Historinhas enviadas para o
Liturgia Diária Comentada em janeiro de 2014
PADRE QUEIROZ
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Jogue fora as suas batatas
Certa
vez, uma professora percebeu que, na classe, vários alunos estavam com mágoas
uns dos outros. Então resolveu fazer um exercício. Pediu que na próxima aula os
alunos trouxessem batatas; e trouxessem também, cada um, uma sacola vazia.
No
dia seguinte, ela pediu que os alunos colocassem as batatas numa vasilha
grande, que ela mesma colocou sobre a mesa. Em seguida, pediu que todos
fizessem uma lista das pessoas das quais sentiam mágoa.
Feitas
as listinhas, a professora pediu que cada um fosse até a mesa e pegassem tantas
batatas quantas pessoas havia na listinha. Voltando à sua carteira, cada um
devia escrever os nomes das pessoas nas batatas e colocá-las na sacola.
Terminado
o trabalho, a professora deu a aula, mas todos deviam manter sobre a sua
carteira a sacola de batatas. Na hora do recreio, ela pediu que todos levassem
consigo a sacola e a mantivessem sempre consigo. Os alunos passaram a manhã
toda carregando aquela sacola.
No
fim do período, a professora fez uma avaliação com os alunos. Claro que eles
acharam aquilo muito incômodo. “Assim é a mágoa”, disse ela. “Carregar mágoas é
tão ruim quanto carregar batatas. E lembrem-se que em menos de uma semana as
batatas começam a apodrecer e cheirar mal. Perdoar e deixar a mágoa ir embora é
a única forma de ter calma, alegria e paz.”
Por
isso que Jesus colocou o perdão como a primeira missão nossa, impulsionados
pelo Espírito Santo.
Após
a ascensão, os discípulos perseveravam unidos na oração em comum, junto com
algumas mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14). Que Maria
Santíssima nos ajude a sermos sempre dóceis ao Espírito Santo e unidos entre
nós.
Para que você trabalha?
Certa
vez, três operários preparavam pedras para uma grande construção. Chegou uma
pessoa e perguntou ao primeiro: “O que você está fazendo, meu amigo?” Ele
respondeu: “Estou preparando pedras”.
O
visitante dirigiu-se ao segundo funcionário, que não ouviu a conversa, e fez a
mesma pergunta. Este respondeu: “Estou trabalhando para sustentar a minha
família”.
Ao
terceiro funcionário, que estava um pouco distante dos dois, a visita fez a
mesma pergunta: “O que você está fazendo, meu amigo?” Ele disse, cheio de
alegria: “Estou construindo uma catedral!”
O
segundo respondeu melhor que o primeiro. Mas o último ganhou dos dois. Ele deu
um sentido transcendente ao seu trabalho. Muitos só ficam no terra-a-terra, e
não veem o seu trabalho como um ato de louvor a Deus. Nós somos operários do
Senhor. De um modo ou de outro, estamos todos construindo a sua casa, que é o
Reino de Deus, um Reino de felicidade, de amor e de vida plena para todos. O
nosso trabalho vale muito mais do que o salário que recebemos. O trabalho tem
um valor infinito, pois somos filhos e filhas de Deus.
Se
alguém lhe perguntar: “Para que você trabalha?” Ou: “Para que você estuda, se
diverte...?” Que bom se você respondesse: “É para eu ser feliz e ajudar outros
a serem felizes, glorificando, assim, a Deus”.
Os chineses e os pratos de arroz
Os
chineses gostam muito de arroz. E usam comer arroz com palitos. Diz uma lenda
chinesa que, certa vez, um discípulo perguntou ao seu mestre: “Qual é a
diferença entre o Céu e o Inferno?
O
mestre respondeu: “Ela é fácil de entender. Havia, certa vez, dois grandes
pratos de arroz cozido e muito gostoso. Em volta do primeiro estavam sentadas
várias pessoas, todas magras, tristes e famintas. Isso porque elas tinham,
amarrados em suas mãos, palitos muito grandes, e assim não conseguiam levar o
arroz até a sua boca.
Em
volta do outro grande prato de arroz, havia também várias pessoas, e estas
tinham também, como as primeiras, palitos exageradamente grandes amarrados em
suas mãos. Mas, ao contrário das primeiras, estas pessoas estavam felizes,
robustas e bem alimentadas. A diferença é que aqui cada uma pegava o arroz com
seus palitos e colocava na boca da outra pessoa.
O
primeiro grupo é o inferno. O segundo é o céu”, concluiu o mestre.
Está
aí o jeito fácil de ser feliz e de ir para o Céu. É só amar os necessitados e
ajudá-los. Cada um ajudando o outro, todos somos felizes, numa felicidade que
antecipa o Céu.
Maria
Santíssima era bastante sensível aos pobres e necessitados. Uma das páginas
mais veementes da Bíblia sobre este assunto é justamente o hino que ela cantou,
o Magnificat. Que ela nos ajude.
O mapa mundi
Certa
vez, um garoto chegou da escola e falou para o pai: “Pai, eu fiquei de 2ª época
em geografia”.
O
pai irritou-se com aquela notícia e resolveu dar um castigo para o filho. Pediu
que o menino se retirasse.
Como
ele estava lendo um jornal e neste havia o mapa do mundo, que ocupava uma
página inteira, o pai retirou esta página, recortou-a com uma tesoura em
diversos pedaços bem disformes, formando um quebra-cabeças. Chamou o filho e
lhe disse: “Já que você ficou de 2ª época em geografia, eu vou dar-lhe um
castigo. Você vai ter de ajuntar esses pedaços de papel, montando de novo o
mapa do mundo”.
E
o pai se retirou, deixando o menino ali na mesa. Poucos minutos depois, o
garoto grita: “Pai, já está pronto!” O pai veio admirado, olhou e viu que de
fato o globo terrestre estava totalmente reconstituído.
Então
perguntou ao filho: “Como você conseguiu tão rapidamente ajuntar todos os
países e continentes do mundo, se ficou de 2ª época em geografia?” O filho deu
um sorriso e falou: “Pai, o senhor se esqueceu de olhar do outro lado da folha.
Existe a foto de um homem, também ocupando a página inteira. Eu reconstruí o
homem, pronto, o mundo ficou reconstruído”.
De
fato é isso mesmo. Reconstruindo o homem, nós reconstruímos o mundo.
Só o tempo entende um grande amor
Havia,
certa vez, uma ilha onde moravam várias virtudes e vários defeitos, todos
misturados. Lá viviam a alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, a riqueza,
o poder, a verdade, a mentira, o amor etc.
Um
dia, foi avisado aos moradores que a ilha ia ser inundada. Então eles começaram
a ir embora. Menos o amor, porque ele queria ficar um pouco mais para ajudar os
outros moradores a saírem.
Até
que, quando a ilha já estava quase coberta pelas águas, o amor resolveu pedir
ajuda. Ele viu a riqueza que ia saindo e pediu: “Riqueza, me ajude. Deixe-me ir
com você!” A riqueza respondeu: “Você não cabe no meu barco, amor! Eu estou
carregando muito ouro, muita prata!”
E
a riqueza foi-se embora. A vaidade vinha chegando e o amor pediu: “Por favor,
vaidade, leve-me!” Ela respondeu: “Não posso, amor. Você está todo molhado e
estragaria o meu barco!”
Mas
a tristeza vinha logo atrás e o amor, chorando, pediu: “Tristeza, me ajude.
Leve-me com você!” Esta, porém, falou: “Não, amor. Estou tão triste que prefiro
ir sozinha”. A alegria também passou, mas estava tão alegre que nem ouviu o
amor chamar.
O
amor, já soluçando baixinho, se espantou quando um velhinho lhe disse: “Venha,
amor, eu levo você”. O amor ficou tão feliz que se esqueceu de perguntar quem
era. Chegando à margem segura, o velhinho o deixou e foi-se embora.
Então
o amor viu a sabedoria e perguntou: “Quem era aquele bom velhinho que me
ajudou?” “O tempo”, respondeu a sabedoria. “Mas por que”, insistiu o amor, “só
o tempo me trouxe até aqui?” A sabedoria respondeu: “É porque só o tempo é
capaz de compreender um grande amor”.
Só
depois de um bom tempo nós chegamos a conhecer o amor verdadeiro de uma pessoa.
Também o nosso amor a Deus se prova com o passar do tempo. A perseverança anda
de mãos dadas com o amor.
Maria
Santíssima, Mãe do belo amor e do acolhimento, rogai por nós!
A loja de virtudes
Certa
vez, um rapaz estava caminhando numa estrada e viu uma loja grande e bonita. Em
cima estava o letreiro: LOJA DE VIRTUDES. Ele se interessou e entrou.
Viu
nas prateleiras os nomes dos produtos: Sabedoria, esperança, fé, amor, paciência,
perseverança, castidade...
Resolvi
meus problemas, pensou ele. Apareceu o balconista, que era um anjo, e o rapaz
foi logo lhe pedindo: “Por favor, me arrume duas porções de alegria. De fé eu
quero cinco, e três de paciência. Dê-me também oito porções de castidade”.
O
anjo foi lá dentro e veio com um embrulho pequenino, dizendo que ali estavam
todos os seus pedidos. O jovem reclamou: “Mas, só isso?” O anjo disse: “Aqui
nós só vendemos as sementes das virtudes. Os frutos dependem de você. Você é
que deve plantar e cultivar essas sementes”.
O
interessante é que, quando o moço foi pagar, o anjo disse: “Já está tudo pago.
Jesus Cristo pagou tudo”.
Ao
nos criar, Deus já nos deu as sementes de todas as virtudes. E Jesus nos
deixou, na Santa Igreja, as ferramentas e adubos para o cultivo. Tudo agora
depende de cada um de nós.
Maria
Santíssima cultivou muito bem das sementes das virtudes que ganhou ao nascer.
Especialmente o grande dom de ser Mãe de Jesus e nossa. Que ela interceda por
nós junto do seu Filho, para que cultivemos as nossas virtudes, e ao mesmo
tempo arranquemos as ervas daninhas dos nossos vícios.
A reunião das ferramentas
Certa
vez, as ferramentas de uma carpintaria se reuniram e começaram a reclamar umas
das outras. Disseram ao martelo: “Você é muito barulhento; fica dando batidas o
dia inteiro!”
O
martelo falou: “Eu também tenho uma reclamação: Você, parafuso, é insuportável.
Só fica enrolando, dando voltas o tempo todo!”
O
parafuso aproveitou e disse para a lixa: “Eu não aguento mais você. É muito
áspera e fica arranhando tudo!”
A
lixa falou: “O meu protesto é contra o metro. Ele fica medindo a gente. Eu não
gosto dele!”
Neste
momento, entrou o carpinteiro e disse: “Parem com essa briga. Cada um de vocês
tem sua importância, do jeito que é. O martelo é forte, o parafuso une com
força, a lixa retira as asperezas e torna bonita a madeira, o metro é preciso e
exato, o serrote corta em linha reta... Vocês são uma equipe. Trabalhando
unidas, vocês produzem móveis bonitos e de qualidade.
Nós
somos as ferramentas do Carpinteiro de Nazaré. Vamos viver unidos e trabalhar
em equipe, cada um respeitando o jeito e as limitações do outro. É assim que
cumpriremos a nossa missão de produzir o Reino de Deus no mundo. Um Reino
bonito e que faz todos felizes.
Quando
destacamos os defeitos dos outros, a Comunidade torna-se triste e desanimada.
Ao contrário, se salientarmos as qualidades do nosso próximo, todos sentem
ânimo para caminhar. Cada um de nós tem o seu jeito próprio. Só Deus não tem
defeitos e só o diabo não tem qualidades. Todos somos uma mistura de defeitos e
qualidades. Cada um de nós tem muita coisa boa, pois fomos criados por Deus e
ele não faz nada errado.
Maria
Santíssima é uma grande ferramenta na obra do seu Filho. E ela trabalhou tão
bem, que foi premiada, sendo elevada ao Céu em corpo e alma. Mãe de Jesus,
rogai por nós.
Réu na forca, senhora o salva
Certa
vez, na antiguidade, uma família estava viajando em uma carruagem, numa região
desconhecida e distante da sua casa. De repente, viram, perto da estrada, uma
forca já preparada para executar um réu, que já estava ali ao lado.
Chocados
com a cena e penalizados ao ver o rosto sofrido do réu, o casal pediu ao
cocheiro que parasse a carruagem e foram lá conversar com o policial chefe,
tentando evitar a execução.
O
oficial lhes disse que, conforme a lei do País, o réu só poderia ser resgatado
mediante o pagamento de mil Ducados, que era a moeda local. O casal reuniu todo
o dinheiro que tinha, somando oitocentos Ducados. Procurando, os filhos
encontraram mais cento e cinquenta Ducados. O cocheiro emprestou-lhes o que
tinha: Quarenta Ducados. Ficaram faltando apenas dez Ducados.
Levaram
ao oficial, mas este não aceitou. Tinha de ser mil Ducados, do contrário o
jovem morreria. A esposa se lembrou: “Será que o próprio réu não tem nos bolsos
algum dinheiro?” Um soldado foi ver e encontrou nos bolsos dele umas moedas.
Contaram e viram que somavam dez Ducados. Levaram ao oficial e o moço foi
libertado.
A
libertação da morte foi fruto da colaboração de várias pessoas, inclusive do
próprio réu. A nossa redenção também é fruto do esforço de várias pessoas, a
começar com Jesus Cristo. Mas não para nele. Há uma fila de outros
colaboradores, inclusive de cada um de nós que estamos sendo redimidos. Por
menor que seja a colaboração, que ela seja dada com amor e gratidão.
Maria
Santíssima é a grande colaboradora. Por isso é chamada de Co-Redentora.
Carroça vazia faz mais barulho
Certa
vez, um pai e seu filho estavam caminhando numa estrada de terra. Quando
atravessavam um bosque, os dois pararam e o pai perguntou: “Além do canto dos
pássaros, o que você está ouvindo?” O garoto ficou em silêncio, procurou ouvir
bem, e disse: “Ouço o barulho de uma carroça”.
“Isso
mesmo”, disse o pai. “É uma carroça vazia”.
-
“Como que o senhor sabe que a carroça está vazia, se não a vê?”
-
“Ora, filho! É muito simples. É por causa do barulho. Quanto mais vazia uma
carroça, mais barulho ela faz”.
Perguntaram
a uma árvore: “Por que você não faz barulho?” Ela respondeu: “Os meus frutos
são a minha melhor propaganda”. Pessoas que falam demais querem demonstrar que
são donas da razão.
Jesus
não chamava a atenção para si mesmo mas para Deus Pai. Quando ele fazia um
milagre, pedia que não contassem para ninguém.
O coelho, o cão e os vizinhos
Havia,
certa vez, dois vizinhos que eram muito amigos. Ambos dividiam o quintal. Um
tinha um coelho solto no quintal, do qual as crianças gostavam muito.
Um
dia, o outro vizinho ganhou um filhote de cachorro pastor alemão. As crianças
dele ficaram preocupadas, com medo de o cão atacar o coelho. Mas o dono do
cachorro acalmou seus filhos dizendo: “Não há perigo. Ele é filhote, logo os
dois se acostumarão juntos e farão amizade”.
De
fato isso aconteceu. Os dois animais brincavam juntos no quintal.
Numa
sexta-feira à tarde, o dono do coelho viajou com a família para uma praia. No
sábado de manhã, o cão entra em sua casa, abatido, e trazendo o coelho morto
nos dentes, todo sujo de terra. Seu dono lhe deu uma enorme surra.
Pegaram
o coelho morto, deram um banho nele e o guardaram numa caixa de papelão, no
fundo do quintal.
Quando,
no domingo, a família chegou, foram logo contar a tragédia. Mas eles
explicaram: “Não foi o cachorro que o matou! O coelho morreu na sexta-feira, e
antes de viajar nós o enterramos no fundo do quintal!”
Certamente
o seu amigo foi procurá-lo, não o encontrou, e o localizou, pelo faro, debaixo
da terra. Cavou com as patas e o trouxe nos dentes, a fim de partilhar com seus
donos a sua tristeza. E em troca, coitado, levou a surra!
Quantas
vezes acontece com pessoas isso que o pobre cãozinho sofreu, isto é, ser
considerado culpado de um erro que não fez. Por isso, o melhor é deixar o
julgamento para Deus e tratar a todos com misericórdia.
Maria
Santíssima é Mãe, e toda mãe é compreensiva com os erros dos filhos. Mãe de
misericórdia, rogai por nós.
Flores em agradecimento a estrume
Havia,
certa vez, duas senhoras vizinhas que viviam em pé de guerra. Uma se chamava
Maria e a outra Paula.
Um
dia, a Maria encontrou-se com a Paula na rua e lhe disse: “Eu convido você a
esquecermos nossas desavenças e vivermos em paz uma com a outra”. A Paula
concordou.
Mas,
em casa, a Paula pensou: A Maria está querendo me aprontar alguma coisa. Vou me
adiantar e dar-lhe o troco.
Arrumou
uma cesta, encheu-a de estrume de vaca, cobriu com papel de presente e em cima
colocou um cartão dizendo: “Este presente é para selar o nosso compromisso de
paz”. E pediu a uma pessoa que o levasse para a Maria.
A
Maria recebeu com muita gentileza a cesta e pediu à pessoa que transmitisse à
vizinha o seu agradecimento. Colocou o estrume nas flores do seu jardim.
Algumas
semanas depois, ela mandou para a Paula uma linda cesta com flores perfumadas,
e um cartão com as seguintes palavras: “Estas flores eu lhe ofereço em prova da
minha amizade. Foram cultivadas com o presente que você me deu.”
Há
pessoas que não sabem construir a fraternidade nem ser solidárias. Junto a
essas pessoas, nós precisamos ser como a Maria: Transformar estrumes em flores.
Cada
um dá o que tem de melhor dentro de si. “Não se colhem figos de espinheiros,
nem uvas de urtigas. Quem é bom tira coisas boas do tesouro do seu coração. Mas
quem é mau tira coisas más do seu tesouro, que é mau” (Lc 6,44-45).
“O
amor tudo desculpa, tudo compreende, tudo espera, tudo suporta. O amor não
acabará nunca” (1Cor 13,7-8).
A
pessoa dá o que tem de melhor.
Rei perde dedo na caçada
Certa
vez, na antiguidade, havia um rei que não acreditava na bondade de Deus. Tinha,
porém, um servo que sempre o lembrava desta verdade. Em todas as situações, o
servo dizia: “Majestade, não desanime, porque Deus é bom”.
Um
dia, o rei saiu para caçar e levou aquele servo. Lá no mato, uma fera atacou o
rei. Ele lutou, lutou e conseguiu livrar-se do animal, mas perdeu um dedo da
mão.
Furioso
pelo que havia acontecido, disse ao servo: “E agora, o que você me diz? Deus é
bom? Se fosse bom não teria permitido que eu perdesse este dedo!” O servo
respondeu: “Majestade, isso é para o seu bem!” Irritado, ao voltarem para o
palácio, o rei mandou açoitar e prender aquele servo.
Após
algum tempo, o rei voltou novamente à mata para caçar. Aconteceu que desta vez foi
atacado por índios, que o levaram para a aldeia. Aqueles índios costumavam
oferecer sacrifícios humanos para as suas divindades. Sem saberem que era o
rei, pois não entendiam a sua língua, resolveram oferecer aquele prisioneiro em
sacrifício.
Mas,
quando estava tudo preparado e o rei já estava diante do altar do sacrifício, o
pajé, ao examinar a vítima, disse a todos: “Este homem não pode ser
sacrificado, pois é defeituoso. Falta-lhe um dedo”. E o rei foi libertado.
Quando
chegou ao palácio, muito alegre e aliviado, o rei libertou o seu servo,
abraçou-o afetuosamente e lhe disse: “Meu caro, Deus foi realmente bom para
mim. Você tem razão!”
Deus
é muito bom para nós. Por isso merece ser amado sobre todas as coisas. O seu
amor está demonstrado em cada criatura e em cada acontecimento da nossa vida.
“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).
“O
caminho de Deus é sem mácula. A palavra do Senhor é provada no fogo. Ele é o
escudo de quem nele confia” (2Sm 22,31).
Gandhi ensina dois rapazes a orar
Certa
vez, dois rapazes foram a casa de Mahatma Gandhi e pediram a ele que lhes
ensinasse a orar. Era pelas dezoito horas.
Gandhi
lhes disse: “Primeiro venham jantar comigo”. Jantaram. Terminado o jantar, eles
disseram: “É agora que o senhor vai nos ensinar a orar?” Ele respondeu: “Não.
Vamos primeiro dormir”.
No
outro dia cedo, Gandhi disse aos dois: “Vamos tomar café”. Após o café, os dois
perguntaram: “É agora que o senhor vai nos ensinar a orar?”
Gandhi
respondeu: “Ainda não. Vamos trabalhar”. E começaram a limpar privadas, capinar
o quintal e tudo o mais. À tarde, os dois, já um pouco impacientes,
perguntaram: “Quando é que o senhor vai ensinar-nos a orar?” Gandhi então
disse: “Quando vocês fizerem as coisas com amor.”
Gandhi
fez isso com eles porque percebeu que os dois não estavam sintonizados com o amor,
e, portanto, com Deus. Se não estamos sintonizados com Deus, como vamos
conversar com ele?
A
oração é um diálogo com Deus. Nós falamos com ele e ele também nos fala. Não
devemos falar, falar..., sem ouvir. Nesse caso torna-se monólogo e não diálogo.
E só existe diálogo com alguém, quando estamos sintonizados com esse alguém.
Maria
Santíssima tinha o coração todo voltado para Deus e para o amor ao próximo. Que
ela nos ajude.
Prefiro união, paz, a ter razão
Certa
vez, um casal estava viajando de carro, numa cidade grande, em direção a um
bairro desconhecido. Eles iam à casa de um amigo que os convidara para o jantar.
O
marido ao volante e a esposa ao lado, indicando o caminho. Em determinado
momento, ela disse: “Na primeira esquina vire à direita”. Ele teimou que era à
esquerda. Os dois discutiram um pouco, mas por fim ela cedeu, a fim de que não
chegassem à casa do amigo mal humorados.
Resultado:
depois de muito andar, tiveram de voltar àquela esquina e entrar à direita,
como a esposa havia pedido. Assim, chegaram atrasados ao jantar.
Na
volta, conversando sobre o incidente, ele disse: “Se você tinha certeza de que
eu estava errado, por que não insistiu um pouco mais? Ela respondeu: “Entre ter
razão e ser feliz, eu preferi ser feliz. Estávamos à beira de uma briga. Se eu
insistisse mais, teríamos estragado a noite”
Quanta
energia nós gastamos inutilmente, apenas para demonstrar que
temos razão. Não precisamos nos justificar. Os amigos não precisam e os
inimigos não acreditam.
Amigo perde o mapinha
Certa
vez, numa escola, dois alunos se tornaram amigos. Um dia, um deles, que morava
bem distante, pois a cidade era grande, convidou o outro para ir à sua casa no
domingo, para almoçar. E deu-lhe um mapinha indicando como chegar lá.
Chegou
a hora do almoço, o amigo não apareceu. Lá pelas três da tarde, a família
resolveu almoçar, sentidos pela ausência do jovem. Depois que terminaram a
refeição, o moço chegou, cansado de tanto andar. Foi logo dizendo: “Cara, perdi
o mapinha!”
Jesus
nos deixou o mapa para chegarmos ao Céu. Precisamos tomar cuidado para não
perdê-lo, porque há muitas esquinas, curvas e encruzilhadas, inclusive
indicações falsas.
“Largo
é o caminho que conduz à perdição, mas estreito é o caminho que conduz à vida.
E quão poucos o seguem!” (Mt 7,13-14). O trabalho da catequese é a explicação
do mapa.
A
Mãe de Jesus andou sempre pelo caminho estreito e nunca o errou. Como nossa
Mãe, ela nos conduz pela mão. Santa Maria, rogai por nós.
O rapaz que virou gorila
Havia,
certa vez, um rapaz que estava desempregado. Ele procurava emprego em toda
parte e não encontrava.
Um
dia, foi a um zoológico e perguntou se havia uma vaga. O chefe lhe disse: “Nós
não temos vagas. O nosso quadro de funcionários está completo. Mas o nosso
gorila morreu e ele era a grande diversão da criançada. Se você quiser imitar
um gorila, podemos lhe arrumar as roupas próprias”. O rapaz topou. Afinal,
estava desempregado e precisava ganhar dinheiro.
Vestiu
a roupa apropriada, colocou a máscara... ficou igualzinho a um gorila. Depois
entrou na jaula e começou a andar, pular e fazer micagens, como um gorila. As
crianças adoravam.
Uma
hora, ele olhou para cima e viu uma gangorra e um trapézio. Pensou: Ah! O
gorila usava isto. Vou usar também. Subiu e começou a gangorrar para lá e para
cá.
Mas
aconteceu que ele exagerou na gangorra, desequilibrou-se e foi cair dentro da
jaula do leão. Pensou: Agora estou frito! O leão vai me devorar. Caído no chão,
começou a tremer e a chorar. O leão veio na direção dele, chegou perto do seu
ouvido e disse baixinho: “Fique calado, senão nós dois perdemos o emprego!”
“A
quem iremos, Senhor?” (Jo 6,68). Este mundo é cercado de mentiras e falsidades;
preferimos ficar com Jesus, o nosso caminho, verdade e vida. Alimentados por
ele, seremos agentes de transformação.
Irmã Clara é chamada a evangelizar
Certa
vez, o bispo procurou a madre superiora de um convento de irmãs e pediu que lhe
destinasse uma irmã para pregar o Evangelho.
A
madre reuniu o conselho e, após um discernimento e oração, decidiu destinar a
jovem Irmã Clara para essa missão.
A
Irmã Clara aceitou. Não só aceitou, mas ficou entusiasmada com a missão. E já
queria ir logo pregar o Evangelho.
A
madre, porém, lhe disse: “Não, Irmã. Primeiro você vai se preparar. A Ir. Clara
fez um curso de pastoral durante um mês.
“Agora
posso ir?” perguntou à madre. Esta lhe disse: “Ainda não, minha filha. Você tem
muitas respostas e poucas perguntas”. E a enviou para trabalhar na horta.
Ir.
Clara trabalhava de sol a sol. Fez calos nas mãos. Aprendeu a podar e a fazer
enxertos. Mas o seu sonho era evangelizar.
Em
seguida a Madre a enviou para trabalhar na oficina da vila. Ela aprendeu a
lidar com madeira, com argila e com ferro.
A
superiora chamou a Ir. Clara e lhe disse: “Há um circo aí na cidade. Peço a
você que faça parte dele”. E lá se foi a Ir. Clara. Ajudava a montar o circo,
participava de coreografias, fazia marionetes e divertia as crianças.
De
volta ao convento, aconteceu uma peste na cidade e ela foi chamada a ajudar no
cuidado aos enfermos. Preparou vários defuntos para o enterro.
“Agora
sim”, disse a superiora, “você pode pregar o Evangelho”.
Jesus,
antes de anunciar o Evangelho, viveu durante trinta anos a nossa vida, a fim de
nos dar o exemplo.
Vamos
evangelizar sim, mas fazê-lo como a Ir. Clara, como Jesus, isto é, com a vida e
as palavras.
Somos
fermento misturado na massa. Quando anunciamos a Palavra de Deus, as nossas
palavras são carregadas de experiência pessoal, pois vivemos aquela Palavra no
nosso dia-a-dia.
Porta sem trinco
Certa
vez, um célebre pintor pintou um lindo quadro e o colocou numa exposição. A
beleza era tanta que sempre havia um grupinho de visitantes na frente do
quadro, admirando-o.
Era
a impressionante figura de Jesus batendo à porta de uma casa.
Entretanto,
alguém fez uma observação: “A porta não tem trinco!” Procurou o pintor para
comunicar-lhe a distração: “O senhor se esquecer de pintar o trinco na porta!”
“Não
me esqueci”, respondeu o artista. “É assim mesmo. Esta é a porta do nosso
coração. Ela só se abre do lado de dentro.”
“Na
verdade, este mandamento que hoje te prescrevo não é difícil para ti nem está
fora do teu alcance... Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a
morte e a desgraça... Escolhe, pois, a vida!” (Dt 30,11-15).
Já
que o nosso coração só se abre por dentro, vamos pedir a Maria Santíssima que
nos ajude a não ter um coração duro como os habitantes de Jerusalém do tempo de
Jesus, mas que nos abramos à graça de Deus.
Mulher pessimista
Havia,
certa vez, numa pequena cidade, uma senhora que era pessimista. Ela tinha dois
filhos casados. Um fabricava sandálias e o outro fabricava guarda-chuvas.
Quando fazia sol, ela pensava que ninguém ia comprar os guarda-chuvas e assim o
filho e a família iam passar necessidade. Por isso reclamava.
Quando
chovia, ela pensava no outro filho que fazia delicadas sandálias e que ninguém
ia comprá-las, e assim ele e a família iam passar necessidade. Por isso
lamentava contra a chuva.
Na
verdade, ela devia ver as coisas do lado contrário: Quando o sol brilha, o
filho que fabricava sandálias ia vender muito. Quando chove, também ela devia
ficar contente porque o filho que fabricava guarda-chuvas ia vender bastante.
Os
nossos inimigos sempre têm alguma qualidade, algo de bom. Precisamos ter olhos
fracos para ver os defeitos do outros, e vista bem nítida para ver as suas
qualidades.
Desempregado recolhe pregos
Havia,
certa vez, um homem que estava desempregado. Vivia procurando emprego e não
achava.
Um
dia, ele foi a uma empresa, procurou e gerente e lhe perguntou se não estava
precisando de um funcionário. O gerente disse que não. Mas, após fazer um
telefonema em outra sala, convidou-o a tomar um cafezinho. Por fim, o orientou
que saísse pela garagem.
Ao
sair, o homem viu alguns pregos no chão, bem onde os carros passavam, e podiam
furar os pneus. Ele abaixou-se, pegou todos os pregos e os jogou no cesto de
lixo.
O
gerente, que observava pela janela, chamou-o de volta e o contratou. O gerente
havia mandado colocar aqueles pregos lá, para testar o cuidado do candidato
pela empresa, caso fosse admitido.
Vamos
nós também retirar os pregos do caminho, especialmente dos jovens e das
crianças, que podem furar os pneus de suas frágeis vidas, impedindo-os de
caminharem e serem felizes.
Até a lua se escondeu
Certa
vez, um casal de namorado estava sentado num banco do jardim, à noite. E a lua
estava bonita. De repente, uma nuvem cobriu a lua. Ele comentou: “Está vendo,
bem, o nosso amor é tão grande que até a lua se escondeu.” Aquilo para a jovem
foi o máximo. Quase se derreteu de contentamento. Logo eles se casaram, e o
tempo foi passando.
Depois
de um ano de casados, numa noite lá estavam eles no mesmo jardim e sentados no
mesmo banco. E a lua estava novamente bonita. De repente uma nuvem a cobriu.
Ela, que nunca se esquecera daquelas palavras tão bonitas e românticas, pensou:
É agora que ele vai dizer novamente. Mas nada. Ele não falou. Então a jovem
esposa deu um toque: “Bem, por que será que a lua se escondeu?”
Ele,
respondeu na hora: “Ô tonta, você não vê que está armando chuva?”
Uma
pergunta, meio dura, que podemos nos fazer: Será que o sacramento do
matrimônio, em vez de unir, desune o casal? Claro que não. O sacramento é uma
graça que trás em si o dom do amor. Se acontece o contrário, como neste caso, é
devido ao pecado que está em nós.
A pintura do galo
Havia,
certa vez, um senhor que gostava muito de galo. O que ele mais admirava era ver
um galo cantar. Um dia, ele procurou um pintor e pediu que pintasse para ele um
galo bem bonito, com o pescoço levantado e o bico aberto, como se estivesse
cantando. O pintor pediu seis meses para pintar o quadro.
Passado
o tempo, o homem foi buscar a sua encomenda. Quando chegou, o pintor lhe pediu:
“Por favor, espere um pouquinho”. Foi lá dentro, pegou uma tela nova, e, na
frente do seu cliente, colocou-a no cavalete, pegou os pinceis e começou a
pintar. Em meia hora o galo ficou pronto, e belíssimo. Exatamente como o homem
queria.
O
cliente gostou muito do galo. Mas ficou pensando: Por que ele pediu seis meses,
se fez o serviço tão rápido? Certamente ele vai cobrar menos do que o preço
alto que me deu, quando encomendei.
Quando
foi pagar, o preço era aquele mesmo que fora combinado. Então o homem reclamou:
“Mas como? O senhor cobrar tudo isso por apenas meia hora de serviço? O pintor
respondeu: “Meia hora? Venha aqui ver”.
Levou-o
até uma sala e mostrou: estava cheia de pinturas de galo, até o teto. E o
pintor explicou: “Desde que o senhor veio aqui, todos os dias eu pinto um galo.
Assim, eu fui treinando e melhorando cada dia. Por isso que hoje eu o fiz tão
rápido e bonito”.
Nós
somos assim. Tudo depende do treino. Educando nossos instintos, desenvolvendo
nossos talentos, podemos passar de desfiguradores para transfiguradores de nós
mesmos e do mundo.
O
Apóstolo João, um dos convidados por Jesus para ver a transfiguração, após a
ascensão de Jesus levou Maria Santíssima para morar com ele, em Éfeso. Vamos
também convidar a Mãe de Jesus para vir morar na nossa casa. Assim, através do
exercício diário, toda a família crescerá e será feliz.
Jovem cega no corpo e no espírito
Havia,
certa vez, uma moça cega, que se odiava pelo fato de ser cega. Ela namorava um
rapaz que gostava muito dela.
Em
um dia de sorte, alguém doou um par de olhos a ela! Terminado o transplante, a
jovem começou a ver as coisas perfeitamente.
Mas
ficou muito chocada quando viu que seu namorado era cego! Então resolveu
interromper o namoro, por causa disso. Ela disse ao moço: “Sinto muito, mas não
vou me casar com você, porque você é cego!”
O
namorado, afastando-se dela em lágrimas, disse: “Por favor, apenas lhe peço um
coisa: Cuide bem desses olhos. Eles são muito importantes para mim, porque eram
meus!” Foi ele que, por amor e para vê-la feliz, lhe doou seus próprios olhos!
Este
rapaz é bem parecido com Jesus, que não nos deu só seus olhos, mas o corpo
inteiro. Que ele não tenha de se afastar de nós, em lágrimas.
Também
Maria Santíssima doou sua vida inteira pelo Filho e por nós. Que ela nos ajude
a amar mais a Jesus, em agradecimentos por tudo o que ele nos fez.
A diferença entre o conhecimento e a sabedoria
Certa
vez, dois jovens discípulos procuraram o mestre e perguntaram qual a diferença
entre conhecimento e sabedoria. O mestre respondeu: “Amanhã bem cedo, cada um
coloque dentro dos seus tênis vinte grãos de feijão, dez em cada pé. Subam em
seguida esta montanha aqui ao lado, até o ponto mais elevado, com os grãos
dentro dos tênis.”
No
dia seguinte, de madrugada, os jovens discípulos começaram a subir a serra. Lá
pela metade do morro, um deles estava padecendo de grande sofrimento. Seus pés
estavam tão doloridos que quase não podia mais andar. O outro subia
naturalmente a montanha. Quando chegaram ao topo, um estava com o semblante
marcado pela dor; o outro, sorridente.
Então,
o que mais sofrera durante a subida perguntou ao colega: “Como você conseguiu
realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira
tortura?” O companheiro respondeu: “Meu caro, ontem à noite eu cozinhei os
vinte grãos de feijão”.
Explorar
as possibilidades que temos e escolher os melhores caminhos para conquistar a
nossa felicidade e construir o Reino de Deus, pois “os filhos deste mundo são
mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (Lc 16,8).
Carregando
feijão ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de vencer. Problemas são
inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina.
Para
realizarmos nossas metas, precisamos cozinhar o feijão, isto é, ter sabedoria,
não apenas conhecimento. Maria Santíssima pisou a cabeça da serpente. Que ela
nos ajude a fazer o mesmo.
Senhora gosta de seu quarto sem conhecê-lo
Havia,
certa vez, uma senhora bem idosa que decidiu ir morar no asilo. No dia
combinado, ela arrumou a sua mala e foi. A funcionária do asilo a recebeu na
portaria e foram caminhando pelo jardim interno. A funcionária apontou para uma
janela e disse: “Aquele ali é o quarto da senhora”.
A
mulher olhou sorrindo e disse: “Que quarto bonito!” A moça falou admirada: “Mas
a senhora nem conhece o quarto ainda, como sabe que é bonito?” A nova moradora
explicou: “Pela cortina. Se a cortina é bonita, é sinal que o quarto também é”.
Isto
significa que aquela senhora estava pré-disposta a gostar da sua nova moradia.
A
felicidade é algo que nós mesmos decidimos antes da hora. Se eu vou gostar do
meu quarto ou não, não depende de como os móveis estão arranjados, e sim de
como eu os arranjo em minha mente. E eu já decidi gostar dele.
Cada
manhã, quando eu acordo, tenho uma escolha: Posso passar o dia remoendo
dificuldades, ou posso sair da cama agradecido por mais um dia que Deus me
concede, para que eu possa fazer o bem. Cada dia é um presente de Deus.
As
principais cruzes da nossa vida são aquelas que a própria vida nos impõe, como
o clima, as pessoas difíceis com quem convivemos, as doenças e situações novas
como a desta senhora.
É mesmo?
Havia,
certa vez, um jovem monge anacoreta que vivia sozinho no silêncio de uma
montanha, dedicado à oração, ao estudo da Palavra de Deus, ao trabalho e à
prática de penitências. Era um jovem alto e esbelto. Todos o reverenciavam
profundamente por sua vida digna.
Perto,
havia uma vila rural, onde existia uma linda garota. Um dia, esta menina ficou
grávida. Encolerizados, os pais exigiram saber quem era o pai. Ansiosa e
embaraçada, a moça disse que era o munge da montanha.
Nervosos,
os pais foram até a cabana do monge e o confrontaram com a acusação da sua
filha. Ele disse apenas: “É mesmo?” Daí para frente, todo o povo da redondeza
passou a considera-lo um crápula, um covarde.
Quando
a criança nasceu, era um menino, os pais o levaram ao monge e exigiram que
tomasse conta da criança, uma vez que era o pai. “É mesmo?”, disse calmamente o
anacoreta, enquanto pegava o menino.
Por
muitos meses, ele cuidou com carinho da criança. Dava banho, trocava fraldas,
mamadeira...
Até
que a menina não aguentou mais sustentar a mentira e confessou que o pai
verdadeiro era um jovem da vila. Disse que não tinha havido nada entre ela e o
monge, e que inventou essa mentira porque queria proteger o rapaz.
Os
pais imediatamente foram ao monge, constrangidos, para ver se ele poderia
devolver a guarda do bebê. Com profusas desculpas, eles explicaram o que tinha
acontecido. “É mesmo?” disse o anacoreta, enquanto devolvia a criança.
Havia
o costume, na vida monástica, de os monges não se defenderem quando eram
acusados. Eles se baseavam nas palavras de Jesus que disse: “Não há nada de
oculto que não venha a ser revelado” (Mt 10,26). Também: “Quando vos entregarem
ao tribunal, não vos preocupeis em como ou o que falar... porque não sereis vós
que falareis, mas o Espírito do vosso Pai que falará em vós” (Mt 10,19-20).
Ponte em vez de cerca
Havia,
certa vez, dois irmãos casados que eram muito amigos. Eles moravam em dois
sítios, um em frente ao outro, separados por um córrego.
Um
dia, eles se desentenderam e encerraram a amizade.
Apareceu
na casa de um deles um senhor procurando serviço. Era um carpinteiro. O dono do
sítio lhe disse: “Eu vou viajar, e volto daqui a duas semanas. Faça para mim
uma cerca ao lado do córrego”. E explicou o motivo: Não queria saber do seu
irmão, nem da família dele. Sabe o que o carpinteiro fez? Usou a madeira que
lhe foi fornecida e, em vez de cerca, construiu uma bela ponte sobre o córrego.
Ao
ver a ponte, o irmão que morava do outro lado entendeu que era um sinal de
reconciliação e, logo que viu o outro chegar da viagem, foi visitá-lo. Os dois
se abraçaram e acabou-se a desavença.
Que
sejamos construtores de pontes, não de cercas.
Missionária jogava folhas da Bíblia
Certa
vez, uma bela jovem católica foi convidada para ser missionária em um país
muito distante. Atendeu ao convite com entusiasmo e foi para lá. Trabalhava com
dedicação. Fez muitas amizades e o povo gostava dela.
Entretanto,
de uma hora para outra, o governo a proibiu de anunciar o Evangelho. E mais:
Expulsou-a do país. No dia seguinte, chegou à sua casa um carro de polícia para
leva-la ao aeroporto, a fim de ser deportada.
O
povo ficou sabendo e se reuniu nas calçadas do trajeto por onde ela ia passar,
a fim de despedir-se dela.
Então
a jovem missionária começou a arrancar folhas da sua Bíblia e jogá-las pela
janela do carro. As pessoas se amontoavam para pegar aqueles folhas e
guarda-las como lembrança.
Este
foi o último modo, por sinal bastante original, daquela missionária evangelizar
o povo daquele país. Nós não precisamos chegar a tanto, pois na hora em que
quisermos podemos abrir a Bíblia e falar do nosso grande amigo, Jesus Cristo.
Buda, a rolinha e o gavião
Diz
uma fábula que certa vez Buda estava sentado no chão, ao pé de uma
árvore, em oração. Ele tinha as pernas encolhidas e cruzadas, e as
mãos sobre os joelhos. Estava em oração.
Chegou
uma rolinha. Ela estava cansada de tanto voar, porque um gavião a estava
perseguindo a fim de devorá-la.
Buda
pegou a rolinha e a colocou debaixo do seu paletó.
Nisto
chegou o gavião e lhe disse: “Dê-me essa rolinha. Eu sou carnívoro e preciso
dela para me alimentar”. Buda pensou um pouco e disse: Vamos fazer uma troca:
eu lhe dou uma parte do meu corpo correspondente a esta rolinha”.
O
gavião aceitou. Apareceu uma balança, daquelas de dois pratos, e Buda pôs a
rolinha em um prato e no outro colocou a sua pesada mão. Entretanto, para
surpresa sua, a balança continuou caída para o lado da rolinha. Então ele pôs o
seu braço no prato. Nada, o prato da rolinha continuava mais baixo. Colocou o
outro braço. Também nada. Então Buda sentou-se no prato da balança. Nessa hora
a balança se equilibrou e os dois pratos ficaram no mesmo nível. Então Buda
disse ao gavião: “Sou todo seu. Pode levar-me. Mas não toque na rolinha”.
A
nossa vida custou caro para Jesus. Custou o seu corpo inteiro. Mesmo assim ele
não recusou, e ficamos salvos. E nós temos no mundo a mesma missão dele.
“Ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).
O
amor só é verdadeiro quando inclui, desde o começo, uma doação total da vida.
Amor é tudo ou nada. Amor parcial é caricatura de amor. Quando vemos um mendigo
na rua e lhe damos um trocado, ou apenas um sorriso, não lhe estamos dando
apenas um trocado ou um sorriso, mas nesses gestos está embutida a nossa vida
toda, doada a ele ou ela, se preciso for.
Dois homens caminham no frio
Certa
vez, dois senhores idosos estavam viajando a pé numa região deserta. Fazia
muito frio e os dois, sem agasalhos, se defendiam como podiam dos golpes do
vento gelado.
De
repente, encontraram uma criança semi-gelada, que também estava passando por
ali e fora surpreendida pelo frio. A criança estava deitadinha no chão e
encolhida, tremendo de frio.
Um
dos homens parou para socorrê-la. O outro lhe disse irritado: “A nossa situação
exige pressa. Vamos embora e deixe o menino aí!” Entretanto, o colega não teve
coragem de abandonar o garotinho. Pegou-o nos braços e foi caminhando. Com
isso, o outro, que não tinha nada nas mãos, adiantou-se e desapareceu nas
curvas da estrada.
À
noite, o que estava com a criança encontrou o colega congelado e morto, na
beira da estrada. Ele não resistiu à baixa temperatura. Já o que estava com a
criança estava bem, tanto ele quanto o menino, pois um aquecia o outro.
Quem
abraça o próximo para socorrê-lo, é abraçado por Deus, que o protege das
intempéries. Na nossa caminhada pela vida, quem ama o próximo sofre um pouco
mais, mas se salva.
O anel do bispo
O
Pe. José Sarto era italiano e viveu no começo do Séc. XX. Pertencia a uma
família pobre e profundamente católica. Tinha dez irmãos. Quando criança, ele
ia para a escola descalço e só calçava quando estava chegando, para não gastar
os sapatos, pois a família não podia comprar outros.
Entrou
no seminário a fim de estudar para ser padre. Anos depois, o pai faleceu. Ele
quis sair do seminário para ajudar a família, mas a mãe, Dona Margarida, não
deixou. Ela chegou a vender até os móveis da casa, sem o filho saber, para
poder sustentá-lo no seminário.
Vários
anos após a ordenação sacerdotal, Pe. José Sarto foi sagrado bispo de Mântua,
na Itália. Dona Margarida tinha já 79 anos e, devido à pouca saúde, não pôde
estar presente na sagração episcopal.
Logo
que terminou a celebração, Dom José Sarto foi visitar a mãe. Mostrando-lhe no
dedo o anel de bispo que havia ganhado, ele disse: “Veja, mamãe, que bonito o
anel que eu ganhei”. Dona Margarida levantou sua mão cansada, mostrou-lhe sua
aliança de casamento e disse: “Se não fosse este anel aqui, filho, você não
teria ganhado esse aí!”
Anos
mais tarde, Dom José Sarto foi nomeado Cardeal de Veneza, e depois foi eleito
Papa. É Pio X. Seu lema como papa era: “Restaurar todas as coisas em Cristo”.
Hoje ele é S. Pio X. Sua mãe teve muito a ver com tudo isso.
Todas
as mães e todos os pais têm muito a ver com o futuro dos seus filhos e filhas.
As vocações nascem daquele anel que os pais carregam no dedo, isto é, da
maneira como se amam e como educam os filhos. Não basta levar os filhos ao
batismo. É preciso educá-los na fé cristã. A família é a formadora das pessoas,
a base da sociedade e a célula da Igreja. Vamos acreditar no matrimônio como
meio eficaz de restaurar todas as coisas em Cristo.
A cidade que precisava de um veterinário
Certa
vez, em uma pequena cidade do interior, o grupo de jovens da paróquia estava
reunido, num domingo de manhã.
O
tema do estudo daquela manhã era vocação. Escolheram um assunto bem específico
e concreto: Qual a maior necessidade da cidade em termos de serviço. Que tipo
de profissão o povo estava precisando mais.
Eles
se dividiram em grupos e começaram a apresentar serviços que a cidade
precisava. Voltando ao plenário, foram anotando na lousa os resultados dos
grupos.
O
serviço que ganhou foi veterinário. A principal atividade do município era a
pecuária, a criação de gado, de porcos, de frangos... E não havia nenhum
veterinário na cidade. Sempre tinham de chamar profissionais de fora, os quais
cobravam muito caro e não davam acompanhamento. Um rapaz, que cursava o último
ano do Ciclo Básico, desse para todos: “Eu vou ser veterinário”.
Terminada
a reunião, todos foram para casa. Na hora do almoço, aquele rapaz disse para a
família: “Eu decidi o que vou ser: Veterinário”. O pai até parou o garfo no ar
e disse, surpreso: “Eu nunca pensei que você fosse optar por esta profissão.
Nós não temos nenhum veterinário na família!”. “Eu também nunca pensei, pai”
respondeu o moço. E contou o que havia acontecido na reunião dos jovens. E
concluiu: “O nosso município, pai, necessita de um veterinário, e eu acho que
dou conta de desempenhar bem esta profissão”.
Este
rapaz usou um critério inteiramente cristão na escolha do seu futuro. Seu
critério não foi: Onde vou ganhar mais, mas: Onde posso servir melhor o povo.
Deus nos chama também através das necessidades do povo. Se todo mundo agisse
como esse rapaz, a sociedade e as Comunidades cristãs teriam todos os serviços
de que precisam: Médicos, Padres, Ministros da Eucaristia, Irmãs religiosas...
Quando Deus manda, até o diabo obedece
Havia,
certa vez, uma senhora viúva que era muito pobre. Um dia, ela não tinha nada
para cozinhar e dar aos filhos no almoço. Então rezou: “Senhor, mande-me
mantimentos para que eu possa cozinhar para mim e meus filhos, pois não temos
nada!” Ela rezou em voz alta, e um vizinho, que era ateu, ouviu. Ele resolveu
zombar da pobre viúva. Foi ao supermercado, fez uma boa compra e pagou um rapaz
desconhecido para levar até a casa daquela mulher. Mas ele devia dizer a ela
que foi o diabo que lhe mandou.
Quando
o rapaz entregou a compra para a pobre viúva, disse-lhe que foi o diabo que lhe
mandou. Ela sorriu agradecida e disse: “Que bom. Quando Deus manda, até o diabo
obedece!”
Deus
tem total domínio sobre o mundo, visível e invisível, inclusive os espíritos
maus. Ele pode até forçá-los a colaborar com o bem e o Reino de Deus.
Sou de César
Na
antiguidade, o Império Romano teve um imperador que era o homem mais poderoso
do mundo: Tibério César. Poderoso e cruel, sanguinário.
César
tinha um carneirinho de estimação, o qual vivia solto em Roma; mas trazia no
pescoço uma coleira, onde estava escrito: “Sou de César”. Claro que ninguém
tocava no animalzinho e o protegia, tratando-o como se fosse um príncipe.
José
e Maria tiveram um enorme respeito pelo filho, mesmo antes de nascer, porque
era Filho de Deus.
Todos
nós, pelo Batismo, nos tornamos também filhos e filhas de Deus. Cada ser humano
podia trazer no peito a frase: “Sou de Deus”. Essa dignidade é muito mais forte
do que “Sou de César”.
Tocar
na pessoa humana, especialmente no pobre, é tocar no coração de Deus. Ai de
quem prejudica um pobre! Deus assume a vingança.
O galo que acordava o sol
Havia,
certa vez, um galo que todas as madrugadas cantava bem forte, o mais alto que
podia. Isso porque pensava que era ele que acordava o sol e que, se um dia ele
não cantasse, o sol não apareceria. Mas na verdade era bem o contrário. Era o
sol que, com os seus primeiros raios, o acordava.
Quantas
vezes acontece algo semelhante conosco! Pensamos que somos nós os tais, sendo
que na verdade é Deus que age através de nós. Até quando rezamos, é Deus que
nos chama ao diálogo com ele. A iniciativa é de Deus, não nossa. O Espírito
Santo é o Sol em nossa vida; ele é que nos acorda e nos conduz, levando-nos a
boas ações.
Maria
Santíssima era uma pessoa humilde. Ela nunca se promoveu. Quando se referiu a
si mesma, ela se chamou de “Escrava do Senhor”. As escravas eram as mulheres
mais humildes da época. Nas horas de triunfo de Jesus, ela não aparecia. Por
exemplo, na multiplicação dos pães, quando o povo queria fazê-lo rei.
Certamente Maria estava por ali, mas escondida. Já na cruz, no meio daquela
fúria do povo, lá estava ela, de pé, bem visível, enfrentando as zombarias e
humilhações, próprias de uma mãe de condenado. É interessante que Maria era
humilde, mas não acomodada. Ela não enterrava seus talentos, numa falsa
humildade. Tinha a cabeça erguida e era corajosa. Veja o Magnificat.
Casal divide até a dentadura
Certa
vez, um casal idoso e pobre entrou numa lanchonete. Ele pediu ao garçom um
cachorro quente, uma guaraná e dois copos. Os dois sentaram-se à mesa. Enquanto
ela despejava o refrigerante nos dois copos, ele pegou o sanduíche, q estava em
um pratinho, e o partiu no meio. Colocou a metade no pratinho e começou a comer
a sua parte, enquanto a esposa ficou parada, sem comer nem beber.
O
garçom ficou com pena dos velhinhos. Aproximou-se da mesa e disse: “Se os srs.
quiserem, eu trago outro cachorro quente e não cobro nada”. “O caso não é esse,
filho” respondeu educadamente o velhinho. “É que eu e minha esposa, desde o
começo do nosso casamento, decidimos que tudo entre nós seria dividido”. “Ah!”
disse o garçom, aliviado e admirado. “Se é assim, tudo bem.”
No
entanto, o garçom notou que a velhinha nem tocava na sua porção do sanduíche,
enquanto o marido mastigava já o último bocado. Então ele não resistiu e
perguntou novamente: “A senhora não vai comer o seu pedaço?” “Ainda não,
filho”, respondeu ela. “É que eu estou esperando a dentadura do meu velho!”
Eles
dividiam tudo mesmo, até a dentadura! Não precisamos chegar a tanto, mas
podemos ainda crescer muito no amor e na comunhão de bens.
Cavalo reage ao soterramento
Certa
vez, o cavalo de um sitiante caiu em um buraco bem fundo. Ele se esforçou para
tirar o animal, mas não conseguiu.
Então
chamou três vizinhos para ajudá-lo. Eles, ao chegarem, viram que era impossível
retirar o cavalo.
Dialogando,
eles decidiram jogar terra no buraco e enterrar o cavalo, porque assim ele
morria mais rápido e não ficaria ali sofrendo por muitos dias. Os quatro, com
enxadões e pás, começaram a jogar terra no buraco.
Mas
tiveram uma agradável surpresa: Na medida em que a terra no lombo do cavalo,
ele se sacudia e a terra ia parar embaixo dele. Assim, o animal foi subindo aos
poucos, até sair do buraco.
Deus
usa até das tentativas de nos enterrar, de nos desfigurar, para nos
transfigurar e nos configurar ainda mais com Cristo.
Os mendigos na rodoviária
Certa
vez, um senhor estava em uma rodoviária comprando passagem, e um mendigo lhe
pediu esmola. O homem lhe deu duas moedas.
Logo
o mendigo saiu e foi para o outro lado da rodoviária. Curioso, o homem foi
atrás para ver o que ele ia fazer. E teve uma emocionante surpresa:
Lá
do outro lado da rodoviária havia outro mendigo. Aquele que ganhou as moedas
dividiu: Deu uma para o colega e ficou com uma.
A
gente se lembra daquele provérbio: “Ninguém é tão pobre que não tenha nada a
dar,
nem
tão rico que não tenha nada a receber”.
Ninguém
de nós está isento da obrigação de ajudar o próximo, porque, por mais pobres
que sejamos, sempre temos algo a dividir.
Dom Hélder Câmara e seu irmão Severino
Certa
vez, Dom Hélder Câmara viajava de ônibus de Recife para São Paulo, e veio ao
seu lado, por acaso, um homem pobre chamado Severino, que pretendia arrumar
emprego em São Paulo.
Ao
chegarem, Dom Hélder foi com ele até uma fábrica. Apresentou-se na portaria e
disse que queria falar com o gerente. Este veio logo, todo eufórico, e levou o
cardeal para a sala VIP da indústria. “Dom Hélder”, disse ele, “a que devemos
esta honra de recebê-lo em nossa empresa?"
Dom
Hélder disse: “Apresento-lhe o meu irmão Severino. Eu gostaria que o senhor, se
possível, arrumasse um serviço para ele aqui na fábrica.” O gerente, após um
telefonema, encaminhou Severino para o Departamento de Recursos Humanos. Ao
chegar, os funcionários o receberam com honras, e Severino já estava admitido.
Dom
Hélder ainda conversou um pouquinho com o gerente sobre a conjuntura nacional.
Agradeceu e lhe contou a história. Conheceu Severino na viagem, mas o via como
seu irmão, como de fato é, pelo batismo. Irmão não segundo a carne, mas em
Cristo.
Menino pula dentro da cesta de ofertas
Certa
vez, uma família estava participando da Missa no domingo. Eles tinham um menino
de três aninhos que era irrequieto. Era o dia do mês em que as famílias levavam
alimentos para serem distribuídos aos pobres.
Mas
a família se esqueceu de levar! O pacotinho ficou em cima da mesa da sala.
Quando chegou a hora do ofertório, foi trazida uma cesta grande e colocada o
meio do corredor central da igreja.
Ao
ver todos levando pacotinhos e pondo na cesta, o menino ficou inquieto.
"Mãe”, disse ele sapateando, “nós não vamos levar nada!" A mãe falou
baixinho: "Não temos, filhinho!" Mas o menino até sapateava de tanta
ansiedade.
De
repente, ele não aguentou. Saiu depressa do banco, foi até a cesta e pulou
dentro dela. As pessoas naturalmente riram, e a mãe foi logo lá e pegou o seu
filho.
Ter
fé é pular dentro da cesta de Jesus. E esta cesta é a sua Igreja. O cristão não
apenas oferece coisas, mas a si mesmo.
Passemos para a segunda parte
Certa
vez, uma senhora procurou o padre após a Missa e disse, chorando: “Senhor
padre, muito obrigada pelo sermão. Ao ouvi-lo, eu resolvi mudar de vida.”
O
padre ficou contente e até cheio de si. Mas ficou também curioso para saber
qual a parte da homilia que mais havia tocado aquela senhora. Perguntou a ela:
“Por favor, que parte da minha pregação mais a tocou?” Ela respondeu: “Foi
quando o senhor disse: Passemos para a segunda parte. Sabe, padre, até agora a
minha vida foi errada. Mas decidi mudar, virar a página da minha história e
iniciar uma segunda parte.”
Coitado
daquele padre! Pensou que tinha sido a sua mensagem que a tinha convertido, mas
nada. Foi algo totalmente acidental.
É
Deus que converte as pessoas. E ele usa dos meios mais diversos e originais. No
Antigo Testamento, Deus usou até de uma mula como seu instrumento de conversão.
É a célebre mula de Balaão (Nm 22). O Espírito Santo tem poder e criatividade
para fazer o Reino de Deus crescer e se expandir.
Mãe ganha sorvete e nem o prova
Certa
vez, em um sábado à tarde, um pai convidou seus quatro filhos pequenos para
entrarem no carro e passear com ele no centro da cidade. Ele fazia isso todos
os sábados que podia. O objetivo era deixar a esposa em paz, pelo menos algumas
horas na semana. Ele tinha dó da esposa, por agüentar aquela barulheira de
criança a semana toda.
Naquela
tarde fazia calor. Logo que chegaram à praça central da cidade, as crianças
viram um sorveteiro e foram logo tomar sorvete. Divertiram-se à vontade.
Quando
chegou a hora de voltar para casa, os quatro entraram no carro. O pai
perguntou: “Vocês não vão levar um sorvete para a mamãe?” "Sim,
vamos." Voltaram e compraram uma tacinha, com a colherinha junto.
Ao
chegar em casa, deram o sorvete para a mãe. Mas cada um queria provar do
sorvete. E a mãe, alegre, foi dando uma colherinha para cada filho.
De
repente, o sorvete acabou, sem que ela sequer o tivesse provado. E o mais
interessante é que ela não percebeu, de tão feliz que estava, ao ver os filhos
alegres.
O
pai, que permanecia ali perto e observava, pensou comovido: Não existe no mundo
amor maior que o de mãe.
O
amor de mãe é o mais belo retrato do amor de Deus por nós. “Acaso uma mulher
esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se
esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!" (Is 49,15). Que o nosso amor a
Deus seja assim também.
Fale com Ele
Certa
vez, um rapaz, que andava afundado no mau caminho, foi a casa paroquial falar
com o padre. Mas o padre estava saindo para atender a um doente grave. Então
levou-o até a capela interna da casa paroquial e disse simplesmente, apontando
para o sacrário: “Fale com ele”. Fechou a porta da capela e foi embora,
deixando o rapaz lá dentro.
O
jovem sentou-se no banco e, naquele silêncio, olhando para a luzinha vermelha
do sacrário, a voz do padre ressoava nos seus ouvidos: “Fale com ele.” Falar o
quê? Pensou ele. Depois de mais um tempo, ele pensou: Bom, já que estou aqui,
vou falar alguma coisa com Cristo. A primeira coisa que ele falou foi da sua
bronca do padre. Ele disse para Cristo: Demorei tanto tempo para ter coragem de
vir conversar com o padre, e ele faz isso comigo!
E
o papo pegou. Quando o padre chegou, quarenta minutos depois, o moço ainda
estava “falando com Ele”. Seu rosto era outro. Estava transformado e sem
nenhuma revolta. Pediu ao padre para se confessar.
No
outro fim de semana, estava novamente o jovem apertando a campainha da casa
paroquial. O padre veio e ele pediu: “Posso ir lá falar com Ele?” “Sim”,
respondeu o padre.
Essa
história foi contada por um padre que, numa reunião de jovens, perguntaram a
ele como surgiu a sua vocação. Foi ali, disse o sacerdote. Gostou tanto de
“falar com Ele”, que decidi morar com Ele para sempre.
Jesus
veio para fazer o homem feliz, dando-lhe a paz consigo mesmo, com o próximo,
com a natureza e com Deus. É em Cristo que o homem e a mulher descobrem a sua
identidade mais profunda.
São Francisco acolhe ladrões
Conta-se
que um dia uma quadrilha de ladrões entrou na casa de S. Francisco de Assis.
Quando ele os viu, disse-lhes: “Irmãos, venham aqui! Queremos oferecer a vocês
um excelente vinho e um pão saboroso!”
Os
ladrões aceitaram o convite, comeram e beberam à vontade.
Depois
S. Francisco lhes disse: “Podem pegar aqui na casa o que quiserem”.
Na
despedida fez-lhes um pedido: “Por favor, quando vocês roubarem, não matem nem
machuquem as pessoas”.
Conta-se
que mais tarde esses ladrões mudaram de vida e se tornaram pessoas de bem.
Quem
é pobre de coração coloca o Evangelho acima dos bens materiais. Por isso,
acredita na paz e no “fundo bom” que todas as pessoas têm.
O
amor é mais forte que a violência. O bem é mais forte que o mal. Deus é mais
forte que tudo.
Presentes de Natal
Certa
vez, um senhor que tinha um caminhão baú, resolveu dar presentes de Natal para
as crianças de um bairro pobre de uma cidade na qual ninguém o conhecia.
Combinou com a diretora da escola e com as catequistas uma data, antes do
Natal, para reunir as crianças na praça do bairro, que na hora ele chegaria com
o caminhão cheio de presentes.
No
dia combinado, as crianças estavam todas reunidas, e ele chegou. Foi uma festa
bonita, alegre e organizada. As professoras e catequistas organizaram as
crianças em filas e todas ganharam presentes.
No
final, o homem despediu-se, entrou no caminhão e estava indo embora. Mas,
olhando pelo retrovisor, viu um menino que vinha correndo atrás do caminhão.
Parou. Quando o garoto se aproximou, ele perguntou: “O que houve? Você quer
mais presente?” O menino respondeu: “Não. Eu quero ir com o senhor!"
Nós
gostamos tanto do presente que Jesus nos deu, que queremos segui-lo e ser
iguais a ele. Quem dá bom exemplo atrai pessoas para imitá-lo.
Ladrão rouba em mosteiro
Havia,
certa vez, nos primeiros séculos da Igreja, um mosteiro masculino em cima de
uma colina. Eram monges pobres, mas tinham lá uma obra de valor altíssimo. Um
livro, escrito em pergaminho. Eram três rolos. O único exemplar daquela obra no
mundo.
Pessoas
de longe iam ao mosteiro para ver o livro, e deixavam ofertas para os pobres
monges. Com isso, eles viviam.
Um
dia, um ladrão entrou no mosteiro, pegou dois daqueles rolos e foi-se embora.
Os monges avisaram o abade. Este pegou o rolo que ficou e saiu correndo atrás
do ladrão. Quando o encontrou, explicou-lhe: “Filho, você está levando uma obra
de altíssimo valor. Mas sem este volume aqui, esses dois aí perdem o valor. Ou
você me dá esses rolos, ou leva também este aqui”. O ladrão disse: “Eu peguei porque
estou precisando de dinheiro”. “Eu dou dinheiro para você”, disse o abade. “Mas
se você quiser levar os três volumes, estamos em paz.” O ladrão
preferiu o dinheiro e continuou o seu caminho.
Dias
depois, o ladrão voltou ao mosteiro, quis falar com o abade e pediu para ser
monge. Ele disse ao abade: “Eu nunca encontrei alguém que me compreendesse e
que dissesse para mim: “Estamos em paz”.
A troca de fusível
Certa
vez, estava havendo uma assembléia, à noite, no salão paroquial. De repente, a
luz apagou. Esperaram um pouco para ver se voltava, mas não voltou.
Um
rapaz levantou-se e saiu da sala. Todos olharam para ele, certos de que havia
desistido da reunião e estava indo para casa.
Logo
depois, a luz voltou. Em seguida o rapaz apareceu novamente no auditório.
Alguém teve coragem e falou para ele, em tom de correção: Por que você não teve
paciência de esperar um pouco mais? Ele respondeu: “Eu fui trocar o fusível!”.
Nós
facilmente pensamos mal das pessoas, sem antes conversar com elas para saber o
motivo de suas ações e atitudes.
Eu não faria isso nem por um milhão de Reais
Certa
vez, uma Irmã religiosa estava em uma enfermaria do hospital em que trabalhava,
cuidando de um doente. Era um homem cheio de feridas abertas, purulentas e com
mau cheiro.
Um
senhor, de paletó e gravata, entrou na enfermaria. Era um dos benfeitores do
hospital. Ao ver a Irmã curvada sobre o doente, fazendo os curativos, ele
comentou: "Eu não faria isso nem por um milhão de Reais!”
Ela
olhou para ele e, com um sorriso, respondeu simplesmente: “Nem eu!”
A
mesma resposta podemos dar, quando estamos fazendo qualquer serviço de
caridade. Dinheiro nenhum paga o amor.
Herdeiros alteram divisa
Havia,
certa vez, dois irmãos, um casado e um solteiro, que moravam no sítio com o
pai, que era viúvo. Eram só eles de irmãos. Quando o pai faleceu, os dois
dividiram o sítio, metade para cada um, e fizeram uma cerca, separando as duas
partes.
Entretanto,
à noite, o solteiro, deitado em sua cama, pensou: “Coitado do meu irmão. Ele é
casado, tem esposa e filhos para tratar. Merece uma parte maior do sítio”.
Levantou-se de madrugada e foi até a certa, a fim de muda-la, deixando uma
parte maior para o irmão.
Mas
o casado também não conseguia dormir. Ele refletia junto com a esposa: “Nós
somos casados, temos filhos para cuidar de nós na velhice. Agora, meu irmão,
coitado, é sozinho. Vou lá mudar a cerca, dando mais terra para ele”. Antes do
raiar do sol, correu para a cerca, a fim de mudá-la.
E
aconteceu que os dois se encontraram, cada um querendo mudar a cerca dando mais
terra para o outro. Emocionados, os dois se abraçaram.
Estes
realmente estão servindo a Deus e não ao dinheiro. Que bom se houvesse mais pessoas
assim!
Casal briga, cruz na sua casa
Certa
vez, um casal brigou. Brigou feio. E não era a primeira vez. Desta vez, o
marido não aguentou. Saiu de casa e começou a andar numa estrada. Quero
respirar novo ar, dizia ele para si mesmo.
Lá
na frente, viu um homem carregando uma cruz. Andou mais depressa. Quando chegou
perto, reconheceu: É Jesus! Coitado! Lembrou-se do Cirineu, aproximou-se dele e
disse: “Eu posso ajudar o Sr.?”
Jesus
olhou para ele com seu rosto ensanguentado e disse: “A sua cruz está lá na sua
casa!”
Jesus
teve a sua cruz, nós temos a nossa. O casamento é uma cruz, mas é uma cruz doce
como o mel. Não só o casamento, mas também a vida sacerdotal e religiosa.
Entretanto, essa cruz pode ser amarga, se não soubermos carregá-la.
Maria
Santíssima carregou a sua cruz com generosidade e alegria. Santa Maria, rogai
por nós!
Padre
Queiroz.
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