas da montanha.

A luz, o sal e o fermento agem sobre nós como o sol. São calmos, silenciosos e lentos, mas são constantes. Por isso que sua ação é eficaz e irresistível.

O mundo seria bem melhor se irradiássemos mais o Sol que é Jesus.


A moça de olhos pretos

Havia, certa vez, uma família bem ligada à Igreja. Eram vários irmãos, todos de olhos azuis. Mas uma garota tinha os olhos pretos.

Quando ficou adolescente, ela se preocupou com isso e rezava todos os dias, pedindo a Deus que mudasse a cor dos seus olhos. Não foi atendida.

Quando se tornou jovem, ela foi convidada para trabalhar como missionária em um país distante, cujo povo tinha os olhos pretos.

Lá, as famílias pobres vendiam seus filhos no templo, para serem sacrificados aos deuses.

Como as mulheres andavam na rua com o corpo totalmente coberto, inclusive a cabeça e o rosto, aparecendo somente os olhos, ela usava também aquela roupa, e assim comprava as crianças que iriam ser sacrificadas, e ninguém percebia que ela era estrangeira.

Se os seus olhos não fossem pretos, o pessoal do templo percebia que ela era estrangeira e a denunciaria.

Foi só aí que ela entendeu por que tinha os olhos pretos.

Deus tem um plano maravilhoso para cada um de nós, e já nos criou adaptados a esse plano, inclusive na cor dos olhos.

Somos da família de Jesus. Ele é nosso irmão e a sua Mãe é Mãe nossa também. Santa Mãe Maria, intercedei por nós, a fim de entendermos a nossa vocação!


Eu não durmo sem rezar

Certa vez, uma menina de seis aninhos estava internada em um hospital, para ser operada. Tinha de tomar anestesia geral.

Quando o anestesista chegou ao seu quarto, disse a ela: “Olhe, filha, você vai tomar um remedinho e daqui a pouco vai dormir”.

Ela disse: “Então eu posso rezar?” Ele respondeu: “Pode, mas por que você quer rezar, está com medo?” “Não”, disse ela. “É porque eu não durmo sem rezar”.

Com toda naturalidade, a menina juntou as mãozinhas e fez sua oração, aquela que ela fazia todas as noites, antes de dormir.

“Os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos Céus?’ Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18,1-3).

O respeito humano é um pecado de nós adultos, não das crianças. Não vamos guardar no bolso a nossa fé, só porque estamos junto com pessoas estranhas. É justamente aí que precisamos dar testemunho.


Sentir Deus como Pai cura depressão

Certa vez, um senhor estava desesperado, devido aos grandes problemas, em diversas áreas de sua vida. Procurou um monge que tinha fama de santo e de sábio, e lhe pediu orientação.

Quando o homem começou a expor a sua situação, o monge percebeu que ele estava tão tenso que não tinha condições de acompanhar um raciocínio. Era início de depressão.

Depois que o homem falou tudo o que queria, o monge simplesmente lhe disse: “Por favor, repita a frase que eu vou falar: ‘Deus é meu Pai”. O homem repetiu: “Deus é meu Pai”.

O monge continuou dizendo, calmamente e devagar, a mesma frase, e ele repetindo.

Quando tinham repetido mais ou menos dez vezes, o homem se emocionou e começou a chorar. Depois disse: “Desculpe, padre, foi a primeira vez que eu senti que Deus é meu Pai”.

O monge lhe disse: “Você encontrou a saída. Tem um grande e poderoso amigo ao seu lado, nas vinte e quatro horas do dia, com quem pode se abrir e pedir ajuda”.

O monge lhe deu as orientações sobre os problemas apresentados, e os dois se despediram.

A consciência da presença de Deus nos acalma e nos dá confiança.


A entrevista em um asilo

Certa vez, um repórter resolveu entrevistar os velhos de um asilo.

Aproximou-se de um senhor e perguntou: “Quantos anos o senhor tem?” Ele respondeu: “89”. “O que o senhor fez para viver até esta idade?” perguntou o repórter. O homem respondeu: “Sempre me levantei cedo, nunca o dia amanheceu comigo na cama”.

O repórter aproximou-se de outro e perguntou: “O que o senhor fez para chegar a esta idade?” Ele respondeu: “Fiz regime. Nunca comi em excesso”. E quantos anos o senhor tem?” “93”, respondeu o velho.

Fez a mesma pergunta a outro e este disse: “Nunca tive vícios, não fumei nem bebi em excesso”. Quantos anos o senhor tem?” “85”.

O repórter aproximou-se de um velho todo alquebrado e perguntou: “O que o senhor fez para chegar a essa idade?” O homem disse: “Olhe, eu fumava, bebia a ponto de cair, passava a noite em farras...” “E quantos anos o senhor tem?”, perguntou o repórter. Ele respondeu: “42”.

Que amemos mais a vida e a saúde, pois são dons de Deus e meios valiosos para fazermos o bem.


O sapo e a onça se desentendem

Certa vez, a onça e o sapo brigaram. Cheia de raiva, a onça pegou o sapo por uma das perninhas, a fim de lhe dar um castigo.

O sapo suplicou: “Dona onça, eu não sei nadar. Por favor, não me jogue naquele lago! Jogue-me nesta pedra!” A onça, mais que depressa, atirou o sapo bem no meio do lago.

Muitas vezes, o mal que as pessoas nos fazem são, na verdade, um bem para nós. “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).

“Os filhos deste mundo são mais espertos, em seus negócios, do que os filhos da luz” (Lc 16,8). Deus quer que invertamos e sejamos mais espertos que os malvados, que Jesus chama de “filhos deste mundo”.


Filho do governador e filho de Deus

Certa vez, um missionário estava pregando as Santas Missões em uma cidade. Um rapaz cumprimentou-o e se apresentou, dizendo, com certa arrogância: “Eu sou filho do governador”.

O padre estendeu a mão e disse: “Muito prazer, e eu sou filho de Deus”.

O missionário ganhou de dez a zero, pois Deus é infinitamente superior ao governador.

A nossa missão é fazer com que todos e todas sejam respeitados nesta sua grande dignidade, a mais alta que um ser humano pode ter.

Até um mendigo, se é batizado, é mais importante que o filho de um governador.

Se formos bons filhos e filhas de Deus, seremos também bons irmãos e irmãs uns dos outros.

Diante desta grande dignidade, caem todas as diferenças entre nós. “Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós seis um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28). Esta é a nossa vocação: Quebrar as diferenças, derrubar as barreiras e construir pontes.

A transformação acontece aos poucos e começa dentro de nós. Ela vai se irradiando, como as ondas que se formam quando jogamos uma pedra em um lago.

“Deus enviou seu Filho nascido se uma mulher... e todos recebemos a dignidade de filhos de Deus” (Gl 4,4). A nossa gratidão a Deus pelo presente, e a Maria que foi o instrumento para a nossa filiação divina.


O especialista em moedas falsas

Havia, na antiguidade, um especialista em moedas falsas, que passava o dia estudando uma única moeda de ouro. Dias e dias, meses a fio, estudando a mesma moeda.

As pessoas ficavam curiosas para saber por que ele não escolhia outra, uma falsa, por exemplo, para descobrir o que estava errado nela.

Um dia, alguém criou coragem e lhe perguntou: “Se o senhor é contratado para descobrir moedas falsas, por que só estuda moedas legítimas, e nem olha para as falsas?”

Ele respondeu: “Meu amigo, eu não preciso conhecer as moedas falsas. Se conheço bem as verdadeiras, cada detalhe delas, eu saberei, na hora, reconhecer uma falsa”.

Está aí uma boa dica para nós que queremos ser fiéis discípulos de Jesus, como foi Maria Santíssima: Olhar mais para Jesus, a fim de conhecê-lo melhor. Assim, saberemos distinguir a vontade dele, dos milhares de propostas que nos são apresentadas diariamente.

O mundo está cheio de caminhos errados. Nós não precisamos conhece-los. Basta conhecer o caminho certo que é o Evangelho de Jesus. Há crimes e fraquezas humanas dos mais diversos tipos. Não precisamos conhecê-los. O importante é conhecer e divulgar os bons exemplos.

Se dedicarmos mais tempo ao conhecimento de Jesus, através da Santa Igreja e dos Evangelhos, quando estivermos diante de qualquer situação, por mais complexa que seja, saberemos discernir o que está de acordo com Jesus e o que não está.


Maria Santíssima é a legítima discípula de Jesus. Junto dela, não erraremos nunca o caminho.

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