PADRE QUEIROZ

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Outubro de 2015 - 29 Hists50Abr15

29Hists50Abr15

Homem perde-se na floresta 1450
Permanecer do lado da luz 1449
De que precisamos para ser felizes 1448
Zilda Arns, a médica missionária 1447
Garota chocada com corrupção 1446
Como o nosso caráter é moldado 1445
Olhamos o mundo com nosso prisma 1444
Subir ao ponto mais alto 1443
Como vencer grandes problemas 1442
Para situações novas, soluções novas 1441
O cristão cai e se levanta 1440
O coquinho de indaiá 1439
Mais forte que o exército 1438
Onde existe amor Deus aí está 1437
A união faz a força 1436
A estrada que precisava de luz 1435
Ouvir o inaudível e ver o invisível 1434
O menino que queria ver Deus 1433
A soberba tem pernas curtas 1432
Rei despreocupado com bens materiais 1431
O presépio com dois bebês 1430
A fé faz do mundo um templo 1429
Os animais nos ensinam 1428
A escola dos bichos 1427
Pardal quer voar como águia 1426
O Senhor é o meu Pastor 1425
O passeio superficial 1424
A alegria nasce dentro de nós 1423
O mundo tem a cor que você pinta 1422
Tática para não xingar 1421
Nossas sensações são em parte subjetivas 1420
A falta de comunicação 1419
Líder: Severo ou benevolente 1418
O líder toma a frente 1417
A força do amor a Deus 1416
A lição do joão de barro 1415
O segredo da boa liderança 1414
A carta muito especial 1413
Rei testa candidatos ao trono 1412
A estranha tarefa escolar 1411
O Apóstolo do Brasil 1410
Amor que se sacrifica 1409
A vida tem a cor que você pinta 1408
Continuadores de Jesus 1407
A busca do mais forte 1406
O sentido do trabalho 1405
Deu a vida pelos irmãos 1404
O que adianta ganhar o mundo 1403
Bodas na cadeira de rodas 1402
O abraço à macaúba 1401


Homem perde-se na floresta

Certa vez, um homem santo estava indo em peregrinação para um santuário. A viagem era longa e, ao atravessar uma grande floresta, ele se perdeu. Durante vários dias lutou para encontrar a saída. Tentou diversos caminhos, mas percebeu que estava, cada vez mais, embrenhando-se no interior da floresta virgem.

Encontrou um grupo de viajantes, que também estavam perdidos. O grupo rezou dizendo:
- Obrigado, Senhor! Este homem vai nos salvar, indicando-nos o caminho para sair desta floresta.

Aproximaram-se do homem e pediram:
- Por favor, mostre-nos o caminho. Estamos perdidos!

O homem santo respondeu:
- Eu também estou perdido, por isso não posso indicar-lhes o caminho. Posso apenas mostrar as trilhas que já segui e que me levavam cada vez mais para o interior da floresta.

Somos todos peregrinos neste mundo, em busca da felicidade e da salvação. Precisamos descobrir qual é o caminho certo. O mundo ao nosso redor nos apresenta muitas trilhas enganosas, que só fazem nos perder ainda mais.

As pessoas santas também estão procurando o caminho certo. Se estivermos unidas aos nossos irmãos e irmãs, certamente o encontraremos, pois “Onde dois ou mais estiverem unidos em meu nome, eu estou, no meio deles” (Mt 18,20).


Permanecer do lado da luz

Havia, certa vez, uma professora que era muito sábia. Ela já podia se aposentar, mas preferiu continuar trabalhando, porque via no magistério um espaço para formar as novas gerações.

Um dia, ela ensinou uma regra excelente de matemática para três alunas: A Vanessa, a Márcia e a Sônia. E sugeriu que elas passassem para frente, ensinando aos colegas da classe.

Semanas depois, ela deu a toda a classe um trabalho, para o qual era necessário saber aquela regra. Todos acertaram. A professora perguntou quem lhes havia ensinado a regra. A classe respondeu em coro: “Foi a Márcia!”

A Márcia tomou a palavra e explicou:
- Fiz isso porque a senhora sempre ensinou que o mal a gente não propaga, mas o que é bom devemos passar para frente.
A classe bateu palmas.

A professora sorriu e disse:
- Muito bem. Era exatamente essa a minha intenção. Eu queria dar a oportunidade de vocês refletirem sobre o que fazer com as informações ruins e as informações boas que recebemos diariamente.

Os meios de comunicação gostam de divulgar notícias negativas: Corrupção, roubos, assassinato, crimes dos mais variados tipos. Se em uma rua existem 100 famílias, 99 andam direito e uma comete um crime hediondo, é esta que fica conhecida no mundo inteiro. O porco gosta de lama; o beija-flor gosta de flores. Vamos ser beija-flores, não porcos.

Existe, nos Estados Unidos, o seguinte provérbio: Dont stay on the black side: Não permaneça no lado escuro. Todas as instituições e acontecimentos têm dois lados: O escuro e o lado da luz. Vamos permanecer no lado da luz.


De que precisamos para ser felizes

Sócrates foi um grande filósofo grego, natural de Atenas. Viveu no Séc. 5º A/C. Por ser muito sábio, estava sempre cercado de discípulos. Além de suas ideias e conhecimentos, os alunos apreciavam o seu modo de viver, que era extremamente simples e desapegado.

Sócrates tinha um hábito que deixava todos os discípulos perplexos: Ele costumava gastar boa parte do seu tempo livre andando pelo mercado da cidade.

Um dia, um dos discípulos, curioso para saber o que ele fazia no marcado, seguiu-o à distância. Lá, aproximou-se do filósofo e perguntou:
- O que chama tanto a atenção do senhor nesse mercado, a ponto de visitá-lo com frequência?

Sócrates respondeu, com um sorriso:
- Eu venho aqui para ver de quantas coisas o homem não precisa para ser feliz.

“Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade”, exceto amar a Deus e só a ele servir (Ecl 1,2).


Zilda Arns, a médica missionária

Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela é catarinense, irmã do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de S. Paulo, capital. Zilda morreu com 75 anos de idade, vítima do terremoto no Haiti, no dia 12/01/2010.

Formada em medicina, com especialização em educação física e pediatria, Zilda dedicou sua vida ao cuidado das crianças pobres, da mortalidade infantil e da desnutrição. Ela coordenava 155 mil voluntários, presentes em 32 mil Comunidades, situadas em bolsões de pobreza, em 3.500 cidades brasileiras.

A Pastoral da Pessoa Idosa conta com 100 mil idosos, que são acompanhados mensalmente por 12 mil voluntários, em 579 Municípios brasileiros.

Zilda encontrava-se em Porto Príncipe, com a finalidade de introduzir no Haiti a Pastoral da Criança. Ela tinha terminado uma palestra e respondia perguntas, em uma igreja, quando o terremoto começou. Suas últimas palavras foram: “Cuidar de uma criança pobre é um bem sagrado”.

Dia 10/01/2015, foi aberto o processo de beatificação de Zilda Arns. O fato aconteceu na Arena da Baixada, em Curitiba. Desde a Copa do mundo, o estádio não esteve tão lotado.

Zilda Arns foi uma cristã que brilhou como luz para todos nós.


Garota chocada com corrupção

Certa vez, uma menina de 10 anos assistia a TV ao lado dos pais, num começo de noite. O noticiário tratava de corrupção, assassinatos e pecados em diversos níveis da sociedade. A menina sentia muita tristeza.

Os pais, olhando um para o outro, pensavam em pedir a ela que fosse fazer outra coisa, enquanto assistiam ao telejornal. Eles sabiam que, apesar de aquela ser a realidade do mundo, era tudo muito negativo.

Antes que os pais a mandassem sair da sala, a menina fez uma pergunta preocupante, e que foi respondida com calma, depois que desligaram a TV.

A garota perguntou:
- Deus vê tudo isso acontecendo e não faz nada? O pai chamou a filha para perto de si, deu-lhe um abraço e respondeu:

- Faz sim, filha. Deus fez você, fez o papai e a mamãe, fez todas as pessoas para mudarmos este mundo triste.

Somos agentes de um mundo novo. Quem se eleva, eleva o mundo.

(Fonte: Natal em Família)


Como o nosso caráter é moldado

Havia, certa vez, uma senhora de 90 anos, que vivia sempre ocupada em fazer o bem para os vizinhos. Todos consideravam suas palavras muito sábias.

Um dia, ela resolveu reunir a juventude do bairro em sua casa. A turma chegou e ficou bem a vontade.

A idosa senhora pediu que todos falassem de suas maiores preocupações. Ela ouvia com calma e atenção os relatos. Depois que todos falaram, ela disse:

Tomem cuidado e tenham muito amor e paciência diante de tudo isso que está acontecendo com vocês. Tomem cuidem:
- Com os pensamentos, porque eles se transformam em palavras.
- Com as palavras, porque elas se transformam em ações.
- Com as ações, porque elas se transformam em hábitos.

E tomem cuidado com os hábitos, porque eles moldam o caráter de vocês. Os hábitos vão, aos poucos, transformando a nossa consciência, para que pensamentos, palavras, ações e hábitos caminhem na mesma direção. Sem a sintonia entre essas energias internas, o homem não consegue viver.

Quando a senhora terminou, os jovens aplaudiram-na longamente. Ela encerrou a reunião, servindo a todos um delicioso chocolate quente.


Olhamos o mundo com nosso prisma

Certa vez, uma professora deu aos alunos da classe um trabalho sobre as leis de trânsito. Ela distribuiu papel e lápis para todos e cada criança deveria pintar seu próprio semáforo.

Diego olhou para o desenho do colega Gustavo e disse:
- Ei! Você pintou errado. O farol de cima é o vermelho, não o verde. Gustavo respondeu:
- Foi o que eu fiz. Pintei o farol de cima de vermelho, não está vendo?

Diego disse:
- Não. Você é um mentiroso. Pintou de verde. Está errado.
E a discussão foi tomando tal proporção que a professora teve de intervir. Ao se inteirar do problema, ela chamou Diego e disse-lhe:

- O seu colega está dizendo a verdade, quando fala que pintou o farol de vermelho, porque o que ele vê é isto. Ele é daltônico, quer dizer, troca as cores. O que para você é verde, para ele é vermelho.

Cada pessoa olha o mundo através de sua história de vida. Portanto, cada um vê uma mesma realidade de forma diferente.

(Fonte: Maria Salette e Wilma)


Subir ao ponto mais alto

Havia uma tribo de índios que vivia em uma vasta região localizada em uma alta montanha. Um dia, o chefe da tribo adoeceu e, ao perceber que lhe restava pouco tempo de vida, chamou seus três filhos e disse:

- Já não vou durar muito, e um de vocês será o meu sucessor. Percorram a região, subam as montanhas, atravessem os rios... Será o meu sucessor aquele que me presentear do modo mais original.

Partiram os três. Cada um esperava encontrar algo especial que pudesse surpreender o pai.

Tempos depois, regressou o primeiro. Em suas mãos trazia uma flor rara e preciosa, nunca vista naquela região.

Dias depois, veio o segundo. Este presenteou o pai com uma linda pedra, parecia especial, com sua superfície lisa e redonda, como que polida através do tempo.

Finalmente apareceu o terceiro. Suas mãos estavam vazias, mas seus olhos brilhavam. Contou ao pai que subira ao ponto mais alto das montanhas e descobrira, do outro lado, uma região maravilhosa, com rios, vales, campinas verdes e lagos cristalinos. E, cheio de entusiasmo, exclamou:

- Se nós nos mudarmos para lá com toda a tribo, nossa vida com certeza será muito melhor.
- Você será o meu sucessor, respondeu o pai, revelando, na voz fraca, um sentimento de alegria e esperança. Você me trouxe, como presente, a visão de um futuro melhor.

Mesmo que a subida da nossa montanha seja difícil, lembremo-nos de que do outro lado existe um presente para nós e nossos pais, que é a esperança de um futuro melhor.


Como vencer grandes problemas

Havia, certa vez, uma família que vivia tranquila em sua casa. Eram o pai, a mãe e dois filhos. Eles participavam da igreja e trabalhavam na pastoral familiar.

Um dia, a mãe descobriu-se com uma doença muito grave. O sofrimento invadiu a casa. Todos sentiam um aperto no peito, um nó na garganta. Diante de tanta dor, entregaram nas mãos de Deus.

A família percebeu que, antes de tudo, era preciso confiar em Deus, pois ele tem poder infinito e nos ama com o amor de um Pai zeloso. A fé fortalece, anima e dá coragem para continuar a luta.

Depois de muitas idas e vindas, consultas, tratamentos, exames e remédios, a situação foi clareando e conseguiram ver no horizonte a possibilidade de cura. Este sabor de vitória foi-se tornando cada vez mais próximo. Finalmente, a doença foi vencida.

Assim, a alegria voltou a tomar conta daquela casa, agora uma alegria mais profunda, pois baseada na certeza de que Deus caminhava ao lado da família, com o seu amor e poder infinitos. E fortaleceram mais um aspecto de sua oração: A ação de graças.

Quando rezamos, a resposta de Deus sempre vem. Neste caso, veio através da cura. Mas pode vir de outra forma. Seja qual for o tipo de resposta, ela nos trás paz interior.


Para situações novas, soluções novas

Certa vez um padre, ao almoçar na casa de uma família da paróquia, ficou intrigado com um prato. Era um frange assado, mas cujas coxas foram assadas separadamente. Curioso, o sacerdote perguntou o motivo por que ela assou o frango daquela maneira.

A mulher respondeu que não sabia, mas é daquele jeito que sua mãe assa frangos, e que ela aprendeu. O importante era que ficava muito gostoso. O importante é que fica muito gostoso, concluiu ela.

O padre conhecia a mãe dessa senhora e resolveu investigar. Foi até a casa dela e perguntou por que assa frangos separando as coxas. Ela deu a mesma resposta da filha. Disse que havia aprendido com sua mãe essa forma de assar frangos e, como ficava muito gostoso, era assim que fazia.

Como o padre era muito curioso, e sabendo que a mãe desta senhora ainda estava viva, continuou investigando. Viajou até o local onde residia a velhinha, que era bem distante, em outro município. Lá descobriu que ela usava ainda fogão a lenha.

Perguntou por que ela assava frangos com as coxas separadas. Ela respondeu:
- Padre, é muito simples. Se eu for assar o frango inteiro, com as coxas, ele não cabe na minha assadeira. Por isso tenho de cortar as coxas.

O padre então descobriu que aquela senhora tinha um motivo real para assar frangos separando as coxas. Mas a filha e a neta, com suas assadeiras modernas, não tinham. Não havia, portanto, nenhum motivo que justificasse aquele procedimento.

Nem sempre a solução que foi boa para uma pessoa será também para outra. Para situações novas, vamos ser criativos e descobrir soluções também novas.

(Fonte: Maria Salette e Wilma)


O cristão cai e se levanta

Certa vez, um rapaz foi visitar um mosteiro. Lá, perguntou ao monge que o recebia:
- O que é que vocês fazem aqui?
Ele respondeu:
- Aqui a gente cai e se levanta.
- E depois?
- Cai e se levanta.
- E depois?...
E a resposta era sempre a mesma.

Aquele monge apresentou um aspecto central da vida cristã: Nós passamos a vida caindo e nos levantando. O importante é que Deus, quando vier nos buscar, que nos encontre em pé.

A caminhada do povo hebreu pelo deserto, rumo à Terra Prometida, é um símbolo da vida cristã. Cada dia de manhã, eles desarmavam as suas tendas, colocavam-nas em suas costas e continuavam o caminho. A chegada à Terra Prometida representa a nossa morte, o nosso encontro com Deus. Um dia antes, ainda estamos desarmando a nossa tenda, isto é, caindo e nos levantando.


O coquinho de indaiá

Indaiá é uma palmeira que existe no litoral sudeste do Brasil. Ela produz um cacho de cocos que são comestíveis e gostosos. Mas o coquinho não tem como ser aberta sem destruí-lo. Pode-se amassá-lo, serrá-lo, furá-lo, mas não se consegue abri-lo.

Entretanto, se tomarmos um vaso, nele plantarmos o coquinho e o regarmos, depois de algum tempo o coquinho não só se abre, mas nasce dele uma bela palmeira.

O coquinho de indaiá é como o coração humano: Só se abre de dentro para fora. Com violência, não conseguimos abrir o coração humano. Só o homem possui a chave do seu coração e pode abri-lo, pois ele só se abre de dentro para fora.

Querer amar alguém já é amar. Querer perdoar alguém já é perdoar. O resto vem com o tempo. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por quem ama” (Jo 15,13).


Mais forte que o exército

Certa vez, um pequeno país fora invadido por outro, e este odiava os católicos. Um dia de manhã, uma criança estava indo ao catecismo, e um soldado invasor veio ao seu encontro e disse:
- Aonde você está indo, menino?
- Vou ao catecismo.
- Já não há mais catecismo, pode voltar para casa.
- Então eu vou ver o sacerdote.
- Não há mais sacerdote. Nós o prendemos.
- Então eu vou à igreja.
- Não há mais igreja. Nós a derrubamos.

O garoto olhou para o soldado e disse: “Vocês podem ter acabado com o catecismo, prendido o padre e derrubado o templo, mas a Igreja está viva, porque eu sou Igreja”.

“Vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo. Assim, na Igreja, Deus estabeleceu, primeiro, os apóstolos, segundo, os profetas... depois os diversos dons” (1Cor 12,27-28).

A Igreja somos nós. Cada um é um membro desse corpo vivo, presente no nosso bairro. “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as força da morte não poderão vencê-la” (Mt 16,18).


Onde existe amor, Deus aí está

Havia, certa vez, uma senhora, chamada Maria José, que era muito solidária com as pessoas do seu bairro. Nas diversas necessidades que as pessoas tinham, procuravam a ela e sempre recebiam apoio.

Um dia, uma vizinha lhe perguntou: “Por que você ajuda tanto as pessoas?” Maria José explicou: “Um dia, na Missa dominical, cujo Evangelho era aquele que narra o Juízo Final (Mt 25,31ss), o padre explicou que Jesus usa como critério para entrar no Céu a ajuda aos necessitados”.

Aquelas palavras, disse ela, entraram dentro de mim e não saíram mais. Senti uma grande alegria por ter descoberto um caminho seguro para o Céu. Entendi que Deus é amor, e onde existe amor, ele aí está.

A partir daquela Missa, Maria José passou a ser mais alegre. Aprendeu que Deus sempre está do lado daqueles e daquelas que são fiéis aos seus mandamentos.


A união faz a força

Havia, certa vez, em uma fazenda, uma manada de touros de raça. Eram animais muito fortes e saudáveis, que pastavam calmamente em um bem cuidado sítio, preparando-se para serem apresentados em uma exposição, na qual seria escolhido o mais bonito e o mais forte. Eram animais muito caros e por isso tratados com todo cuidado.

Um dia, apareceu pelas redondezas um leão faminto. Ao ver tão saborosa carne, não teve dúvidas. Na primeira distração, atacou e matou um dos touros. Assim passou a acontecer seguidamente. Já eram vários os animais que haviam sido sacrificados. Foi então que os touros marcaram uma assembleia para discutir o problema.

Palpites daqui, sugestões dali, e veio a decisão: Vamos estar sempre em posição de semicírculo. Assim, se o animal atacar um de nós por trás, sempre haverá quem esteja vendo para defender. Fizeram desse jeito e o leão não conseguiu mais vencê-los, pois todos se defendiam mutuamente.

A união faz a força. Um fio de cabelo é frágil, mas uma trança é muito forte. Uma varinha é fraca, mas um feixe de varas ninguém consegue quebrar. Povo unido jamais será vencido.


A estrada que precisava de luz

Havia, certa vez, uma estrada que precisava de luz. Construíram ao lado dela uma mesa bem alta e contrataram uma moça para ficar em cima, com uma vela acesa, a fim de iluminar a estrada.

A jovem passava a noite ali, iluminando para todos os que passavam. Ela zelava para que a vela não se apagasse com o vento. Mas, às vezes, o vento era muito forte e a apagava. Mas alguém que passava na estrada jogava uma caixa de fósforos e ela a acendia novamente.

Às vezes chovia, fazia frio, era difícil para ela. Por isso a garota procurou o patrão e pediu as contas. O patrão lhe disse:
- Filha, não temos outra pessoa para fazer esse serviço, e sem ele os passantes trombam uns com os outros, caem em buracos, além dos assaltantes que gostam do escuro. Por isso pense bem. Ela pensou e decidiu continuar no emprego.

Essa jovem somos nós, e a vela é o nosso testemunho. Somos luz no nosso ambiente. Sem os cristãos católicos, o mundo ficaria escuro, triste e perigoso. Mas não é fácil manter nossa vela acesa. É preciso muita garra e determinação.


Ouvir o inaudível e ver o invisível

Certa vez, um rei mandou seu filho morar durante um tempo com um grande mestre, a fim de aprender a sabedoria. Quando o príncipe chegou, o mestre o recebeu afetuosamente, e o mandou sozinho para uma floresta, com a tarefa de descrever o som da floresta.

Após dez dias, o jovem retornou e o mestre pediu que descrevesse todos os sons que conseguiu ouvir. O moço disse:
- Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoreço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho das cachoeiras e do vento cortando os céus.

Ao terminar o relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse à floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível. Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu à ordem do mestre, mas pensando: Não entendo; eu já distingui todos os sons da floresta!

Por dias e dias ficou ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu distinguir nada de novo, além daquilo que havia relatado ao mestre.

Certa manhã, porém, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira. E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz.

Pensou: Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse. E, sem pressa, ficou ali ouvindo, ouvindo pacientemente, durante quinze dias. Queria ter certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou, disse:
- Mestre, quando prestei atenção, pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra, e da grama bebendo o orvalho da noite.

O mestre sorriu e disse:
- Parabéns! Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma pessoa sábia. Apenas quando aprendemos a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos e medos não confessados, podemos atender às reais necessidades de cada um.
E o príncipe voltou para o palácio.

A morte de um relacionamento começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem atender ao que vai no interior, nem ouvir o coração. É preciso, portanto, ver o invisível e ouvir o lado inaudível, o lado não mensurável no ser humano, mas que tem o seu peso.

Não é só pela palavra, falada ou escrita, que expressamos nossos sentimentos. Eles se mostram no nosso semblante, na fisionomia, no nosso andar... Até a nossa pele comunica o que vai no nosso coração.

O Rosário salva os cristãos.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


O menino que queria ver Deus

Um dia, um menino perguntou a Benjamin Franklin, que gostava de crianças:
- O senhor é tão sábio. Poderia dizer-me onde posso ver Deus?

Era meio dia e o sol estava bem quente. O velhinho sorriu e, mostrando à criança o céu azul, disse:
- Você não consegue olhar para o sol, nem deve, porque poderia queimar sua vista. Se você não consegue nem olhar para o sol, como poderá ver Deus com esses seus olhinhos, se Deus brilha muito mais que o sol?

Deus é uma luz infinita, luz de bondade, de amor, de inteligência e de poder. Com os olhos da carne, nós não conseguimos vê-lo, mas ele se nos dá a conhecer através das suas obras.

As coisas criadas nos levam a conhecer a Deus, com tanta clareza que todos os que não têm fé, ou têm uma fé desviada, são insensatos (Sb 13,1-9). Quando contemplamos uma obra de arte, o nosso pensamento se volta logo para o artista. Por que não fazemos o mesmo quando contemplamos as belezas da natureza?

O Rosário é o meio mais conveniente e eficaz para obter a ajuda maternal da Virgem Maria.

(Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)


A soberba tem pernas curtas

Certa vez, um homem foi até um lago, olhou-se no espelho da água, admirou-se e disse: Eu sou perfeito.
- Saiu ao encalço de uma caça e, com um golpe, a abateu. Depois disse: Eu sou forte.
- Subiu até o alto de uma montanha e, ao se ver nas alturas, exclamou: Eu sou grande.
- Com o atrito de duas pedras produziu fogo, e afirmou: Sou poderoso.
- Durante um dia de chuva, fez mil e um projetos e declarou: Sou inteligente.
- Ao escavar a terra, achou ouro e concluiu: Sou rico, não preciso de ninguém.

Passaram-se os anos. O homem voltou ao lago e, ao espelhar-se, verificou que a beleza desaparecera. Portanto, não era propriedade sua, tanto assim que não pudera conservá-la.
- Tentou abater uma caça e não conseguiu.
- Quis subir até o alto de uma montanha, deteve-se, porém, no caminho, sem forças.
- Com duas pedras obteve fogo, mas incendiou a floresta e ele correu o risco de morrer.

Acabou descobrindo que não conseguia mais realizar a maior parte dos seus sonhos. Então saiu pelas praças, pretendendo comprar com seu ouro o tempo passado. Contudo só lhe ofereciam coisas em troca e nada mais.

“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, exceto amar a Deus e só a ele servir (Ecl 1,2).

Na Sagrada Escritura encontramos poucas palavras sobre a Virgem Maria, mas são como grãos de ouro puro. Se os fundirmos no fogo da contemplação, são suficientes para irradiar sobre toda a nossa vida o esplendor luminoso das virtudes.

(Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)


Rei despreocupado com bens materiais

Conta-se que na antiguidade havia um rei que não se preocupava em ajuntar para si bens materiais. Um dia, um súdito perguntou-lhe por que isso. Ele disse:
- Eu lhe revelarei se você percorrer meu palácio para conhecer a magnitude da minha riqueza. Mas terá de levar uma vela acesa. Se ela se apagar, você terá trinta anos de prisão.

Ao final do percurso pelo palácio, o rei perguntou-lhe:
- O que você achou da minha riqueza? O súdito respondeu:
- Eu não vi nada, porque estava preocupado com a vela, para que não se apagasse. O rei então explicou:

- Pois este é o motivo. Eu vivo tão preocupado com os meus cidadãos, que não me sobra tempo para ajuntar riquezas para mim.

Muitos cristãos amam tanto a Deus que esse amor os absorve totalmente, a ponto de não lhes sobrar tempo para se preocupar com qualquer outra coisa. É um amor plenificante.

Na vida cotidiana, a devoção a Maria nos forma para a prática das virtudes.


O presépio com dois bebês

Certa vez, uma jovem estava ensinando catecismo em um orfanato do governo, cujas crianças tinham sido abandonadas pelas mães logo ao nascer.

Naquela aula, a catequista explicava a história do Natal, como Maria e José chegaram a Belém e, devido às hospedarias estarem lotadas, foram obrigados a se refugiar em uma gruta, onde Maria, após dar à luz, teve de colocar o bebê em um cocho de animais.

As crianças estavam atentas ao relato, algumas assombradas. Terminada a narração, a catequista deu a cada criança uma folha de papel e pediu que desenhassem a gruta com o menino Jesus e os pais. Elas nunca tinham visto um presépio.

Caminhando pelo meio delas, a catequista descobriu um desenho que tinha dois bebês, em vez de um. Ela aproximou-se do pequeno, que parecia tem uns seis anos, e pediu que explicasse por que fez dois bebês e não um só.

Ele cruzou os bracinhos, olhou para o desenho e contou a sua história. Disse:
- Quando Jesus nasceu e Maria o colocou na manjedoura, Jesus viu que eu também não tinha um lugar para morar e pediu que eu ficasse ali com ele. Fiquei agradecido, deitei-me ao seu lado e lhe dei o que senti que ele mais precisava: O calor. Jesus me pediu que ficasse com ele para sempre.

Aquele pequeno órfão viu em Jesus alguém que nunca o abandonou e nunca se aproveitaria dele. Por isso era feliz.

O importante não é tanto olhar para Maria, mas na direção em que ela olha, isto é, para seu Filho.


A fé faz do mundo um templo

Certa vez, um mestre estava caminhando e viu uma pedra bonita à beira da estrada. Parou e ficou contemplando os contornos da pedra. As flores que a rodeavam e o sol que batia pareciam deixá-la mais bonita ainda. Ele pensava: Esta é a pedra em que Jesus sentou-se para nos dar o presente das bem-aventuranças.

Ali perto, havia um rapaz trabalhando na roça, e viu a cena. Após uma hora, o jovem perdeu a paciência, foi até o mestre e disse-lhe:
- Estou, há algum tempo, observando o senhor parado diante desta pedra, e às vezes sorrindo. Sinceramente, não encontro um motivo que me leva a pensar que o senhor não está perdendo tempo.

O mestre voltou-se para ele e disse:
- Eu olho para esta pedra e vejo Jesus Cristo sentado nela. Você olha para a mesma pedra e nada vê, e ainda fica julgando quem a contempla. Para se tornar um sábio, meu filho, é preciso que você veja e sinta com o coração. Só assim você pode ver, até numa pedra, a presença de Deus o abençoando.

O essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração.

No Rosário, aprendemos de Maria a contemplar as belezas do rosto de Cristo.


Os animais nos ensinam

Certa vez, um rapaz estava decepcionado com a sociedade, devido à frieza diante dos sofrimentos do próximo.

Um dia, andando numa floresta, viu que uma pequena lebre levava comida a um enorme tigre ferido que não podia cuidar de si mesmo. Ficou tão impressionado com a cena que voltou no dia seguinte para ver se o comportamento da lebre era casual ou habitual.

Com grande surpresa, pôde comprovar que a cena se repetia. A lebre deixava um bom pedaço de carne perto do tigre. Passaram-se os dias e a lebre continuou agindo da mesma maneira, até que o tigre recuperou suas forças e pôde procurar sua própria comida.

Admirado com a solidariedade entre os animais, disse a si mesmo: “Nem tudo está perdido. Se até os animais são capazes de se ajudar, muito mais poderemos fazer nós, seres humanos”.

E decidiu fazer uma experiência: Deitou-se no chão, fingindo que estava ferido e ficou esperando que alguém parasse para ajudá-lo. As horas se passaram, chegou a noite e ninguém se aproximou para socorrê-lo.

Já ia levantar-se, mais decepcionado que antes com a insensibilidade da sociedade, quando sentiu dentro de si todo o desespero do faminto, a solidão do doente, a tristeza do abandonado. Seu coração estava desolado, quase não conseguia mais levantar-se.

Naquele instante, ouviu uma voz dentro de si, dizendo: “Se você quer sentir que a vida vale a pena, se quer continuar acreditando na humanidade, deixe de se fazer de tigre e seja como a lebre”.

O sim de Maria foi a porta pela qual o Filho de Deus veio e nos salvou.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


A escola dos bichos

Certa vez, vários bichos decidiram fundar uma escola. Para isso, reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.

O pássaro insistiu para que houvesse aulas de voo. O esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. E o coelho queria, de qualquer jeito, que a corrida fosse incluída.

E assim foi feito. Incluíram tudo. Mas cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos aprendessem todas as disciplinas oferecidas.

O coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: “Voe, coelho!” Ele saltou lá de cima e “pluft”... Coitadinho! Quebrou as pernas. Além de não aprender a voar, acabou sem poder correr.

O pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como o tatu. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, nem mais cavar buracos.

Todos nós somos diferentes uns dos outros, e cada um tem uma ou mais qualidades próprias, dadas por Deus. Não podemos exigir ou forçar que as outras pessoas sejam parecidas conosco ou tenham nossas habilidades.

Se assim fizermos, acabaremos fazendo com que as pessoas sofram e, no final, percam até os dons que tinham. Respeitar as diferenças é amar as pessoas como são.

Entre todas as homenagens que se presta a Maria, não existe outra mais agradável a ela que o Rosário.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


Pardal quer voar como águia

Havia, certa vez, um pardal que admirava muito uma águia, sua vizinha. O voo dela era preciso, perfeito e enchia os olhos do pequeno pássaro. Ele sentia vontade de voar como a águia, mas não sabia como fazê-lo. Todavia, não se cansava de segui-la, por entre as árvores, só para contemplar tamanha beleza.

Um dia, ele estava entre as árvores, admirando o voo da águia, esta veio e assentou-se à sua frente. De tanto emoção, o pardal ficou desnorteado e caiu no chão. Quando abriu os olhos, viu aquela grande e bela ave bem à sua frente, observando-o. A águia disse-lhe:
- Por que você está me vigiando?
- Quero ser um pássaro como você, mas meu voo é baixo, porque minhas asas são curtas.
- E como você se sente, já que não consegue realizar seu sonho?

O pardal suspirou, olhou para o chão e continuou:
- Todos os dias acordo muito cedo para ver você voar e caçar. Você é única, é bela. Passo o dia observando você.
- E não voa? Indagou a águia.

- Sim. Mas a grande verdade é que gostaria de voar como você. Acredito, entretanto, que não tenho forças para suportar o vento das alturas.
- Caro pardal! A natureza de cada um de nós é diferente. Aceite-se como é, desenvolva seus dons e será feliz como eu sou feliz.

Maria dá carnalidade à Igreja, e a plenifica como Família de Deus.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


O Senhor é o meu Pastor

Certa vez, na Europa, um sacerdote estava passando uns dias de férias numa região rural. Caminhando pelos campos, encontrou um menino, pastor de ovelhas, apascentando um rebanho. Descobriu que o garoto não sabia nada de Deus, da Bíblia, da Igreja, nem de Cristo, o Bom Pastor.

Então o padre resolveu ensinar-lhe o Salmo 22, que fala do Bom Pastor. O menino gostou muito e quis decorá-lo.

Para facilitar a memorização, o padre sugeriu associar cada versículo com um dos dedos da mão direita. Assim, ao dizer cada versículo, ele seguraria com a mão esquerda aquele dedo correspondente. Terminadas as férias, o padre foi embora.

No verão seguinte, voltou à mesma região. Caminhando pela redondeza, resolveu entrar em uma casa para pedir um copo d’água.

Enquanto a senhora estava buscando a água, ele ficou observando um retrato afixado na parede. Quando ela voltou, o padre comentou que aquele adolescente da foto parecia-se com o menino que ele havia encontrado no ano anterior.

A mulher explicou que aquele era seu filho e morrera no último inverno, em meio a uma tempestade de neve. Morreu procurando uma ovelha extraviada.

O padre lembrou-se do interesse dele pelo catecismo e que lhe ensinara o Salmo 22. Contou também a técnica que usou para ajudá-lo a memorizar os versículos do Salma. A mãe comentou:

“Então, há uma coisa que talvez o sr. possa explicar-me. Ao ser encontrado, vimos que o corpo dele havia caído num precipício e estava congelado. Mas, com a mão esquerda, ele segurava fortemente o quarto dedo da mão direita.”

O padre recitou para ela o quarto versículo: “Se eu tiver de andar por vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estás. O teu cajado me dá segurança”.

Deus nunca nos deixa, mesmo que as situações de nossa vida sejam desfavoráveis. Ele está sempre conosco.

Precisamos imitar Maria na sua total e alegre disponibilidade a Deus.

(Fonte: Gesiel Júnior)


O passeio superficial

Certa vez, uma família fez um passeio de três dias a um lugar muito bonito, a fim de conhecer as paisagens e obras de arte. Eram o pai, a mãe e um garoto adolescente. Prepararam-se, inclusive financeiramente, durante dois meses.

Lá, o menino não saia do celular, ouvindo música ou navegando na internet. E os pais tiravam fotos o tempo todo. Assim, viram as belezas apenas superficialmente e não as contemplaram.

Faltava, nesta família, algo essencial na vida: Viver o agora, o tempo presente. Quem se apega ao passado, ou ao futuro, apenas vegeta, passa pela vida e não vive.

O passado já está nas mãos de Deus. Para nós, ele é algo irreal. Também o futuro, pois ainda não chegou às nossas mãos. Viver no passado ou no futuro é como estar morto.

Claro que houve coisas maravilhosas no nosso passado, que nos deixaram lições para a vida. Mas não é real, já foi. Também devemos planejar o futuro, mas este ainda não chegou, portanto é apenas uma noção na nossa cabeça. E enquanto vivermos no futuro ou no passado, não estaremos agora, não estaremos aqui.

Estamos neste mundo como em um mar revolto. Maria, nossa Mãe, é ao mesmo tempo o estrela do mar e o carinhoso apoio na luta.


A alegria nasce dentro de nós

Havia, na segunda guerra mundial, um prisioneiro que era torturado diariamente pelos soldados nazistas. Um dia, mudaram-no de cela. No novo cubículo havia uma claraboia por onde ele podia ver um pedaço do céu azul durante o dia, e algumas estrelas à noite. O homem sentiu-se extremamente feliz com a sorte que teve.

Outro prisioneiro, do mesmo campo de concentração, era acordado às quatro da manhã e davam-lhe um pedaço de pão. Ele pensou: É melhor eu guardar um pouco deste pão, porque posso precisar à noite. Não estou conseguindo dormir de tanta fome. Ele assim fez e conseguiu dormir, depois de trabalhar o dia todo em trabalho forçado.

Hoje tive uma boa noite, rezou ele de manhã, cheio de alegria. Comendo o pão, consegui dormir. Sou feliz.

E você, pode ver apenas algumas estrelas, ou todo o céu estrelado? Precisa dividir seu pão para não passar fome? Além disso, somos livres, podemos ir aonde quisermos. Vamos, então, ser alegres e felizes.

A alegria e a felicidade não dependem apenas de fatores externos. Elas são predominantemente subjetivas.

“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! Seja a vossa amabilidade conhecida de todos. O Senhor está próximo. Não vos preocupeis com coisa alguma” (Fl 4,4-6).

Maria é a figura e o modelo da Igreja.


O mundo tem a cor que você pinta

Certa vez, um grande missionário entrou em uma cidade para evangelizar. Um dos habitantes aproximou-se dele e disse:
- Sr. padre, não há nada, exceto estupidez nesta cidade. Ninguém quer aprender nada. O sr. não vai conseguir convencer nenhum desses corações de pedra.
O missionário respondeu:
- Você tem razão.

Logo depois, outra pessoa que morava ali aproximou-se do missionário e disse, cheia de alegria:
- Sr. padre, o sr. está em uma cidade abençoada. O povo anseia receber a Palavra de Deus.
O missionário, com alegria, respondeu:
- Você tem razão.

Um companheiro do missionário disse-lhe em particular:
- Como pode isso? O sr. disse aos dois cidadãos que eles têm razão, sendo que as opiniões foram contrária!

O missionário respondeu:
- Cada um vê o mundo do jeito que espera que seja. Por que deveria eu refutar? O primeiro é pessimista e vê o mal. O segundo é otimista e vê o bem. Nenhum deles disse a verdade completa, mas apenas um aspecto dela. Isso sem perceberem.

Alegrai-vos! Cristo ressuscitou. O bem venceu o mal; a verdade venceu a mentira; O otimismo venceu o pessimismo; a vida venceu a morte!

“Maria me acompanha cada dia no cumprimento da minha missão de sucessor de Pedro” (S. João Paulo II)


Tática para não xingar

Havia um senhor que tinha o costume de xingar, falando até palavrões. Sabia que Deus não gostava, mas... como parar?

Um dia, um amigo deu-lhe uma sugestão: Depois de cada xingo, ponha uma pedrinha no bolso. Assim você saberá, ao menos, quantas vezes xingou nesse dia. Também saberá se está melhorando ou piorando, ao confrontar com os dias anteriores.

Ótima ideia, respondeu ele. No dia seguinte, ao voltar do trabalho na roça, o bolso estava cheio de pedrinhas. Ao lavar sua roupa, a esposa reclamou, porque o bolso estava muito sujo. O marido não quis explicar o motivo, apenas ouviu com paciência.

Dias depois, a mulher percebeu que a sujeira estava diminuindo. Percebeu também, com alegria, que o esposo já não falava muitos palavrões, nem xingos. Então ele lhe explicou a tática.

“De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Espírito Santo, com o qual fostes marcados!” (Ef 4,29-30).

Todo católico experimenta diariamente a presença amorosa da Mãe do Céu.


Nossas sensações são em parte subjetivas

Certa vez, um mestre fez com seus discípulos a seguinte experiência: Colocou sobre a mesa três vasilhas e esquentou água até quase ferver. Encheu a vasilha da esquerda com água gelada, colocou a água bem quente na vasilha da direita, e na do meio pôs metade quente metade fria.

Em seguida, pediu para um discípulo introduzir uma das mãos na vasilha da esquerda e a outra na da direita. Após alguns segundos, pediu que colocasse as duas mãos na vasilha do meio. O jovem disse que, na mão que veio da água quente, esta água parecia fria. Já na outra mão que vinha da água gelada, esta do meio parecia quente.

Apesar de a água que estava no meio ser a mesma, produziu sensações diferentes devido aos lugares de onde vieram as duas mãos. Tudo depende das nossas experiências anteriores, ou, como dizemos, do nosso estado de alma.

A mesma realidade é sentida diferentemente por cada um, dependendo da situação anterior da pessoa. O que um indivíduo vê como negativo e ruim, pode ser positivo e bom para outro. Isso nos ensina a aceitar as diferenças entre as pessoas, pois são, em grande parte, subjetivas, dependendo do passado.

Humilhemo-nos diante de Deus como Maria: Eis aqui a escrava do Senhor; faça de mim o que o Senhor quiser.


A falta de comunicação

Havia, certa vez, dois colegas de faculdade que não se viam há três anos. Depois de formados, Vinicius mudou-se para a capital e João Paulo continuou na pequena cidade do interior.

Certa manhã, João Paulo ouve a campainha e, que bela surpresa! Vinicius estava ali. João Paulo estranhou apenas o fato de, ao lado do amigo, estar um grande cachorro pastor alemão, aparentemente muito bravo. De qualquer maneira, não disse nada.

Enquanto trocavam um forte abraço, o cão entrou na casa. João Paulo ficou apreensivo, mas não quis se indispor com o amigo. Entraram na sala e começaram a contar as novidades.

Logo ouviram um barulho vindo da cozinha, alguma coisa foi derrubada e se quebrou. A única reação foi um sorriso amarelo do dono da casa. Mas João Paulo permaneceu indiferente e continuaram contando as novidades.

Rapidamente, o cão salta por cima do sofá, deixando a marca de suas patas sujas. Bate numa mesinha e derruba um belo vaso de porcelana. Os amigos se entreolham, tensos, mas fingindo não ser nada importante.

E o cachorro andando de um lado para o outro, fazendo arte na casa. O tempo passou e já começava a escurecer. Vinicius se despediu e ia caminhando em direção à porta. Nesse momento, João Paulo perguntou-lhe:
- Você não vai levar o seu cão?

- Não é meu! respondeu Vinicius admirado. Quando cheguei, ele se aproximou, me cheirou e ficou do meu lado até você abrir a porta. Como você não falou nada e o deixou entrar, achei que fosse seu.

Constantemente acontecem situações semelhantes, ou cometemos erros, por confiar nas aparências e assim pressupor coisas que não são a realidade. Isso, por falta de comunicação. Quanto mais nos comunicarmos, mais eficientes seremos. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)

O canto da humanidade é o Magnificat, assim como a sua oração é o Pai Nosso.


Líder: Severo ou benevolente?

Em um pequeno país, havia um rei que vivia bastante preocupado com a maneira de governar seu povo. Um dia ele foi a um famoso sábio pedir orientação. Disse-lhe:

- Devo ser severo com meus súditos, para que mantenham o respeito e nunca se rebelem contra mim, ou devo ser amoroso, fazendo-lhes as vontades, para que tenham grande carinho para comigo?

O sábio respondeu:
- Qual o objeto que vossa majestade mais aprecia?
- São dois vasos chineses, muito valiosos, respondeu o rei.
- Traga-os.

Mesmo sem compreender, o rei atendeu o pedido e mandou trazer os dois vasos. Vendo-os, o sábio disse:
- Tragam dois baldes cheios de água. Um deles com água fervendo e o outro com água bem gelada, e despejem um em cada vaso.

Prevendo o que iria acontecer, o rei interveio rapidamente:
- Por favor, não faça isso, pois assim os dois vasos vão se rachar!

- Exatamente, respondeu o sábio. Assim será com o reino. Se agir com severidade excessiva, ou com muita benevolência, não será um bom rei. Vossa majestade deve saber dosar a severidade com a benevolência, para exercer sempre uma autoridade saudável.

Liderar com sabedoria e equilíbrio é uma ação muito difícil, mas quando encontramos o ponto exato, tornamo-nos grandes líderes. A água fervendo estoura o vaso, assim como a nossa ação violenta destrói a auto estima dos subordinados. A água gelada trinca o vaso, assim como nosso excesso de benevolência e proteção acomoda as pessoas, impedindo-as de serem criativas e autônomas.

O melhor culto que podemos dar a Maria é imitá-la em suas grandes virtudes


O líder toma a frente

Todos já ouvimos falar de Napoleão Bonaparte e de sua grande fama como líder, apesar de seus objetivos serem injustos, pois eram guerras na maioria de conquista. Conta-se que, certa vez, Napoleão deveria enfrentar um exército três vezes maior que o seu. Para piorar, o armamento do inimigo era muito melhor.

Enquanto seus soldados se preparavam para a batalha, ele anunciou que iria à frente, conduzindo seus homens.

Muitos tentaram convencê-lo do contrário, dizendo que era loucura diante da situação de grande inferioridade do seu exército. Diziam que a batalha seria difícil e perigosa, que ele não poderia se arriscar, pois era o líder maior.

Napoleão respondia:
- Eu vou, nada pode mudar isso. Porque é mais fácil puxar do que empurrar.

De fato, é mais fácil guiar do que consertar. Um líder deve estar sempre disposto a tomar a frente, a guiar a sua equipe, especialmente nos momentos de crise. É nesses momentos que se conhece o verdadeiro líder. Ele não teme ser alvo, pois confia em sua capacidade, e isso faz a diferença entre a sua equipe e as demais.

“Depois de lavar os pés dos discípulos..., Jesus disse: ‘Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13,12-14).

Um verdadeiro devoto de Maria não se perde. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


A força do amor a Deus

Santa Luzia viveu no Séc. III, em Roma. Naquele tempo, o imperador de Roma era Diocleciano, um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos.

Era uma jovem muito bonita, especialmente seus olhos eram encantadores. Um rapaz pagão, de família influente em Roma, apaixonou-se por ela. Entretanto, Luzia tinha feito o voto de virgindade, consagrando-se perpetuamente a Jesus Cristo. Mas seu voto era particular, só entre ela e Cristo.

Diante da recusa definitiva da moça, sem dizer por quê, a paixão do rapaz transformou-se em ódio do mesmo tamanho. E denunciou Luzia como cristã.

Os cristãos de Roma praticavam ocultamente a sua fé, pois era crime, cuja pena era a morte. Luzia, após recusar mudar sua fé, recebeu a pena de ser degolada. No ato, o rapaz estava junto. Ela pediu que o carrasco, antes, lhe arrancasse os olhos e colocasse-os em um prato, para que ela os desse ao moço.

“O amor é forte, é como a morte. Suas chamas são chamas de fogo, faíscas de Deus no mundo. As águas da torrente jamais poderão apagar o amor, nem os rios afogá-lo” (Ct 8,6-7). Foi esse o amor de Jesus ao Pai, de Maria a Deus, de Luzia e de tantos cristãos em todos os séculos e lugares da terra.

O amor torna fácil o que é difícil. Ele “tudo desculpa, tudo espera, tudo crê, tudo suporta” (1Cor 13,7).

Se você tem um defeito que lhe parece insuperável, reze todos os dias uma Ave Maria e verá que em pouco tempo ele desaparecerá.


A lição do joão de barro

Quando precisa fabricar seu ninho, o joão de barro parece ficar inteligente. Transforma-se em engenheiro. Faz 800 viagens, buscando barro e palha para o seu palacete. Leva 20 dias na construção.

O vento e a chuva não penetram, porque há uma parede interna, com entrada lateral, não na direção da porta externa, e isso protege os filhotes lá dentro. Ele é tão caprichoso que não se contenta em ter uma casa própria. Todos anos, na época do ninho, fabrica outro palacete, numa árvore e numa paisagem diferentes.

Com isso, Deus nos ensina muitas coisas: O amor ao nosso lar, a proteção dos filhos, a vida em família...

“A perfeição invisível de Deus... é claramente conhecida através das suas obras, desde a criação” (Rm 1,20). “Quando olho para o teu céu (e a terra), obra de tuas mãos, o que é o homem, Senhor, para dele te lembrares?” (Sl 8,4-5).

Quem é devoto de Maria, com toda a certeza se torna amante do seu Filho.


O segredo da boa liderança

Certa vez, em um pequeno reino, um jovem herdou do pai a coroa. Mas logo percebeu que seu governo estava conduzindo os negócios ao fracasso, enquanto, no tempo de seu pai, só havia prosperidade.

Procurou um sábio que morava bem distante. Ao explicar-lhe o que estava acontecendo, o sábio nada respondeu. Apenas sorriu e convidou-o a fazer uma caminhada pelo bosque. Andaram até o rio e ali ficaram por um bom tempo, contemplando o movimento das águas.

A noite chegou e fizeram uma fogueira. Sentados ao lado da fogueira, não pronunciaram nenhuma palavra, apenas contemplavam as chamas. Quando o fogo apagou, o mestre perguntou ao jovem rei:
- Entendeu a diferença entre você e seu pai no modo de governar o povo?
Surpreso, o jovem rei disse que não havia entendido nada. Então o sábio explicou:

- Reflita sobre o que acabou de ver. O fogo é forte e poderoso. Nenhum animal ou árvore se iguala-se a ele em força. Facilmente ele toma conta de um grande espaço e destrói tudo.

O rio, ao contrário, começa muito pequeno, apenas um fio de água na montanha. Ele é sutil e vai descendo de mansinho, por vezes enfrentando terrenos adversos e obstáculos, mas sempre vencendo.

No final, o que vemos? Do poderoso fogo, apenas cinzas. Seu poder destruiu tudo a sua volta. E em sua própria força ele se consome. A água é diferente. Ela é calma, sutil e vai se fortalecendo com o tempo, conforme vai fazendo seu caminho. Ao longo do percurso, o rio cresce e também a vida ao seu redor.

O reizinho entendeu a sábia lição que vem da natureza. Não governar de modo forte como o fogo, mas sutil como o rio.

Existem líderes orgulhosos, arrogantes e autoritários, que confiam excessivamente em si mesmos e acabam por consumir tudo ao seu redor. Por outro lado, há os que são humildes, que sabem integrar-se com os membros da equipe, e assim vão crescendo e se tornando cada vez mais fortes.

São estes que conseguem os melhores resultados, porque vão, à medida em que caminham, aprendendo. E sua equipe de trabalho sente-se feliz porque encontra espaço para colocar em prática seus talentos.

O Terço é uma oração recomendada por todos os papas. (Fonte: Darlei Zanon)


A carta muito especial

Certa vez, uma senhora, chamada Ruth, olhou na caixinha do correio ao lado do portão de sua casa e encontrou um envelope, com o seu nome, mas sem selo nem remetente. Abriu-o e dentro havia uma carta dizendo:

“Querida Ruth, estarei próximo de sua casa no sábado à tarde, e passarei aí para visitá-la. Com amor, Jesus.”

Ruth ficou maravilhada. Por que o Senhor quer visitar justamente a mim? Não sou ninguém especial!”

No entanto, foi ao supermercado e fez compras, a fim de preparar um jantar para o ilustre visitante. Sobraram-lhe apenas três Reais.

No sábado de manhã, varreu a casa, colocou flores... Pelas duas horas da tarde, apareceu na sua porta um casal pedindo ajuda. Ele disse que estava desempregado. Ruth falou:
- Só tenho três Reais, serve?
Eles aceitaram. Como fazia frio, Ruth deu a cada um, um agasalhos. Ficaram muito contentes e foram embora.

Pelas quatro da tarde, Ruth olhou novamente na caixinha do correio e viu outra carta. Pegou-a e abriu. Estava escrito:
- Querida Ruth, obrigado pelos agasalhos e pelos três Reais que você me deu. Com amor, Jesus.

“Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40). Nem sempre Deus chega nos momentos em que o esperamos.

O Terço, em sua simplicidade e profundidade, é um verdadeiro compêndio do Evangelho.


Rei testa candidatos ao trono

Havia, na antiguidade, um pequeno país que era governado por um rei que não tinha filhos. Quando estava já idoso e doente, preocupou-se com a sucessão. Não queria que, após a sua morte, o reino fosse governado por uma pessoa indigna do cargo, fazendo o povo sofrer.

E ele tomou uma decisão radical. Convocou todos os jovens qualificados do reino a comparecerem no palácio para uma entrevista com o rei. A entrevista serviria para selecionar o sucessor para o trono.

A única exigência era que os candidatos apresentassem duas qualidades: Amor a Deus e amor aos seres humanos de todas as classes e raças.

Um jovem recebeu o aviso e refletiu sobre a exigência. Constatou que amava a Deus e a todos os seus vizinhos, sem exceção. Mas ficou triste, pois era pobre e não tinha roupas adequadas para ir ao encontro do rei. Também não tinha dinheiro suficiente para a viagem. Mas os seus parentes e vizinhos se uniram, até que conseguiu o bastante para ele comprar as roupas e empreender a viagem.

Após preparar tudo, partiu em direção ao palácio, pensando na possibilidade de ser o novo soberano.

Mas, quando se aproximava do palácio, o jovem encontrou-se com um mendigo, que estava com fome e frio, pois vestia apenas alguns farrapos. Ao ver o passante, o mendigo estendeu a mão e pediu:
- Tenho fome e frio. Por favor, me ajude!

O moço ficou comovido pelo pedido do mendigo e de imediato tirou a roupa nova, deu ao homem, e vestiu a roupa velha que trazia consigo. Pegou também o pedaço de pão que trazia e lhe deu.

Depois de ver o mendigo comer e sentir-se melhor, o jovem pensou se iria ou não seguir viagem, pois já não tinha roupas dignas. Mas, como estava perto, continuou a viagem.

Chegando ao palácio, quase não o deixaram entrar. Aproximando-se do rei, curvou-se e, ao levantar os olhos ficou confuso e disse:
- Perdão, majestade, mas tive a impressão de que havíamos nos encontrado antes.

- Sim, já nos conhecemos, respondeu o rei. Aquele mendigo da estrada era eu. Eu queria descobrir se você realmente ama a Deus e aos seres humanos. Se eu me apresentasse a você como rei, eu nunca saberia se a sua ação seria sincera ou por interesse. Mas como você ajudou um pobre miserável, eu tenho a certeza de que traz o amor dentro de si e é digno de ser o meu sucessor.

O nome de Maria é alegria para o coração, mel para os lábios e melodia para os ouvidos.


A estranha tarefa escolar

Uma pequena cidade do interior, cujos habitantes eram todos camponeses, tinha a sua escola. Um dia, a escola ganhou uma verba do governo para ser investida em passeios culturais. Os alunos ficaram entusiasmados.

Mas, como a verba não era suficiente para todos, os professores resolveram aproveitar a oportunidade para movimentar os alunos. Fizeram uma lista de tarefas. Quem conseguisse realizar com sucesso a sua tarefa, poderia viajar.

As tarefas eram variadas, e uma era especial. Ela caiu para o Joaquim, um aluno impaciente e irrequieto, e por isso tinha notas baixas. Sua tarefa: “Trazer uma colmeia de forma perfeita, cujo mel seja muito doce e nunca se acabe”.

Joaquim ficou decepcionado: onde encontrar tal colmeia? Mesmo assim, começou a procurar a tal colmeia, cujos favos não perdiam a doçura. Depois de muita procura, resolveu pedir ajuda ao seu avô.

Este olhou com carinho para o neto e disse:
- Eu posso ajudá-lo, mas só amanhã, se você seguir as orientações que lhe darei.
- Combinado, disse o garoto.
- Quando você chegar em casa, peça a sua mãe que prepare a refeição, que lhe ajude nas outras tarefas escolares e lhe conserte esta camisa, e que lhe dê um abraço e conte a você uma história antes de dormir. Amanhã voltamos a conversar.

Joaquim não entendeu direito a tarefa. Isso era o que a sua mãe fazia todos os dias! Mas foi para casa e fez tudo como o avô havia falado. No outro dia, antes mesmo de falar com o avô, o menino já pulava de alegria.
- Encontrei, encontrei – gritava.

Pegou no braço de sua mãe e pediu que ela o acompanhasse até a escola. Ao chegar, disse aos professores:
- Aqui está a colmeia perfeita, cuja doçura á enorme e por mais que dê de seu mel (amor), ele nunca acaba.

O amor que a mãe tem pelo filho, ou pela filha, é incondicional e sem limites. Ela é capaz de qualquer coisa. E o faz sempre com um sorriso e brilho nos olhos. Realiza tudo com uma doçura que não tem fim.

“Maria, quem poderá definir o encanto que há no espelho do teu olhar? O teu sorriso de Mãe parece abrir-se em flor nosso coração.” (Fonte: Darlei Zanon)


O Apóstolo do Brasil

S. José de Anchieta, jesuíta, nasceu na Espanha, nas ilhas Canárias, em 1534. Logo adolescente foi estudar na cidade de Coimbra, em Portugal. Quando tinha 16 anos, diante de uma imagem de Nossa Senhora, fez o voto de castidade, consagrando sua virgindade à Virgem Maria. Logo ingressou na Companhia de Jesus, os jesuítas.

O Pe. Manoel da Nóbrega, que já estava no Brasil, chamava os jesuítas para cá. Apesar de doente, sofria um problema sério na coluna, Anchieta, que era noviço, aceitou o convite. No Brasil, dedicava-se à educação dos índios. No começo, estes eram arredios, mas quando percebiam a intenção do jovem, acolhiam-no. Ele fez uma gramática da língua tupi, que dominou em apenas um ano.

A pé ou de barco, Anchieta viajou por quase todo o País, pregando missões e catequisando.

Em 1554, participou da Missa de inauguração do Colégio S. Paulo, que deu origem à cidade de S. Paulo. O local é chamado hoje Pátio do Colégio. Suas Missas eram celebradas ao ritmo de tambores, do jeito que os índios gostavam. Combatia ferrenhamente os abusos cometidos pelos colonizadores portugueses contra os indígenas.

Perseguidos pelos franceses, os jesuítas esconderam-se. Anchieta foi para a aldeia de Iperoig (atual cidade de Ubatuba), onde se tornou refém dos índios durante cinco meses. Durante o cativeiro, o padre sofreu a tentação da quebra da castidade, uma vez que era costume entre os índios oferecer mulheres aos prisioneiros. Para vencer, e como oração a Maria, Anchieta escreveu na areia o Poema da Virgem.

Anos depois, em 1566, fundou o povoado de Reritiba, atual Anchieta, que fica no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial dos jesuítas no Brasil, cargo que exerceu por nove anos. Em 1595, Anchieta retirou-se para Reritiba, onde permaneceu até o seu falecimento, dia 09/06/1597. Foi canonizado pelo Papa Francisco, dia 03/04/2014.

“Como são belos, sobre as montanhas, os pés do mensageiro que leva a paz!” (Is 52,7). S. José de Anchieta, rogai por nós.

Quem quer parecer-se com Jesus, imite o seu amor ao Pai celeste e a sua Mãe imaculada.


Amor que se sacrifica

Havia uma senhora esposa que gostaria muito de ter um filho, mas este não vinha. Um dia, ela viu seu sonho realizado. Recebeu dos braços da enfermeira um lindo bebê.

Mas qual não foi a sua surpresa, quando notou que a criança havia nascido sem orelhas! Preocupada, perguntou ao médico se o menino tinha audição perfeita. Foram feitos os exames e ficou comprovado que o aparelho auditivo era normal.

A mãe, conformada, levou o filhinho para casa. Seu amor por ele não diminuiu. Mas, à medida que o menino crescia, sua mãe observava o tratamento que outras crianças lhe davam. Com frequência o filho voltava para casa chorando! Isso era como uma punhalada no coração daquela mãe.

Consultou o médico novamente, perguntando se algo poderia ser feito. O doutor disse que, se encontrassem alguém que doasse um par de orelhas, poderia ser feito um implante. Isso, porém, só depois que o filho chegasse aos 21 anos.

Os anos se passaram e, um dia, os pais comunicaram a alvissareira notícia de que tinham encontrado alguém para doar as orelhas.

A operação foi bem sucedida e, qual não foi a alegria do rapaz ao olhar no espelho e ver que era como todos os colegas. Voltou-se para a mãe e perguntou quem foi o doador.
- Ah! Meu filho, agora não posso revelar-lhe. Um dia você saberá.

Passaram-se os anos, o jovem casou-se e teve filhos, todos normais.

Vários anos depois, tiveram uma grande tristeza: A mãe faleceu. Na sala funerária, pai e filho olham, pela última vez, o corpo inerte daquela senhora tão bondosa.

Depois que todos saíram, o pai disse ao filho:
- Venha comigo despedir-se de sua mãe.

Os dois se aproximaram do esquife e, para surpresa do filho, o pai puxa de lado os longos cabelos negros de sua esposa e o filho observa, pela primeira vez, que sua mãe não tinha mais orelhas.

Quem ama é capaz de sacrificar até a própria vida pela pessoa amada.

“Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!” (Is 49,15). Deus nos ama tanto que doou, não só as orelhas, mas seu corpo inteiro por nós. Que não joguemos fora esse presente!

O Rosário é uma oração ao mesmo tempo simples e profundamente teológica e rica em conteúdos bíblicos. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


A vida tem a cor que você pinta

Havia, certa vez, dois rapazes irmãos que faziam aniversário no mesmo dia, mas não eram gêmeos. Um era muito otimista e o outro o contrário: extremamente pessimista.

O pessimista via tudo do lado negativo. Para ele, todas as coisas tinham defeito. As pessoas, nem se fala. Por isso não confiava em ninguém.

Chegou o dia do aniversário dos dois. O pessimista, ao acordar, encontrou ao lado do seu travesseiro uma caixa de presente. Abriu, sem muita emoção, e encontrou a chave de um carro 0Km. Começou então a lamentar: Agora vou ter de tirar carta, fazer documentos e posso sofrer algum acidente... Isso não é um presente, é uma tortura!

O outro também, quando acordou, viu uma caixa ao seu lado. Ansiosamente pegou o presente e foi logo abrindo, com um sorriso nos lábios. Seu coração batia de emoção. Ao abrir a caixa, encontrou estrume de cavalo. Imediatamente saiu gritando pela casa afora:
- Ganhei um cavalo! Ganhei um cavalo!

Todas as pessoas e coisas têm dois lados: O lado da sombra e o lado da luz. Precisamos olhar o lado da luz, não o da sombra. Se assim fizermos, seremos sempre alegres e transformaremos o asfalto em grama e os prédios numa flor enorme. Não deixemos o desânimo nos abater, nem a alegria se apagar do nosso rosto. A vida é da cor que você pinta.

“O meu coração se alegra no Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador” (Sl 28,7). (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


Continuadores de Jesus

Certa vez, durante uma guerra, uma cidadezinha foi completamente destruída. Houve milhares de mortos. Terminada a guerra, as pessoas buscavam reconstruir suas moradias. Os dias se passaram e o trabalho árduo dos moradores foi transformando as ruínas em novas casas.

Restava agora restabelecer a igreja local, para que a Comunidade pudesse novamente se reunir. Mais algum tempo e a igreja estava novamente em pé.

Havia, antes das explosões, uma estátua de Cristo, estimada por todos e tida como belíssima obra de arte. Era preciso restaurá-la. Vários artistas conseguiram resgatar, em meio aos escombros, os pedaços da estátua e a colocaram novamente em pé.

Apesar de todos os esforços, não encontraram as mãos, que talvez se tivessem transformado em pó.

O tempo se passou e chegou o dia da inauguração do templo reconstruído. O povo estava curioso para saber se as mãos do Cristo tinham sido encontradas. A obra estava coberta com um enorme pano, para que, no momento oportuno, fosse desvelada.

Por fim, chegou a hora. O lençol foi retirado e lá estava ela, para surpresa de todos, sem as mãos. Mas os restauradores foram criativos. No lugar das mãos, havia a seguinte frase: “Eu não possuo mãos, só posso contar com as suas”.

Cristo quer contar com as nossas mãos, pés, boca e inteligência, para continuar a sua obra redentora. Vamos fazer o que ele fazia, falar do jeito que ele falava, pensar como ele pensava e andar pelos caminhos dele.

“Não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Cristo quer as nossas mãos para levantar os decaídos, e a nossa boca para evangelizar, anunciando com alegria a Boa Nova do Reino de Deus.

O Terço é uma armadura impenetrável que nos protege dos assaltos do mundo pecador e do demônio.


A busca do mais forte

Certa vez, um homem saiu a caminhar e encontrou o aço. Vendo que ele era muito forte, disse:
- Este é o ser mais forte que existe.

De repente, viu que o fogo derretia o aço. Então disse:
- O fogo é o ser mais forte.

Mais na frente, viu que a água apagava o fogo. Ele concluiu:
- O ser mais forte que existe é a água.

Mais tarde, porém, percebeu que o sol havia secado a água. O homem então concluiu:
- O sol é o ser mais forte.

Nesta hora, veio uma nuvem q cobriu o sol. Ele disse convicto:
- Eu creio na nuvem.

Logo depois, percebeu que o vento levou embora a nuvem. O homem mudou seu pensamento:
- Eu creio no vento, que é mais forte que a nuvem.

No entanto, viu que o vento esbarrava numa alta montanha e com o choque se desfazia, sem que a montanha nem se movesse. Ele pensou:
- É a montanha o ser mais forte.

Mas um dia viu um homem, com um trator, desfazendo a montanha. O homem então concluiu:
- Eu creio no homem, que é o ser mais forte que existe.

Dias depois, porém, viu que a morte levou embora o homem. Entristecido, ele disse:
- A morte é o ser mais forte que existe.

Foi quando alguém lhe contou que um homem morreu, mas depois ressuscitou, destruindo o poder da morte. Esse homem é Jesus Cristo. Muito feliz, o homem disse:
- Agora descobri definitivamente: Jesus é o ser mais forte do mundo. Eu creio nele e vou a fazer parte do seu grupo, por toda a minha vida.

O bom é que nós também desfrutamos da derrota da morte realizada por Jesus. Fazendo parte do grupo dele, a morte não tem nenhum poder sobre nós.

Quantas pessoas passam a vida correndo atrás de dinheiro, de segurança  pessoal e de honras, e se esquecem de Jesus Cristo!

O Terço nos leva a repassar os mistérios de Cristo com os olhos de sua Mãe.


O sentido do trabalho

Certa vez, um eremita saiu para uma de suas peregrinações. No caminho, descendo a montanha, viu um homem que quebrava pedras com uma marreta. Estava suado, coberto de pó e com um semblante triste. O eremita perguntou-lhe
- O que o senhor está fazendo?
- Fui condenado pelo juiz, que me mandou quebrar pedras para pagar uma dívida.

O peregrino seguiu seu caminho. Mais abaixo, viu outro homem também quebrando pedras. Igualmente suado e coberto de pó, o homem mostrava amargura em seu rosto. O monge fez-lhe a mesma pergunta. O homem respondeu:
- Meu patrão me mandou aqui penar neste sol.

O eremita continuou descendo a montanha. Por volta do meio dia, encontrou outro homem quebrando pedras. Mas este estava alegre e cantava enquanto dava as marretadas, não se importando com o sol escaldante. O monge aproximou-se dele e dirigiu-lhe a mesma pergunta:
- O que o senhor está fazendo?

O homem, todo suado e coberto de pó, parou, apoiou a marreta e fez sinal ao peregrino para que fosse com ele até onde havia alguns arbustos. Ali estavam duas crianças brincando. Então disse-lhe:
- São meus filhos. Estou garantindo o futuro deles.

O amor dá sentido à vida e transforma o sacrifício em alegria. Todo trabalho é pesado. Mas, quando o realizamos dentro do nosso ideal, ele se torna leve e agradável.

“Meu Pai trabalha e eu também trabalho” (Jo 5,17). “Jesus foi para Nazaré, a sua terra. Quando chegou o sábado, ele começou a ensinar na sinagoga. Muitos ficaram admirados, e diziam: ‘Onde foi que ele aprendeu tudo isso? Esse homem não é o carpinteiro, filho de Maria e de José?” (Mc 6,1-3).

O Terço nos ensina como se acolhe, se guarda e se vive cada Palavra de Deus e o caminho para chegar até ele.(Fonte: Pe. Odair Ângelo)


Deu a vida pelos irmãos

Certa vez, uma família estava passando férias na praia. O pai e o filho mais velho ficaram tomando sol na areia, enquanto a meninada foi aproveitar as ondas. De repente, o clima mudou e o mar ficou agitado. As crianças começaram a se afogar. O pai, que não sabia nadar, gritou para o filho que estava com ele
- Salve os seus irmãos!

Levando uma boia, a rapaz enfrentou as ondas e conseguiu recolher todos, fazendo-os apoiar-se na boia.

Mas uma enorme onda ia pegar a todos. O moço, com todas as suas forças, empurrou a boia para a praia.

Enquanto empurrava, a onda o pegou e o arrastou para o fundo. As crianças foram salvas, mas o jovem morreu afogado!

Reunidos na praia, todos choraram muito. O pai, que também chorava, consolava as crianças dizendo:
- Ele é um herói! Mandei-o salvar vocês e ele conseguiu, mesmo perdendo a vida!

Esse filho mais velho assemelha-se a Jesus Cristo, o qual, obedecendo ao seu Pai, enfrentou todas as tempestades e nos salvou. Mas foi colhido pela onda do orgulho daqueles que não suportavam a sua bondade para com os pequenos.

Ficou o exemplo para nós: Compensa nos esforçarmos para salvar o próximo das avalanches do mundo pecador, mesmo que, com isso, percamos a nossa vida terrena.


O que adianta ganhar o mundo?

Havia, certa vez, um homem que tinha muita vontade de ficar rico. Numa noite, enquanto dormia, apareceu-lhe em sonho uma fada com uma moeda na mão e lhe disse:
- Todas as vezes que você jogar esta moeda para cima, ela se tornará duas; apanhe uma e jogue a outra, que se tornará duas novamente.

Ao acordar, o homem viu-se com a moeda na mão e lembrou-se do sonho. Imediatamente lançou-a para cima e realmente caíram duas. Apanhou uma e jogou a outra, que também se tornou duas moedas, e assim sucessivamente.

Ele não queria outra coisa senão jogar moedas para cima. Consequentemente, foi ficando muito rico, e só tinha tempo para jogar moedas para cima.

O tempo foi passando... Um dia, um homem bateu à sua porta e queria transmitir-lhe um recado. Ele não foi recebê-lo, alegando muitos compromissos.

Dias depois, apareceu outro, desejando falar-lhe. Também não o recebeu, alegando muito serviço, ou seja, jogar moedas para cima.

Mais tarde, apareceu-lhe um terceiro homem, querendo dirigir-lhe umas palavras. Não pôde recebê-lo, alegando, como antes, trabalho demasiado.

Passadas algumas semanas, surgiu um homem muito forte e robusto. O rico não quis atendê-lo, alegando que precisava mais dinheiro. E continuou jogando moedas para cima.

Desrespeitando o recado do porteiro, o homem avançou palácio adentro, chegou à presença do rico, que estava ao lado de um montão de moedas, e lhe disse:
- A bondade, a misericórdia e a salvação bateram à sua porta. O senhor não quis recebê-las. Eu sou a morte, vamos embora.

Assim chegou o triste fim daquele homem que só pensava em adquirir posses e descuidava dos valores mais importantes.

“O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua alma?” (Mc 8,36). Precisamos deixar o corre-corre da vida e dedicar-nos às coisas que nos fazem eternamente felizes. Ninguém leva riqueza nenhuma dentro do caixão, para o cemitério.

“Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no Céu” (Mt 6,19-20). (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


Bodas na cadeira de rodas

Certa vez, numa Missa de domingo, aconteceu, no final, uma bênção de bodas de casamento. Depois da Oração Pós Comunhão, o casal entrou. Mas pegou a assembleia de surpresa, pois o marido uma cadeira de rodas com a esposa! Tanto os dois como os familiares estavam muito felizes e alegres.

O padre perguntou ao marido:
- Há quanto tempo sua esposa vive nesta cadeira?
- Há vinte e cinco anos, respondeu ele.
- Como assim? Vocês não se casaram há 25 anos?

- Exatamente. Faz vinte e cinco anos que nesta igreja pronunciamos o nosso sim para toda a vida. Durante o almoço festivo, ela levou um choque elétrico e ficou paralisada.

Todo o povo ali presente aplaudiu emocionado. Após as palmas, o homem concluiu:
- Se eu não tivesse casado com ela naquela ocasião, faria isso hoje.

Certamente naquela casa reina a alegria, fruto da graça de Deus e do amor verdadeiro, que opera maravilhas. Ele assume a querida esposa não como um peso, mas como um presente de Deus.

Muitos casais unem-se apenas pela aparência, pela beleza física, não por um amor profundo. Mas Deus pensa diferente: “O homem deixará pai e mão e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24). E Jesus conclui: “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19,6).


O abraço à macaúba

Certa vez, um homem estava em uma ilha de um rio, pescando. De repente, foi surpreendido por uma inundação proveniente de uma barragem que tinha se rompido.

Antes que as águas o levassem, tomou uma medida. Só teve tempo de pegar a caixa de isopor que tinha levado para transportar os peixes e amarrá-la à cintura, como se fosse uma boia.

A correnteza o levou rio abaixo e ele foi rolando, sem ter onde se agarrar. Se fosse atirado contra uma pedra, certamente morreria.

Felizmente viu, mais embaixo, uma macaúba bem firme, no meio daquelas águas. Ajudando com os braços e as pernas, foi até ela e abraçou-a.

Mas a macaúba estava cheia de espinhos por todos os lados. O pobre pescador viu-se espetado em todas as partes do corpo. Se soltasse, iria arrebentar-se mais abaixo, contra as pedras. O jeito era aguentar os espinhos. Foi um abraço longo e doloroso, mas salvador.

Muitas vezes, fugimos dos abraços, de medo dos espinhos. Mas frequentemente Deus nos pede para abraçarmos, especialmente se a pessoa é um pobre, um enfermo ou um familiar. Jesus abraçou a mulher adúltera e não se sujou. Abraçou o leproso e não foi contagiado. Deus nos protege quando o abraço é dado por causa dele.

Não só as pessoas, mas precisamos abraçar a cruz, que nos vem das mais diversas formas, como fez Jesus.29Hists50Abr15

Homem perde-se na floresta 1450
Permanecer do lado da luz 1449
De que precisamos para ser felizes 1448
Zilda Arns, a médica missionária 1447
Garota chocada com corrupção 1446
Como o nosso caráter é moldado 1445
Olhamos o mundo com nosso prisma 1444
Subir ao ponto mais alto 1443
Como vencer grandes problemas 1442
Para situações novas, soluções novas 1441
O cristão cai e se levanta 1440
O coquinho de indaiá 1439
Mais forte que o exército 1438
Onde existe amor Deus aí está 1437
A união faz a força 1436
A estrada que precisava de luz 1435
Ouvir o inaudível e ver o invisível 1434
O menino que queria ver Deus 1433
A soberba tem pernas curtas 1432
Rei despreocupado com bens materiais 1431
O presépio com dois bebês 1430
A fé faz do mundo um templo 1429
Os animais nos ensinam 1428
A escola dos bichos 1427
Pardal quer voar como águia 1426
O Senhor é o meu Pastor 1425
O passeio superficial 1424
A alegria nasce dentro de nós 1423
O mundo tem a cor que você pinta 1422
Tática para não xingar 1421
Nossas sensações são em parte subjetivas 1420
A falta de comunicação 1419
Líder: Severo ou benevolente 1418
O líder toma a frente 1417
A força do amor a Deus 1416
A lição do joão de barro 1415
O segredo da boa liderança 1414
A carta muito especial 1413
Rei testa candidatos ao trono 1412
A estranha tarefa escolar 1411
O Apóstolo do Brasil 1410
Amor que se sacrifica 1409
A vida tem a cor que você pinta 1408
Continuadores de Jesus 1407
A busca do mais forte 1406
O sentido do trabalho 1405
Deu a vida pelos irmãos 1404
O que adianta ganhar o mundo 1403
Bodas na cadeira de rodas 1402
O abraço à macaúba 1401


Homem perde-se na floresta

Certa vez, um homem santo estava indo em peregrinação para um santuário. A viagem era longa e, ao atravessar uma grande floresta, ele se perdeu. Durante vários dias lutou para encontrar a saída. Tentou diversos caminhos, mas percebeu que estava, cada vez mais, embrenhando-se no interior da floresta virgem.

Encontrou um grupo de viajantes, que também estavam perdidos. O grupo rezou dizendo:
- Obrigado, Senhor! Este homem vai nos salvar, indicando-nos o caminho para sair desta floresta.

Aproximaram-se do homem e pediram:
- Por favor, mostre-nos o caminho. Estamos perdidos!

O homem santo respondeu:
- Eu também estou perdido, por isso não posso indicar-lhes o caminho. Posso apenas mostrar as trilhas que já segui e que me levavam cada vez mais para o interior da floresta.

Somos todos peregrinos neste mundo, em busca da felicidade e da salvação. Precisamos descobrir qual é o caminho certo. O mundo ao nosso redor nos apresenta muitas trilhas enganosas, que só fazem nos perder ainda mais.

As pessoas santas também estão procurando o caminho certo. Se estivermos unidas aos nossos irmãos e irmãs, certamente o encontraremos, pois “Onde dois ou mais estiverem unidos em meu nome, eu estou, no meio deles” (Mt 18,20).


Permanecer do lado da luz

Havia, certa vez, uma professora que era muito sábia. Ela já podia se aposentar, mas preferiu continuar trabalhando, porque via no magistério um espaço para formar as novas gerações.

Um dia, ela ensinou uma regra excelente de matemática para três alunas: A Vanessa, a Márcia e a Sônia. E sugeriu que elas passassem para frente, ensinando aos colegas da classe.

Semanas depois, ela deu a toda a classe um trabalho, para o qual era necessário saber aquela regra. Todos acertaram. A professora perguntou quem lhes havia ensinado a regra. A classe respondeu em coro: “Foi a Márcia!”

A Márcia tomou a palavra e explicou:
- Fiz isso porque a senhora sempre ensinou que o mal a gente não propaga, mas o que é bom devemos passar para frente.
A classe bateu palmas.

A professora sorriu e disse:
- Muito bem. Era exatamente essa a minha intenção. Eu queria dar a oportunidade de vocês refletirem sobre o que fazer com as informações ruins e as informações boas que recebemos diariamente.

Os meios de comunicação gostam de divulgar notícias negativas: Corrupção, roubos, assassinato, crimes dos mais variados tipos. Se em uma rua existem 100 famílias, 99 andam direito e uma comete um crime hediondo, é esta que fica conhecida no mundo inteiro. O porco gosta de lama; o beija-flor gosta de flores. Vamos ser beija-flores, não porcos.

Existe, nos Estados Unidos, o seguinte provérbio: Dont stay on the black side: Não permaneça no lado escuro. Todas as instituições e acontecimentos têm dois lados: O escuro e o lado da luz. Vamos permanecer no lado da luz.


De que precisamos para ser felizes

Sócrates foi um grande filósofo grego, natural de Atenas. Viveu no Séc. 5º A/C. Por ser muito sábio, estava sempre cercado de discípulos. Além de suas ideias e conhecimentos, os alunos apreciavam o seu modo de viver, que era extremamente simples e desapegado.

Sócrates tinha um hábito que deixava todos os discípulos perplexos: Ele costumava gastar boa parte do seu tempo livre andando pelo mercado da cidade.

Um dia, um dos discípulos, curioso para saber o que ele fazia no marcado, seguiu-o à distância. Lá, aproximou-se do filósofo e perguntou:
- O que chama tanto a atenção do senhor nesse mercado, a ponto de visitá-lo com frequência?

Sócrates respondeu, com um sorriso:
- Eu venho aqui para ver de quantas coisas o homem não precisa para ser feliz.

“Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade”, exceto amar a Deus e só a ele servir (Ecl 1,2).


Zilda Arns, a médica missionária

Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela é catarinense, irmã do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de S. Paulo, capital. Zilda morreu com 75 anos de idade, vítima do terremoto no Haiti, no dia 12/01/2010.

Formada em medicina, com especialização em educação física e pediatria, Zilda dedicou sua vida ao cuidado das crianças pobres, da mortalidade infantil e da desnutrição. Ela coordenava 155 mil voluntários, presentes em 32 mil Comunidades, situadas em bolsões de pobreza, em 3.500 cidades brasileiras.

A Pastoral da Pessoa Idosa conta com 100 mil idosos, que são acompanhados mensalmente por 12 mil voluntários, em 579 Municípios brasileiros.

Zilda encontrava-se em Porto Príncipe, com a finalidade de introduzir no Haiti a Pastoral da Criança. Ela tinha terminado uma palestra e respondia perguntas, em uma igreja, quando o terremoto começou. Suas últimas palavras foram: “Cuidar de uma criança pobre é um bem sagrado”.

Dia 10/01/2015, foi aberto o processo de beatificação de Zilda Arns. O fato aconteceu na Arena da Baixada, em Curitiba. Desde a Copa do mundo, o estádio não esteve tão lotado.

Zilda Arns foi uma cristã que brilhou como luz para todos nós.


Garota chocada com corrupção

Certa vez, uma menina de 10 anos assistia a TV ao lado dos pais, num começo de noite. O noticiário tratava de corrupção, assassinatos e pecados em diversos níveis da sociedade. A menina sentia muita tristeza.

Os pais, olhando um para o outro, pensavam em pedir a ela que fosse fazer outra coisa, enquanto assistiam ao telejornal. Eles sabiam que, apesar de aquela ser a realidade do mundo, era tudo muito negativo.

Antes que os pais a mandassem sair da sala, a menina fez uma pergunta preocupante, e que foi respondida com calma, depois que desligaram a TV.

A garota perguntou:
- Deus vê tudo isso acontecendo e não faz nada? O pai chamou a filha para perto de si, deu-lhe um abraço e respondeu:

- Faz sim, filha. Deus fez você, fez o papai e a mamãe, fez todas as pessoas para mudarmos este mundo triste.

Somos agentes de um mundo novo. Quem se eleva, eleva o mundo.

(Fonte: Natal em Família)


Como o nosso caráter é moldado

Havia, certa vez, uma senhora de 90 anos, que vivia sempre ocupada em fazer o bem para os vizinhos. Todos consideravam suas palavras muito sábias.

Um dia, ela resolveu reunir a juventude do bairro em sua casa. A turma chegou e ficou bem a vontade.

A idosa senhora pediu que todos falassem de suas maiores preocupações. Ela ouvia com calma e atenção os relatos. Depois que todos falaram, ela disse:

Tomem cuidado e tenham muito amor e paciência diante de tudo isso que está acontecendo com vocês. Tomem cuidem:
- Com os pensamentos, porque eles se transformam em palavras.
- Com as palavras, porque elas se transformam em ações.
- Com as ações, porque elas se transformam em hábitos.

E tomem cuidado com os hábitos, porque eles moldam o caráter de vocês. Os hábitos vão, aos poucos, transformando a nossa consciência, para que pensamentos, palavras, ações e hábitos caminhem na mesma direção. Sem a sintonia entre essas energias internas, o homem não consegue viver.

Quando a senhora terminou, os jovens aplaudiram-na longamente. Ela encerrou a reunião, servindo a todos um delicioso chocolate quente.


Olhamos o mundo com nosso prisma

Certa vez, uma professora deu aos alunos da classe um trabalho sobre as leis de trânsito. Ela distribuiu papel e lápis para todos e cada criança deveria pintar seu próprio semáforo.

Diego olhou para o desenho do colega Gustavo e disse:
- Ei! Você pintou errado. O farol de cima é o vermelho, não o verde. Gustavo respondeu:
- Foi o que eu fiz. Pintei o farol de cima de vermelho, não está vendo?

Diego disse:
- Não. Você é um mentiroso. Pintou de verde. Está errado.
E a discussão foi tomando tal proporção que a professora teve de intervir. Ao se inteirar do problema, ela chamou Diego e disse-lhe:

- O seu colega está dizendo a verdade, quando fala que pintou o farol de vermelho, porque o que ele vê é isto. Ele é daltônico, quer dizer, troca as cores. O que para você é verde, para ele é vermelho.

Cada pessoa olha o mundo através de sua história de vida. Portanto, cada um vê uma mesma realidade de forma diferente.

(Fonte: Maria Salette e Wilma)


Subir ao ponto mais alto

Havia uma tribo de índios que vivia em uma vasta região localizada em uma alta montanha. Um dia, o chefe da tribo adoeceu e, ao perceber que lhe restava pouco tempo de vida, chamou seus três filhos e disse:

- Já não vou durar muito, e um de vocês será o meu sucessor. Percorram a região, subam as montanhas, atravessem os rios... Será o meu sucessor aquele que me presentear do modo mais original.

Partiram os três. Cada um esperava encontrar algo especial que pudesse surpreender o pai.

Tempos depois, regressou o primeiro. Em suas mãos trazia uma flor rara e preciosa, nunca vista naquela região.

Dias depois, veio o segundo. Este presenteou o pai com uma linda pedra, parecia especial, com sua superfície lisa e redonda, como que polida através do tempo.

Finalmente apareceu o terceiro. Suas mãos estavam vazias, mas seus olhos brilhavam. Contou ao pai que subira ao ponto mais alto das montanhas e descobrira, do outro lado, uma região maravilhosa, com rios, vales, campinas verdes e lagos cristalinos. E, cheio de entusiasmo, exclamou:

- Se nós nos mudarmos para lá com toda a tribo, nossa vida com certeza será muito melhor.
- Você será o meu sucessor, respondeu o pai, revelando, na voz fraca, um sentimento de alegria e esperança. Você me trouxe, como presente, a visão de um futuro melhor.

Mesmo que a subida da nossa montanha seja difícil, lembremo-nos de que do outro lado existe um presente para nós e nossos pais, que é a esperança de um futuro melhor.


Como vencer grandes problemas

Havia, certa vez, uma família que vivia tranquila em sua casa. Eram o pai, a mãe e dois filhos. Eles participavam da igreja e trabalhavam na pastoral familiar.

Um dia, a mãe descobriu-se com uma doença muito grave. O sofrimento invadiu a casa. Todos sentiam um aperto no peito, um nó na garganta. Diante de tanta dor, entregaram nas mãos de Deus.

A família percebeu que, antes de tudo, era preciso confiar em Deus, pois ele tem poder infinito e nos ama com o amor de um Pai zeloso. A fé fortalece, anima e dá coragem para continuar a luta.

Depois de muitas idas e vindas, consultas, tratamentos, exames e remédios, a situação foi clareando e conseguiram ver no horizonte a possibilidade de cura. Este sabor de vitória foi-se tornando cada vez mais próximo. Finalmente, a doença foi vencida.

Assim, a alegria voltou a tomar conta daquela casa, agora uma alegria mais profunda, pois baseada na certeza de que Deus caminhava ao lado da família, com o seu amor e poder infinitos. E fortaleceram mais um aspecto de sua oração: A ação de graças.

Quando rezamos, a resposta de Deus sempre vem. Neste caso, veio através da cura. Mas pode vir de outra forma. Seja qual for o tipo de resposta, ela nos trás paz interior.


Para situações novas, soluções novas

Certa vez um padre, ao almoçar na casa de uma família da paróquia, ficou intrigado com um prato. Era um frange assado, mas cujas coxas foram assadas separadamente. Curioso, o sacerdote perguntou o motivo por que ela assou o frango daquela maneira.

A mulher respondeu que não sabia, mas é daquele jeito que sua mãe assa frangos, e que ela aprendeu. O importante era que ficava muito gostoso. O importante é que fica muito gostoso, concluiu ela.

O padre conhecia a mãe dessa senhora e resolveu investigar. Foi até a casa dela e perguntou por que assa frangos separando as coxas. Ela deu a mesma resposta da filha. Disse que havia aprendido com sua mãe essa forma de assar frangos e, como ficava muito gostoso, era assim que fazia.

Como o padre era muito curioso, e sabendo que a mãe desta senhora ainda estava viva, continuou investigando. Viajou até o local onde residia a velhinha, que era bem distante, em outro município. Lá descobriu que ela usava ainda fogão a lenha.

Perguntou por que ela assava frangos com as coxas separadas. Ela respondeu:
- Padre, é muito simples. Se eu for assar o frango inteiro, com as coxas, ele não cabe na minha assadeira. Por isso tenho de cortar as coxas.

O padre então descobriu que aquela senhora tinha um motivo real para assar frangos separando as coxas. Mas a filha e a neta, com suas assadeiras modernas, não tinham. Não havia, portanto, nenhum motivo que justificasse aquele procedimento.

Nem sempre a solução que foi boa para uma pessoa será também para outra. Para situações novas, vamos ser criativos e descobrir soluções também novas.

(Fonte: Maria Salette e Wilma)


O cristão cai e se levanta

Certa vez, um rapaz foi visitar um mosteiro. Lá, perguntou ao monge que o recebia:
- O que é que vocês fazem aqui?
Ele respondeu:
- Aqui a gente cai e se levanta.
- E depois?
- Cai e se levanta.
- E depois?...
E a resposta era sempre a mesma.

Aquele monge apresentou um aspecto central da vida cristã: Nós passamos a vida caindo e nos levantando. O importante é que Deus, quando vier nos buscar, que nos encontre em pé.

A caminhada do povo hebreu pelo deserto, rumo à Terra Prometida, é um símbolo da vida cristã. Cada dia de manhã, eles desarmavam as suas tendas, colocavam-nas em suas costas e continuavam o caminho. A chegada à Terra Prometida representa a nossa morte, o nosso encontro com Deus. Um dia antes, ainda estamos desarmando a nossa tenda, isto é, caindo e nos levantando.


O coquinho de indaiá

Indaiá é uma palmeira que existe no litoral sudeste do Brasil. Ela produz um cacho de cocos que são comestíveis e gostosos. Mas o coquinho não tem como ser aberta sem destruí-lo. Pode-se amassá-lo, serrá-lo, furá-lo, mas não se consegue abri-lo.

Entretanto, se tomarmos um vaso, nele plantarmos o coquinho e o regarmos, depois de algum tempo o coquinho não só se abre, mas nasce dele uma bela palmeira.

O coquinho de indaiá é como o coração humano: Só se abre de dentro para fora. Com violência, não conseguimos abrir o coração humano. Só o homem possui a chave do seu coração e pode abri-lo, pois ele só se abre de dentro para fora.

Querer amar alguém já é amar. Querer perdoar alguém já é perdoar. O resto vem com o tempo. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por quem ama” (Jo 15,13).


Mais forte que o exército

Certa vez, um pequeno país fora invadido por outro, e este odiava os católicos. Um dia de manhã, uma criança estava indo ao catecismo, e um soldado invasor veio ao seu encontro e disse:
- Aonde você está indo, menino?
- Vou ao catecismo.
- Já não há mais catecismo, pode voltar para casa.
- Então eu vou ver o sacerdote.
- Não há mais sacerdote. Nós o prendemos.
- Então eu vou à igreja.
- Não há mais igreja. Nós a derrubamos.

O garoto olhou para o soldado e disse: “Vocês podem ter acabado com o catecismo, prendido o padre e derrubado o templo, mas a Igreja está viva, porque eu sou Igreja”.

“Vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo. Assim, na Igreja, Deus estabeleceu, primeiro, os apóstolos, segundo, os profetas... depois os diversos dons” (1Cor 12,27-28).

A Igreja somos nós. Cada um é um membro desse corpo vivo, presente no nosso bairro. “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as força da morte não poderão vencê-la” (Mt 16,18).


Onde existe amor, Deus aí está

Havia, certa vez, uma senhora, chamada Maria José, que era muito solidária com as pessoas do seu bairro. Nas diversas necessidades que as pessoas tinham, procuravam a ela e sempre recebiam apoio.

Um dia, uma vizinha lhe perguntou: “Por que você ajuda tanto as pessoas?” Maria José explicou: “Um dia, na Missa dominical, cujo Evangelho era aquele que narra o Juízo Final (Mt 25,31ss), o padre explicou que Jesus usa como critério para entrar no Céu a ajuda aos necessitados”.

Aquelas palavras, disse ela, entraram dentro de mim e não saíram mais. Senti uma grande alegria por ter descoberto um caminho seguro para o Céu. Entendi que Deus é amor, e onde existe amor, ele aí está.

A partir daquela Missa, Maria José passou a ser mais alegre. Aprendeu que Deus sempre está do lado daqueles e daquelas que são fiéis aos seus mandamentos.


A união faz a força

Havia, certa vez, em uma fazenda, uma manada de touros de raça. Eram animais muito fortes e saudáveis, que pastavam calmamente em um bem cuidado sítio, preparando-se para serem apresentados em uma exposição, na qual seria escolhido o mais bonito e o mais forte. Eram animais muito caros e por isso tratados com todo cuidado.

Um dia, apareceu pelas redondezas um leão faminto. Ao ver tão saborosa carne, não teve dúvidas. Na primeira distração, atacou e matou um dos touros. Assim passou a acontecer seguidamente. Já eram vários os animais que haviam sido sacrificados. Foi então que os touros marcaram uma assembleia para discutir o problema.

Palpites daqui, sugestões dali, e veio a decisão: Vamos estar sempre em posição de semicírculo. Assim, se o animal atacar um de nós por trás, sempre haverá quem esteja vendo para defender. Fizeram desse jeito e o leão não conseguiu mais vencê-los, pois todos se defendiam mutuamente.

A união faz a força. Um fio de cabelo é frágil, mas uma trança é muito forte. Uma varinha é fraca, mas um feixe de varas ninguém consegue quebrar. Povo unido jamais será vencido.


A estrada que precisava de luz

Havia, certa vez, uma estrada que precisava de luz. Construíram ao lado dela uma mesa bem alta e contrataram uma moça para ficar em cima, com uma vela acesa, a fim de iluminar a estrada.

A jovem passava a noite ali, iluminando para todos os que passavam. Ela zelava para que a vela não se apagasse com o vento. Mas, às vezes, o vento era muito forte e a apagava. Mas alguém que passava na estrada jogava uma caixa de fósforos e ela a acendia novamente.

Às vezes chovia, fazia frio, era difícil para ela. Por isso a garota procurou o patrão e pediu as contas. O patrão lhe disse:
- Filha, não temos outra pessoa para fazer esse serviço, e sem ele os passantes trombam uns com os outros, caem em buracos, além dos assaltantes que gostam do escuro. Por isso pense bem. Ela pensou e decidiu continuar no emprego.

Essa jovem somos nós, e a vela é o nosso testemunho. Somos luz no nosso ambiente. Sem os cristãos católicos, o mundo ficaria escuro, triste e perigoso. Mas não é fácil manter nossa vela acesa. É preciso muita garra e determinação.


Ouvir o inaudível e ver o invisível

Certa vez, um rei mandou seu filho morar durante um tempo com um grande mestre, a fim de aprender a sabedoria. Quando o príncipe chegou, o mestre o recebeu afetuosamente, e o mandou sozinho para uma floresta, com a tarefa de descrever o som da floresta.

Após dez dias, o jovem retornou e o mestre pediu que descrevesse todos os sons que conseguiu ouvir. O moço disse:
- Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoreço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho das cachoeiras e do vento cortando os céus.

Ao terminar o relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse à floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível. Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu à ordem do mestre, mas pensando: Não entendo; eu já distingui todos os sons da floresta!

Por dias e dias ficou ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu distinguir nada de novo, além daquilo que havia relatado ao mestre.

Certa manhã, porém, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira. E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz.

Pensou: Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse. E, sem pressa, ficou ali ouvindo, ouvindo pacientemente, durante quinze dias. Queria ter certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou, disse:
- Mestre, quando prestei atenção, pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra, e da grama bebendo o orvalho da noite.

O mestre sorriu e disse:
- Parabéns! Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma pessoa sábia. Apenas quando aprendemos a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos e medos não confessados, podemos atender às reais necessidades de cada um.
E o príncipe voltou para o palácio.

A morte de um relacionamento começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem atender ao que vai no interior, nem ouvir o coração. É preciso, portanto, ver o invisível e ouvir o lado inaudível, o lado não mensurável no ser humano, mas que tem o seu peso.

Não é só pela palavra, falada ou escrita, que expressamos nossos sentimentos. Eles se mostram no nosso semblante, na fisionomia, no nosso andar... Até a nossa pele comunica o que vai no nosso coração.

O Rosário salva os cristãos.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


O menino que queria ver Deus

Um dia, um menino perguntou a Benjamin Franklin, que gostava de crianças:
- O senhor é tão sábio. Poderia dizer-me onde posso ver Deus?

Era meio dia e o sol estava bem quente. O velhinho sorriu e, mostrando à criança o céu azul, disse:
- Você não consegue olhar para o sol, nem deve, porque poderia queimar sua vista. Se você não consegue nem olhar para o sol, como poderá ver Deus com esses seus olhinhos, se Deus brilha muito mais que o sol?

Deus é uma luz infinita, luz de bondade, de amor, de inteligência e de poder. Com os olhos da carne, nós não conseguimos vê-lo, mas ele se nos dá a conhecer através das suas obras.

As coisas criadas nos levam a conhecer a Deus, com tanta clareza que todos os que não têm fé, ou têm uma fé desviada, são insensatos (Sb 13,1-9). Quando contemplamos uma obra de arte, o nosso pensamento se volta logo para o artista. Por que não fazemos o mesmo quando contemplamos as belezas da natureza?

O Rosário é o meio mais conveniente e eficaz para obter a ajuda maternal da Virgem Maria.

(Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)


A soberba tem pernas curtas

Certa vez, um homem foi até um lago, olhou-se no espelho da água, admirou-se e disse: Eu sou perfeito.
- Saiu ao encalço de uma caça e, com um golpe, a abateu. Depois disse: Eu sou forte.
- Subiu até o alto de uma montanha e, ao se ver nas alturas, exclamou: Eu sou grande.
- Com o atrito de duas pedras produziu fogo, e afirmou: Sou poderoso.
- Durante um dia de chuva, fez mil e um projetos e declarou: Sou inteligente.
- Ao escavar a terra, achou ouro e concluiu: Sou rico, não preciso de ninguém.

Passaram-se os anos. O homem voltou ao lago e, ao espelhar-se, verificou que a beleza desaparecera. Portanto, não era propriedade sua, tanto assim que não pudera conservá-la.
- Tentou abater uma caça e não conseguiu.
- Quis subir até o alto de uma montanha, deteve-se, porém, no caminho, sem forças.
- Com duas pedras obteve fogo, mas incendiou a floresta e ele correu o risco de morrer.

Acabou descobrindo que não conseguia mais realizar a maior parte dos seus sonhos. Então saiu pelas praças, pretendendo comprar com seu ouro o tempo passado. Contudo só lhe ofereciam coisas em troca e nada mais.

“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, exceto amar a Deus e só a ele servir (Ecl 1,2).

Na Sagrada Escritura encontramos poucas palavras sobre a Virgem Maria, mas são como grãos de ouro puro. Se os fundirmos no fogo da contemplação, são suficientes para irradiar sobre toda a nossa vida o esplendor luminoso das virtudes.

(Fonte: Pe. Valdo Bartolomeu)


Rei despreocupado com bens materiais

Conta-se que na antiguidade havia um rei que não se preocupava em ajuntar para si bens materiais. Um dia, um súdito perguntou-lhe por que isso. Ele disse:
- Eu lhe revelarei se você percorrer meu palácio para conhecer a magnitude da minha riqueza. Mas terá de levar uma vela acesa. Se ela se apagar, você terá trinta anos de prisão.

Ao final do percurso pelo palácio, o rei perguntou-lhe:
- O que você achou da minha riqueza? O súdito respondeu:
- Eu não vi nada, porque estava preocupado com a vela, para que não se apagasse. O rei então explicou:

- Pois este é o motivo. Eu vivo tão preocupado com os meus cidadãos, que não me sobra tempo para ajuntar riquezas para mim.

Muitos cristãos amam tanto a Deus que esse amor os absorve totalmente, a ponto de não lhes sobrar tempo para se preocupar com qualquer outra coisa. É um amor plenificante.

Na vida cotidiana, a devoção a Maria nos forma para a prática das virtudes.


O presépio com dois bebês

Certa vez, uma jovem estava ensinando catecismo em um orfanato do governo, cujas crianças tinham sido abandonadas pelas mães logo ao nascer.

Naquela aula, a catequista explicava a história do Natal, como Maria e José chegaram a Belém e, devido às hospedarias estarem lotadas, foram obrigados a se refugiar em uma gruta, onde Maria, após dar à luz, teve de colocar o bebê em um cocho de animais.

As crianças estavam atentas ao relato, algumas assombradas. Terminada a narração, a catequista deu a cada criança uma folha de papel e pediu que desenhassem a gruta com o menino Jesus e os pais. Elas nunca tinham visto um presépio.

Caminhando pelo meio delas, a catequista descobriu um desenho que tinha dois bebês, em vez de um. Ela aproximou-se do pequeno, que parecia tem uns seis anos, e pediu que explicasse por que fez dois bebês e não um só.

Ele cruzou os bracinhos, olhou para o desenho e contou a sua história. Disse:
- Quando Jesus nasceu e Maria o colocou na manjedoura, Jesus viu que eu também não tinha um lugar para morar e pediu que eu ficasse ali com ele. Fiquei agradecido, deitei-me ao seu lado e lhe dei o que senti que ele mais precisava: O calor. Jesus me pediu que ficasse com ele para sempre.

Aquele pequeno órfão viu em Jesus alguém que nunca o abandonou e nunca se aproveitaria dele. Por isso era feliz.

O importante não é tanto olhar para Maria, mas na direção em que ela olha, isto é, para seu Filho.


A fé faz do mundo um templo

Certa vez, um mestre estava caminhando e viu uma pedra bonita à beira da estrada. Parou e ficou contemplando os contornos da pedra. As flores que a rodeavam e o sol que batia pareciam deixá-la mais bonita ainda. Ele pensava: Esta é a pedra em que Jesus sentou-se para nos dar o presente das bem-aventuranças.

Ali perto, havia um rapaz trabalhando na roça, e viu a cena. Após uma hora, o jovem perdeu a paciência, foi até o mestre e disse-lhe:
- Estou, há algum tempo, observando o senhor parado diante desta pedra, e às vezes sorrindo. Sinceramente, não encontro um motivo que me leva a pensar que o senhor não está perdendo tempo.

O mestre voltou-se para ele e disse:
- Eu olho para esta pedra e vejo Jesus Cristo sentado nela. Você olha para a mesma pedra e nada vê, e ainda fica julgando quem a contempla. Para se tornar um sábio, meu filho, é preciso que você veja e sinta com o coração. Só assim você pode ver, até numa pedra, a presença de Deus o abençoando.

O essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração.

No Rosário, aprendemos de Maria a contemplar as belezas do rosto de Cristo.


Os animais nos ensinam

Certa vez, um rapaz estava decepcionado com a sociedade, devido à frieza diante dos sofrimentos do próximo.

Um dia, andando numa floresta, viu que uma pequena lebre levava comida a um enorme tigre ferido que não podia cuidar de si mesmo. Ficou tão impressionado com a cena que voltou no dia seguinte para ver se o comportamento da lebre era casual ou habitual.

Com grande surpresa, pôde comprovar que a cena se repetia. A lebre deixava um bom pedaço de carne perto do tigre. Passaram-se os dias e a lebre continuou agindo da mesma maneira, até que o tigre recuperou suas forças e pôde procurar sua própria comida.

Admirado com a solidariedade entre os animais, disse a si mesmo: “Nem tudo está perdido. Se até os animais são capazes de se ajudar, muito mais poderemos fazer nós, seres humanos”.

E decidiu fazer uma experiência: Deitou-se no chão, fingindo que estava ferido e ficou esperando que alguém parasse para ajudá-lo. As horas se passaram, chegou a noite e ninguém se aproximou para socorrê-lo.

Já ia levantar-se, mais decepcionado que antes com a insensibilidade da sociedade, quando sentiu dentro de si todo o desespero do faminto, a solidão do doente, a tristeza do abandonado. Seu coração estava desolado, quase não conseguia mais levantar-se.

Naquele instante, ouviu uma voz dentro de si, dizendo: “Se você quer sentir que a vida vale a pena, se quer continuar acreditando na humanidade, deixe de se fazer de tigre e seja como a lebre”.

O sim de Maria foi a porta pela qual o Filho de Deus veio e nos salvou.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


A escola dos bichos

Certa vez, vários bichos decidiram fundar uma escola. Para isso, reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.

O pássaro insistiu para que houvesse aulas de voo. O esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. E o coelho queria, de qualquer jeito, que a corrida fosse incluída.

E assim foi feito. Incluíram tudo. Mas cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos aprendessem todas as disciplinas oferecidas.

O coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: “Voe, coelho!” Ele saltou lá de cima e “pluft”... Coitadinho! Quebrou as pernas. Além de não aprender a voar, acabou sem poder correr.

O pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como o tatu. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, nem mais cavar buracos.

Todos nós somos diferentes uns dos outros, e cada um tem uma ou mais qualidades próprias, dadas por Deus. Não podemos exigir ou forçar que as outras pessoas sejam parecidas conosco ou tenham nossas habilidades.

Se assim fizermos, acabaremos fazendo com que as pessoas sofram e, no final, percam até os dons que tinham. Respeitar as diferenças é amar as pessoas como são.

Entre todas as homenagens que se presta a Maria, não existe outra mais agradável a ela que o Rosário.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


Pardal quer voar como águia

Havia, certa vez, um pardal que admirava muito uma águia, sua vizinha. O voo dela era preciso, perfeito e enchia os olhos do pequeno pássaro. Ele sentia vontade de voar como a águia, mas não sabia como fazê-lo. Todavia, não se cansava de segui-la, por entre as árvores, só para contemplar tamanha beleza.

Um dia, ele estava entre as árvores, admirando o voo da águia, esta veio e assentou-se à sua frente. De tanto emoção, o pardal ficou desnorteado e caiu no chão. Quando abriu os olhos, viu aquela grande e bela ave bem à sua frente, observando-o. A águia disse-lhe:
- Por que você está me vigiando?
- Quero ser um pássaro como você, mas meu voo é baixo, porque minhas asas são curtas.
- E como você se sente, já que não consegue realizar seu sonho?

O pardal suspirou, olhou para o chão e continuou:
- Todos os dias acordo muito cedo para ver você voar e caçar. Você é única, é bela. Passo o dia observando você.
- E não voa? Indagou a águia.

- Sim. Mas a grande verdade é que gostaria de voar como você. Acredito, entretanto, que não tenho forças para suportar o vento das alturas.
- Caro pardal! A natureza de cada um de nós é diferente. Aceite-se como é, desenvolva seus dons e será feliz como eu sou feliz.

Maria dá carnalidade à Igreja, e a plenifica como Família de Deus.

(Fonte: Pe. Jesus Bringas)


O Senhor é o meu Pastor

Certa vez, na Europa, um sacerdote estava passando uns dias de férias numa região rural. Caminhando pelos campos, encontrou um menino, pastor de ovelhas, apascentando um rebanho. Descobriu que o garoto não sabia nada de Deus, da Bíblia, da Igreja, nem de Cristo, o Bom Pastor.

Então o padre resolveu ensinar-lhe o Salmo 22, que fala do Bom Pastor. O menino gostou muito e quis decorá-lo.

Para facilitar a memorização, o padre sugeriu associar cada versículo com um dos dedos da mão direita. Assim, ao dizer cada versículo, ele seguraria com a mão esquerda aquele dedo correspondente. Terminadas as férias, o padre foi embora.

No verão seguinte, voltou à mesma região. Caminhando pela redondeza, resolveu entrar em uma casa para pedir um copo d’água.

Enquanto a senhora estava buscando a água, ele ficou observando um retrato afixado na parede. Quando ela voltou, o padre comentou que aquele adolescente da foto parecia-se com o menino que ele havia encontrado no ano anterior.

A mulher explicou que aquele era seu filho e morrera no último inverno, em meio a uma tempestade de neve. Morreu procurando uma ovelha extraviada.

O padre lembrou-se do interesse dele pelo catecismo e que lhe ensinara o Salmo 22. Contou também a técnica que usou para ajudá-lo a memorizar os versículos do Salma. A mãe comentou:

“Então, há uma coisa que talvez o sr. possa explicar-me. Ao ser encontrado, vimos que o corpo dele havia caído num precipício e estava congelado. Mas, com a mão esquerda, ele segurava fortemente o quarto dedo da mão direita.”

O padre recitou para ela o quarto versículo: “Se eu tiver de andar por vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estás. O teu cajado me dá segurança”.

Deus nunca nos deixa, mesmo que as situações de nossa vida sejam desfavoráveis. Ele está sempre conosco.

Precisamos imitar Maria na sua total e alegre disponibilidade a Deus.

(Fonte: Gesiel Júnior)


O passeio superficial

Certa vez, uma família fez um passeio de três dias a um lugar muito bonito, a fim de conhecer as paisagens e obras de arte. Eram o pai, a mãe e um garoto adolescente. Prepararam-se, inclusive financeiramente, durante dois meses.

Lá, o menino não saia do celular, ouvindo música ou navegando na internet. E os pais tiravam fotos o tempo todo. Assim, viram as belezas apenas superficialmente e não as contemplaram.

Faltava, nesta família, algo essencial na vida: Viver o agora, o tempo presente. Quem se apega ao passado, ou ao futuro, apenas vegeta, passa pela vida e não vive.

O passado já está nas mãos de Deus. Para nós, ele é algo irreal. Também o futuro, pois ainda não chegou às nossas mãos. Viver no passado ou no futuro é como estar morto.

Claro que houve coisas maravilhosas no nosso passado, que nos deixaram lições para a vida. Mas não é real, já foi. Também devemos planejar o futuro, mas este ainda não chegou, portanto é apenas uma noção na nossa cabeça. E enquanto vivermos no futuro ou no passado, não estaremos agora, não estaremos aqui.

Estamos neste mundo como em um mar revolto. Maria, nossa Mãe, é ao mesmo tempo o estrela do mar e o carinhoso apoio na luta.


A alegria nasce dentro de nós

Havia, na segunda guerra mundial, um prisioneiro que era torturado diariamente pelos soldados nazistas. Um dia, mudaram-no de cela. No novo cubículo havia uma claraboia por onde ele podia ver um pedaço do céu azul durante o dia, e algumas estrelas à noite. O homem sentiu-se extremamente feliz com a sorte que teve.

Outro prisioneiro, do mesmo campo de concentração, era acordado às quatro da manhã e davam-lhe um pedaço de pão. Ele pensou: É melhor eu guardar um pouco deste pão, porque posso precisar à noite. Não estou conseguindo dormir de tanta fome. Ele assim fez e conseguiu dormir, depois de trabalhar o dia todo em trabalho forçado.

Hoje tive uma boa noite, rezou ele de manhã, cheio de alegria. Comendo o pão, consegui dormir. Sou feliz.

E você, pode ver apenas algumas estrelas, ou todo o céu estrelado? Precisa dividir seu pão para não passar fome? Além disso, somos livres, podemos ir aonde quisermos. Vamos, então, ser alegres e felizes.

A alegria e a felicidade não dependem apenas de fatores externos. Elas são predominantemente subjetivas.

“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! Seja a vossa amabilidade conhecida de todos. O Senhor está próximo. Não vos preocupeis com coisa alguma” (Fl 4,4-6).

Maria é a figura e o modelo da Igreja.


O mundo tem a cor que você pinta

Certa vez, um grande missionário entrou em uma cidade para evangelizar. Um dos habitantes aproximou-se dele e disse:
- Sr. padre, não há nada, exceto estupidez nesta cidade. Ninguém quer aprender nada. O sr. não vai conseguir convencer nenhum desses corações de pedra.
O missionário respondeu:
- Você tem razão.

Logo depois, outra pessoa que morava ali aproximou-se do missionário e disse, cheia de alegria:
- Sr. padre, o sr. está em uma cidade abençoada. O povo anseia receber a Palavra de Deus.
O missionário, com alegria, respondeu:
- Você tem razão.

Um companheiro do missionário disse-lhe em particular:
- Como pode isso? O sr. disse aos dois cidadãos que eles têm razão, sendo que as opiniões foram contrária!

O missionário respondeu:
- Cada um vê o mundo do jeito que espera que seja. Por que deveria eu refutar? O primeiro é pessimista e vê o mal. O segundo é otimista e vê o bem. Nenhum deles disse a verdade completa, mas apenas um aspecto dela. Isso sem perceberem.

Alegrai-vos! Cristo ressuscitou. O bem venceu o mal; a verdade venceu a mentira; O otimismo venceu o pessimismo; a vida venceu a morte!

“Maria me acompanha cada dia no cumprimento da minha missão de sucessor de Pedro” (S. João Paulo II)


Tática para não xingar

Havia um senhor que tinha o costume de xingar, falando até palavrões. Sabia que Deus não gostava, mas... como parar?

Um dia, um amigo deu-lhe uma sugestão: Depois de cada xingo, ponha uma pedrinha no bolso. Assim você saberá, ao menos, quantas vezes xingou nesse dia. Também saberá se está melhorando ou piorando, ao confrontar com os dias anteriores.

Ótima ideia, respondeu ele. No dia seguinte, ao voltar do trabalho na roça, o bolso estava cheio de pedrinhas. Ao lavar sua roupa, a esposa reclamou, porque o bolso estava muito sujo. O marido não quis explicar o motivo, apenas ouviu com paciência.

Dias depois, a mulher percebeu que a sujeira estava diminuindo. Percebeu também, com alegria, que o esposo já não falava muitos palavrões, nem xingos. Então ele lhe explicou a tática.

“De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Espírito Santo, com o qual fostes marcados!” (Ef 4,29-30).

Todo católico experimenta diariamente a presença amorosa da Mãe do Céu.


Nossas sensações são em parte subjetivas

Certa vez, um mestre fez com seus discípulos a seguinte experiência: Colocou sobre a mesa três vasilhas e esquentou água até quase ferver. Encheu a vasilha da esquerda com água gelada, colocou a água bem quente na vasilha da direita, e na do meio pôs metade quente metade fria.

Em seguida, pediu para um discípulo introduzir uma das mãos na vasilha da esquerda e a outra na da direita. Após alguns segundos, pediu que colocasse as duas mãos na vasilha do meio. O jovem disse que, na mão que veio da água quente, esta água parecia fria. Já na outra mão que vinha da água gelada, esta do meio parecia quente.

Apesar de a água que estava no meio ser a mesma, produziu sensações diferentes devido aos lugares de onde vieram as duas mãos. Tudo depende das nossas experiências anteriores, ou, como dizemos, do nosso estado de alma.

A mesma realidade é sentida diferentemente por cada um, dependendo da situação anterior da pessoa. O que um indivíduo vê como negativo e ruim, pode ser positivo e bom para outro. Isso nos ensina a aceitar as diferenças entre as pessoas, pois são, em grande parte, subjetivas, dependendo do passado.

Humilhemo-nos diante de Deus como Maria: Eis aqui a escrava do Senhor; faça de mim o que o Senhor quiser.


A falta de comunicação

Havia, certa vez, dois colegas de faculdade que não se viam há três anos. Depois de formados, Vinicius mudou-se para a capital e João Paulo continuou na pequena cidade do interior.

Certa manhã, João Paulo ouve a campainha e, que bela surpresa! Vinicius estava ali. João Paulo estranhou apenas o fato de, ao lado do amigo, estar um grande cachorro pastor alemão, aparentemente muito bravo. De qualquer maneira, não disse nada.

Enquanto trocavam um forte abraço, o cão entrou na casa. João Paulo ficou apreensivo, mas não quis se indispor com o amigo. Entraram na sala e começaram a contar as novidades.

Logo ouviram um barulho vindo da cozinha, alguma coisa foi derrubada e se quebrou. A única reação foi um sorriso amarelo do dono da casa. Mas João Paulo permaneceu indiferente e continuaram contando as novidades.

Rapidamente, o cão salta por cima do sofá, deixando a marca de suas patas sujas. Bate numa mesinha e derruba um belo vaso de porcelana. Os amigos se entreolham, tensos, mas fingindo não ser nada importante.

E o cachorro andando de um lado para o outro, fazendo arte na casa. O tempo passou e já começava a escurecer. Vinicius se despediu e ia caminhando em direção à porta. Nesse momento, João Paulo perguntou-lhe:
- Você não vai levar o seu cão?

- Não é meu! respondeu Vinicius admirado. Quando cheguei, ele se aproximou, me cheirou e ficou do meu lado até você abrir a porta. Como você não falou nada e o deixou entrar, achei que fosse seu.

Constantemente acontecem situações semelhantes, ou cometemos erros, por confiar nas aparências e assim pressupor coisas que não são a realidade. Isso, por falta de comunicação. Quanto mais nos comunicarmos, mais eficientes seremos. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)

O canto da humanidade é o Magnificat, assim como a sua oração é o Pai Nosso.


Líder: Severo ou benevolente?

Em um pequeno país, havia um rei que vivia bastante preocupado com a maneira de governar seu povo. Um dia ele foi a um famoso sábio pedir orientação. Disse-lhe:

- Devo ser severo com meus súditos, para que mantenham o respeito e nunca se rebelem contra mim, ou devo ser amoroso, fazendo-lhes as vontades, para que tenham grande carinho para comigo?

O sábio respondeu:
- Qual o objeto que vossa majestade mais aprecia?
- São dois vasos chineses, muito valiosos, respondeu o rei.
- Traga-os.

Mesmo sem compreender, o rei atendeu o pedido e mandou trazer os dois vasos. Vendo-os, o sábio disse:
- Tragam dois baldes cheios de água. Um deles com água fervendo e o outro com água bem gelada, e despejem um em cada vaso.

Prevendo o que iria acontecer, o rei interveio rapidamente:
- Por favor, não faça isso, pois assim os dois vasos vão se rachar!

- Exatamente, respondeu o sábio. Assim será com o reino. Se agir com severidade excessiva, ou com muita benevolência, não será um bom rei. Vossa majestade deve saber dosar a severidade com a benevolência, para exercer sempre uma autoridade saudável.

Liderar com sabedoria e equilíbrio é uma ação muito difícil, mas quando encontramos o ponto exato, tornamo-nos grandes líderes. A água fervendo estoura o vaso, assim como a nossa ação violenta destrói a auto estima dos subordinados. A água gelada trinca o vaso, assim como nosso excesso de benevolência e proteção acomoda as pessoas, impedindo-as de serem criativas e autônomas.

O melhor culto que podemos dar a Maria é imitá-la em suas grandes virtudes


O líder toma a frente

Todos já ouvimos falar de Napoleão Bonaparte e de sua grande fama como líder, apesar de seus objetivos serem injustos, pois eram guerras na maioria de conquista. Conta-se que, certa vez, Napoleão deveria enfrentar um exército três vezes maior que o seu. Para piorar, o armamento do inimigo era muito melhor.

Enquanto seus soldados se preparavam para a batalha, ele anunciou que iria à frente, conduzindo seus homens.

Muitos tentaram convencê-lo do contrário, dizendo que era loucura diante da situação de grande inferioridade do seu exército. Diziam que a batalha seria difícil e perigosa, que ele não poderia se arriscar, pois era o líder maior.

Napoleão respondia:
- Eu vou, nada pode mudar isso. Porque é mais fácil puxar do que empurrar.

De fato, é mais fácil guiar do que consertar. Um líder deve estar sempre disposto a tomar a frente, a guiar a sua equipe, especialmente nos momentos de crise. É nesses momentos que se conhece o verdadeiro líder. Ele não teme ser alvo, pois confia em sua capacidade, e isso faz a diferença entre a sua equipe e as demais.

“Depois de lavar os pés dos discípulos..., Jesus disse: ‘Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13,12-14).

Um verdadeiro devoto de Maria não se perde. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


A força do amor a Deus

Santa Luzia viveu no Séc. III, em Roma. Naquele tempo, o imperador de Roma era Diocleciano, um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos.

Era uma jovem muito bonita, especialmente seus olhos eram encantadores. Um rapaz pagão, de família influente em Roma, apaixonou-se por ela. Entretanto, Luzia tinha feito o voto de virgindade, consagrando-se perpetuamente a Jesus Cristo. Mas seu voto era particular, só entre ela e Cristo.

Diante da recusa definitiva da moça, sem dizer por quê, a paixão do rapaz transformou-se em ódio do mesmo tamanho. E denunciou Luzia como cristã.

Os cristãos de Roma praticavam ocultamente a sua fé, pois era crime, cuja pena era a morte. Luzia, após recusar mudar sua fé, recebeu a pena de ser degolada. No ato, o rapaz estava junto. Ela pediu que o carrasco, antes, lhe arrancasse os olhos e colocasse-os em um prato, para que ela os desse ao moço.

“O amor é forte, é como a morte. Suas chamas são chamas de fogo, faíscas de Deus no mundo. As águas da torrente jamais poderão apagar o amor, nem os rios afogá-lo” (Ct 8,6-7). Foi esse o amor de Jesus ao Pai, de Maria a Deus, de Luzia e de tantos cristãos em todos os séculos e lugares da terra.

O amor torna fácil o que é difícil. Ele “tudo desculpa, tudo espera, tudo crê, tudo suporta” (1Cor 13,7).

Se você tem um defeito que lhe parece insuperável, reze todos os dias uma Ave Maria e verá que em pouco tempo ele desaparecerá.


A lição do joão de barro

Quando precisa fabricar seu ninho, o joão de barro parece ficar inteligente. Transforma-se em engenheiro. Faz 800 viagens, buscando barro e palha para o seu palacete. Leva 20 dias na construção.

O vento e a chuva não penetram, porque há uma parede interna, com entrada lateral, não na direção da porta externa, e isso protege os filhotes lá dentro. Ele é tão caprichoso que não se contenta em ter uma casa própria. Todos anos, na época do ninho, fabrica outro palacete, numa árvore e numa paisagem diferentes.

Com isso, Deus nos ensina muitas coisas: O amor ao nosso lar, a proteção dos filhos, a vida em família...

“A perfeição invisível de Deus... é claramente conhecida através das suas obras, desde a criação” (Rm 1,20). “Quando olho para o teu céu (e a terra), obra de tuas mãos, o que é o homem, Senhor, para dele te lembrares?” (Sl 8,4-5).

Quem é devoto de Maria, com toda a certeza se torna amante do seu Filho.


O segredo da boa liderança

Certa vez, em um pequeno reino, um jovem herdou do pai a coroa. Mas logo percebeu que seu governo estava conduzindo os negócios ao fracasso, enquanto, no tempo de seu pai, só havia prosperidade.

Procurou um sábio que morava bem distante. Ao explicar-lhe o que estava acontecendo, o sábio nada respondeu. Apenas sorriu e convidou-o a fazer uma caminhada pelo bosque. Andaram até o rio e ali ficaram por um bom tempo, contemplando o movimento das águas.

A noite chegou e fizeram uma fogueira. Sentados ao lado da fogueira, não pronunciaram nenhuma palavra, apenas contemplavam as chamas. Quando o fogo apagou, o mestre perguntou ao jovem rei:
- Entendeu a diferença entre você e seu pai no modo de governar o povo?
Surpreso, o jovem rei disse que não havia entendido nada. Então o sábio explicou:

- Reflita sobre o que acabou de ver. O fogo é forte e poderoso. Nenhum animal ou árvore se iguala-se a ele em força. Facilmente ele toma conta de um grande espaço e destrói tudo.

O rio, ao contrário, começa muito pequeno, apenas um fio de água na montanha. Ele é sutil e vai descendo de mansinho, por vezes enfrentando terrenos adversos e obstáculos, mas sempre vencendo.

No final, o que vemos? Do poderoso fogo, apenas cinzas. Seu poder destruiu tudo a sua volta. E em sua própria força ele se consome. A água é diferente. Ela é calma, sutil e vai se fortalecendo com o tempo, conforme vai fazendo seu caminho. Ao longo do percurso, o rio cresce e também a vida ao seu redor.

O reizinho entendeu a sábia lição que vem da natureza. Não governar de modo forte como o fogo, mas sutil como o rio.

Existem líderes orgulhosos, arrogantes e autoritários, que confiam excessivamente em si mesmos e acabam por consumir tudo ao seu redor. Por outro lado, há os que são humildes, que sabem integrar-se com os membros da equipe, e assim vão crescendo e se tornando cada vez mais fortes.

São estes que conseguem os melhores resultados, porque vão, à medida em que caminham, aprendendo. E sua equipe de trabalho sente-se feliz porque encontra espaço para colocar em prática seus talentos.

O Terço é uma oração recomendada por todos os papas. (Fonte: Darlei Zanon)


A carta muito especial

Certa vez, uma senhora, chamada Ruth, olhou na caixinha do correio ao lado do portão de sua casa e encontrou um envelope, com o seu nome, mas sem selo nem remetente. Abriu-o e dentro havia uma carta dizendo:

“Querida Ruth, estarei próximo de sua casa no sábado à tarde, e passarei aí para visitá-la. Com amor, Jesus.”

Ruth ficou maravilhada. Por que o Senhor quer visitar justamente a mim? Não sou ninguém especial!”

No entanto, foi ao supermercado e fez compras, a fim de preparar um jantar para o ilustre visitante. Sobraram-lhe apenas três Reais.

No sábado de manhã, varreu a casa, colocou flores... Pelas duas horas da tarde, apareceu na sua porta um casal pedindo ajuda. Ele disse que estava desempregado. Ruth falou:
- Só tenho três Reais, serve?
Eles aceitaram. Como fazia frio, Ruth deu a cada um, um agasalhos. Ficaram muito contentes e foram embora.

Pelas quatro da tarde, Ruth olhou novamente na caixinha do correio e viu outra carta. Pegou-a e abriu. Estava escrito:
- Querida Ruth, obrigado pelos agasalhos e pelos três Reais que você me deu. Com amor, Jesus.

“Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40). Nem sempre Deus chega nos momentos em que o esperamos.

O Terço, em sua simplicidade e profundidade, é um verdadeiro compêndio do Evangelho.


Rei testa candidatos ao trono

Havia, na antiguidade, um pequeno país que era governado por um rei que não tinha filhos. Quando estava já idoso e doente, preocupou-se com a sucessão. Não queria que, após a sua morte, o reino fosse governado por uma pessoa indigna do cargo, fazendo o povo sofrer.

E ele tomou uma decisão radical. Convocou todos os jovens qualificados do reino a comparecerem no palácio para uma entrevista com o rei. A entrevista serviria para selecionar o sucessor para o trono.

A única exigência era que os candidatos apresentassem duas qualidades: Amor a Deus e amor aos seres humanos de todas as classes e raças.

Um jovem recebeu o aviso e refletiu sobre a exigência. Constatou que amava a Deus e a todos os seus vizinhos, sem exceção. Mas ficou triste, pois era pobre e não tinha roupas adequadas para ir ao encontro do rei. Também não tinha dinheiro suficiente para a viagem. Mas os seus parentes e vizinhos se uniram, até que conseguiu o bastante para ele comprar as roupas e empreender a viagem.

Após preparar tudo, partiu em direção ao palácio, pensando na possibilidade de ser o novo soberano.

Mas, quando se aproximava do palácio, o jovem encontrou-se com um mendigo, que estava com fome e frio, pois vestia apenas alguns farrapos. Ao ver o passante, o mendigo estendeu a mão e pediu:
- Tenho fome e frio. Por favor, me ajude!

O moço ficou comovido pelo pedido do mendigo e de imediato tirou a roupa nova, deu ao homem, e vestiu a roupa velha que trazia consigo. Pegou também o pedaço de pão que trazia e lhe deu.

Depois de ver o mendigo comer e sentir-se melhor, o jovem pensou se iria ou não seguir viagem, pois já não tinha roupas dignas. Mas, como estava perto, continuou a viagem.

Chegando ao palácio, quase não o deixaram entrar. Aproximando-se do rei, curvou-se e, ao levantar os olhos ficou confuso e disse:
- Perdão, majestade, mas tive a impressão de que havíamos nos encontrado antes.

- Sim, já nos conhecemos, respondeu o rei. Aquele mendigo da estrada era eu. Eu queria descobrir se você realmente ama a Deus e aos seres humanos. Se eu me apresentasse a você como rei, eu nunca saberia se a sua ação seria sincera ou por interesse. Mas como você ajudou um pobre miserável, eu tenho a certeza de que traz o amor dentro de si e é digno de ser o meu sucessor.

O nome de Maria é alegria para o coração, mel para os lábios e melodia para os ouvidos.


A estranha tarefa escolar

Uma pequena cidade do interior, cujos habitantes eram todos camponeses, tinha a sua escola. Um dia, a escola ganhou uma verba do governo para ser investida em passeios culturais. Os alunos ficaram entusiasmados.

Mas, como a verba não era suficiente para todos, os professores resolveram aproveitar a oportunidade para movimentar os alunos. Fizeram uma lista de tarefas. Quem conseguisse realizar com sucesso a sua tarefa, poderia viajar.

As tarefas eram variadas, e uma era especial. Ela caiu para o Joaquim, um aluno impaciente e irrequieto, e por isso tinha notas baixas. Sua tarefa: “Trazer uma colmeia de forma perfeita, cujo mel seja muito doce e nunca se acabe”.

Joaquim ficou decepcionado: onde encontrar tal colmeia? Mesmo assim, começou a procurar a tal colmeia, cujos favos não perdiam a doçura. Depois de muita procura, resolveu pedir ajuda ao seu avô.

Este olhou com carinho para o neto e disse:
- Eu posso ajudá-lo, mas só amanhã, se você seguir as orientações que lhe darei.
- Combinado, disse o garoto.
- Quando você chegar em casa, peça a sua mãe que prepare a refeição, que lhe ajude nas outras tarefas escolares e lhe conserte esta camisa, e que lhe dê um abraço e conte a você uma história antes de dormir. Amanhã voltamos a conversar.

Joaquim não entendeu direito a tarefa. Isso era o que a sua mãe fazia todos os dias! Mas foi para casa e fez tudo como o avô havia falado. No outro dia, antes mesmo de falar com o avô, o menino já pulava de alegria.
- Encontrei, encontrei – gritava.

Pegou no braço de sua mãe e pediu que ela o acompanhasse até a escola. Ao chegar, disse aos professores:
- Aqui está a colmeia perfeita, cuja doçura á enorme e por mais que dê de seu mel (amor), ele nunca acaba.

O amor que a mãe tem pelo filho, ou pela filha, é incondicional e sem limites. Ela é capaz de qualquer coisa. E o faz sempre com um sorriso e brilho nos olhos. Realiza tudo com uma doçura que não tem fim.

“Maria, quem poderá definir o encanto que há no espelho do teu olhar? O teu sorriso de Mãe parece abrir-se em flor nosso coração.” (Fonte: Darlei Zanon)


O Apóstolo do Brasil

S. José de Anchieta, jesuíta, nasceu na Espanha, nas ilhas Canárias, em 1534. Logo adolescente foi estudar na cidade de Coimbra, em Portugal. Quando tinha 16 anos, diante de uma imagem de Nossa Senhora, fez o voto de castidade, consagrando sua virgindade à Virgem Maria. Logo ingressou na Companhia de Jesus, os jesuítas.

O Pe. Manoel da Nóbrega, que já estava no Brasil, chamava os jesuítas para cá. Apesar de doente, sofria um problema sério na coluna, Anchieta, que era noviço, aceitou o convite. No Brasil, dedicava-se à educação dos índios. No começo, estes eram arredios, mas quando percebiam a intenção do jovem, acolhiam-no. Ele fez uma gramática da língua tupi, que dominou em apenas um ano.

A pé ou de barco, Anchieta viajou por quase todo o País, pregando missões e catequisando.

Em 1554, participou da Missa de inauguração do Colégio S. Paulo, que deu origem à cidade de S. Paulo. O local é chamado hoje Pátio do Colégio. Suas Missas eram celebradas ao ritmo de tambores, do jeito que os índios gostavam. Combatia ferrenhamente os abusos cometidos pelos colonizadores portugueses contra os indígenas.

Perseguidos pelos franceses, os jesuítas esconderam-se. Anchieta foi para a aldeia de Iperoig (atual cidade de Ubatuba), onde se tornou refém dos índios durante cinco meses. Durante o cativeiro, o padre sofreu a tentação da quebra da castidade, uma vez que era costume entre os índios oferecer mulheres aos prisioneiros. Para vencer, e como oração a Maria, Anchieta escreveu na areia o Poema da Virgem.

Anos depois, em 1566, fundou o povoado de Reritiba, atual Anchieta, que fica no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial dos jesuítas no Brasil, cargo que exerceu por nove anos. Em 1595, Anchieta retirou-se para Reritiba, onde permaneceu até o seu falecimento, dia 09/06/1597. Foi canonizado pelo Papa Francisco, dia 03/04/2014.

“Como são belos, sobre as montanhas, os pés do mensageiro que leva a paz!” (Is 52,7). S. José de Anchieta, rogai por nós.

Quem quer parecer-se com Jesus, imite o seu amor ao Pai celeste e a sua Mãe imaculada.


Amor que se sacrifica

Havia uma senhora esposa que gostaria muito de ter um filho, mas este não vinha. Um dia, ela viu seu sonho realizado. Recebeu dos braços da enfermeira um lindo bebê.

Mas qual não foi a sua surpresa, quando notou que a criança havia nascido sem orelhas! Preocupada, perguntou ao médico se o menino tinha audição perfeita. Foram feitos os exames e ficou comprovado que o aparelho auditivo era normal.

A mãe, conformada, levou o filhinho para casa. Seu amor por ele não diminuiu. Mas, à medida que o menino crescia, sua mãe observava o tratamento que outras crianças lhe davam. Com frequência o filho voltava para casa chorando! Isso era como uma punhalada no coração daquela mãe.

Consultou o médico novamente, perguntando se algo poderia ser feito. O doutor disse que, se encontrassem alguém que doasse um par de orelhas, poderia ser feito um implante. Isso, porém, só depois que o filho chegasse aos 21 anos.

Os anos se passaram e, um dia, os pais comunicaram a alvissareira notícia de que tinham encontrado alguém para doar as orelhas.

A operação foi bem sucedida e, qual não foi a alegria do rapaz ao olhar no espelho e ver que era como todos os colegas. Voltou-se para a mãe e perguntou quem foi o doador.
- Ah! Meu filho, agora não posso revelar-lhe. Um dia você saberá.

Passaram-se os anos, o jovem casou-se e teve filhos, todos normais.

Vários anos depois, tiveram uma grande tristeza: A mãe faleceu. Na sala funerária, pai e filho olham, pela última vez, o corpo inerte daquela senhora tão bondosa.

Depois que todos saíram, o pai disse ao filho:
- Venha comigo despedir-se de sua mãe.

Os dois se aproximaram do esquife e, para surpresa do filho, o pai puxa de lado os longos cabelos negros de sua esposa e o filho observa, pela primeira vez, que sua mãe não tinha mais orelhas.

Quem ama é capaz de sacrificar até a própria vida pela pessoa amada.

“Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!” (Is 49,15). Deus nos ama tanto que doou, não só as orelhas, mas seu corpo inteiro por nós. Que não joguemos fora esse presente!

O Rosário é uma oração ao mesmo tempo simples e profundamente teológica e rica em conteúdos bíblicos. (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


A vida tem a cor que você pinta

Havia, certa vez, dois rapazes irmãos que faziam aniversário no mesmo dia, mas não eram gêmeos. Um era muito otimista e o outro o contrário: extremamente pessimista.

O pessimista via tudo do lado negativo. Para ele, todas as coisas tinham defeito. As pessoas, nem se fala. Por isso não confiava em ninguém.

Chegou o dia do aniversário dos dois. O pessimista, ao acordar, encontrou ao lado do seu travesseiro uma caixa de presente. Abriu, sem muita emoção, e encontrou a chave de um carro 0Km. Começou então a lamentar: Agora vou ter de tirar carta, fazer documentos e posso sofrer algum acidente... Isso não é um presente, é uma tortura!

O outro também, quando acordou, viu uma caixa ao seu lado. Ansiosamente pegou o presente e foi logo abrindo, com um sorriso nos lábios. Seu coração batia de emoção. Ao abrir a caixa, encontrou estrume de cavalo. Imediatamente saiu gritando pela casa afora:
- Ganhei um cavalo! Ganhei um cavalo!

Todas as pessoas e coisas têm dois lados: O lado da sombra e o lado da luz. Precisamos olhar o lado da luz, não o da sombra. Se assim fizermos, seremos sempre alegres e transformaremos o asfalto em grama e os prédios numa flor enorme. Não deixemos o desânimo nos abater, nem a alegria se apagar do nosso rosto. A vida é da cor que você pinta.

“O meu coração se alegra no Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador” (Sl 28,7). (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


Continuadores de Jesus

Certa vez, durante uma guerra, uma cidadezinha foi completamente destruída. Houve milhares de mortos. Terminada a guerra, as pessoas buscavam reconstruir suas moradias. Os dias se passaram e o trabalho árduo dos moradores foi transformando as ruínas em novas casas.

Restava agora restabelecer a igreja local, para que a Comunidade pudesse novamente se reunir. Mais algum tempo e a igreja estava novamente em pé.

Havia, antes das explosões, uma estátua de Cristo, estimada por todos e tida como belíssima obra de arte. Era preciso restaurá-la. Vários artistas conseguiram resgatar, em meio aos escombros, os pedaços da estátua e a colocaram novamente em pé.

Apesar de todos os esforços, não encontraram as mãos, que talvez se tivessem transformado em pó.

O tempo se passou e chegou o dia da inauguração do templo reconstruído. O povo estava curioso para saber se as mãos do Cristo tinham sido encontradas. A obra estava coberta com um enorme pano, para que, no momento oportuno, fosse desvelada.

Por fim, chegou a hora. O lençol foi retirado e lá estava ela, para surpresa de todos, sem as mãos. Mas os restauradores foram criativos. No lugar das mãos, havia a seguinte frase: “Eu não possuo mãos, só posso contar com as suas”.

Cristo quer contar com as nossas mãos, pés, boca e inteligência, para continuar a sua obra redentora. Vamos fazer o que ele fazia, falar do jeito que ele falava, pensar como ele pensava e andar pelos caminhos dele.

“Não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Cristo quer as nossas mãos para levantar os decaídos, e a nossa boca para evangelizar, anunciando com alegria a Boa Nova do Reino de Deus.

O Terço é uma armadura impenetrável que nos protege dos assaltos do mundo pecador e do demônio.


A busca do mais forte

Certa vez, um homem saiu a caminhar e encontrou o aço. Vendo que ele era muito forte, disse:
- Este é o ser mais forte que existe.

De repente, viu que o fogo derretia o aço. Então disse:
- O fogo é o ser mais forte.

Mais na frente, viu que a água apagava o fogo. Ele concluiu:
- O ser mais forte que existe é a água.

Mais tarde, porém, percebeu que o sol havia secado a água. O homem então concluiu:
- O sol é o ser mais forte.

Nesta hora, veio uma nuvem q cobriu o sol. Ele disse convicto:
- Eu creio na nuvem.

Logo depois, percebeu que o vento levou embora a nuvem. O homem mudou seu pensamento:
- Eu creio no vento, que é mais forte que a nuvem.

No entanto, viu que o vento esbarrava numa alta montanha e com o choque se desfazia, sem que a montanha nem se movesse. Ele pensou:
- É a montanha o ser mais forte.

Mas um dia viu um homem, com um trator, desfazendo a montanha. O homem então concluiu:
- Eu creio no homem, que é o ser mais forte que existe.

Dias depois, porém, viu que a morte levou embora o homem. Entristecido, ele disse:
- A morte é o ser mais forte que existe.

Foi quando alguém lhe contou que um homem morreu, mas depois ressuscitou, destruindo o poder da morte. Esse homem é Jesus Cristo. Muito feliz, o homem disse:
- Agora descobri definitivamente: Jesus é o ser mais forte do mundo. Eu creio nele e vou a fazer parte do seu grupo, por toda a minha vida.

O bom é que nós também desfrutamos da derrota da morte realizada por Jesus. Fazendo parte do grupo dele, a morte não tem nenhum poder sobre nós.

Quantas pessoas passam a vida correndo atrás de dinheiro, de segurança  pessoal e de honras, e se esquecem de Jesus Cristo!

O Terço nos leva a repassar os mistérios de Cristo com os olhos de sua Mãe.


O sentido do trabalho

Certa vez, um eremita saiu para uma de suas peregrinações. No caminho, descendo a montanha, viu um homem que quebrava pedras com uma marreta. Estava suado, coberto de pó e com um semblante triste. O eremita perguntou-lhe
- O que o senhor está fazendo?
- Fui condenado pelo juiz, que me mandou quebrar pedras para pagar uma dívida.

O peregrino seguiu seu caminho. Mais abaixo, viu outro homem também quebrando pedras. Igualmente suado e coberto de pó, o homem mostrava amargura em seu rosto. O monge fez-lhe a mesma pergunta. O homem respondeu:
- Meu patrão me mandou aqui penar neste sol.

O eremita continuou descendo a montanha. Por volta do meio dia, encontrou outro homem quebrando pedras. Mas este estava alegre e cantava enquanto dava as marretadas, não se importando com o sol escaldante. O monge aproximou-se dele e dirigiu-lhe a mesma pergunta:
- O que o senhor está fazendo?

O homem, todo suado e coberto de pó, parou, apoiou a marreta e fez sinal ao peregrino para que fosse com ele até onde havia alguns arbustos. Ali estavam duas crianças brincando. Então disse-lhe:
- São meus filhos. Estou garantindo o futuro deles.

O amor dá sentido à vida e transforma o sacrifício em alegria. Todo trabalho é pesado. Mas, quando o realizamos dentro do nosso ideal, ele se torna leve e agradável.

“Meu Pai trabalha e eu também trabalho” (Jo 5,17). “Jesus foi para Nazaré, a sua terra. Quando chegou o sábado, ele começou a ensinar na sinagoga. Muitos ficaram admirados, e diziam: ‘Onde foi que ele aprendeu tudo isso? Esse homem não é o carpinteiro, filho de Maria e de José?” (Mc 6,1-3).

O Terço nos ensina como se acolhe, se guarda e se vive cada Palavra de Deus e o caminho para chegar até ele.(Fonte: Pe. Odair Ângelo)


Deu a vida pelos irmãos

Certa vez, uma família estava passando férias na praia. O pai e o filho mais velho ficaram tomando sol na areia, enquanto a meninada foi aproveitar as ondas. De repente, o clima mudou e o mar ficou agitado. As crianças começaram a se afogar. O pai, que não sabia nadar, gritou para o filho que estava com ele
- Salve os seus irmãos!

Levando uma boia, a rapaz enfrentou as ondas e conseguiu recolher todos, fazendo-os apoiar-se na boia.

Mas uma enorme onda ia pegar a todos. O moço, com todas as suas forças, empurrou a boia para a praia.

Enquanto empurrava, a onda o pegou e o arrastou para o fundo. As crianças foram salvas, mas o jovem morreu afogado!

Reunidos na praia, todos choraram muito. O pai, que também chorava, consolava as crianças dizendo:
- Ele é um herói! Mandei-o salvar vocês e ele conseguiu, mesmo perdendo a vida!

Esse filho mais velho assemelha-se a Jesus Cristo, o qual, obedecendo ao seu Pai, enfrentou todas as tempestades e nos salvou. Mas foi colhido pela onda do orgulho daqueles que não suportavam a sua bondade para com os pequenos.

Ficou o exemplo para nós: Compensa nos esforçarmos para salvar o próximo das avalanches do mundo pecador, mesmo que, com isso, percamos a nossa vida terrena.


O que adianta ganhar o mundo?

Havia, certa vez, um homem que tinha muita vontade de ficar rico. Numa noite, enquanto dormia, apareceu-lhe em sonho uma fada com uma moeda na mão e lhe disse:
- Todas as vezes que você jogar esta moeda para cima, ela se tornará duas; apanhe uma e jogue a outra, que se tornará duas novamente.

Ao acordar, o homem viu-se com a moeda na mão e lembrou-se do sonho. Imediatamente lançou-a para cima e realmente caíram duas. Apanhou uma e jogou a outra, que também se tornou duas moedas, e assim sucessivamente.

Ele não queria outra coisa senão jogar moedas para cima. Consequentemente, foi ficando muito rico, e só tinha tempo para jogar moedas para cima.

O tempo foi passando... Um dia, um homem bateu à sua porta e queria transmitir-lhe um recado. Ele não foi recebê-lo, alegando muitos compromissos.

Dias depois, apareceu outro, desejando falar-lhe. Também não o recebeu, alegando muito serviço, ou seja, jogar moedas para cima.

Mais tarde, apareceu-lhe um terceiro homem, querendo dirigir-lhe umas palavras. Não pôde recebê-lo, alegando, como antes, trabalho demasiado.

Passadas algumas semanas, surgiu um homem muito forte e robusto. O rico não quis atendê-lo, alegando que precisava mais dinheiro. E continuou jogando moedas para cima.

Desrespeitando o recado do porteiro, o homem avançou palácio adentro, chegou à presença do rico, que estava ao lado de um montão de moedas, e lhe disse:
- A bondade, a misericórdia e a salvação bateram à sua porta. O senhor não quis recebê-las. Eu sou a morte, vamos embora.

Assim chegou o triste fim daquele homem que só pensava em adquirir posses e descuidava dos valores mais importantes.

“O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua alma?” (Mc 8,36). Precisamos deixar o corre-corre da vida e dedicar-nos às coisas que nos fazem eternamente felizes. Ninguém leva riqueza nenhuma dentro do caixão, para o cemitério.

“Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no Céu” (Mt 6,19-20). (Fonte: Pe. Odair Ângelo)


Bodas na cadeira de rodas

Certa vez, numa Missa de domingo, aconteceu, no final, uma bênção de bodas de casamento. Depois da Oração Pós Comunhão, o casal entrou. Mas pegou a assembleia de surpresa, pois o marido uma cadeira de rodas com a esposa! Tanto os dois como os familiares estavam muito felizes e alegres.

O padre perguntou ao marido:
- Há quanto tempo sua esposa vive nesta cadeira?
- Há vinte e cinco anos, respondeu ele.
- Como assim? Vocês não se casaram há 25 anos?

- Exatamente. Faz vinte e cinco anos que nesta igreja pronunciamos o nosso sim para toda a vida. Durante o almoço festivo, ela levou um choque elétrico e ficou paralisada.

Todo o povo ali presente aplaudiu emocionado. Após as palmas, o homem concluiu:
- Se eu não tivesse casado com ela naquela ocasião, faria isso hoje.

Certamente naquela casa reina a alegria, fruto da graça de Deus e do amor verdadeiro, que opera maravilhas. Ele assume a querida esposa não como um peso, mas como um presente de Deus.

Muitos casais unem-se apenas pela aparência, pela beleza física, não por um amor profundo. Mas Deus pensa diferente: “O homem deixará pai e mão e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24). E Jesus conclui: “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19,6).


O abraço à macaúba

Certa vez, um homem estava em uma ilha de um rio, pescando. De repente, foi surpreendido por uma inundação proveniente de uma barragem que tinha se rompido.

Antes que as águas o levassem, tomou uma medida. Só teve tempo de pegar a caixa de isopor que tinha levado para transportar os peixes e amarrá-la à cintura, como se fosse uma boia.

A correnteza o levou rio abaixo e ele foi rolando, sem ter onde se agarrar. Se fosse atirado contra uma pedra, certamente morreria.

Felizmente viu, mais embaixo, uma macaúba bem firme, no meio daquelas águas. Ajudando com os braços e as pernas, foi até ela e abraçou-a.

Mas a macaúba estava cheia de espinhos por todos os lados. O pobre pescador viu-se espetado em todas as partes do corpo. Se soltasse, iria arrebentar-se mais abaixo, contra as pedras. O jeito era aguentar os espinhos. Foi um abraço longo e doloroso, mas salvador.

Muitas vezes, fugimos dos abraços, de medo dos espinhos. Mas frequentemente Deus nos pede para abraçarmos, especialmente se a pessoa é um pobre, um enfermo ou um familiar. Jesus abraçou a mulher adúltera e não se sujou. Abraçou o leproso e não foi contagiado. Deus nos protege quando o abraço é dado por causa dele.

Não só as pessoas, mas precisamos abraçar a cruz, que nos vem das mais diversas formas, como fez Jesus.


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